terça-feira, 27 de abril de 2021

PAUL MCCARTNEY - LIVE AT THE CAVERN CLUB 2018 - SECRET GIG ✮✮✮✮✮


Este show exclusivo no Cavern em Liverpool, 19 anos desde a última vez que tocou lá, foi anunciado por Paul no dia anterior, quando ele foi entrevistado por Jarvis Cocker para o Liverpool Institute of Performing Arts. Mas os detalhes para conseguir ingressos grátis só foram divulgados no Dia D, 26 de julho de 2018, no site paulmccartney.com. O texto dizia: “Paul McCartney vai tocar no Cavern Club, hoje às 14h. O espaço é EXTREMAMENTE limitado. Os ingressos estarão disponíveis gratuitamente na bilheteria do Echo Arena a partir das 10h desta manhã, por ordem de chegada. Os ingressos são estritamente limitados a um por pessoa e um documento de identidade com foto deve ser mostrado na bilheteria. Os fãs sortudos receberão uma pulseira e um ingresso impresso personalizado. Para entrar no Cavern, você precisará de um documento de identidade com foto, pulseira e ingresso personalizado. Os ingressos são intransferíveis e nulos se transferidos. Nenhum ingresso estará disponível no Cavern. A fila para entrar abrirá ao meio-dia. Portas programadas para abrir às 13h. Todos os horários são aproximados e sujeitos a alterações. Não são permitidos menores de 16 anos”.

Cerca de 250 pessoas se amontoaram na caverna quente e abafada para ouvir o set de 28 músicas. O repertório variava de clássicos que ele tocou quando os Beatles começaram em Liverpool no início dos anos 1960, até canções de seu novo álbum Egypt Station, que estava para sair. “Voltar aqui é incrível para mim”, disse Paul, então com 76 anos aos fãs.
Ele evitou o fato de que o Cavern original virou escombros em 1973 e o local desse show era uma sala mais moderna anexada a uma réplica do Cavern que foi construída nas proximidades. “Imagine isso para mim – depois de todos esses, quando tocamos no Cavern, não sabíamos se teríamos qualquer futuro, mas nós mandamos bem”. Disse ele. Depois de uma jam introdutória, ele tocou "a música que me levou aos Beatles" - Twenty Flight Rock de Eddie Cochran, que tocou para John Lennon em 1957. O show foi filmado pelo diretor Paul Dugdale e foi transmitido pela primeira vez pela BBC One no dia de Natal de 2020. Absolutamente imperdível!

O CASAMENTO DE RINGO STARR E BARBARA BACH


Há 40 anos, no dia 27 de abril de 1981, Ringo Starr e Barbara Bach casaram-se em Londres. Cinco meses depois do acontecido no Dakota. Eles se conheceram quando Ringo Starr já havia passado do auge da fama, e então lutaram por anos contra a dependência de álcool e drogas. Mas a improvável parceria de Barbara Bach com o ex-baterista dos Beatles perdurou, apesar de suas dificuldades iniciais. As coisas realmente começaram de uma maneira discreta. Eles se casaram em uma cerimônia civil - em vez de uma gala espalhafatosa no cartório de Marylebone, em Londres (o mesmo onde Paul e Linda casaram).

Em uma espécie de quase reunião dos Beatles, os três ex-Beatles estiveram juntos no casamento de Ringo com a então bela e esbelta atriz nascida em Nova York, Barbara Bach. Houve agitação na entrada, onde cerca de 350 fãs gritavam agitados e gritaram mais quando a comitiva de 15 membros chegou ao cartório de Marylebone em uma frota de táxis pretos.
A gritaria começou quando Paul McCartney, junto com sua esposa Linda e o filho, contornaram apreensivamente uma esquina do prédio que abrigava o cartório e correram para dentro. Houve ainda mais gritaria e surpresa quando George Harrison chegou com a mulher Olivia. A mãe de Ringo, Elsie, e o padrasto Harry Gray viajaram de Liverpool para a cerimônia de 45 minutos em uma tarde fria e ventosa. A polícia descreveu a ocasião como 'tranquila'. Não houve incidentes.

Ringo, 41, chegou por último em um táxi vermelho com Barbara Bach, 32, uma Top Fashion Model que fez o papel da sedutora major russa no filme de James Bond 'The Spy Who Loved Me'.  Ringo e sua noiva saíram correndo do táxi e entraram no prédio entre duas filas de policiais, Barbara em um vestido de seda creme com rosas vermelhas e Ringo todo de preto - terno preto, camisa preta e gravata borboleta preta. Para ambos, era o segundo casamento.
Após a cerimônia, a festa foi no Rags, um clube exclusivo do Mayfair, para uma recepção que reuniu os três ex-Beatles - Ringo, George Harrison e Paul McCartney - pela primeira vez em público desde 1969. "É muito, muito bom, todo mundo está se divertindo e há muita música boa aqui", dizia um fã entusiasmado, enquanto os sons de clássicos dos Beatles chegavam até às ruas.

Barbara viu Ringo pela primeira vez 15 anos antes, quando ela estava entre os 55.000 fãs no show dos Beatles no Shea Stadium em Nova York. Quando casaram, Ringo e Bárbara já estavam juntos há dois anos. Desde então são companheiros constantes e inseparáveis. Ele a descreve como "linda, sexy, engraçada e calorosa". Ela diz que ele é "quieto, sensível e inteligente".

segunda-feira, 26 de abril de 2021

NOVO CLIP DE 'ISOLATION' MOSTRA PARTE DA CASA ONDE JOHN & YOKO VIVIAM


Um novo clipe de "Isolation", um clássico de John Lennon, ganhou um novo clipe, que mostra uma tour, da época, pela mansão onde o ex-Beatle viveu entre 1969 e 1971 com Yoko Ono. Tittenhurst Park fica nos arredores de Londres, em Ascot. Lennon vendeu a propriedade para Ringo Starr que, por sua vez, a repassou, em 1989, para o Xeque Zayed, que presidiu os Emirados Árabes até a sua morte em 2004.O vídeo foi feito em 1971 e mostra cada um dos cômodos na parte inferior da casa.
Essa versão de "Isolation" traz uma mixagem mais crua da original, e está na reedição de "Plastic Ono Band", o primeiro álbum solo de Lennon (antes, em parceria com Yoko, ele lançou três discos experimentais, além de um álbum ao vivo).

"John Lennon/Plastic Ono Band", saiu em dezembro de 1970 e foi expandido para seis CDs e dois discos Blu-ray em sua edição mais completa (e cara). Ele não tem músicas inéditas, ainda que o disco seis, traga brincadeiras de estúdio e demos caseiras. Uma nova mixagem, takes alternativos e versões, ainda mais, cruas das faixas do álbum completam o pacote que chegou ao mercado no dia 23.

sábado, 24 de abril de 2021

GEORGE HARRISON - ISN'T IT A PITY - SENSACIONAL!


Em maio de 1970, entre as dezenas de faixas que seriam consideradas e gravadas para o álbum All Things Must Pass, George Harrison vasculhou com carinho algumas canções não utilizadas que tinha escrito durante os últimos anos com os Beatles"Isn’t It a Pity" era uma delas. Rejeitada por Lennon e McCartney durante as sessões de Get Back em janeiro de 1969. Geoff Emerick, porém, afirma que a canção tinha sido oferecida para o álbum Sgt Pepper's, enquanto Mark Lewisohn afirmou que foi discutida a inclusão a primeira vez durante as sessões de Revolver. De qualquer forma, a última foi a mais emblemática porque Harrison teria dito para Lennon, que tinha vetado a música pela terceira vez e Lennon então, de forma sarcástica disse-lhe para oferecer para Frank SinatraNo final de janeiro de 1971, George Harrison mostrou-se como o ex-Beatle mais bem sucedido até então. O álbum triplo “All Things Must Pass” e o single “My Sweet Lord” estavam em 1º lugar na Inglaterra. No Top 40 americano, as faixas “My Sweet Lord” e “Isn´t A Pity” disputavam as melhores posições há 9 semanas.

"Isn't It a Pity" é a quarta faixa do lado 1 do primeiro LP do álbum triplo. canção de George Harrison de 1970, do seu álbum solo "All Things Must Pass". Foi lançada como lado B do compacto "My Sweet Lord" nos Estados Unidos e na Inglaterra em 23 de novembro de 1970. Duas versões diferentes foram incluídas em "All Things Must Pass". Uma mais longa, com 7 minutos e pouco, e uma 2ª, com o ritmo mais lento, com quase cinco minutos. Tem uma melodia folclórica semelhante a outra canção do álbum, "Ballad of Sir Frankie Crisp (Let It Roll)", e lembra várias baladas de Dylan, desse período.
A letra é consistente com a questão cármica, objeto de quase todo o álbum. A versão longa de "Isn't It a Pity" foi incluída na coletânea Let It Roll: Songs by George Harrison de 2009. Uma versão ao vivo apareceu no álbum Live In Japan. "Isn't It a Pity" também é um dos pontos altos do "Concert For George" com Billy Preston e Eric Clapton. Tanto "Isn't It a Pity" como "My Sweet Lord" alcançaram o número 1 na Billboard Hot 100. Em 2010, os ouvintes da rádio AOL escolheram "Isn't It a Pity" como uma das 10 Melhores Músicas de George Harrison, aparecendo em # 7 na lista. "Isn't It a Pity" foi regravada por vários artistas, incluindo Eric Clapton, Billy Preston, Pedro Aznar, Jay Bennett, Cowboy Junkies, Peter Drake, 18th Dye, Galaxie 500, Nina Simone, Television Personalities, Nicky Thomas, The Three Degrees, Elliott Smith, Bettye Lavette e Peter Frampton em seu último álbum, Frampton Forgets the Words.

JOHN & PAUL - THE NERK TWINS


Há 61 anos, no dia 23 de abril de 1960, John e Paul fizeram seus únicos shows como dupla em uma apresentação, chamando-se The Nerk Twins. Confira!

sexta-feira, 23 de abril de 2021

THE BEATLES - TOMORROW NEVER KNOWS - ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!


Como última faixa de Revolver e indicador mais claro do que estava por vir, muitas vezes presume-se que "Tomorrow Never Knows" tenha sido a última faixa gravada para o álbum Revolver, de 1966. Na verdade, foi a primeira. Sem dúvida a composição mais estranha e experimental dos Beatles até então, foi uma tentativa de John Lennon de criar em palavras e sons uma faixa-guia adequada à experiência com LSD. As palavras foram emprestadas, adaptadas e embelezadas do livro The Psychedelic Experience (1964), de Timothy Leary, que, por sua vez, era uma reinterpretação poética do antigo Livro Tibetano dos Mortos. John recebeu o livro de Barry Miles, amigo dos Beatles, que cuidava da Indica Books em Southampton Row e era uma figura influente na cena alternativa britânica nos anos 1960. Ele tinha um acordo com os Beatles de mandar livros, revistas e jornais importantes para mantê-los atualizados.

Timothy Leary, conhecido como papa do LSD, havia passado sete meses no Himalaia estudando o budismo tibetano com Lama Govinda. The Psychedelic Experience foi resultado direto dessa fase de estudos. "Eu fazia perguntas ao Lama Govinda e depois tentava traduzir o que ele tinha dito para algo útil para as pessoas. O Livro dos Mortos na verda­de significa o 'Livro dos Mortais', mas é o seu ego, não o seu corpo, que está morrendo". O livro é um clássico. A Bíblia do budismo tibetano. O conceito do budismo é o vazio e alcançar o vazio - foi o que John Lennon captou na música.
As palavras do Livro Tibetano dos Mortos foram escritas para serem proferidas para um moribundo para guiá-lo pelos estados de desilusão que vem com a aproximação da morte. Muitas pessoas viveram a experiência da morte do ego quando tomaram LSD, então as palavras poderiam ser empregadas para manter os usuários na linha e protegê-los dos horrores. Acredita-se que Lennon fez uma fita com as palavras de Leary para escutar com fone de ouvido enquanto se drogava em casa, ou quando raramente saía dela. O título provisório da faixa era "The Void", tirada da frase de Leary "Beyond the restless flowing electricity of Life is the ultimate reality - the void" ("Além do fluxo inquieto da eletricidade da Vida está a realidade final - o vazio). O título final, assim como "A Hard Day's Night" foi um chavão de Ringo Starr adotado por Lennon porque conferia leveza ao que de outra forma poderia soar como uma jornada desoladora rumo ao nada.

O som da faixa, que consiste em loops de fitas que cada um dos Beatles fez com fade in e fade out, foi surgindo com as experiências de Paul McCartney com seu próprio gravador. "Ele tinha um Grundig. E descobriu que movendo o cabeçote de apagamento e ativando o loop podia encher a fita com um único ruído. Ficava girando até que a fita não conseguisse mais absorver nada, então ele a trazia e tocava", disse George Martin.
Lennon queria que sua voz soasse como um coro de monges tibetanos entoando um cântico do alto de uma montanha. "Ele queria ouvir as palavras, mas não queria se ouvir", disse George Martin. O resultado, que faz parecer que ele está cantando no fim de um longo túnel, foi obtido inserindo a voz através de um alto-falante Leslie.
"Tomorrow Never Knows", é uma das maiores viagens psicodélicas já registradas, tamanha a ousadia para a época. A inclusão de uma espécie de mantra em que a sua letra fala sobre desligar a mente é uma alusão direta aos alucinógenos e sensações ligadas ao ácido. O resultado da faixa foi parceria de Lennon que escreveu a letra e idealizou quase totalmente, e do assistente de produção Geoff Emerick que microfonou os instrumentos e conseguiu tirar um efeito bem interessante da voz de Lennon através de uma façanha com um amplificador, além de acrescentar todos os loops gravados pelos Beatles individualmente. "Tomorrow Never Knows" foi gravada nos dias 6, 7 e 22 de abril de 1966 no estúdio 2 da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emerick como engenheiro de som. Além de Revolver, aparece nos álbuns Anthology 2 e LoveJohn Lennon faz os vocais, toca o órgão Hammond e Mellotron além de loops de fita; Paul McCartney toca baixo e loops de fita; George Harrison toca cítara, tambura, guitarra solo e loops de fita; Ringo Starr toca bateria, pandeiro e loops de fita; e George Martin toca piano.

1967 - AQUELE INESQUECÍVEL VERÃO DO AMOR✽✽✽✽✽


O “Verão do Amor” foi um evento que teve origem numa passeata pela paz, no dia 15 de abril (primavera) de 1967, em Nova York, que reuniu cerca de 300 mil participantes - a maior manifestação popular realizada nos Estados Unidos, até então. O movimento contou com a participação de romancistas premiados, astros do rock, hippies, professores rebeldes e pessoas simples da classe média, para protestar contra a Guerra do Vietnã. Entre eles estavam o médico e ativista Benjamin Spock, o cantor popular Pete Seeger e o líder do movimento pelos direitos civis, Martin Luther King JuniorPor toda parte, começaram a despontar comunidades hippies: Nova York, Seattle, Atlanta, Los Angeles, Chicago, Vancouver, no Canadá, e através da Europa. Os encontros tornaram-se a atividade preferida da contracultura nos Estados Unidos e na Europa. O de maior destaque, o epicentro da revolução hippie dos anos 1960, aconteceu no distrito de Haight-Ashbury, em São Francisco, onde milhares de jovens estabeleceram residência temporária - expressando-se através da música, das drogas e da prática do amor livre. “O Verão do Amor” é considerado como tendo sido uma nova experiência social. A oposição à guerra foi um impulso para buscar valores e estilos de vida "alternativos". Uma nova era, na qual as pessoas "fariam amor, não guerra".

"HÁ 50 ANOS, O VERÃO DO AMOR MARCAVA O APOGEU DO MOVIMENTO HIPPIE E MUDAVA AS REGRAS DO JOGO NO ROCK" - Texto publicado na revista Rolling Stone nº 130 de junho de 2017. por PAULO CAVALCANTI
Junho de 1967. por um breve momento, a juventude parecia ter tomado conta do mundo ocidental. Naquele mês, tudo o que vinha sendo fermentado nos anos anterio­res explodiu em São Francisco, Califórnia, em um fenômeno social que ficou conhecido como Verão do Amor. Cerca de 100 mil jovens rumaram até a cidade para se estabelecer na vizinhança do distri­to de Haight-Ashbury. Foi um movimento espon­tâneo, com frentes em outras partes dos Estados Unidos e na Inglaterra. Os hippies traziam uma mensagem pacifista e a rejeição de um estilo de vi­da consumista. E, claro, se opunham aos horrores da Guerra do Vietnã.

Graças à sua herança cultural e posição geográfica privilegiada, em meio a belas praias e ao clima quente e iluminado, % Califórnia foi um local perfeito para o flo­rescer da contracultura. Inspirados pelos ideais libertários e pelo estilo de vida pro­pagado pela cultura beat, muitos jovens abandonaram a vida “conven­cional" e passaram a morar em comunidades onde tudo era compartilhado. Grupos organizados, como o Diggers, mantinham a ordem e cuida­vam da assistência médica e da alimentação. Não era apenas um modo alternativo de viver. Era tam­bém o retrato de uma eferves­cência cultural que iria mu­dar o panorama pop. Em 14 de janeiro de 1967, ocorreu o primeiro ponto alto desse pro­cesso, 0 Human Be-In, even­to que juntou diversas tribos na Golden Gate, em São Francisco. Esse prelúdio do Verão do Amor reuniu cerca de 30 mil pessoas e juntou palestras, ati­vidades culturais e shows. O mote inicial era protestar contra o decreto que bania o uso de LSD na Califórnia. As drogas lisérgicas eram uma das principais forças da contracultura e tinham como principal guru o doutor Timothy Leary, um ex-professor universitário que decidiu abandonar o sistema. Foi lá que ele entoou a célebre frase “turn on, tune in, drop out" (algo como “fique ligado, entre de cabeça, caia fora”). Perso­nalidades como o poeta beat Allen Ginsberg marcaram presença, além de diversos artistas que acabaram estabe­lecendo a cena musical de São Francisco, entre eles The Jefferson Airplane, The Grateful Dead e Janis Joplin & Big Brother and the Holding Company.
O Human Be-In causou um impacto tão grande que um novo evento foi mar­cado para o verão que se aproximava. Em maio, o cantor Scott McKenzie lançou a canção “San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)”, escrita por John Philips, do grupo The Mamas and the Pa­pas. Era um convite sedutor, uma podero­sa propaganda para o vindouro Verão do Amor. O single vendeu mais de 7 milhões de cópias e se tornou o hino definitivo da era hippie. Mas quando os Beatles lan­çaram Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, no dia 1" de junho, a contracultura ganhava mais do que um hino - ganhara uma declaração de princípios.

Como profetizou Scott McKenzie, uma quantidade surpreendente de jovens rumou a São Francisco e entupiu as ruas na região de Haight-Ashbury. Muitos deles tam­bém foram a eventos como o Fantasy Fair and Magic Moun- tain Music Festival e o Monterey Pop, que marcou o ápice do Verão do Amor. O festival, realizado de 16 a 18 de junho, reuniu cerca de 60 mil pessoas e hoje é considerado o primeiro grande evento do ti­po na história do rock. Vários ícones se consagraram lá, co­mo Jimi Hendrix e The Who, que eram praticamente desco­nhecidos nos Estados Unidos. Janis Joplin e Otis Redding viraram superastros depois de Monterey. Filhos da cena local, como Jefferson Airplane e The Grateful Dead, também mar­caram presença, além de hit- makers como The Mamas and the Papas, The Byrds, Bufallo Springifield, Johnny Rivers e The Association. Paralela­mente, Ravi Shankar mostrou a força da música indiana. As memoráveis apresentações foram registradas em um fil­me homônimo dirigido por D. A. Pennebaker.

O flower power (“poder da flor”) se tornou palavra de ordem. Mas nem tudo era paz e solidariedade. Haight-Ashbury ficou pequena para tanta gente; houve uma ex­plosão do abuso de drogas e da criminalidade. Quando junho terminou, muitos jovens voltaram para casa e São Francisco retornou, gra­dativamente, a uma certa normalidade. Independentemente disso, o que hoje é visto como apogeu hippie mudou a mú­sica, a moda, a cultura pop. Foi na esteira daquele momento que, inspirados pe­los eventos ocorridos em São Francisco, Jann S. Wenner e Ralph Gleason criaram uma publicação chamada Rolling Stone.

A GUERRA DO VIETNÃ - QUE GUERRA FOI ESSA?


Publicada originalmente em 30 de abril de 2011 e vista por 4.560 pessoas.
Este ano, faz 46 anos do fim da Guerra do Vietnã (ou Vietname, ou Vietnam, ou ainda, segundo os vietnamitas, Guerra Americana), que foi um dos mais sangrentos conflitos armados depois da 2ª guerra mundial. Começou em 1959 e terminou em 30 de abril de1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja.
O Vietnã havia sido colônia francesa e no final da Guerra da Indochina (1946-1954) foi dividido em dois países. O Vietnã do Norte era comandado por Ho Chi Minh, possuindo orientação comunista pró União Soviética. O Vietnã do Sul, uma ditadura militar, passou a ser aliado dos Estados Unidos e, portanto, com um sistema capitalista. A relação entre os dois Vietnãs, em função das divergências políticas e ideológicas, era tensa no final da década de 1950. Em 1959, vietcongues (guerrilheiros comunistas), com apoio de Ho Chi Minh e dos soviéticos, atacaram uma base norte-americana no Vietnã do Sul. Este fato deu início a guerra.

Entre 1959 e 1964, o conflito restringiu-se apenas ao Vietnã do Norte e do Sul, embora Estados Unidos e também a União Soviética prestassem apoio indireto. Em 1964, os Estados Unidos resolveram entrar diretamente no conflito, enviando soldados e armamentos de guerra. Os soldados norte-americanos sofreram num território marcado por florestas tropicais fechadas e grande quantidade de chuvas. Os vietcongues utilizaram táticas de guerrilha, enquanto os norte-americanos empenharam-se no uso de armamentos modernos, helicópteros e outros recursos.
No final da década de 1960, era claro o fracasso da intervenção norte-americana. Mesmo com tecnologia avançada, não conseguiam vencer a experiência dos vietcongues. Para piorar a situação dos Estados Unidos, em 1968, o exército norte-vietnamita invadiu o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados Unidos em Saigon. O Vietnã do Sul e os Estados Unidos responderam com toda força. Foi o momento mais sangrento da guerra. No começo da década de 1970, os protestos contra a guerra aconteciam em grande quantidade nos Estados Unidos e na Europa. Jovens, grupos pacifistas e a população em geral iam para as ruas pedir a saída dos Estados Unidos do conflito e o retorno imediato das tropas. Neste momento, já eram milhares os soldados norte-americanos mortos. A televisão mostrava as cenas violentas e cruéis da guerra.

Sem apoio popular e com derrotas seguidas, o governo norte-americano aceitou o Acordo de Paris, que previa o cessar-fogo em 1973. Em 1975, ocorreu a retirada total das tropas norte-americanas. Foi a vitória do Vietnã do Norte. O conflito deixou mais de 1 milhão de mortos (civis e militares) e o dobro de mutilados e feridos. A guerra arrasou muitas vidas, campos agrícolas, destruiu casas, vilas inteiras e provocou prejuízos econômicos gravíssimos no Vietnã, que foi reunificado em 2 de julho de 1976 sob o regime comunista, aliado da União Soviética. Travada com uma grande cobertura diária dos meios de comunicação, a guerra levou a uma forte oposição e divisão da sociedade norte-americana, que gerou os Acordos de Paz de Paris em 1973, causando a retirada das tropas do país do conflito. Ela prosseguiu com a luta entre o norte e o sul do Vietnã dividido, terminando em abril de 1975, com a invasão e ocupação comunista de Saigon, então a capital do Vietnã do Sul e a rendição total do exército sul-vietnamita. Para os Estados Unidos, a Guerra do Vietnã resultou na maior confrontação armada em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a 'Síndrome do Vietnã' em seus cidadãos e sua sociedade, causando profundos reflexos na sua cultura, na indústria cinematográfica e grande mudança na sua política exterior, até a eleição de Ronald Reagan, em 1980.

A MENINA QUE SOBREVIVEU AO MASSACRE
Na imagem, a menina sempre vai ter 9 anos e gritará "Muito quente! Muito quente" ao fugir correndo nua de um vilarejo vietnamita com partes do corpo cobertas por Napalm (potente arma química composta por um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, utilizados como armamento militar). Ela sempre será uma vítima sem nome. No entanto, Kim Phuc, a menina sem nome, passou grande parte de sua vida tentando não se tornar vítima da imagem que a tornou famosa mundialmente, ainda que pouquíssimas pessoas soubessem quem ela realmente era. Bastou apenas um segundo para o fotógrafo da AP Huynh Cong registrar a imagem, uma das mais importantes da história do fotojornalismo mundial. Uma imagem que comoveu o mundo e ajudou a dar fim à Guerra do Vietnã. Apesar da relevância histórica de sua presença, Phuc diz que "realmente gostaria de escapar daquela pequena menina, mas parece que aquela imagem nunca me deixou ir", diz a vietnamita. Em entrevista a agência AP, Phuc conta que viveu uma vida relativamente normal após os 13 meses que passou no hospital, apesar de ainda ser afetada por dores de cabeça e em outras partes do corpo, efeitos colaterais do ataque ao vilarejo vietnamita em que morava em 8 de junho de 1972.

No entanto, após conseguir chegar à faculdade de medicina, ela foi forçada a deixar os estudos, retornar a Trang Bang e se tornar uma garota propaganda do governo comunista que controla o país desde o fim da guerra. Sob os olhares do Exército, ela se encontrava com jornalistas, lia uma versão roteirizada de sua história, ria e cumpria o seu papel, mas a raiva crescia em seu coração.

"Eu fui queimada por napalm, me tornei uma vítima de guerra. Mas ao crescer, eu me tornei outro tipo vítima. Meu coração era exatamente como uma xícara de café preto. Eu desejava ter morrido com meu primo no ataque, com os soldados sul-vietnamitas. Era muito difícil carregar aquele fardo com aquele ódio, aquela raiva e amargura", diz Phuc. Um dia, durante uma visita a uma biblioteca, Phuc começou a ler a Bíblia. A partir daí, ela diz que sua vida deu uma nova guinada. Com o auxílio de um jornalista estrangeiro, ela foi levada à Alemanha Ocidental para receber tratamento médico em 1982. Posteriormente, o governo vietnamita deu permissão a ela para estudar em Cuba. Lá, no entanto, ela seguia sendo a "Menina do Napalm", um ícone que atraía o interesse da mídia internacional. Na escola, ela encontrou o seu futuro marido, Bui Huy Toan. Phuc acreditava que ninguém ia se apaixonar por ela por causa de suas horríveis cicatrizes nos braços e costas, mas ele aparentemente a amava ainda mais por isso. Os dois se casaram em 1992 e passaram a lua-de-mel em Moscou. No voo de volta, os recém-casados desertaram durante uma parada para reabastecimento e se refugiaram no Canadá. Ela finalmente conseguia sua liberdade. Uma das primeiras coisas que fez após se estabelecer no Canadá foi contatar Huynh Cong, o fotógrafo de sua clássica imagem, a quem reencontrara em Cuba em 1989, e que a encorajou a compartilhar sua história com o mundo. Mas ela estava cansada de entrevistas e de posar para fotos. "Eu tenho um marido, uma nova vida e quero ser normal como todo mundo". A mídia enfim a encontrou vivendo nos arredores de Toronto, mas dessa vez ela decidiu assumir o controle de sua história.

Um livro sobre sua vida lançado em 1999, assim como um documentário posterior, contavam a sua versão. Desde então, ela foi chamada para ser uma embaixadora da boa-vontade das Nações Unidas e se reencontrou com Huynh Cong várias vezes. Após quatro décadas e dois filhos, Phuc finalmente conseguiu olhar para a imagem da menina correndo nua e abraçar o poderoso significado que ela passa. "A maioria das pessoas conhece a imagem, mas muito poucos sabem sobre a minha vida. Eu sou muito agradecida por poder aceitar a foto como um presente poderoso. Agora é minha escolha, posso trabalhar com ela pela paz".

JACKIE LOMAX - SOUR MILK SIR - SENSACIONAL!*****


Jackie Lomax é o classico exemplo do artista talentoso que jamais conseguiu vender. Excelente intérprete de soul e rhythm & blues, entre os ingleses brancos ele é, segundo alguns, comparável apenas a Steve Winwood, embora não tenha, nem de perto, o mesmo reconhecimento. Lomax nasceu em 10 de maio de 1944 em Wallasey, no outro lado do rio Mersey em Liverpool. Se interessou pelo violão graças à moda do skiffle, como tantos garotos ingleses daquela geração. Conheceu os Beatles antes da fama ainda em Liverpool. No inicio da década de sessenta entrou para uma banda chamada Dee & the Dynamites. Em 1962, se uniu ao the Undertakers, e mais tarde foi tentar a sorte no Canadá e Estados Unidos. Quando os Beatles foram tocar no Shea Stadium, em Nova York, Lomax, sendo de Liverpool e tendo feito parte da mesma cena musical que eles, teve acesso livre ao grupo. Depois do show, voltou com eles ao Warwick Hotel e conversou com os rapazes sobre sua situação. Depois Epstein pediu que ele o procurasse em Londres. E assim The Lomax Alliance chegou em Londres. Brian Epstein conseguiu intermediar um contrato com a Columbia Records para Jackie Lomax e sua banda gravarem seu primeiro álbum. Quando a coisa parecia estar indo bem, Brian Epstein morreu e a Columbia acabou cancelando o lançamento. The Lomax Alliance voltou para os Estados Unidos porém não demorou muito e Jackie Lomax deixou o grupo, voltando para Londres. Jackie Lomax procurou John Lennon que lhe sugeriu que ele gravasse em dois canais o material novo que tivesse e levasse até a Apple Publishing, que ficava acima da Apple Boutique. Foi o que ele fez e perto do ano novo, George Harrison lhe telefonou dizendo que leu as letras e ouviu as canções e estaria interessado em produzi-lo, assim que voltasse de um retiro espiritual com os outros Beatles na India. Com a volta dos Beatles nasceu a Apple Corps, e nela residiu a mais nova gravadora com escritórios em Londres e Nova York, Apple Records. Jackie Lomax assinou com a Apple passando a ser o primeiro artista contratado pelo selo. Com a assistência de George Harrison, passou parte do verão de 1968 gravando seu novo álbum. No mesmo período, os Beatles estavam gravando o “Album Branco” e Lomax foi convidado a fazer vocais de fundo em Dear Prudence.

Se este rock escrito por George Harrison soa como um single perdido dos Beatles, é porque basicamente o é: gravada durante as sessões do Álbum Branco, a faixa conta com Harrison, McCartney, Starr e Eric Clapton. "É sobre meditação. Usei 'Sour Milk Sir' (Mar de Leite Azedo' como a ideia de 'se você está na lama, faça algo a respeito", disse Harrison. "Sour Milk Sea", foi o terceiro compacto lançado pela Apple (Hey Jude, com os Beatles e Those Were The Days, com Mary Hopkin foram os primeiros) e não alcançou o sucesso desejado.

O rockão, composto por George Harrison, foi gravado com os Beatles, menos John Lennon, mais Eric Clapton e Nicky Hopkins. O primeiro álbum solo de Lomax a ser lançado, Is This What You Want? chegou as lojas em janeiro de 1969. O álbum tem uma seleção de músicos convidados de fazer inveja a qualquer um.

Entre outros músicos mais conhecidos estão George Harrison e Eric Clapton como dupla de guitarras, Nicky Hopkins no piano, Billy Preston no órgão, Paul McCartney no baixo e Ringo Starr na bateria. Outros músicos nas sessões incluem Klaus Voorman no baixo e Hal Blaine na bateria. Apesar de muita expectativa cercando o lançamento pela imprensa, o disco foi um retumbante fracasso de vendas.

Com o fim dos Beatles e a Apple em crise, Jackie Lomax deixou a gravadora e entrou na banda de hard blues Heavy Jelly. Depois, juntou-se a outra banda, desta vez de hard rock, chamada Balls. E de galho em galho, passaram-se os anos 70, 80, 90 e Jackie Lomax continuou na estrada apesar da falta do sucesso comercial. Durante seus últimos anos, residiu em Ojai, Califórnia, com sua esposa, Annie. Em 15 de setembro de 2013, Jackie Lomax morreu com 69 anos, após uma curta doença, em Wirral, enquanto estava na Inglaterra para o casamento de sua filha. Aqui, a gente confere a incrível "Sour Milk Sea" e abaixo, o álbum "Is This What You Want?" completo. Viva a internet!

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A HISTÓRIA DO CAVERN CLUB - ONDE TUDO COMEÇOU!


O Cavern Club foi inaugurado no dia 17 de janeiro de 1957. Foi fundado por Alan Sytner, filho de um conhecido médico de Liverpool, Dr. Joe Sytner, apaixonado por jazz e impressionado com um "club" que conheceu em Paris, o "Le Caveau Français", Alan Sytner fundou em Liverpool, o "Cavern Jazz Club". O nome obviamente foi influenciado pela casa da França. No dia da inauguração, apresentaram-se Merseysippi Jazz Band e The Coney Island Skiffle Group.

Paralelamente ao jazz, Sytner promoveu noites de Skiffle no Cavern Club. O sucesso desse gênero musical no Cavern foi tal, que em 26 de junho de 1957 foi realizado um festival com 20 grupos de Liverpool, sendo os mais famosos Joe Shannon, Smoke River, The Deltones e Calandonie, todos tinham a terminação de Skiffle Group. A moda espalhou-se pela cidade onde muitos grupos se formavam. No Cavern Club aonde a Merseysippi Jazz Band tocava semanalmente, e até concursos de Miss aconteciam, bandas de Skiffle tentavam se firmar. Numa quarta- feira, dia  7 de agosto de 1957 aconteceu a primeira apresentação de uma banda desconhecida chamada The Quarrymen Skiflle Group, tendo a frente um desconhecido garoto chamado John Lennon. Nesse dia eles abriram os shows dos Deltonas e Dark Town Skiffle Groups.

Num sábado, 12 de outubro deste mesmo ano apresentou-se o grupo que mais apresentações fez no Cavern Club e tornou-se um dos preferidos: o Blue Genes Skiffle Group, mais tarde batizado como Swinging Blue Genes, devido ao modo com que dançavam durante os shows , e finalmente Swinging Blue Jeans ao firmar contrato com um patrocinador que vendia jeans, a fábrica Lybro.
Bem menos famoso, o Quarrymen Skiffle Group voltaria a se apresentar no dia 24 de janeiro de 1958, uma sexta-feira já com um novo componente também desconhecido chamado Paul McCartney.

Os Blue Jeans reinaram durante 58 e 59. Num domingo, 17 de janeiro de 1960 aconteceu a primeira apresentação da banda Rory Storm & the Hurricanes com um baterista chamado Ringo Starr. Isso não conseguiu abalar o prestígio dos Blue Jeans que só foram encontrar um oponente de verdade no dia 16 de novembro com a primeira apresentação de uma nanda nova: Gerry & the Pacemakers. A partir daí uma nova fase começava, grupos como Gerry & The Pacemakers, Remo Four The Shadows, dividiam com os Blue Jeans o coração das fans.

Finalmente, no dia 9 de fevereiro de 1961, uma terça-feira, apresentou-se pela primeira vez a banda "THE BEATLES" com George Harrison na guitarra. Nesse dia Stuart Sutcliffe somente apareceu na plateia do Cavern Club. Na bateria, Pete Best.
1961 foi um ano ótimo para Liverpool e para o Cavern Club, que se torna definitivamente um clube de Rock and Roll. Novas bandas apareciam, prenunciando novos e maravilhosos tempos. Bandas como The Searchers, Kingsize Taylor & the Dominoes, The Strangers, revezavam-se nos shows onde agora Gerry & The Pacemakers e os Beatles mereciam a preferência do público. No dia 9 de novembro receberam a visita daquele que iria mudar a vida da banda: Brian Epstein viu os Beatles em ação, se apaixonou e começou a trabalhar.

Em 1962 a fama do Cavern crescia, os Blue Jeans, os Pacemakers e os Beatles tocavam quase que diariamente e novos grupos apareciam: The Denisons, The Merseybeats, The Dakotas, Billy Kramer & The Coasters, Freddie & The Dreamers, e The Fourmost. Este foi o ano fundamental para os Beatles. Assinaram com Brian Epstein, e no dia 15 de agosto fizeram seu último show com Pete Best na bateria, no dia 22 de setembro foi a primeira apresentação com Ringo Starr como baterista. Sendo o 1º show filmado no Cavern. Poucos dias antes, no dia 18 de setembro, Pete Best apresentou-se tocando com um grupo chamado Lee Curtis & The All Star, antes de entrar em profunda depressão.
Em 1963 com os Beatles já conquistando o mundo, novas bandas começaram a ter seu lugar, como The Hollies, Wayne Fontana e The Animals.
O Cavern Club foi ficando ficando cada dia mais famoso e conhecido e grupos de fora passaram a ir à Liverpool especialmente para tocar lá como The Rolling Stones e The Riot Squad (com John Lord no teclado e Mitch Mitchell na bateria).
No dia 3 de agosto de 1963, um sábado, os Beatles fizeram a sua última apresentação no Cavern Club. Os dois 1 º sócios do Cavern que comprassem tickets para o evento ganhariam cópias do disco Twist and Shout, autografado. Foi a maior confusão. No Cavern, os Beatles fizeram ao todo 292 shows.

Em 1964 e 1965, foi a vez dos Herman's Hermits, The Four Pennies, The Yardbirds, direto de Londres, com Eric Clapton, The Kinks, The Hoochie Coochie Men, com Rod Stweart no vocal, The Rolling Stones, The Moody Blues e The Iveys (mais tarde Badfinger).
O Cavern passou a apresentar até cinco bandas num só dia, mas o sonho estava acabando. Em 1966, espalhou-se a notícia que que o Cavern Club estava incrivelmente endividado e poderia fechar suas portas. Imediatamente várias bandas locais se uniram para arrecadar fundo para salvar o velho templo. Infelizmente o dinheiro arrecadado não foi suficiente e o Cavern Club encerrou suas atividades em 28 de fevereiro de 1966.
Depois de fechado, o clube despertou o interesse de vários empresários e foi comprado por Joe Davey reabrindo suas portas em 23 de junho de 1966. Mas a mágica já havia acabado. O clube foi fechado definitivamente em março de 1973. O Cavern Club original foi demolido em maio daquele ano.

No dia 26 de abril de 1984 foi anunciada a abertura de um “novo” Cavern Club, na mesma Mattew Street, só que do outro lado da rua onde era o primeiro Cavern. Mais de 15.000 dos tijolos originais do antigo Cavern foram guardados, restaurados e usados na reconstrução dos arcos e abóbadas quase nas mesmas dimensões do original. De forma que a famosa casa onde os Beatles começaram continua a existir até hoje e é um dos pontos turísticos mais visitados da Inglaterra. Em 14 de dezembro de 1999, Sir Paul McCartney voltou ao palco do Cavern para fazer seu último show daquele ano na divulgação do álbum Run Devil Run.

Desde então, O Cavern Club vem funcionando normalmente, e todos os anos nele são realizados durante no mês de agosto, shows e festivais em homenagem aos Beatles, os Reis do Cavern. Durante a Beatleweek, apresentam-se bandas de todos os lugares do planeta.