quinta-feira, 16 de maio de 2024

PAUL McCARTNEY - JUNK - 1970 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐


"Junk" foi composta e gravada por Paul McCartney e lançada em seu primeiro álbum McCartney (1970). Ele escreveu escreveu "Junk", junto com outra faixa também de McCartney "Teddy Boy", em 1968 enquanto os Beatles estavam na Índia. Após o retorno, Paul gravou a música como uma demo em Esher, a casa de George Harrison, antes das sessões do Álbum Branco. "Junk" acabou ficando de fora. Também não teve lugar em Abbey Road. Com o fim dos Beatles, Paul finalmente gravou a música, junto com "Teddy Boy", em fevereiro de 1970 para McCartney. Uma versão instrumental um pouco mais longa, intitulada "Singalong Junk", também aparece no álbum. A demo de Esher foi finalmente lançada no Anthology 3 em 1996 e na edição Super Deluxe do Álbum Branco em 2018.
A letra de descreve vários conteúdos de uma loja de sucata, incluindo pára-quedas, botas militares e sacos de dormir para dois. O refrão (Compre, compre, diz a placa na vitrine / por que, por que, diz o lixo no quintal) ilustra como são esses itens. Além da exclusão dos vocais, "Singalong Junk" apresenta cordas de mellotron e a melodia é tocada em um piano. Essa versão também apresenta bateria mais proeminente. Diz-se que "Singalong Junk" foi o acompanhamento instrumental original sobre o qual McCartney planejava cantar, mas ele optou por um arranjo mais simples para a versão vocal. Em "Junk", Paul faz o vocal e toca violões, baixo, xilofone e bateria. Em "Singalong Junk", toca guitarra acústica e elétrica, baixo, piano, mellotron e bateria.

"Junk" apareceu no álbum de McCartney de 1991, Unplugged (The Official Bootleg), mas é tocada sem vocais, tornando-a "Singalong Junk", mas não está listada como tal. Paul McCartney cantou "Junk" pela primeira vez ao vivo, na Ghost Suite do Royal Albert Hall, em 3 de novembro de 2006.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

THE BEATLES - IF YOU LOVE ME, BABY - 1961


"Take Out Some Insurance" é uma canção de blues lançada em 1959 por Jimmy Reed escrita por Charles Singleton e Waldenese Hall, mas originalmente creditada a Jesse Stone. O registro de direitos autorais lista seu título como "Take Out Some Insurance on Me, Baby". Tony Sheridan a gravou com letras diferentes em 1961, com os Beatles. Identificada erroneamente, foi lançada na Alemanha em 1964 como "If You Love Me, Baby (Take Out Some Insurance on Me, Baby)", mas posteriormente como "Take Out Some Insurance on Me, Baby (If You Love Me, Baby)".
A música foi registrada com o nome errado - "If You Love Me, Baby" - por Tony Sheridan e The Beatles em Hamburgo enquanto tocavam no Top Ten Club, em 22 de junho de 1961. Bert Kaempfert produziu a sessão para a Polydor, da qual um single com as canções "My Bonnie" e "The Saints" foi lançado em 1961. As demais gravações não foram lançadas imediatamente. Depois que os Beatles se tornaram populares, a Polydor preparou mais três singles de material inédito, um dos quais continha a gravação de "If You Love Me, Baby", lançado em meados de abril de 1964. Essas músicas também foram compiladas no álbum The Beatles' First! naquele mesmo mês. E desde então, quase todas as coletâneas lançadas com as músicas de Tony Sheridan e The Beatles em Hamburgo são relançadas com o título trocado. A versão feita por Sheridan era para se chamar "If You LEAVE Me, Baby" , que daria muito mais sentido à letra. Inclusive, não aparece "If You Love Me, Baby" em nenhum momento da letra. Tony Sheridan: vocais; John Lennon: guitarra; George Harrison: guitarra solo; Paul McCartney: baixo; e Pete Best: bateria.
If you leave me, baby
I don't know what I'd do
I guess I would die, sweetheart
If I don't get a kiss from you
Take out some insurance on me, baby
Take out some insurance on me, baby
Well, if you ever, ever say goodbye
I'm gonna go right home and die
Oh if you want me, baby
You got to come to me
I'm just like a stump in a field
You just can't move me
Take out some insurance on me, baby
Ooh, some insurance on me, baby
Well, if you ever, ever say goodbye
I'm gonna go right home and die
Well, if you want me, baby
Mm, you gotta come to me
I'm just like a stump in a field
You just can't move me
Take out some insurance on me, baby
Mm, some insurance on me, baby
Well, if you ever, ever say goodbye
I'm gonna go right home and die
Well, if you leave me, baby
I don't know what I'd do
I guess I would die, sweetheart
If I don't get a kiss from you
Take out some insurance on me, baby
Ooh, some goddamn insurance on me, baby
If you ever, ever say goodbye
I'm gonna go right home and die

THE BEATLES - THE LONG AND WINDING ROAD - 1969


Paul McCartney escreveu “The Long and Winding Road” enquanto observava os Beatles perderem o controle. No início de 1969, questões criativas e financeiras estavam fragmentando a banda. Lennon já havia contado aos outros que estava desistindo, Starr entrou em um hiato e Harrison e McCartney desapareceram por semanas. “É uma música triste porque é tudo sobre o inatingível”, disse McCartney. “Eu estava um tanto louco e perturbado na época”. Meses depois de gravar a comovente balada ao piano, McCartney teve uma surpresa desagradável: o produtor Phil Spector, que havia recebido as fitas de Lennon, reformulou sua versão, adicionando uma camada de cordas e um coro. “Foi um insulto para Paul”, lembrou o engenheiro Geoff Emerick. “Era a gravação dele. E alguém tira da lata e acrescenta coisas sem sua permissão”. Logo depois, a aspereza tornou-se excessiva: em abril de 1970, McCartney lançou seu primeiro álbum solo e emitiu um comunicado anunciando o fim dos Beatles. Rolling Stone - As 100 Melhores Canções dos Beatles


terça-feira, 14 de maio de 2024

sábado, 11 de maio de 2024

THE BEATLES - DIG A PONY - 1969 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐


Let It Be foi o décimo terceiro e último álbum de estúdio lançado pelos Beatles. Gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970, o álbum foi somente lançado em 8 de maio de 1970, após o disco Abbey Road (último gravado) e juntamente com o filme de mesmo nome. O projeto (filme e disco), inicialmente estava previsto para chamar-se Get Back.
"Dig A Pony" é a segunda faixa do álbum, antecedida por "Two Of Us" e seguida por "Across The Universe". Foi composta por John Lennon e é creditada a Lennon-McCartney, claro. Os Beatles gravaram "Dig A Pony" em 30 de janeiro de 1969, durante o show no terraço do prédio da Apple Corps em Savile Row, no centro de Londres. Foi a primeira música a ser gravada durante as sessões da Apple Studios no final de janeiro de 1969. Também foi a penúltima música tocada no concerto no telhado da Apple em Savile Row, em 30 de janeiro de 1969 e foi essa a versão entrou no álbum Let It Be. Foi a grande (e significativa) contribuição de John Lennon para o álbum Let It Be ("Across The Universe" já havia sido gravada anteriormente).

Em 1980, John Lennon disse que "Dig A Pony" era "mais outro monte de lixo", embora tenha expressado desprezo semelhante por muuuitas de suas músicas. Foi escrita para Yoko Ono e apresenta uma infinidade de frases estranhas e aparentemente sem sentido encadeadas no que Lennon se referiu como um estilo de letra de Bob Dylan. Autoindulgência pura, a faixa chegou a se chamar “I Con A Lowry” (possivel­mente uma referência a um tipo de órgão usado no estúdio), mas Lennon mudou o título “porque ‘I con a Lowry’ não era boa para cantar...”. Então passou a se chamar "All I Want Is You". A lista original de músicas do álbum usava esse título em vez de"Dig A Pony" que apareceu no Let It Be, no Anthology 3 e em Let It Be... Naked. Da gravação, participaram os quatro Beatles em seus instrumentos usuais, além de Billy Preston que tocou um piano elétrico. Foi produzida por George Martin e teve Glyn Johns como engenheiro. As primeiras prensagens americanas de Let It Be intitularam a música como "I Dig a Pony".

quarta-feira, 8 de maio de 2024

THE BEATLES – MAXWELL’S SILVER HAMMER - 1969


“Maxwell’s Silver Hammer” é a 3º faixa do álbum Abbey Road, dos Beatles, lançado em 26 de setembro de 1969. Foi composta por Paul McCartney, creditada a Lennon-McCartney, claro, que fala sobre um maníaco homicida chamado Maxwell que usava um martelo prateado para acabar com suas vítimas, chegou a ser considerada por seu autor como um potencial single dos Beatles, mas acabou sendo apenas mais uma faixa do álbum. McCartney escreveu a música em outubro de 1968, tarde demais para entrar no Álbum Branco. Os Beatles também a ensaiaram no Twickenham Film Studios em janeiro de 1969. O filme Let It Be mostra McCartney ensinando a música aos outros Beatles, claramente menos entusiasmados. “Maxwell’s Silver Hammer” foi particularmente ridicularizada por John Lennon, que não tocou nela. Foi gravada ao longo de três dias, enquanto Lennon e Yoko Ono estavam se recuperando de um acidente de carro sofrido na Escócia.
O comentário de Lennon, no entanto, é enganoso e injusto; “Hammer” foi gravada em apenas três sessões, além de um overdub de Moog feito sozinho por Paul alguns dias depois. Além disso, não houveram os caros overdubs de orquestra que aparecem em várias outras músicas do álbum. O desgosto de Lennon com a música era compartilhado por George Harrison, que geralmente não gostava das músicas caprichosas de McCartney, e em uma entrevista à Rolling Stone em 2008, Ringo Starr apoiou a avaliação de Lennon: “A pior sessão de todas foi a de Maxwell Silver Hammer. Foi a pior faixa que já tivemos para gravar. Aquilo durou por semanas”.
As gravações começaram em 9 de julho de 1969. McCartney, Harrison e Ringo gravaram 21 tomadas da faixa básica (embora não houvesse tomadas de 6 a 10), e passaram mais de duas horas gravando guitarras. Em 10 de julho, McCartney adicionou mais piano, George Martin tocou órgão Hammond, Ringo bateu uma bigorna e Harrison gravou uma parte de guitarra, alimentada por um alto-falante de Leslie rotativo. Paul também gravou mais vocais, e George e Ringo se juntaram a ele nos backing vocals. Mais guitarra e vocais foram adicionados em 11 de julho. “Maxwell’s Silver Hammer” foi finalmente concluída em 6 de agosto, quando McCartney gravou seu solo de sintetizador Moog.

"Maxwell’s Silver Hammer" foi criada para o álbum The Beatles (Álbum Branco) em outubro de 1968, mas não estava pronta. Ensaiada em janeiro de 1969, sua gravação teve início no dia 9 de julho de 1969. No dia 14 de agosto foi mixada para estereo e no dia 25 de agosto de 1969, editada para a fita master. Participaram da gravação final: Paul McCartney - vocal principal, vocalização, overdub de guitarra e piano; George Harrison - vocalização, baixo, guitarra e sintetizador Moog; Ringo Starr - vocalização, bateria e bigorna (o som do martelo prata de Maxwell) e George Martin tocou um órgão Hammond. John Lennon não participou.

THE BEATLES - GOT TO GET YOU INTO MY LIFE - 1966 - SENSACIONAL! ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Quando surgiu, em agosto de 1966, no álbum Revolver, poucos desconfiaram que "Got to Get You into My Life" não se tratava apenas de mais uma história de amor de um rapaz tentando colocar uma garota em sua vida. Somente tempos depois, soube-se que o "rapaz", o protagonista da canção era o próprio autor e que a "garota" era uma tal de Maria Joana - a danada da maconha.

"Got to Get You into My Life" foi lançada como single nos EUA somente em 1976 para promover o álbum "Rock 'n' Roll Music"uma década depois de seu lançamento inicial e seis anos depois da separação oficial dos Beatles. Chegou ao # 7 na Billboard Hot 100.
"Got to Get You into My Life" foi escrita por Paul, que queria fazer um som próximo do som da Motown recém-desenvolvido pelo time de compositores-produtores Holland-Dozier-Holland, que trabalhavam para o grupo The SupremesJohn acreditava que, ao mencionar "another kind of mind" na letra, Paul estivesse aludindo às suas experiências com drogas. Ele confirmou ser isso mesmo.
No livro livro "Paul McCartney: Many Years From Now", de Barry MilesMcCartney revelou que a canção realmente era sobre a maconha. "Got To Get You Into My Life foi uma que eu escrevi quando tinha sido previamente introduzido à erva... Então, é realmente uma música sobre isso, não é para uma pessoa. É realmente uma ode à maconha, como alguém pode escrever uma ode ao chocolate ou um bom vinho tinto". Sobre a música, a Allmusic disse: "McCartney sempre foi um grande vocalista, e este é talvez o melhor exemplo do seu potencial vocal em Revolver. Uma das preciosidades do álbum". Quando questionado sobre a canção em sua entrevista à Playboy em 1980, John Lennon disse: "É Paul novamente. Acho que foi uma de suas melhores".
"Got To Get You Into My Life" foi a segunda música gravada para Revolver, depois de "Tomorrow Never Knows". A gravação começou em abril e foi concluída em junho de 1966, nos estúdios da EMI em Abbey Road. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emerick como engenheiro. Paul McCartney - voz e baixo; John Lennon - guitarra; George Harrison - guitarra solo; Ringo Starr - bateria e pandeiro; George Martin - órgão. Eddie Thornton, Ian Hamer e Les Condon - trompete; e Alan Branscombe e Peter Coe - saxofone tenor.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

THE BEATLES - LET IT BE - TOTALMENTE REMASTERIZADO 54 ANOS DEPOIS - ÔBA!


Let It Be, o último filme dos Beatles, foi lançado em 1970 com direção de Michael Lindsay-Hogg. Agora, a produção foi oficialmente restaurada para o Disney+ e ganhou trailer e data de estreia no serviço de streaming.
Vale lembrar que, essa é a primeira vez em mais de 50 anos que o filme estará disponível de maneira oficial. O documentário chega ao catálogo da plataforma no dia 8 de maio de 2024. A narrativa mostra John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, com a participação especial de Billy Preston, durante produção de Let It Be, 13º disco de estúdio dos rapazes de Liverpool.

Em declaração à imprensa, Michael Lindsay-Hogg falou sobre o relançamento.
"Let It Be estava pronto para ser lançado em outubro/novembro de 1969, mas só foi em abril de 1970. Um mês antes do lançamento, os Beatles se separaram oficialmente. E então as pessoas foram ver Let It Be com tristeza nos corações, pensando: 'Nunca mais verei os Beatles juntos. Nunca mais terei essa alegria', e isso escureceu muito a percepção do filme. Mas, na verdade, com que frequência você vê artistas dessa estatura trabalhando juntos para transformar o que ouvem em suas cabeças em músicas? E então você chega ao telhado e vê o entusiasmo, a camaradagem e a alegria deles em tocar juntos novamente como um grupo, como sabemos agora, que era a última vez, e vemos isso com total compreensão de quem eles foram e ainda são tão pungentes. Fiquei impressionado com o que Peter Jackson foi capaz de fazer com Get Back, usando todas as filmagens que fiz 50 anos antes".

THE BEATLES - PORQUÊ OS BEATLES? By BARRY MILES


Este belo "textinho" que a gente confere a seguir, foi escrito com a propriedade de quem sabe o que diz: é o capítulo final que encerra o livro "O Diário dos Beatles" de Barry Miles. Vale a pena conferir novamente agora, em pleno 2024 - 54 anos depois da separação dos Beatles - nesta época que a música universal nunca esteve tão ruim. Vale muito a pena conferir!

"Todos os anos, vários grupos de mú­sica pop e rock recebem Grammys, Brits e discos de platina, mas os Beatles continuam a ser a referên­cia pela qual o sucesso de todos é medido. Graças ao contínuo cres­cimento da indústria musical glo­bal, muitos dos recordes de venda estabelecidos pelos Beatles foram ultrapassados; contudo, nenhuma banda chegou a ser considerada "maior que os Beatles" ou mesmo "os novos Beatles", e isso nunca acontecerá, pois ser "maior que os Beatles" é um patamar inatingível. Suas conquistas nunca deixarão de ser excepcionais em virtude do con­texto e da forma como foram atin­gidas.
A imprensa não tarda em compa­rar o sucesso de grupos de rock e pop com os dos Beatles, mesmo quando se trata de bandas que tive­ram uma carreira efémera, como, por exemplo, as Spice Girís; cinco garotas ousadas, cujo primeiro ál­bum e compactos lançados simul­taneamente venderam milhões de cópias em vários países. Mesmo assim, nem elas ou qualquer outro grupo gostaria de ser comparado aos Beatles. Como poderiam elas ser igualadas aos Fab Four, tendo lançado apenas um álbum? Essa é uma comparação totalmente des­cabida. Certamente, "maior que os Beatles" é um chamariz que ajuda a aumentar as vendas dos tabloides, (apesar de que o uso constante da frase só faz crescer a aura de sucesso inabalável dos Beatles). A maior parte dos que são breve­mente igualados aos Beatles co­meça e termina sua carreira como "boy bands", grupos de rapazes que cantam e dançam música pop, que, em sua maioria, nem sequer sabem tocar um instrumento mu­sical, quanto mais compor suas próprias músicas - seus shows ao vivo se resumem a danças atléticas, durante os quais cantam acompa­nhando playbacks. Normalmente, os catálogos dessas bandas ficam estagnados durante 12 meses até seu completo desaparecimento. Quanto valeria hoje o catálogo de The Monkees, The Osmonds, The Bay City Rollers, Duran Duran, Kajagoogoo, Wham!, A-Ha, Bros, New Kids On The Block, Brother Beyond ou mesmo Take That? De nada vale, também, comparar o sucesso dos Beatles a bandas do calibre de R.E.M, U2 ou Bruce Springsteen, que, apesar de lotarem estádios, levaram anos para alcan­çar o sucesso. Muito embora esses artistas tenham produzido pratica­mente o mesmo número de álbuns que os Beatles e seus recordes de vendas de discos e ingressos se equipararem aos dos rapazes de Liverpool, eles demoraram pelo menos três vezes mais para chegar a esse ponto em sua carreira. É verdade que se mantiveram íntegros dentro de uma indústria que só visa mais e mais ao lucro, mas nem o R.E.M., o U2 ou Bruce Springsteen jamais causaram nenhuma mudança significativa ou atraíram mais de algumas dezenas de fãs ao Heathrow Airport. Hoje, parece-me que qualquer ban­da que se torne famosa rapidamente recebe o rótulo de "os novos Beatles", ignorando o fato de que pelo me­nos três deles tocaram juntos du­rante quase quatro anos antes de entrarem em um estúdio de grava­ção. Nesse meio tempo, tiveram de dar duro para poder ganhar alguns trocados, apresentando-se ao vivo. É pouco provável que qualquer grupo atual, incluindo o R.E.M. e o U2, conseguisse tocar junto du­rante quatro anos antes de começar a gravar, apesar de Bruce Springs­teen ter batalhado muito em New Jersey antes de atingir o sucesso. Entre as bandas contemporâneas dos Beatles, apenas três dos rapazes do The Who também conseguiram viver quatro anos à custa do que ganhavam com as apresentações ao vivo, antes de começarem a gravar - mesmo assim, eles lançaram so­mente quatro álbuns na década de 1960, ao passo que os Beatles lan­çaram 12. Em comparação, menos de seis meses se passaram entre a formação dos Rolling Stones, os principais rivais dos Beatles, e o início das sessões de gravação de seu primeiro compacto. Sem sombra de dúvida, os Beatles produziram seus discos sob con­dições extraordinárias, que pro­vavelmente nunca se repetirão. É inacreditável que, apesar de conta­rem com equipamentos de gravação ultrassofisticados, as gravadoras multinacionais atuais ainda não têm condições de gravar dois álbuns do mesmo artista no mesmo ano, e, também, não estão dispostas a gra­var compactos que não contenham músicas que façam parte desses ál­buns, que são normalmente lança­dos a cada três anos, pois eles não podem ser usados como material promocional. Ainda há mais um ponto que merece nossa atenção: atualmente os cinco compactos nos primeiros lugares das paradas de sucesso não alcançam o total de 100 mil cópias vendidas, ao passo que os Beatles, em seus dias de gló­ria, atingiam mais de 1 milhão de cópias em pedidos antecipados, so­mente no Reino Unido! A banda Oásis, de Manchester, tem feito muito sucesso, mas difi­cilmente conseguirá que mais de 2 mil artistas gravem qualquer uma de suas canções, Nenhuma banda moderna será capaz de ter uma in­fluência tão abrangente quanto a dos Beatles. Voltando às versões gravadas por outros artistas, os Beatles tiveram suas canções in­terpretadas por ninguém menos que estrelas como Ella Fitzgerald, Sinatra, Ray Charles, Fats Domi­no e Peggy Lee e até pela banda Laibach, que criou uma versão trash metal do álbum Let It Be. Não podemos deixar de mencio­nar a cantora Cathy Berberian, que gravou Beatles'Árias, um ál­bum de canções dos Beatles com uma roupagem operística, que in­cluía bandas de metais, quartetos de cordas e callíopes. Os Beatles ainda exercem tanta influência que muitas bandas nem percebem que estào sendo ins­piradas por eles. No auge de sua fama, em 1965, influenciaram um grande número de artistas da épo­ca: de Brian Jones, em seu período Rolling Stones (em especial, no uso da cítara e no álbum Satanic Ma/es­ties, uma cópia de Sgt Pepper), pas­sando por Donovan, The Kinks, até todos os grupos pop que passaram a produzir trabalhos mais elaborados e duradouros, motivados pelos pro­gressos e experimentos feitos pelos Beatles. Antes do final da década de 1960, seus arranjos vocais inspiravam a todos, desde The Hollies aos Bee Gees e, no finai dessa década, seu impacto musical foi disseminado pela banda ELO, Electric Light Or­questra, que usou as composições psicodélicas dos Beatles como base para seu trabalho. Outra faceta de sua obra, que é digna de nota, são as guitarras pesadas do White Ál­bum, muito usadas pelo Led Zeppelin, que possui um lado Beatle que poucos imaginam; e por Syd Barrett, no início da, então, excêntrica banda Pink Floyd. Não há ninguém que não fosse tocado por eles. Bas­ta observar o trabalho de The Byrds, The Beach Boys e Buffalo Springfieíd - citando apenas as bandas cujo nome começa com "B"' - para perceber o que significou a invasão britânica para os norte-americanos. O interesse na obra dos Beatles permanece mais elevado do que a de qualquer de seus contemporâ­neos, tanto assim que seu catálogo completo ainda é editado e vendi­do a preços atuais, e os fâs sempre querem mais. O quarteto de Liverpool possui o maior número de colecionadores de todos os tempos e de discos piratas. Desde sua dissolu­ção, os advogados e os empresários responsáveis por seus interesses têm controlado com mãos de ferro tudo o que foi produzido pelo grupo. Apesar de Paul e Yoko, a viúva de John, terem perdido o controle da editora musical, ambos (além de George e Ringo) conseguiram re­verter a relação de amo e escravos que tinham com a EMI nos anos de 1960, e hoje os amos são eles. Provavelmente, todos esses fatos expliquem por que a série Anthology, com três CDs duplos lançados em 1996, contendo gravações alter­nativas, algumas raras, outras não aproveitadas nos álbuns anteriores da banda, juntamente com a coleção de vídeos em oito volumes, tenha vendido tanto, alcançando a soma aproximada de 400 milhões de dó­lares. Esse valor foi dividido entre os três Beatles e Yoko, tornando-os, em 1996, quase 40 anos após o pri­meiro encontro de John com Paul na quermesse em Walton, parte do rol dos artistas mais bem pagos do mundo, perdendo apenas para Oprah Winfrey e Steven Spielberg. Independentemente de suas con­quistas musicais, esse numerário por si só mostra por que os Beatles continuam a ser a referência pela qual o sucesso de todos os outros músicos é e sempre será medido - e por que ninguém nunca será ''maior que os Beatles"Barry Miles - 2007

Nota: Barrry Miles completou 81 anos no dia 21 de fevereiro.

ALL YOU NEED IS LOVE - THE BEATLES IN THEIR OWN WORDS - 2024


Em 10 de abril de 1970, os Beatles chocavam o mundo ao anunciar seu fim. Após oito anos juntos, John LennonPaul McCartney, George Harrison e Ringo Starr deixariam de ser o Fab Four. Na época, Paul falou que o fim ocorreu por "desacordos nos planos pessoais, no dos negócios e no musical. Mas o principal é que me sinto melhor com minha família". Apesar da surpresa para os fãs, quem vivia a rotina do Quarteto de Liverpool não via a situação dessa maneira. Ringo Starr, considerado uma pessoa delicada, admitiu que ficou "satisfeito" com a separação. "Já era hora… As coisas duram pouco", disse. Mas se engana quem pensa que as crises dos bastidores se encerraram após o episódio. Em meados de 1980, uma década depois, os ex-Beatles viviam uma Guerra Fria, principalmente contra Lennon. George Harrison, por exemplo, descreveu seu antigo colega como "um pedaço de merda". O guitarrista, conhecido por ser normalmente quieto, ainda continuou sobre John: "Ele é tão negativo sobre tudo… Ele se tornou tão desagradável". Companheiro de longa data de Lennon, o diplomático Paul McCartney também foi ríspido contra o parceiro de escrita — e sua esposa Yoko Ono. "A maneira de conseguir a amizade deles é fazer tudo do jeito que eles exigem. Fazer qualquer outra coisa é como não conseguir a amizade deles. Eu sei que se eu absolutamente me deitar no chão e simplesmente fizer tudo como eles dizem e rir de todas as suas piadas e não esperar que minhas piadas sejam ridicularizadas... se eu estiver disposto a fazer tudo isso, então poderemos ser amigos"As revelações foram expostas no livro "All You Need Is Love: The Beatles in Their Own Words", obra recém-lançada escrita pelo ex-assessor da banda, Peter Brown, e o autor best-seller Steven Gaines. O livro é baseado em entrevistas feitas por Gaines entre 1980 e 1981. Na época, ele chegou a agendar uma reunião com John Lennon, no entanto, o encontro nunca aconteceu devido ao assassinato do ex-Beatle. A narrativa ainda conta com relatos dos Beatles sobreviventes, esposas e amantes dos músicos, parceiros de negócios e outras pessoas ligadas ao Quarteto de Liverpool.

"All You Need Is Love" é uma sequência da biografia de 1983 'The Love You Make: An Insider's Story of the Beatles', onde Gaines fala sobre a ascensão meteórica da banda e a separação tóxica — incluindo o uso de anfetaminas, maconha, LSD, cocaína, heroína; e namoros com groupies, pintando um retrato conturbado de como a fama arruinou a maior banda do mundo. No livro, Ringo Starr deu detalhes da angustiante turnê dos Beatles em Manila, capital das Filipinas, em 1966. Na ocasião, o baterista disse que a banda foi "cuspida" e quase mantida refém após recusar um convite do presidente Ferdinand Marcos e da primeira-dama Imelda Marcos. "Então chegamos ao avião e há um anúncio de que nosso assessor de imprensa, Tony Barrow, e [o técnico de apoio] Mal Evans tiveram que sair do avião. Nós pensamos, agora eles estão nos tirando de dois em dois para atirar em nós". Quando os Beatles encerraram a parte norte-americana da turnê naquele ano, eles estavam desmoronando. "Continuávamos percebendo que estávamos ficando cada vez maiores, até que todos percebemos que não poderíamos ir a lugar nenhum — você não poderia pegar um jornal ou ligar o rádio, ou a TV sem se ver", disse Harrison. "Tornou-se demais". A obra também examina a icônica parceria entre Lennon e McCartney, que gerou frutos como "I Want To Hold Your Hand", "Eleanor Rigby" e "A Day In the Life". Apesar disso, eles travaram uma intensa batalha pelo controle da Apple Records. "De repente, eu tinha mais ações da Northern Songs do que qualquer um", admitiu McCartney, "e foi tipo, opa, desculpe". John disse: "Seu bastardo, você está comprando pelas minhas costas". O ex-presidente da Apple Records, Ron Kass, insistiu que a desavença que, eventualmente, afogou a banda poderia ter sido evitada se ele "tivesse presenteado Lennon com um saco de dinheiro ocasionalmenteO dinheiro investido era muito abstrato para ele", disse Kass sobre Lennon. A relação se tornou ainda pior quando o empresário Allen Klein foi nomeado para presidir os assuntos financeiros dos Beatles. Paul não concordava. E se referia como "demônio". "Os três queriam fazer coisas, e eu sempre fui a mosca na sopa", alegou McCartney.

A escolha de Klein, seguindo a maioria, deixou Paul McCartney ainda mais furioso pela adesão de Ringo: "Então eu disse: 'Bem, isso é como o maldito Júlio César, e estou sendo esfaqueado nas costas". Paul ainda acusou Klein de conquistar John ao se aproximar de sua esposa, Yoko Ono. "Klein viu a conexão com Yoko e disse a Yoko que faria muito por ela", lembrou. "E era basicamente isso que John e Yoko queriam: reconhecimento para Yoko". Tudo se tornou ainda mais intenso quando o baixista foi pressionado para adiar o lançamento de seu álbum solo de estreia, 'McCartney', para abrir espaço para o lançamento final da banda, "Let it Be". Quando Ringo Starr o visitou na tentativa de fazer as pazes em nome do grupo, McCartney expulsou o baterista. "Esse foi o pior momento com Ringo, e senti pena dele porque isso realmente o desanimou". Um ano depois, em 31 de dezembro de 1970, McCartney processou seus ex-companheiros de banda. A vida amorosa dos Beatles era tão conturbada quanto os entreveros internos da banda. Como recorda o livro, muito se fala sobre como Eric Clapton roubou a esposa de George Harrison, Pattie Boyd, enquanto pouco se diz o quanto o guitarrista é igualmente culpado por se apaixonar pela esposa de seu companheiro de banda. A primeira esposa de Ringo Starr, Maureen Starkey, relembrou a escandalosa perseguição que sofreu de Harrison nos anos 1970. Na ocasião, ela e Ringo tinham acabado de receber Harrison e Boyd para um jantar em casa. "Eu estava limpando a mesa", recordou Maureen. "Ele [Harrison] pegou um violão e começou a cantar uma música… e então ele simplesmente se virou para Ringo e disse: 'Estou apaixonado por sua esposa'. Fiquei totalmente atordoada". Questionada se Harrison estava louco com tal afirmação, ela respondeu: "Jesus Cristo, sim!".
Yoko Ono também se defendeu das críticas e acusações de longa data que ela seria responsável pelo fim da banda. "Tudo o que fizemos naquela época, qualquer coisa que estivesse errada, era minha responsabilidade", disse Yoko, que alegou que Harrison até mesmo a culpou por 'colocar' Lennon na heroína. Ono brincou sobre uma vez em que participou de uma reunião dos Beatles com uma sala cheia de empresários judeus — e vestiu trajes árabes. "Eles me odiavam de qualquer maneira", refletiu. "Mas sim, isso tornou tudo pior. Engraçado". Por fim, Gaines aponta que John Lennon "transformou sua esposa em uma arma", fazendo dela a policial má das histórias. Entretanto, como esclarece o autor, "John e Paul já estavam fartos um do outro". "Acho que estávamos nos distanciando", reconheceu McCartney. Porém, Paul McCartney descreveu como "agradável" um telefonema que teve com John Lennon no dia de Natal de 1979. "Eu li piadas sobre: 'Oh, os Beatles cantaram 'Tudo que você precisa é amor', mas não funcionou para eles", e Lennon disse em uma citação de 1972 usada como epígrafe do livro. "Mas nada jamais quebrará o amor que temos um pelo outro". Fonte: aventurasnahistoria.uol.com.br

THE BEATLES - 1964 US TOUR RECONSTRUCTION - ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL!!! ⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐

Twist And Shout
You Can't Do That
All My Loving
She Loves You
Things We Said Today
Roll Over Beethoven
Can't Buy Me Love
If I Fell
I Want To Hold Your Hand
Boys
A Hard Day's Night
Long Tall Sally

SENNA - MINISSÉRIE ESTREIA AINDA EM 2024


Há 30 anos, no dia 1º de maio de 1994, o Brasil perdia um dos seus maiores campeões: Ayrton Senna do Brasil, que morreu durante o GP de San Marino, em Ímola, com 34 anos. No dia 21 de março de 2024, Senna teria completado 64 anos se vivo estivesse.

A Netflix acaba de divulgar o primeiro teaser de SENNA, minissérie original que acompanha a trajetória do piloto brasileiro tri-campeão mundial da Fórmula 1. SENNA é uma minissérie de ficção inspirada na história de vida, incrível carreira e nos relacionamentos familiares do maior piloto de F1 de todos os tempos. Protagonizada por Gabriel LeoneSENNA ainda conta com Matt Mella como Alain Prost, Johannes Heinrichs como Niki Lauda, Joe Hurst como Keith Sutton, Steven Mackintosh como Frank Williams e Kaya Scodelario. A direção fica a cargo de Vicente Amorim e Julia Rezende. Já o roteiro é de Álvaro Mamute, Thais Falcão, Gustavo Bragança, Rafael Spínola, Alvaro Campos e James Daniel Wilson. Ainda sem data de lançamento divulgada, SENNA estreia ainda em 2024.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

THE BEATLES - A DAY IN THE LIFE - 1967 ⭐⭐⭐⭐⭐⭐


“A Day in the Life" é uma música clássica dos Beatles, lançada como faixa final de seu álbum de 1967, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. Criada por Lennon & McCartney, as seções de abertura e encerramento foram escritas principalmente por John Lennon, com Paul McCartney contribuindo com a seção intermediária. Todos os quatro Beatles desempenharam um papel na definição do arranjo final de “A Day in the Life". Uma referência as drogas resultou na proibição inicial da transmissão da música pela BBC. Continua sendo uma das canções mais influentes e celebradas da história da música popular, aparecendo em muitas listas das melhores canções de todos os tempos e sendo comumente avaliada como a melhor canção dos Beatles.
Com a edição de luxo da coletânea 1, o vídeo original de “A Day in the Life" foi totalmente restaurado. Com imagens captadas durante a gravação dos arranjos de cordas, entre janeiro e fevereiro de 1967, o filme passeia pelos estúdios, mostra o relacionamento entre os integrantes, a colaboração de mais de 40 músicos de uma orquestra e até uma rápida participação de Keith Richards e Mick Jagger. O resultado está em uma coleção de imagens sombrias e psicodélicas, estímulo para os mais de cinco minutos do incrível vídeo que acompanha a faixa.