quinta-feira, 30 de agosto de 2018

JOHN LENNON ONE TO ONE CONCERT - 1972 - 2018


Há 46 anos, no dia 30 de agosto de 1972, John Lennon e Yoko Ono realizaram o concerto “One To One Concert” no Madison Square Garden em Nova York para levantar fundos para Willowbrook, uma instituição para crianças deficientes. Na verdade, foram dois concertos, um à tarde e outro à noite. Contou com as participações de Stevie Wonder e Roberta Flack e foi o último show completo de John Lennon e sua última apresentação ao vivo ao lado de Yoko Ono. Não deixe de conferir de jeito nenhum a superpostagem publicada há 1 ano, onde a gente pode conferir o texto principal do capítulo 6 - 'Da Próxima Vez A gente Acerta' do sensacional livro de James A. Mitchell - "John Lennon em Nova York: Os Anos De Revolução". Imperdível!

RINGO – A PRIMEIRA BIOGRAFIA LANÇADA NO BRASIL!


No dia 29/09/2015, o Portal Beatles Brasil noticiava que acabava de ser lançado na Europa, um livro chamado RINGO – WITH A LITTLE HELP, uma biografia não-autorizada de Ringo Starr, feita por um cara chamado Michael Seth Starr (que obviamente não é parente de Ringo). O baterista não apoiou o lançamento do livro. Mesmo antes do lançamento, assim que soube, fez questão de declarar: “eu soube que há uma biografia não-autorizada sendo escrito por Michael Starr. Quero que meus amigos e fãs saibam que não há nenhum envolvimento meu. Não estou participando disso em nada”. E a nota dizia ainda: “Apesar de já nascer renegada, a biografia vem sendo muitíssimo elogiada por quem já leu, tanto em revistas quanto em comentários na Amazon. Muito provavelmente pelo fato de contar histórias dos altos e baixos da sua carreira solo, incluindo narrativas dos anos em que Ringo se tornou um alcóolatra – assunto que ele prefere esquecer". E a nota encerrava desejando que um dia essa biografia fosse lançada aqui. Pois muito bem. Acaba de ser lançada aqui no Brasil, pela Editora Planeta, a primeira biografia de Ringo Starr em todos esses anos, mesmo que não autorizada.
“RINGO – A História do Baterista Mais Famoso do Mundo Antes e Depois dos Beatles” é a primeira biografia completa de um dos bateristas mais importantes do meio musical em todos os tempos. Como título diz, o editor do The New York Times, Michael Seth Starr, reúne os principais eventos da vida do músico antes dos Beatles e depois dos Beatles. A sinopse do livro nos sites de venda, diz o seguinte: “Nos anos 1960, quando Richard Starkey ficou mundialmente conhecido como Ringo Starr, o grande público desconhecia as batalhas pessoais que o jovem já havia enfrentado. Nascido em 1940 em Dingle, um dos bairros mais agitados de Liverpool, o Beatle – que em 2018 recebeu da realeza britânica a honraria de “sir” – teve uma infância difícil, marcada por pouca escolaridade, doenças graves e longas internações hospitalares. Apesar de sua clássica discrição, Ringo já era considerado o melhor baterista de Liverpool quando John Lennon, Paul McCartney e George Harrison o convidaram a entrar para os Beatles. Hoje, quase cinquenta anos após a dissolução da banda, as músicas e obras dos Beatles continuam muito populares, assim como Ringo segue um ícone do rock. E para que seus admiradores possam finalmente conhecer em profundidade a vida do músico, “RINGO” traça a biografia completa do baterista, com todos os seus triunfos e vícios, os sonhos e polêmicas que os quatro jovens viveram, assim como os ressentimentos que marcaram o rompimento da banda. O livro detalha ainda a carreira de Ringo pós-Beatles, marcada por sucessos no topo das paradas, excessos e abuso de álcool e a superação de muitos conflitos emocionais. Reconhecido por sua música e contribuição ao seu país, “sir” Ringo Starr tem certamente uma das biografias mais incríveis que você lerá”. O livro “RINGO” tem 480 páginas e acabamento em capa dura. “É isso aí. Eu quero o meu!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

29/08/1966 - CANDLESTICK PARK - O ÚLTIMO SHOW DOS BEATLES


29 de agosto de 1966. Às 21h27, John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison subiram ao palco para o último concerto dos Beatles para um público pagante. Foram 28 minutos de show para 22 mil pessoas no estádio Candlestick Park, em São Francisco, Califórnia. Logo depois, Lennon fez o seguinte comentário sobre a beatlemania: “Em nossa última turnê, nos traziam cegos, aleijados e crianças disformes em nossos quartos. E a mãe da criança dizia: ‘vamos, dê-lhe um beijo, possivelmente isto lhe trará a visão de volta’. Não somos cruéis. Porém, quando uma mãe gritava: ‘somente toque nele, que possivelmente ele volte a andar’, queríamos correr, chorar, esvaziar os nossos bolsos”.Resultado de imagem para john lennon Candlestick Park 1966
Embora todas as filmagens e gravações sejam péssimas, naquela noite, no Candlestick Park, tocaram bem, nada excepcional, para aquele seria o último de sua trajetória. Era o fim da terceira (última) e conturbada turnê americana, com os Beatles cansados da histeria e das ameaças. Depois do episódio das Filipinas, da polêmica sobre Jesus e da queima de discos, não dava mais, a coisa tinha chegado no limite. Quando tocaram no Shea Stadium (Nova York) um ano antes, no dia 15 de agosto de 1965, tocaram para um público absurdamente imenso para a época: 55.600 fãs enlouquecidos. Um ano depois, em 23 de agosto de 1966, quando pisaram no palco do mesmo Shea pela segunda vez, a plateia era bem menor: 44.000 fãs, mas ainda enlouquecidos. Os jovens fãs americanos de 1966 já não eram os mesmos de um ano antes, mas ainda queriam, e ainda precisavam deles. Esses números, ainda apesar de grandes, já demostravam um cansaço. Seis dias depois, os Beatles subiriam no palco armado no estádio Candlestick Park, para tocar, para uma público pagante pela útilma vez. Haviam 22 mil pessoas lá. Brian Epstein não era uma delas, nem sequer estava em São Francisco, ainda  estava em LA. O show foi gravado por Tony Barrow, a pedido de PaulOs Beatles tocaram 11 músicas nessa ordem: Rock And Roll Music; She's A Woman; If I Needed Someone; Day Tripper; Baby's In Black; I Feel Fine; Yesterday; I Wanna Be Your Man; Nowhere Man; Paperback Writer e encerraram com Long Tall Sally. Quando terminou, eles retornaram para Beverly Hills e, durante o vôo, George virou-se para Tony Barrow e disse: “É isso aí. Não sou mais um Beatle”. No dia 30 voaram para Nova York e de lá para Londres. Para alívio das fãs, os Beatles desembarcaram sãos e salvos daquela que foi a última e a mais conturbada turnê de suas carreiras.
Ninguém sabia o que viria depois daquilo, mas estavam fartos de aviões, hotéis, e toda a loucura por onde passavam. De volta à Londres, cada Beatle foi cuidar de sua própria vida. Paul faria a trilha de The Family Way e John iria pra guerra no filme How I Won The War de Richard Lester. Estavam felizes por sentirem-se "livres" pela primeira vez em tantos anos. Só uma pessoa não estava feliz: Brian Epstein, que tinha dedicado sua vida aos Beatles e a organização das turnês. Brian percebeu que precisava muito mais dos Beatles do que eles dele. Um anos depois, em agosto de 1967, Brian morreria de overdose de drogas antidepressivas. Os Beatles não deixaram apenas crescer bigodes, barbas e cabelos. Eles cresceram! Afinal, foi a partir dali, que começaram, de fato, a mudar o mundo. Desta vez, a gente pode conferir aqui, um trecho inédito do sensacional livro "Beatles 1966" de Steve Turner. Imperdível!
O show no Dodger Stadium em LA no dia 28 ilustrou os problemas que eles começaram a encarar quando se apresentavam. A equipe de segurança contratada para proteger o grupo, a US Guards Co., se esforçava ao máximo para protegê-los dos fãs vorazes. Por volta de 7 mil dos 45 mil presentes atravessaram a cerca que os separava do palco e tenta­ram invadí-lo quando o show acabou. Os Beatles precisaram ser levados para uma sala segura no estádio até que a multidão fosse controlada, em seguida foram levados às pressas num carro blindado. Mais de cem fas descobriram a localização do condomínio onde os Beades estavam hos­pedados, e a polícia teve que ir até lá para dispersá-los. Ficou claro para todos os envolvidos que os Beatles não podiam mais se apresentar naquelas circunstâncias. Não era apenas perigoso do ponto de vista físico, artisticamente também não era satisfatório. Os quatro não eram mais o grupo que garotas adolescentes imaginavam quando gri­tavam e juravam devoção eterna. Ivor Davis, chefe da agência de Nova York do londrino Daily Express, tinha acompanhado a turnê inteira e, no dia 27 de agosto, publicou uma matéria intitulada “Seria Este o Fim da Saga dos Beatles?” Ele citou George, que teria dito: “Em algumas noites, estou em pé diante do microfone abrindo a boca e nem sequer tenho certeza de que alguma coisa está saindo”. Paul lhe disse: “Quando come­çamos no Cavern, as pessoas escutavam, e conseguimos evoluir, crescer, criar. Mas, quando a gritaria começou, a primeira baixa foi o humor que colocávamos nas apresentações. Agora está claro que somos prisioneiros, porque 50 por cento da apresentação é tomada pela histeria”. Não eram apenas os Beatles que sentiam a pressão. Por mais que adorasse a parte das turnês da carreira dos Beatles, Brian Epstein es­tava achando difícil manter o controle, conforme tudo crescia e era tomado por problemas sem precedentes. Ele buscava alívio nas drogas e em relações casuais (em geral) com homens jovens altamente ina­dequados, que quase sempre se aproveitavam dele tanto física quanto financeiramente. Quando estava em Los Angeles, ele recebeu a visita de “Diz” Gillespie, um aspirante a ator de Ohio com quem ele tinha se relacionado na turnê dos Estados Unidos de 1964. Depois ele o levou para a Inglaterra, onde se tornaria empresário do jovem. Houve uma dramática desaven­ça em Londres em 1965 envolvendo ameaças, chantagem e violência. Gillespie o procurou de novo, dizendo que tinha mudado. O crédu­lo Epstein acreditou e o convidou para um almoço com Nat Weiss no Beverly Hills Hotel. Depois que Gillespie saiu da mesa ao término da refeição, Epstein percebeu que tanto a sua maleta de documentos quanto a de Weiss tinham desaparecido. Epstein entrou em pânico. Entre seus documentos, havia contratos, cartas, barbitúricos, fotos íntimas e 20 mil dólares em dinheiro. Havia o suficiente para destruí-lo se fossem encontrados pela polícia ou entre­gues a um jornal. Gillespie sabia exatamente quais eram os medos que passavam pela cabeça de Epstein. Ele abordou Weiss e exigiu dinheiro em troca das maletas. Ciente de que ele podia envolver o Departamento de Polícia de Los Angeles, Weiss contratou um detetive particular, que conseguiu armar uma cilada para o mensageiro de Gillespie no local da troca atrás da Union Station e recuperar a pasta (menos as drogas, as fotos, as cartas e 8 mil dólares em dinheiro) e devolvê-la ao dono. Epstein se sentiu humilhado. Tempos depois, Weiss disse que aquele foi o início de uma depressão séria que criaria as circunstâncias que levariam à sua morte. O incidente com a maleta foi o motivo pelo qual Epstein não estava presente no último show da turnê em San Francisco, a cidade que, para os interessados nas reviravoltas da cultura jovem, competia, naquele mo­mento, com Londres como o lugar mais badalado para se estar. O show de 29 de agosto aconteceu no estádio de beisebol Candlestick Park e ficou famoso por ter sido o último show dos Beatles, mas ninguém, nem o grupo nem o público, sabia disso na época. Por volta de um quarto dos 32 mil lugares disponíveis não foram vendidos; os organizadores, a Tempo Productions Inc., perderam dinheiro, pois tinham garantido aos Beatles um cachê de 50 mil dólares e um vento frio estava soprando na Baía de San Francisco. Excepcionalmente, Paul pediu a Tony Barrow para gravar o som com um gravador manual.
No backstage (o vestiário do time visitante convertido era camarim), eles receberam a visita de Joan Baez e de sua irmã, Mimi Farina (que tinha perdido o marido, o romancista, poeta, compositor e performer Richard Farina, morto num acidente de moto quatro meses antes), e ficaram umtempo conversando com Ralph Gleason, um influente crítico cultural que colaborava com o San Francisco Chronicle e fundaria a revista Rolling Stone em novembro de 1967 com o muito mais jovem Jann Wenner. A reportagem da UPI sobre o show se concentrou no quanto os Beatles iam ganhar por minuto num show de meia hora e no comportamento dos fãs que eram controlados por 200 seguranças. Ela não fazia menção alguma à música. O artigo concluía: “Depois da apresentação, os Beatles pularam num carro blindado que os aguardava e foram levados do cam­po antes que qualquer pessoa conseguisse se aproximar deles”. Tony Barrow me disse: “Foi provavelmente um dos shows mais me­dianos e comuns que os Beatles já fizeram. Durou 30 minutos e, musicalmentc, estava longe de ser o melhor. Era o fim de uma turnê muito cansativa”. A última música tocada foi “Long Tall Sally”, composição de Little Richard de 1956 que estava no repertório dos Beatles desde a sua for­mação. Era sempre um destaque da apresentação para Paul. Depois que os últimos acordes morreram, John desejou boa noite para a multidão e completou: “Nos vemos de novo no ano que vem”. Eles voltaram para LA num avião fretado da American Airlines. Depois do embarque, e de atingirem a altitude de cruzeiro, George virou para Tony Barrow e anun­ciou: “Chega. Não sou mais um beatle”. Mais tarde ele explicou o que quis dizer. “A gente sabia - chega. Não vamos mais fazer isso. Já fizemos uns 1.400 shows, e eu tive a certeza de que não íamos mais fazer aquilo”. John estava sentado ao fundo do avião quando Art Unger se aproxi­mou com uma cópia do controverso exemplar da Datebook e pediu um autógrafo. “É para você ou para a revista?”, perguntou John. Unger res­pondeu que era para seu álbum de recortes pessoal. John pegou uma caneta e escreveu: “Para Art, com amor, John C. Lennon”. “O ‘C’”, disse ele, “é de Cristo”. Ao resenhar o show no San Francisco Chronicle (em 31 de agosto de 1966), Ralph Gleason concluiu com o presciente comentário: “Aquilo vale a pena? Como espetáculo, desperta interesse sociológico, é claro. Como performance, é, como diz John Lennon, um espetáculo de mario­netes. Dificilmente vai continuar sendo atraente para quatro seres huma­nos tão racionais, inteligentes e talentosos”.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

O ENCONTRO DOS BEATLES COM BOB DYLAN


"Olhando em retrospecto, eu ainda vejo aquela noite como um dos grandes momentos da minha vida. Na verdade, eu tinha a consciência de que estava dando início ao encontro mais frutífero na história da música pop, pelo menos até então. Meu objetivo foi fazer acontecer o que aconteceu, que foi a melhor música de nossa época. Eu fico feliz com a ideia de que eu fui o arquiteto, um participante e o cronista de um momento-chave da história."
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Assim, o jornalista norte-americano Al Aronowitz se refere ao clássico encontro que, exatamente há 53 anos, mudou a cara da música pop e da cultura popular, quando, no dia 28 de agosto de 1964, os Beatles foram apresentados a Bob Dylan que os apresentou à maconha (exatamente um ano antes do encontro com Elvis). Esse encontro, entre Dylan e os Beatles, ocorrido no Delmonico Hotel, em Nova York, fez com que ambos artistas começassem a se enxergar como partes de um mesmo universo, cedendo atrativos musicais entre si - não havia mais consumismo infanto-juvenil de um lado e cabecismo adulto do outro, tudo era a mesma coisa. Nascia a música pop moderna. O que a princípio parecia se tornar um breve alô entre jovens ícones se tornou um acelerador para novas certezas que ambas as carreiras vinham desenvolvendo. Fenômeno de mercado, os Beatles eram uma banda elétrica adolescente, cantando baladas de amor e petardos dançantes com maestria inigualável. Já o acústico Dylan nascera na mesma cena folk pacifista que habitava o bairro boêmio do Village e glorificava autores beat e músicos do povo. Mas logo a seguir as coisas mudariam de figura. Dylan abraçaria a guitarra como um violão de maior alcance, ferindo seus próprios fãs puristas com decibéis de eletricidade distorcida, ao mesmo tempo em que deformava a própria lírica das canções de protesto para um panteão bíblico-pop que buscava a pureza da alma americana ao mesmo tempo em que se perdia em seus próprios pecados. Já os Beatles deixariam de lado o iê-iê-iê para mergulhar fundo em si mesmos, emergindo de seu experimentalismo intuitivo - parte nostálgico, parte ingênuo - com o melhor legado que o formato canção conheceu. Aronowitz havia entrevistado John Lennon e descobriu que ele considerava Bob Dylan um "ego igual" e, amigo de Dylan, passou a pensar em como aproximar os dois artistas. Até que, naquele 28 de agosto, Al recebeu um telefonema - era John Lennon, de passagem com os Beatles por Nova York: "Cadê ele?". "Quem?" "Dylan!". "Ah, ele está em Woodstock, mas eu posso trazê-lo!". "Do it!" (Faça!), mandou John do outro lado da linha, e o jornalista percebeu que podia dar ignição na própria história. Aronowitz combinou com Dylan, que veio acompanhado do roadie Victor Maimudes, ao volante. Com Al no carro, foram em direção a Manhattan, chegando logo ao hotel na Park Avenue. Lá, os três alcançaram o andar em que os Beatles estavam, sendo recebidos por um amontoado de artistas, radialistas, policiais e jornalistas, bebendo cerveja e conversando, que esperavam a vez de entrar na suíte para ver, e, talvez, quem sabe, conversar com os Beatles, que estavam na capa da revista "Life" daquela semana. Dylan e os outros dois passaram absolutamente despercebidos.

Dylan tratou de entrar rapidamente na suíte, e a recepção foi feita pelo empresário do grupo, Brian Epstein, que, ao perguntar, entre champanhe e vinhos franceses, o que Dylan gostaria de beber, ouviu o pedido por "vinho barato" - para despachar o roadie dos Beatles, Mal Evans, em busca da tal garrafa. O encontro vinha frio, e os Beatles ofereceram pílulas para Bob, que sugeriu que eles fumassem maconha. Os ingleses responderam que nunca haviam fumado - consideravam a maconha uma droga pesada como a heroína, restrita a músicos de jazz e escritores malditos. Pasmo, Dylan perguntou sobre aquela música que eles compuseram sobre estar chapado. Sem entender o que ele queria dizer, o cantor folk citou uma passagem em que os Beatles cantavam "I get high! I get high! I get high!" ("Eu fico chapado"), e Lennon, tímidamente, esclareceu que era I Want to Hold Your Hand, cuja letra, na verdade, dizia "I can't hide! I can't hide! I can't hide!" ("Eu não posso esconder!"). Desfeito o mal-entendido, Dylan sugeriu que todos fumassem logo um baseado. Os Beatles, Dylan, Mal, Victor, Brian, Al Aronowitz e o assessor de imprensa Derek Taylor se dirigiram ao fundo da suíte do hotel, onde se trancaram e fecharam as cortinas. Bob Dylan começou a enrolar o cigarro, mas deixou o fumo cair por duas vezes, deixando que seu roadie terminasse o serviço. Aceso, o cigarro foi passado para Lennon, que passou a vez para o baterista Ringo Starr (chamando-o de "meu provador real", que, por sua vez, por desconhecer os rituais canábicos, fumou o baseado inteiro, sem passá-lo adiante. Isso fez com que Al Aronowitz incentivasse a produção de mais cigarros - e logo cada um tinha o seu. "Foi muito engraçado!", lembra Paul McCartney em suas memórias Many Years from Now - "O negócio dos Beatles era humor, tínhamos muito humor. Havia um lado do humor que usávamos como proteção e, com aquilo ainda por cima, as coisas ficaram mesmo hilárias. Virou uma espécie de festinha. Voltamos todos para a sala, bebemos e coisa e tal, mas não acho que alguém precisasse de mais fumo depois daquilo. Passei a noite toda correndo para lá e para cá, tentando achar papel e caneta porque, quando voltei para o quarto, descobri o sentido da vida. Queria contar ao meu pessoal como era aquilo. Eu era o grande descobridor, naquele mar de maconha, em Nova York". "Até a vinda do rap, a música pop era largamente derivada daquela noite no Delmonico. Aquele encontro não mudou apenas a música pop, mudou nosso tempo", lembra Al Aronowitz, em sua coluna on-line "The Blacklisted Journalist". Logo depois, Dylan lançaria, em seqüência, os discos "Bringing It All Back Home", "Highway 61 Revisited" e "Blonde on Blonde", enquanto os Beatles trariam "Rubber Soul", "Revolver" e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".

E somente aqui, com a exclusividade de sempre, a gente confere um trecho do livro "The Love You Make" de Peter Brow, que, grande parte foi traduzido e publicado na revista Manchete em 1983, em quatro capítulos, se não me engano. Só aqui!


Em 28 de agosto de 1964, um evento ligeiro mas auspicioso ocorreu no Hotel Delmonico, de Nova Iorque, que iria afetar a cosnciência do mundo: Bob Dylan fez os Beatles experimentarem Marijuana pela primeira vez na vida. Antes disso, eles rejeitavam a maconha até com paixão; no que lhes dizia respeito, os que fumavam maconha eram viciados, para eles na mesma categoria dos viciados em heroína. Pouco depois da conversão feita por Dylan, eles começaram a compor sob o efeito da erva. Dylan lhes forneceu a chave que abriria uma porta para uma nova dimensão na música pop, e eles levaram a juventude do mundo inteiro a cruzar essa porta com eles. John Lennon há muito tempo esperava conhecer Bob Dylan, apesar de não tanto quanto desejava conhecer Elvis Presley. Para John, Elvis era um Deus que atingira um grau indescritível de santidade. Dylan era um contemporâneo, e para John, apenas um outro competidor, apesar da pontada de inveja que John sentia pelo dom que Dylan tinha para construir suas letras. Fazia pouco tempo que John começara a sentir um interesse especial em escrever suas próprias letras; sua primeira canção introspectiva, autobiográfica, foi Ill Cry Instead, feita para a trilha sonora do primeiro filme dos Beatles, A Hard Day’s Night (Os Reis do Iê-iê-iê), mas que não chegou a ser editada.Eles foram apresentados por um amigo comum, o escritor Al Aeronowitz, que foi um dos primeiros jornalistas a verdadeiramente escrever sobre música pop. Aronowitz fizera amizade com John na primavera anterior, em Londres, enquanto escrevia sobre ele para o Saturdey Evening Post. Nessa época John disse a Aeronowitz que gostaria de conhecer Bob Dylan, mas somente “em seus próprios termos”, pois John achava que se tornara seu “ego gêmeo”. Naquele 28 de agosto, depois de ter tocado no Forest Hill Tennis Stadium, e depois das caras sorridentes dos Beatles terem aparecido na capa do Life, John estava pronto. Aeronowitz chegava de Woodstock, com Dylan, numa perua Ford azul, dirigida por Victor Mamoudas, empresário das turnês de Dylan e seu grande amigo pessoal. No lobby do hotel se viram cercados por uma escolta de dois policiais que os acompanhou até o andar dos Beatles.Quando a porta do elevador se abriu, Dylan e companhia ficaram chocados de ver ainda mais policiais, além de uma dúzia de pessoas conversando alegremente e tomando drinques. Deste grupo, que esperava para poder entrar na suíte dos Beatles, faziam parte vários repórteres, disc-jockeys e os grupos The Kingston Trio e Peter, Paul e Mary.Dylan era mais baixo do que os rapazes pensavam. Após desajeitadas apresentações, oficiadas pelo empresário Brian Epstein, a tensão e o embaraço naquele quarto eram palpáveis. Brian levou os convidados até o living, numa tentativa de evitar que a noite naufragasse. Ele perguntou a Dylan e amigos o que gostariam de beber, e Dylan respondeu: “Vinho barato.”Enquanto alguém foi arranjar o vinho, mencionou-se obliquamente que havia algumas pílulas estimulantes em disponibilidade, mas Dylan e Aeronowitz reagiram fortemente contra essa idéia. Ambos eram na época convictamente antiquímicos, especialmente bolinhas. Já os Beatles tomavam esses estimulantes, nem tanto como drogas, mas como um auxílio para segurar a barra de intermináveis compromissos artísticos e sociais. Em lugar das pílulas, sugeriu Dylan, talvez eles gostassem de experimentar algo orgânico e verde, nascido do doce e macio seio da Mãe Terra. Brian e os Beatles olharam uns para os outros com apreensão. “Nunca fumamos maconha antes”. Brian finalmente admitiu. Dylan olhou, sem acreditar, de um rosto para o outro. “Mas e a canção de vocês?”, perguntou. “Aquela em que vocês dizem que ficam altos?”Os Beatles estavam estupefatos. “Que canção?”, John conseguiu perguntar. Dylan disse: “Você sabe...”, e em seguida cantou: “And when I toutch you I get high, I get high, I get high...”John enrubesceu de tanto constrangimento. Dylan se referia ao grande sucesso da primeira fase dos Beatles, I Wanna Hold Your Hand. “As palavras não essas”, disse John. “São ‘I can’t hide, I can’t hide, I can’t hide’...” O embaraço era total. A confusão de Dylan entre I can’t hide e I get high (não consigo entender e fico alto) demonstrava que fora traído pelo subconsciente, ou talvez fosse aquilo que em língua inglesa se chama wishful thinking, e que poderia ser traduzido, com alguma dificuldade, por "pensamento tendencioso".Dylan resolveu quebrar a tensão acendendo o primeiro baseado. Após dar instruções sobre como se devia fumar, passou-o para John, John pegou o bagulho, mas estava com medo de ser o primeiro a experimentar, e passou-o para Ringo, a quem chamou de “meu provador real”. Ringo mandou ver, e queimou o baseado inteiro sozinho, enquanto Dylan e Aeronowitz enrolavam mais uma meia dúzia.Ringo começou a rir primeiro, provocando a liberação dos outros. Tal como a maioria dos que fumam maconha pela primeira vez, eles achavam muita graça nas coisas mais triviais. Dylan ficou olhando durante horas enquanto os Beatles estouravam de rir, Às vezes com algo autenticamente engraçado, mas na maioria dos casos com pouco mais que um olhar, uma palavra ou uma pausa na conversa. Meses depois, “vamos rir um pouco” virou código para “vamos fumar maconha”.

MARY McCARTNEY - 49 ANOS


A bebêzinha da foto, Mary McCartney, completa hoje 49 anos. Tal e qual a mãe, só que completamente careta, também é fotógrafa e escritora de culinária vegetariana. Mary Anna McCartney nasceu no dia 28 de agosto de 1969 e foi o primeiro filho biológico de Paul com Linda McCartney. Confira: PARABÉNS MARY ANNA McCARTNEY – 48 ANOS

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

MORRE HÉLIO SANTISTEBAN - TECLADISTA DOS PHOLHAS


Fiquei muito triste ao saber da morte do cantor e tecladista Hélio Santisteban, ex-PHOLHAS, que teve seu falecimento confirmado através de seu perfil oficial no Facebook ontem (26). Ele tinha 69 anos. A causa do óbito não foi confirmada. Hélio foi um dos fundadores dos PHOLHAS, uma das bandas de rock mais populares nos anos 1970 no Brasil, e se apresentava em carreira solo desde 2007.

A primeira formação (e que fez mais sucesso) dos PHOLHAS tinha Hélio Santisteban (teclados), Paulo Fernandes (bateria), Oswaldo Malagutti (baixo) e Wagner "Bitão" Benatti (guitarra), com os quatro se revezando nos vocais. O quarteto lançou hits como She Made Me Cry, I Never Did Before e Forever, quase sempre românticas e num inglês primário, o que não impediu que caíssem no gosto popular. Além da banda, ele foi fundador e sócio do estúdio Mosh (nome que vem de suas iniciais com as do sócio Oswaldo Malagutti).

OS BEATLES SE ENCONTRAM COM ELVIS PRESLEY


Desde que os jovens garotos de Liverpool, que um dia se tornariam Os Beatles, começaram a se interessar verdadeiramente por música, Elvis foi sem dúvida, uma de suas primeiras referências. Quando as coisas começaram a ficar melhores, e eles começaram a ganhar algum dinheiro, todos vislumbraram uma chance de algum dia poderem se encontrar com o Rei do Rock. Esse dia chegou na noite de 27 de agosto de 1965. Mas ao contrário de qualquer expectativa, esse encontro não foi uma festa. Os Beatles estavam apreensivos e Elvis estava inseguro e se mostrou na defensiva o tempo inteiro.

O encontro entre as duas maiores estrelas da música pop do século XX, foi marcado para aquele dia 27 de agosto de 1965, depois de muitos telefonemas entre Brian Epstein e o Coronel Tom Parker. A visita dos Beatles ao rei do rock aconteceu em sua casa, em Bel Air. Não existem muitas evidências, até hoje, de qualquer produto áudio/visual relevante. A única imagem alusiva ao encontro de Elvis com os Beatles é uma foto em que John Lennon aparece saindo da casa de Elvis. Anos mais tarde apareceu uma outra onde Elvis aparece segurando um baixo e John sua rickenbaker. No documentário The Beatles Anthology, de 1996, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, dizem que jamais tocaram com Elvis, e que somente John o fizera. No mesmo documentário, Ringo, para os biógrafos confiáveis, teria sido a grande estrela da noite em simpatia e camaradagem geral, disse ter jogado futebol com Elvis.

Para lembrar os 53 anos do famoso encontro entre as maiores estrelas da música pop de todos os tempos, a gente confere, com a exclusividade de sempre, um trecho do excelente livro “The Beatles – A Biografia” de Bob Spitz.

"Coisas estranhas abundavam em Los Angeles. Primeiro, a polícia se recusou a cooperar com os Beades, dizendo que "não poderia se responsabilizar pela segurança deles". Depois, Phil Spector os convidou a ir à sua mansão e fez uma apresentação de drogas e armas. Ambas as circunstâncias proporcionaram alguns momentos incômodos para os rapazes, mas nada que pudesse competir com a visita a Elvis. Havia mais de um ano que Brian e o Coronel Parker estavam tentando agendar um encontro entre seus megaastros, tendo apenas os egos — gigantescos egos — deles como empecilho. "Ávido para proteger o prestígio de seus artistas", nenhum dos empresários queria piscar primeiro quanto à decisão de quem aceitaria o convite do outro. Afinal, os Beatles cederam, concordando em fazer uma visita ao rei.Elvis tinha acabado de voltar de Honolulu, onde havia filmado Feitiço havaiano (Blue Hawaii), e estava encafuado com a máfia de Memphis numa casa alugada em Bel-Air. Quando os Beatles chegaram, um pouco depois das 10 horas da noite, em 27 de agosto, eles estavam "rindo [...] histéricos", parte pelo nervosismo, do qual todos sofriam, parte pelos baseados que tinham compartilhado no carro. A casa era muito, muito grande e extravagante — "como uma boate", pensou John. Lá dentro, Elvis estava acomodado soberanamente em um enorme sofá em formato de ferradura — o rei, maior que o mundo, com uma blusa vermelha por baixo de uma jaqueta preta justa e calças pretas. Com um braço, ele enlaçava sua rainha, Priscilla Beaulieu, e em volta estavam seus fiéis escudeiros: Joe Esposito, Marty Lacker, Billy Smith, Jerry Schilling, Alan Fortas e Sonny West. Talvez mais do que todos, John ficou abalado pela visão de seu ídolo de infância. Antes que ele comprasse um violão, antes do skiffle, antes de Paul, George e Stu, antes de sua própria odisseia pop, John tinha escutado "Heartbreak Hotel" e descobrira que "aquilo era o máximo para mim". Agora, John recorria a brincadeiras, encenações, e a falar sem parar como se fosse o inspetor Closeau. "Ah, entom esse é você!", ele brincou, tentando fazer um sotaque e olhando distraidamente para o anfitrião por sobre os óculos. Os outros Beates estavam atônitos, olhando em volta para o cenário ao estilo de Las Vegas, com mesas de bilhar e carteado, além de roletas que entulhavam o lugar. Uma.jukebox bem-abastecida ronronava num canto. A sala era banhada por uma luz vermelha e azul, o que criava a aparência de uma boate barata. Ninguém sabia o que fazer ou dizer. Após um breve e embaraçoso silêncio, Elvis os chamou para se sentar ao lado dele, mas se cansou dos olhares vazios dos Beatles — "Era a adoração de um herói de alto nível", admitiu Paul - e começou a zapear nervosamente pelos canais do aparelho de televisão, que tinha o tamanho de uma parede. "Se vocês vão ficar aí parados só olhando pra mim, eu vou pra cama", bufou Elvis, jogando o controle remoto na mesa de café. Virando-se para a namorada, ele disse: "Por hoje é só, certo, Cilla? Não queria que isto aqui acabasse como um bando de súditos visitando o rei. Achei que íamos relaxar, conversar sobre música e tocar um pouco". "Isso seria ótimo", disse Paul, sugerindo que tentassem tocar uma música da "outra Cilla" — Cilla Black —, e nesse momento surgiram guitarras e um piano branco, além de bebidas. "Nós plugamos os instrumentos, tocamos e cantamos... "You’re My World'", lembra-se John. Soltando-se aos poucos, eles emendaram alguns dos sucessos de Presley - "That's All Right (Mama)" e "Blue Suede Shoes", com Elvis levando a melodia e Paul improvisando ao piano -, e encerraram com "I Feel Fine". A essa altura, John havia passado para um tom mais espinhento. "Ê assim que isso deverria ser", ele arremedou não se sabe quem, "uma pequena rreuniom caseirra com alguns amigos e um poco de musique." Chris Hutchins, que relembrou a visita em sua crônica de 1994, Elvis Meets The Beatles, escreveu que além do falso sotaque francês, John cutucou Elvis grosseiramente — e nada menos que na frente de seus amigos —, mencionando sua falta de pegada, os compactos melosos que lançara depois de servir o exército, e sua série de filmes-pipoca. "Pode ser que eu grave algumas coisas e derrube vocês", disse Elvis, dando de ombros, sentindo-se pressionado a responder. Ninguém conseguia dissipar as "sutilezas incómodas [...] e a alegria superficial" que pontuaram a noite até um pouco depois das 2 da madrugada, quando os Beades finalmente partiram. "Agradeço pela música", disse John, indo embora, e então gritou: "Longa vida ao Rei!" No dia seguinte, a multidão de jornalistas famintos que cobria a turnê atacou o assunto do encontro histórico, que foi exposto à imprensa — e organizado, em grande parte, para agradar aos dois empresários — por Tony Barrow. Os jornalistas foram abas-tecidos com volumes generosos de citações de cada um dos Beates, que tropeçaram uns nos outros na pressa de cumprimentar o ídolo. Apenas em particular, John viria a admitir como realmente se sentiu. "Foi um monte de baboseira", ele concluiu. "Foi como visitar Englebert Humperdinck."

Esse vídeo, meio metido a 'sério' com ares de comédia, mostra como teria sido o encontro. Prepare-se: é ruim!

27/08/1967 - A MORTE DE BRIAN EPSTEIN / BRIAN EPSTEIN BLUES


Em 19 de julho de 1968, menos de um ano após a morte de Brian Epstein, durante as gravações do Álbum Branco, mais exatamente durante as sessões de “Sexy Sadie”, depois de mais de 20 takes, John Lennon improvisou uma estranha música pouco elogiosa, que tinha como tema o empresário dos Beatles, Brian Epstein, enquanto os outros improvisavam no fundo. Essa música nunca apareceu em nenhum dos lançamentos oficias, mas se tornou bem conhecida através de bootlegs, como “Unsurpassed Masters Vol. 4”. Não deixe de conferir de jeito nenhum a superpostagem "A MORTE DE BRIAN EPSTEIN - O INÍCIO DO FIM?", publicada exatamente há 1 ano!

domingo, 26 de agosto de 2018

JOHN LENNON - IMAGINE - 47 ANOS

A gravadora Universal Music anunciou um novo box com seis discos (quatro CDs e dois blue-rays) que totalizam quase 140 faixas que celebram os 47 anos do álbum Imagine, de John Lennon. Imagine – The Ultimate Collection contará com erros de gravações, um audiodocumentário, além de novos mixes das músicas do ex-Beatle. O box conta também com um livro de 120 páginas com curiosidades sobre o álbum. A produção e a direção criativa de toda a coleção recebeu supervisão de Yoko Ono, que vivia com Lennon em Tittenhurst Park, na Inglaterra, onde o artista gravou Imagine.
Para comemorar a novidade, ainda foi divulgada uma gravação original do single que leva o título do álbum. Imagine – The Ultimate Collection será lançado no dia 5 de outubro. No mesmo dia, ainda é aguardada a divulgação de dois filmes de Lennon restaurados e remasterizados: Imagine (uma colagem cinematográfica produzida por John e Yoko, que acompanha a produção do álbum de 1971) e Gimme Some Truth, que narra o processo criativo do artista.

O BAÚ DO EDU - DEZ ANOS LIGADO!


Bem meus queridos amigos todos: Here We Go Again. Hoje, o nosso Baú do Edu completa 10 anos no ar. Dez anos ligado! E isso, de alguma forma, ainda é capaz de me emocionar muito. Talvez pudesse, ou devesse, fazer um discurso nesta data tão significativa, mas não vou. Vou nos poupar a todos de qualquer dessas saias justas. No entanto, algumas palavras são necessárias. Primeiramente, não posso deixar de  agradecer de jeito nenhum a cada um de vocês que passa por aqui todos os dias nesses anos todos e que sabe bem mais mais que outros, de tudo que já aconteceu e que podia ter tirado facilmente o nosso blog preferido de circulação, mas se mostram fiéis e leais amigos, mesmo nas horas ruins. Segundamente (rsrs), quero agradecer a todos os que foram chegando com o tempo, conhecendo, se acostumando, gostando demais e se viciando como eu! E por último, agradecer também a todos aqueles que participaram e por alguma razão (eu, claro!) foram embora. Mas, principalmente, agradecer aos grandes amigos que partiram de verdade, desta para outra. Sem eles, teria sido impossÍvel: João Neiva Melo, o velho cowboy, Ivan Neves Júnior, o Ivanzinho, João Carlos de Mendonça, o nosso JC e ao saudoso Joaquim Jardim, muito obrigado! E antes que esta conversa demore demais, é melhor encerrar por aqui, com a certeza de que nestes 10 anos, procurei fazer o meu melhor. Como bem diz a postagem O NÁUFRAGO, nunca se sabe o que a maré trará amanhã. Enquanto eu puder, nosso Baúzão não pára de jeito nenhum! Podem se passar mais 10 anos, ou sabe-se lá quantos, um ou dois, mas O BAÚ DO EDU ainda vai estar aqui, bem ligado. E vocês também. Amém!

ASSASSINO MARK CHAPMAN SE DEU MAL DE NOVO!


Assassino de John Lennon tem liberdade condicional negada pela décima vez. uol.com.br
As autoridades de Nova York negaram nesta quinta (23) pela décima vez liberdade condicional ao assassino de John Lennon, Mark David Chapman, que a solicita a cada dois anos desde 2000. Chapman, que hoje tem 63 anos, matou a tiros o ex-membro da mítica banda The Beatles em 1980, na porta de sua casa em Nova York, e por esse crime foi condenado a um mínimo de 20 anos e um máximo de prisão perpétua. Preso na penitenciária de segurança máxima de Wende, o assassino do cantor apelou nesta semana à Junta de Liberdade Condicional do estado de Nova York, que rejeitou seu pedido, e ele agora não poderá apresentar outra solicitação até 2020, aponta hoje a imprensa local. Segundo o jornal "New York Daily News", o documento judicial ressalta que a libertação de Chapman seria "incompatível com o bem-estar e a segurança da sociedade e menosprezaria a seriedade do seu crime, o que minaria o respeito às leis. O relatório de seu histórico criminal reflete que este é o seu único crime. No entanto, isso não atenua suas ações", afirma o texto. A Junta reconheceu em algumas ocasiões anteriores que Chapman tem um histórico penitenciário "limpo" desde 1994, mas também que atuou com premeditação e em busca de "fama", destacou o mesmo jornal. "Ele admitiu que planejou cuidadosamente e executou o assassinato de uma pessoa conhecida no mundo todo só para adquirir notoriedade", apontou a Junta, que acrescentou que Chapman mostrou "um desprezo cruel pelo caráter sagrado da vida humana e o sofrimento de outros". As autoridades carcerárias também admitiram que a libertação do assassino do ex-Beatle representaria um problema de segurança pública, já que alguém poderia atacá-lo "por raiva ou como vingança". O New York Daily News apontou que a viúva de Lennon, Yoko Ono, não quis fazer nenhum comentário a respeito através de seu advogado, Jonas Herbsman, mas afirmou que tinha enviado uma carta à Junta para pedir que Chapman permanecesse na prisão. É isso aí. Lá, as coisas são bem diferentes de um certo país das bananas que todos nós conhecemos muito bem.

SÁBADO SOM ESPECIAL - JOHN LENNON - ROCK 'N' ROLL*****

Como não poderia faltar nesta data, aqui a gente tem o privilégio de conferir mais uma vez, uma das pérolas do nosso saudoso amigo João Carlos Mendonça em sua coluna Sábado Som de 18 de fevereiro de 2014. Supimpa! Saudade.
Este é um álbum atípico de John Lennon, especialmente pela época em que foi lançado. Do ponto de vista pessoal, ele estava separado de Yoko, residindo em L.A. junto com Harry Nilsson, Keith Moon, Ringo, May Pang e quem chegasse por lá, enquanto brigava com a imigração para permanecer nos EUA. Musicalmente, ele tinha perdido um pouco o prumo, envolvido em projetos vanguardistas com a “japa” e certamente, o fim-de-semana de 18 meses o fez livre para voar artisticamente sem pressões estéticas, o que rendeu 2 discos “irresistíveis”: WALLS AND BRIDGES e ROCK ‘n’ ROLL. Embora lançado depois, este último trabalho foi gravado parte antes e parte após o “Walls And Bridges”. Gravar canções dos primórdios do rock não era nenhuma novidade, mas produzir um álbum inteiro só com aqueles “covers” só poderia sair da então arejada cabeça de Lennon. Era um risco porque a grande maioria dos fãs dele, formada por universitários e ripongas-cabeças , desconhecia aquele repertório com músicas eletrizantes mas com letras ingênuas, em sua maioria. Porém ele estava obstinado. Convidou Phill Spector para produzir e uma penca de músicos de primeira grandeza (entre estes,Jesse Ed Davis, Leon Russell e Jim Gordon). Mas este projeto com “standards” do rock, que ele adorava desde a adolescência, seria bastante conturbado. A primeira fase das gravações se deu em outubro de 1973 e foi bruscamente interrompida pelo seu desentendimento com Spector. Este costumava chegar “chapado” no estúdio e não raro, armado com revolveres ameaçando os presentes, até que por fim, desapareceu com as fitas do disco, não sem antes largar John, amarrado a uma cadeira do Record Plant Studios. Por sua vez, o editor da música You Can’t Catch Me (Chuck Berry), sabendo do projeto, ameaçou-o de um processo por plágio (trecho da letra e melodia de Come Together dos Beatles, tinha sido retirada da música de Berry) caso ele não gravasse alguma canção da editora. Uma vez acordado, John deu ao dito editor uma cópia inacabada do LP cujas vendas por correspondência ficariam ao seu encargo, mas só quando estivesse pronto. Acontece que a tal editora, imediatamente anunciou na TV e iniciou as vendas do disco com uma capa tosca que exibia uma foto de Lennon do Álbum Branco e com o título de Roots (raízes). Além de processá-lo, aborrecido, a idéia foi engavetada e John trabalhou e lançou o disco WALLS AND BRIDGES, que, aliás, trata-se de um discaço, com músicos da melhor safra de então e um Lennon inspiradíssimo. E fez um baita sucesso. De um projeto descartado, Rock “n” Roll voltou à idéia de John que, retomou as gravações em dezembro de 1974. Durante 5 dias o disco foi finalizado e Lennon assumiu a produção. Um equívoco porque, apesar de o sucesso estrondoso do álbum (chegou ao topo no mundo inteiro), este tinha um som fraco, sem graves e soava embolado. A gente ouvia o disco atentamente e percebia arranjos maravilhosos, interpretações certeiras, mas tremendamente mal distribuídos e...aquele som de rádio-de-pilhas. Foram gravadas quase o dobro das canções lançadas para que se chegasse à uma coleção de músicas coerentes, na dose certa. Os arranjos são empolgantes. Longe de repetir os originais, Lennon registrou os clássicos com levadas de reggae, funk, belas guitarras (o “slide” de Ed Davis soando perfeito) e muito rock, claro. E isso talvez tenha sido o que alavancou o LP na época. Inclusive o single com “STAND BY ME”. Para os fãs mais exigentes, este disco virou uma espécie de frustração. Sabia-se tratar-se de um grande trabalho, mas por que o som era tão fraco ao ponto de evitarmos ouvi-lo? Eu mesmo, sempre ficava acabrunhado a cada audição. Como algo tão bem executado poderia ecoar de forma tão ruim? A resposta veio recentemente. Em 2010, faça-se justiça, graças a Yoko Ono, toda coleção de álbuns e “singles” de John Lennon foi REMASTERIZADA e, salvo grande engano, em Abbey Road. A velha competência estava de volta. Confesso que me comovi re-ouvindo o ROCK ‘n’ ROLL refeito. Um trabalho notável, digno de prêmios. Está tudo ali, mas da forma como o disco sempre mereceu. Tudo elegantemente bem distribuído. Graves, médios e agudos perfeitamente no ponto. Adeus guitarras emboladas e sopros mais ainda. Adeus rádio-de-pilha. Um somzão! Um dos melhores Lennon que já ouvi. A idéia estava preservada, mas com a dignidade recuperada. Alerto aos “puristas” que nada foi adulterado. Não se acrescentou nem foi retirado nenhum som ali registrado. Para um LP que já tinha uma péssima sonoridade em 75, o que se fez foi atualizar e corrigir esta falha, preservando-se o conteúdo. Em “Stand By Me” as guitarras não se atrapalham. “Do You Wanna Dance” com sua levada funk/reggae está perfeita. “Ain’t That A Shame” assim como “Sweet Little Sixteen” são hipnóticas. “Slippin And Slidin” é prá sair pulando.Além da vigorosa balada “Bring It On Home To Me”. Mas curiosamente, a música mais empolgante, com o melhor balanço possível, é exatamente ela, “You Can’t Catch Me” (pois sim, senhor editor!). Mas amigos, não confundam nem comprem “gato por lebre”. Exija o disco REMASTERIZADO 2010. Para mim, o melhor álbum de “covers” do rock/pop já produzido. Um trabalho feito com paixão e convicção. Antológico!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

THE BEATLES - I DON’T WANT TO SPOIL THE PARTY******


"I Don’t Want To Spoil The Party” é uma da músicas mais legais e subestimadas do álbum "Beatles For Sale", lançado em dezembro de 1964 no Reino Unido. Nos Estados Unidos, apareceu no EP Beatles For Sale e também foi lançada como lado B do single "Eight Days a Week". Também é uma das faixas do álbum Beatles VI. Aqui, a gente confere o que disse sobre ela Steve Turner, autor de, entre outros, "The Beatles - A História Por Trás de Todas as Canções".
Os Beatles visitaram rapidamente os EUA em fevereiro de 1964, tocaram em Washington D.C. e em Nova York para promover “I Want To Hold Your Hand” e fizeram apresentações ao vivo no programa de Ed Sullívan, direto de Nova York e de Miami. Foi só em agosto de 1964 que eles chegaram para a primeira turnê propriamente dita pelo país, uma longa viagem de um mês que os levou a vinte cidades americanas e a três no Canadá. Eles tocavam doze músicas por show e tinham quatro atrações de abertura americanas - The Bill Black Combo, The Exciters, Jackie De Shannon e The Righteous Brothes. É provável que John tenha escrito "I Don’t Want To Spoil The Party” - em Los Angeles na noite de 24 de agosto de 1964. Das oito canções próprias do álbum, duas tinham sido compostas antes da turnê (“Baby’s In'Black" e "I'm'A Loser") e duas foram escntas na Inglaterra, "Eight Days A Week" e “She s A Woman”). Sobram então quatro músicas que devem ter surgido durante a turnê. Paul disse a um entrevistador que tinha escrito duas canções enquanto estava no La Fayette Motor Inn en Atlantic City. Com isso .sobram duas músicas que tiveram John como o compositor principal, e tudo leva a crer que elas sejam "No.Reply" e “I Don't Want To Spoil The Party”. O melhor indício de que “I Don’t Want To Spoil The Party” foi escrita em Los Angeles é que diversas fontes relatam que John não saiu na noite de 24. Teria ficado no hotel para compor uma música. Também sabemos que, para fazê-lo, ele recusou um convite para uma festa na casa de Burt Lancaster, na qual estiveram George, Paul e Ringo. Faria sentido que John estivesse se sentindo um “estraga-prazer”. Os dois dias em Los Angeles foram especialmente estressantes para os Beaües. Eles chegaram no dia anterior às 3h55, vindos de Vancouver, e foram hospedados em uma mansão que pertencia ao ator britânico Reginald Owens. Fizeram uma coletiva de imprensa para mais de duzentos jornalistas e, à noite, tocaram no Hollywood Bowl. Depois houve uma festa na mansão, em que John ficou conversando com Joan Baez. No dia seguinte, os Beatles tiveram de fazer média por uma hora em uma festa de caridade para a Haemophilia Foundation. Adultos só podiam participar se levassem uma criança. Era exatamente o tipo de evento que John detestava, porque tinha de fazer o papel de Beatle feliz. Isso pode tê-lo deixado no humor certo para escrever uma música sobre a inabilidade de fingir que estava se divertindo. Vale lembrar que, ao discutir a música depois, John disse que ela era “profundamente pessoal".