Um videoclipe é um curta-metragem audiovisual, que integra uma música com imagens e é produzido para fins promocionais ou artísticos. Os vídeos musicais modernos são produzidos e usados principalmente como um dispositivo promocional destinado a fomentar a venda de discos. Há também casos em que canções são utilizadas em campanhas promocionais que permitem que elas se tornem mais do que apenas uma música. Embora as origens do vídeo musical remontem a curtas-metragens musicais que surgiram pela primeira vez na década de 1920, eles ganharam destaque novamente a partir dos anos 1960, com a explosão da música pop. Portanto, é claro, lógico e evidente que não foram os Beatles que inventaram os vídeoclipes propriamente ditos, mas eles foram os grandes precursores e responsáveis por essa nova forma de mídia que logo, se popularizou por todo o mundo.
Desde de que apareceram no programa de Ed Sullivan pela primeira vez, em 9 de fevereiro de 1964, os Beatles e Brian Epstein perceberam que os vídeotapes eram o futuro e podiam ser filmados em um mesmo lugar. O diretor Richard Lester, foi um grande inovador dos vídeoclipes, já que, cada número musical dos Beatles em seus dois filmes - A Hard Day's Night (1964) e Help! (1965) já eram vídeoclipes com vida própria.
A partir de 1965, tocar ao vivo na TV estava se tornando mais oneroso para eles. Entrevistas podiam ser encaixadas durante folgas na gravação, mas tocar requeria ensaio e viagens aos estúdios de TV. Não havia a menor chance de os Beatles continuarem a atender o contínuo fluxo de solicitações para se apresentar em programas de lugares tão distantes como Tóquio, Sydney, Nova York e Los Angeles. Em 1965. eles começaram a satisfazer a demanda por meio de filmes em que tocavam os novos singles, e vendiam cada clipe por 20 mil dólares para as estações de TV ao redor do mundo. Essa prática não apenas lhes deu exposição internacional em uma variedade de programas, mas também controle sobre como apareciam.
Para o primeiro single de 1966, eles contataram Michael Lindsay-Hogg, o diretor do vanguardista programa semanal de pop Ready, Steady, Go, para filmá-los no estúdio da EMI, durante dois dias, com produção do assistente de Brian Epstein, Tony Bramwell, eles filmaram várias versões de “Paperback Writer” e “Rain”, tanto em preto e branco quanto coloridas. Não havia interpretação nem roteiro. Os Beatles simplesmente tocaram as músicas para as câmeras.
Depois do primeiro dia de filmagem, que foi feita direto em video, Epstein ficou preocupado com o fato de terem revisado o material colorido apenas em um monitor preto e branco, inclusive as imagens do cumprimento especial dos Beatles para Ed Sullivan, que apresentaria as músicas em seu programa. E se o equilíbrio das cores estivesse defeituoso ou, pior ainda, o filme nem sequer tivesse sido capturado em cores? Epstein pediu a um assistente da InterTel, a empresa que forneceu as câmeras e a equipe, para procurar uma locação ao ar livre para que pudessem filmar mais uma vez as duas músicas por garantia. As únicas especificações eram que devia ser um lugar bonito, dentro de Londres e cercado de árvores.
O assistente encontrou um local apropriado - a Chiswick House, em West London, um casarão neopalladiano do século XVIII a apenas 11 quilômetros da Abbey Road, com belos jardins cheios de árvores, sebes, arbustos, flores e ornamentos. O palácio pertenceu a Richard Boyle, 3º Conde de Burlington, mais conhecido como Lord Burlington. Nenhum dos Beatles (nem Brian Epstein) tinha ido lá antes, mas parecia ideal.
Os Beatles chegaram à locação na manhã do dia 20 de maio, com o motorista Alf Bicknell, Neil Aspinall, Brian Epstein, Tony Barrow, Mal Evans, o fotógrafo Robert Whitaker, o produtor Tony Bramwell, e a jornalista Sue Maumer, da Beatles Book Monthly. Parte de “Paperback Wriler" foi filmada numa área de jardins delimitada por sebes e ladeada de estátuas e urnas gigantes, e outra parte, na estufa de vidro do século XVIII.
“Rain” foi filmada na estufa, bem como ao lado de um cedro com crianças brincando em seus galhos salientes. Foram feitas tomadas de cada um dos Beatles emoldurados por folhas verdes e camélias vermelhas, usando a técnica do cutaway para tentar mostrar em que estavam pensando... como se fosse possível.
Nos dois dias de filmagem, 19 e 20 de maio de 1966, os Beatles estavam usando roupas compradas recentemente em butiques que surgiam em Chelsea, e não nos modelos mod da Camaby Street. No estúdio da EMI, John estava com uma camisa estampada e um colar comprido e desajeitado da Granny Takes a Trip, e George usava um paletó de veludo com lapelas grandes da Hung On You. Na filmagem externa, John eslava de paletó preto com lapela de seda, também da Hung On You.
As escolhas de design foram de Nigel Waymouth e John Pearse, da Granny Takes a Trip, e de Michael Rainey, da Hung On You, e estavam sendo influenciadas por viagens de ácido, materiais da era vitoriana e art nouveau. Assim como os Beatles estavam ultrapassando as fronteiras do som pop, eles também antecipavam as da moda com camisas de cetim, calças de veludo, paletós bordados, cachecóis com estampas indianas, gravatas kipper e jaquetas de pelo de carneiro do Afeganistão. Havia uma mistura de culturas, períodos, estilos e gêneros.
O single "Paperback Writer" com "Rain" do lado B, foi lançado no Reino Unido em 30 de maio de 1966, e 10 de junho nos Estados Unidos. Foi o décimo primeiro single dos Beatles. Liderou as paradas no Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda, Alemanha Ocidental, Austrália, Nova Zelândia e Noruega. Na Billboard Hot 100 dos EUA, ficou em primeiro lugar por duas semanas. "Paperback Writer" foi a última música nova dos Beatles a ser apresentada em sua última turnê em 1966.
THE BEATLES ➾ Mágica pura. Nada se compara, N-A-D-A !!!
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