sexta-feira, 31 de maio de 2024

THE BEATLES - WHAT GOES ON - 1965 ★★★


O lado 2 de Rubber Soul começa quase como um repeteco do início do lado 2 de Help! - uma música com uma certa levada country cantada por Ringo. "What Goes On” era outra melodia antiga que voltou à vida no último momento e foi polida para completar o álbum e dar a Ringo uma faixa. Composta alguns anos antes por John, "What Goes On” foi tocada para George Martin no dia 5 de março de 1963, quando pensavam no que se seguiria a “Please Please Me”- mas Martin a recusou. As outras músicas que os Beatles tocaram foram “From Me To You”, “Thank You Girl” e “The One After 909”."What Goes On” foi a única que o produtor decidiu não gravar naquele dia, e ela ficou esquecida até 4 de novembro de 1965, quando foi recuperada e espanada para que Ringo a cantasse.
John decidiu retrabalhá-la e tanto Paul quanto Ringo ajudaram a melhorar a letra. Eles acrescentaram uma nova ponte, dando ao baterista seu primeiríssimo crédito como compositor. Assim, no álbum, lê-se que a faixa é de Lennon-McCartney-Starkey. Quando perguntaram para Ringo em 1966 exatamente qual tinha sido a sua con­tribuição para a música, ele modestamente disse: “Umas cinco palavras”. Na verdade, seis palavras - mas elas formam a bela expressão “waiting for the tides of time” (esperando as marés do tempo). Os primeiros versos são bastante bons: “What goes on in your heart? What goes on in your mind? You are tearing me apart, when you treat me so unkind. What goes on in your mind?” (O que se passa em seu coração? O que se passa em sua mente? Você está me destruindo, quando me trata tão mal. O que se passa em sua mente?).
A versão de Rubber Soul foi gravada em uma tomada, com overdubs, no dia 4 de novembro de 1965. Dizem (eu nunca consegui ouvir), que no verso antes do solo após Ringo cantar "me diga o por quê", Lennon pode ser ouvido dizendo: "We already told you why" - Já lhe dissemos o porque" em referência a "Tell Me Why" de A Hard Day's Night. A sessão começou às 23h; era um começo extraordinariamente tardio para o grupo, mas era necessário pelo prazo iminente para lançamento do álbum. Após a gravação da faixa rítmica, Ringo gravou seus vocais principais e Lennon e McCartney fizeram overdubs dos vocais de harmonia. Ainda durante esta sessão, os Beatles gravaram também, uma longa música instrumental que se chamou "12-Bar Original" por falta de um nome melhor. Esta música não foi incluída em Rubber Soul e não estava disponível comercialmente até 1996, quando uma versão editada do take 2 foi incluída no álbum Anthology 2.
Além do fantástico Rubber Soul, nos EUA, foi lançada como lado B de “Nowhere Man” em feve­reiro de 1966. Assim como todo o álbum, foi produzida por George Martin tendo Norman Smith como engenheiro de som. Ringo Starr comanda o vocal principal e toca bateria; John Lennon faz backing vocals e toca guitarra; Paul McCartney faz backing vocals e toca baixo e George Harrison toca a guitarra-solo.
Quase sempre, "What Goes On” faz parte do set list dos shows da All Star Band, de Ringo. Uma versão ao vivo bem legal aparece no álbum Ringo Starr & His All-Starr Band - Live at the Greek Theatre 2008.

WINGS - MORSE MOOSE AND THE GREY GOOSE - 1978


“Morse Moose And The Grey Goose” assinada por Paul McCartneyDenny Laine é a última canção do penúltimo álbum do Wings London Town, lançado em março de 1978. O último foi o sensacional Back To The Egg, de 1979. escolhida para encerrar o álbum com seus 6 minutos e 24 segundos de pura diversão e, com o protótipo do que estaria por vir a partir dos anos 1990,nos projetos criados por um dos pseudônimos de McCartney, o The Fireman, "Morse Moose" (um trocadilho com as palavras ‘código Morse’ e ‘morsa’) and Grey Goose (‘ganso cinza’)” começou por aci­dente, enquanto Paul McCartney e Denny Laine tocavam notas aleatórias nos sintetizadores montados a bordo do Fair Carol, um iate a motor estacionado na Baía da Melancia, em St. John, nas Ilhas Virgens, onde várias faixas do London Town foram gravadas. McCartney percebeu que as notas eram semelhantes ao código Morse, o que lhe deu a ideia para a música. Em Londres, durante as sessões finais do álbum no A.I.R. Studios e Abbey Road, Denny Laine ajudaria Paul a finalizar os versos, adicio­nando ao título “Grey Goose”. Para reforçar o clima épico de “Morse Moose And The Grey Goose”, Wil Malone foi contratado para criar arranjos para cordas e metais. Gavyn Wright (que mais tarde seria cha­mado para tocar em “Once upon a Long Ago”) contribuiu com violino. Paul McCartney: vocais, guitarra acústica, baixo e piano elétrico; Linda McCartney: vocais; Denny Laine: vocais, violão e piano; Jimmy McCulloch: guitarra; e Joe English: bateria.
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quinta-feira, 30 de maio de 2024

THE BEATLES - THIS BOY - ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!!! ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐


“This Boy” foi escrita às pressas por John Lennon e Paul McCartney num quarto de hotel como um exercício de harmonia em três partes e foi inspirada, mais uma vez, por Smokey Robinson and The Miracles. A letra, para John, não era importante, o que interessava era o som e a harmonia, que era uma parte fundamental do trabalho dos Beatles e a influência dos Everly Brothers fica também evidente nesta música. Uma semana depois de With the Beatles ser lançado, eles produziram outro single - com “This Boy” no lado B e “I Want To Hold Your Hand” no lado A. Por isso, “This Boy” recebeu pouca atenção. John a rejeitava por não ter conteúdo, “só a parte vocal”. A letra é curta, sem narrativa; pode-se dizer que revela a luta de John com uma personalidade dividida. Eles tinham se familiarizado com a harmonização em três partes cantando “To Know Her is To Love Her”, de Phil Spector, um sucesso de 1959 com The Teddy Bears. Dizer que a letra não é importante não era o mesmo que dizer que ela não tinha significado, porque mais uma vez John se retratava como rejeitado, esperando tristemente a retribuição de seu amor. De um lado há este menino (This Boy) que é feliz e a ama; do outro está aquele menino (That Boy), que não é bom para você.
John Lennon – vocal principal dobrado e violão; Paul McCartney – harmonia vocal e baixo; George Harrison – harmonia vocal e guitarra solo: Ringo Starr – bateria; e Vic Flick – guitarra solo no tema instrumental de Ringo.

Ringo filmou para "A Hard Day's Night" a cena em que anda sozinho pelo Surrey às margens do Tâmisa, com "This Boy" instrumental ao fundo. Esta versão orquestrada foi produzida por George Martin especialmente para o filme com o nome Ringo's Theme. Embora a atuação de Ringo nessa cena-solo tenha sido bastante elogiada por sua melancolia, ele revelou que na verdade estava de ressaca e foi direto de uma boate para as filmagens, chegando cedo e sugerindo a famosa cena.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

PAUL McCARTNEY - HEY HEY - 1983

“Hey Hey” é a nona faixa do álbum “Pipes Of Peace”, de 1983, co-escrita por Paul McCartney e pelo baixista Stanley Clarke, durante as sessões de Montserrat em 1981. O jazz-funk foi resultado de uma jam de estúdio. StanleyClarke tem uma reputação justificável como um dos principais baixistas do mundo, tendo trabalhado com Return To Forever de Stan Getz e Chick Corea. “Hey Hey” tem um significado especial em Pipes of Peace, e não apenas por ser a única instrumental. É também uma das três músicas que não foram escritas exclusivamente por McCartney: as outras duas apresentam Michael Jackson - “Say say say” e “The Man”. Para o baixista e co-compositor Stanley Clarke, “Hey Hey” representa o florescimento máximo de uma nova amizade. A música começa estridente, antes de Clarke dar um passo à frente para um interlúdio memorável com influências de jazz. Clarke elogia a ex-estrela dos Beatles como “um músico muito melódico. A melodia simplesmente sai dele. É natural que ele toque baixo assim. Ele faz isso sem pensar. Ele é um escritor que canta músicas, então era natural que quando ele tocasse baixo, suas linhas fossem muito melódicas”.
Ao longo dos anos, Stanley Clarke fez seu nome nos círculos de fusão, mesmo enquanto colaborava com roqueiros como Stewart Copeland, Jeff Beck e Ron Wood. Ele acabou contribuindo tanto em Pipes of Peace, lançado em 31 de outubro de 1983, como para Tug of War um ano antes em “Somebody Who Cares”. Essas sessões, realizadas no AIR Studios do produtor George Martin, em Montserrat, ajudaram a criar um vínculo duradouro entre artistas conhecidos por seu trabalho no mesmo instrumento.

THE BEATLES - GET BACK - 1969 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

 
Paul McCartney disse várias vezes que fez “Get Back” originalmente “como uma canção política” e fitas demo remanescentes revelam que ele planejava satirizar as atitudes daqueles que achavam que os imigrantes da Inglaterra deveriam ser repatriados. Deveria ser cantada do ponto de vista de alguém que que acha que imigrantes estavam “tirando” seus lugares e, consequentemente, incitava-os a “voltar” para o lugar de onde tinham saído, e suas intenções satíricas podiam facilmente ser mal interpretadas. Anos depois, Paul ainda tinha que responder perguntas de jornalistas que tinham ouvido versões piratas e queriam saber se ele tinha passado por uma fase racista. “Os versos não eram nada racistas. Se houve um grupo que não era racista, eram os Beatles. Todas as nossas pessoas preferidas eram sempre negras”. Praticamente composta à quatro mãos, quando foi gravada, “Get Back” tinha sido transformada em uma música sobre alguém chamado Jojo, de Tucson, Arizona e uma doce Loretta Martin pensou que era uma mulher, mas ela era outro homem. Nenhuma história se desenvolve, e o refrão original foi mantido. Por se tratar de um rock,“Get Back” foi entendida como um retorno às raízes musicais, e o anúncio de jornal da Apple que trazia o slogan “Os Beatles como a natureza os queria” parecia confirmar essa ideia, “Get Back” é o novo single dos Beatles. É a gravação dos Beatles mais ao vivo, impossível, nessa era eletrônica. Não há nada eletrônico nela. Get Back é um puro rock de primavera”, dizia. O anúncio continuava citando Paul“Estávamos sentados no estúdio e a fizemos do nada... começamos a escrever a letra ali mesmo... quando terminamos, nós a gravamos nos estúdios da Apple e a transformamos em uma música para curtir as mudanças”. Em entrevistas posteriores George Harrison disse que Paul cantava o refrão nos ensaios com um olhar “esquartejador” para Yoko Ono: “Get back to where you once belonged” ou “Volte para o lugar de onde você veio”. Isso tornou-se a paranoia de John Lennon. Ao final da música, Paul agradece os aplausos de Maureen, esposa de Ringo (Thanks, Mo!) e John tem a palavra final por alguns segundos: "Gostaria de agradecer a todos em nome do grupo, e espero que tenhamos passado no teste".

“Get Back” é uma canção gravada pelos Beatles e composta em sua maioria por Paul McCartney, mas creditada a Lennon-McCartney, claro e originalmente lançada como single em 11 de abril de 1969 creditada a "The Beatles with Billy Preston". Uma mixagem diferente se tornou a faixa final do álbum Let It Be (1970), lançado logo após a separação do grupo. A versão do single apareceu posteriormente nos álbuns de compilação de 1967–197020 Greatest Hits, Past Masters e 1.
O single alcançou o primeiro lugar no Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda, Canadá, Nova Zelândia, Holanda, Austrália, França, Alemanha Ocidental, México, Noruega, Suíça, Áustria e Bélgica"Get Back" foi o único single dos Beatles que deu crédito a outro artista a seu pedido e também foi o primeiro single dos Beatles lançado em estéreo verdadeiro nos Estados Unidos. No Reino Unido, os singles dos Beatles permaneceram em mono até o lançamento do single seguinte, "The Ballad of John and Yoko". “Get Back” foi gravada nos dias 21, 23, 24, 27, 28, 29 e 30 de janeiro de 1969. Foi produzida por George Martin e Glyn Johns como engenheiro. Paul McCartney: vocal e baixo; John Lennon: backing vocals e guitarra solo; George Harrison: guitarra; Ringo Starr: bateria; e Billy Preston: piano elétrico.

JOHN LENNON - Bring On The Lucie (FREDA PEEPLE) ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐


"Certo, rapazes, é isso! Por cima do morro".

"Bring on the Lucie (Freda Peeple)"
é uma música de protesto composta e gravada por John Lennon em seu álbum
Mind Games de 1973. A música data do final de 1971, começando como pouco mais que um refrão. 
Depois de trabalhar na letra, a música passou de um simples slogan político para uma declaração completa que sugere alguns de seus trabalhos anteriores, como
"Power to the People". Sobre a letra,
'Lucie' provavelmente seria a abreviação de
Lúcifer. A frase
"traga a Lucie" significaria que as coisas estão tão ruins que parece que o apocalipse (e o
diabo) chegaram para ficar.
"Bring on the Lucie (Freda Peeple)" é uma crítica à sociedade, principalmente aos governos, por seus maus caminhos.
"Se isso não parar, podemos trazer a Lucie".

“Bring on the Lucie (Freda People)”, quinta música de Mind Games, foi a última música com tema político de John Lennon que ele cooptou desde o início dos anos 1970. Ele estava se movendo em direção a letras mais pessoais. “Bring on the Lucie (Freda People)” chama a atenção desde a enérgica introdução de palavras faladas de Lennon: “Certo, rapazes, é isso! por cima do morro” ao extraordinário som de guitarras poderosas. “Lucie” é uma música estranha, rebelde e esclarecedora.
Duas versões de "Freda Peeple", ambas interpretadas por Lennon, aparecem no filme de 2006, Children of Men (Filhos dos Homens) do espanhol Alfonso Cuarón. A versão padrão da música é ouvida durante o filme, e uma versão alternativa música, originalmente lançada no box set John Lennon Anthology de 1998, é apresentada nos créditos finais. A versão de John Lennon Anthology também aparece no álbum com a trilha sonora do filme, juntamente com uma versão cover de Junior Parker de "Tomorrow Never Knows", música que Lennon escreveu para o álbum dos Beatles Revolver em 1966. Participaram da gravação: John Lennon – vocais, violão; David Spinozza – guitarra; Pete Kleinow – guitarra pedal steel; Ken Ascher – teclados; Gordon Edwards – baixo; Jim Keltner & Rick Marotta – bateria; e o grupo vocal Something Different faz os backing vocals.

THE BEATLES - BLUE JAY WAY - 1967 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐


"Blue Jay Way" é uma canção fantástica dos Beatles, composta e cantada por George Harrison e lançada em 1967 no EP e álbum Magical Mystery Tour. A canção recebeu o nome de uma rua em Hollywood Hills, em Los Angeles, onde Harrison ficou em agosto de 1967, pouco antes de visitar o distrito de Haight-Ashbury, em São Francisco. A letra documenta a espera de Harrison até que o publicitário musical Derek Taylor encontrasse o caminho para Blue Jay Way através das colinas cobertas de neblina, enquanto Harrison lutava para permanecer acordado após o voo de Londres para Los Angeles. George Harrison escreveu "Blue Jay Way" depois de chegar a Los Angeles em 1º de agosto de 1967 com sua esposa Pattie Boyd e os assessores dos Beatles, Neil Aspinall e Alex Mardas (Magic Alex). O objetivo da viagem era passar uma semana com Derek Taylor, ex-assessor de imprensa dos Beatles e eventual publicitário de bandas da Califórnia, como Byrds e Beach Boys.

Derek Taylor estava estava indo visitá-los em sua primeira noite na cidade, mas se perdeu nos estreitos cannyons e se atrasou. Havia um pequeno órgão Hammond no canto da sala, e George passou o tempo compondo uma música sobre estar preso em uma casa em Blue Jay Way enquanto seus amigos estão perdidos na neblina.
Blue Jay Way era famosa pela dificuldade da localização - era possível estar próximo geograficamente e, ainda assim, separado por um desfiladeiro. "Quando chegamos lá, a música estava praticamente pronta", disse DerekTaylor, "Claro, na época eu me senti muito mal. Lá estavam essas duas pessoas terrivelmente cansadas da viagem, e nós estávamos duas horas atrasados". "Blue Jay Way" é a única faixa do Magical Mystery Tour em que foi empregado o phasing, efeito eletrônico produzido que toca o som gravado em dois gravadores ligeiramente fora de sincronia, o que causa uma sonoridade espiralada e alguns zunidos. A parte principal da gravação - o vocal de George Harrison gravado em duas pistas, o órgão Hammond tocado também por ele e a bateria de Ringo - é tratada com essa técnica; uma conquista e tanto, já que o phasing tende a ser difícil de controlar antes de algum tempo. O acompanhamento musical inclui também um violoncelo, sons eletrônicos e vocais de fundo tocados para a frente e para trás.

A música de Harrison foi gravada pelos Beatles nos dias 6 e 7 de setembro e 6 de outubro de 1967, no estúdio 2 da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emerick como engenheiro. George Harrison canta os vocais principais e toca o órgão Hammond; John Lennon faz backing vocals; Paul McCartney faz backing vocals e toca baixo; Ringo Starr toca bateria e pandeiro; e Peter Willison toca violoncelo. A faixa rítmica, incluindo a parte distintiva do órgão em movimento, foi gravada em uma tomada em 6 de setembro de 1967. Crucial para a gravação foi o ADT - rastreamento duplo artificial, uma técnica inventada pelo engenheiro da Abbey Road Ken Townsend em 1966 - que deu o efeito de phasing. Os vocais, muitos dos quais foram tocados ao contrário na mixagem final, foram gravados na noite seguinte. Os overdubs finais - partes para violoncelo e pandeiro - foram adicionados em 6 de outubro. A parte do violoncelo foi tocada por Peter Willison. Ele foi contratado a curto prazo por Sidney Sax, que ajudou a recrutar vários músicos para gravações dos Beatles. Willison gravou a peça e foi pago em dinheiro. Muito anos depois ele tocou no álbum Tug Of War de Paul McCartney"Blue Jay Way" aparece nos álbuns Magical Mystery Tour, Beatles Forever e Love.

terça-feira, 28 de maio de 2024

THE BEATLES - BABY, YOU’RE A RICH MAN - 1967 ⭐⭐⭐


Esta é uma das músicas menos lembradas dos Beatles e que, às vezes, parece até meio perdida entre os tantos sucessos que eles gravaram. “Baby, You're A Rich Man”, assim como “A Day In The Life”, foi a junção de duas canções inacabadas que foram costuradas para criar a faixa, que começa com a parte de John Lennon, originalmente intitulada “One Of The Beautiful People", e muda de marcha para o refrão “rich man” de Paul McCartney. "Beautiful People” era um termo que se aplicava aos hippies modernos que, com seus cabelos compridos, seu amor livre e suas drogas, criaram uma alternativa para a sociedade “careta”. Eles não mediam o uso da palavra “lindo” (beautiful) em suas conversas para descrever qualquer coisa que aprovassem. “No fundo da minha cabe­ça, em algum lugar... tem algo que me diz que tudo é lindo”, declarou Paul, chapado, em uma entrevista ao International Times em janeiro de 1967. Em 1967, São Francisco era vista como a cidade das pessoas lindas porque foi lá que o movimento hippie aflorou e teve projeção na mídia pela primeira vez, e também foi lá que os primeiros happenings psicodélicos e as primeiras “reuniões tribais” ao ar livre aconteceram.
Mesmo tendo se apresentado na cidade em 1964, 1965 e 1966 (quando fizeram seu último show), os Beatles só conse­guiram explorá-la em 1967. Paul foi o primeiro a visitá-la, quando apareceu em um ensaio do Jefferson Airplane e tocou violão.
George Harrison foi o próximo, em 8 de agosto, quando foi ao Haight Ashbury, distrito de São Francisco onde surgiram os jornais underground, os posteres de arte psicodélica, as comunidades, os locais para consumo de drogas e as legiões de gente exótica na rua. A irmã de Pattie, Jenny, estava moran­do na região. “Você é o nosso líder, George”, um hippie gritou quando o Beatle passou pela esquina da Haight com a Masonic, ao lado de Pattie, Neil Aspinall e DerekTaylor. “Você sabe das coisas”Harrison ficou surpreso com a reação daqueles que lhe entregavam flores, poemas, posteres e drogas. “É você que deveria estar se lideran­do. Vocês não devem seguir líderes - eu ou qualquer outro”, ele disse aos seus futuros seguidores. Quando chegou ao parque, Harrison sentou na grama, com os hippies, ouviu a música de outras pessoas e depois começou a cantar a novíssima “Baby, You're A Rich Man”, dos Beatles, que havia sido lançada originalmente como lado B de "All You Need Is Love" em 7 de julho de 1967 na Inglaterra e em 17 de julho de 1967 nos EUA.
Alguns estudiosos afirmam que a letra esteja relacionada, pelo menos em parte, com o gerente dos Beatles, Brian Epstein. De fato, foi alegado que Lennon cantou “Baby you’re a rich fag Jew” (Baby, você é um judeu rico e bicha) no estúdio. A gravação de “Baby, You're A Rich Man” curiosamente esparsa foi concluída em uma única sessão em 11 de maio de 1967. Aconteceu no Olympic Sound Studios, em Barnes, Londres, entre 21h00 e 03h00 da madrugada. “Baby, You're A Rich Man” foi a primeira música dos Beatles gravada e mixada completamente longe dos estúdios da EMI em Abbey Road. John Lennon tocou um claviolino, um teclado monofônico de três oitavas que foi acelerado para dar um efeito de oboé. Ele também tocou piano e cantou os vocais principais e de apoio, juntamente com McCartney e Harrison. Paul McCartney também tocou baixo e piano, George Harrison contribuiu com a guitarra e Ringo Starr tocou percussão. Eddie Kramer, um engenheiro da sessão, também tocou um vibrafone. Mick Jagger estava presente na sessão, e uma das caixas de fita anotou seu nome ao lado dos Beatles, sugerindo que ele também cantou backing vocals durante os refrões posteriores. Mais tarde, Lennon e McCartney retibuiriam o favor fazendo backing em "We Love You" dos Stones“Baby, You're A Rich Man” foi produzida por George Martin e teve Eddie Kramer como engenheiro.
Posteriormente, naquele mesmo ano, “Baby, You're A Rich Man” foi incluída na versão americana do Magical Mystery Tour. Esta música foi usada no filme Yellow Submarine, mas não foi incluída no álbum original com a trilha sonora. Só foi aparecer quando o álbum foi reeditado em setembro de 1999. Além do single com "All You Need Is Love" do lado A, Magical Mystery Tour e Yellow Submarine Songtrack“Baby, You're A Rich Man” também aparece no álbum Beatles Forever, lançado com esse nome apenas aqui no Brasil. Na Espanha e Argentina, chamou-se Por Siempre Beatles.
E aqui, por último, a gente confere um "Mash Up" bem interessante de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e “Baby, You're A Rich Man”.