terça-feira, 31 de agosto de 2021

ALL THINGS MUST PASS - DE VOLTA AO TOP 10!


O álbum triplo de George Harrison, “All Things Must Pass” retornou ao Top 10 da Billboard 200 pela primeira vez desde 1971 – por conta da super edição em virtude dos 50 anos de seu lançamento original. Recentemente remixado e com uma variedade de formatos, o trabalho voltou à 7ª posição esta semana. Ao todo, foram 32 mil unidades vendidas (somente nos Estados Unidos) na última semana – um aumento de 1.401% (foram cerca de 2 mil unidades na semana anterior), de acordo com a MRC Data. Deste número total, 28 mil vieram exclusivamente da venda de álbuns físicos.
“All Things Must Pass” foi o terceiro álbum solo de Harrison e seu primeiro número 1. Lançado em 27 de novembro de 1970, o trabalho estreou em 5º lugar e liderou a Billboard 200 por sete semanas consecutivas (entre janeiro e fevereiro de 1971). Além disso, permaneceu até o fim de março de 1971 no Top 10. Deste álbum, Harrison emplacou dois hit singles na Billboard Hot 100: seu primeiro nº 1 solo foi a icônica “My Sweet Lord” (que ganhou lançamento duplo com “Isn’t It a Pity” no lado B) e “What Is Life” chegou ao 10º lugar. Com os Beatles, Harrison emplacou vários singles número 1 na Hot 100 e álbuns na Billboard 200. O retorno de “All Things Must Pass” ao Top 10 da Billboard 200 marca a primeira vez que Harrison aparece por lá desde 1988, quando o álbum “Cloud Nine” alcançou a 8ª posição. É também a sua posição mais alta desde que o álbum “Dark Horse” galopou para a 4ª posição em janeiro de 1975.
“All Things Must Pass” foi relançado em um número considerável de formatos para seu 50º aniversário. Entre eles: uma edição regular de 23 faixas (disponível como um álbum digital com CD duplo ou vinil triplo); uma edição deluxe (23 faixas originais, mais 17 demos, outtakes e jams em um CD triplo ou vinil quíntuplo); uma edição super deluxe (23 faixas originais, mais 47 demos, outtakes e jams, em download digital, mais blu-ray e a opção entre CD quíntuplo ou vinil óctuplo).

Ainda há a edição uber deluxe (23 faixas originais, mais 47 demos, outtakes e jams, em download digital, mais blu-ray, mais CD quíntuplo, mais vinil óctuplo – com todo este material abrigado em uma caixa de madeira colecionável com memorabilia e dois livros que documentam a criação do álbum). Os preços das várias edições vão de cerca de US$ 13 a US$ 25 (edição regular) a US$ 1.000 ou mais (dependendo do varejista) para a edição uber deluxe. Fonte do texto: portalpopline.com.br - por Daiv Santos 

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

THE BEATLES - VEM AÍ O LET IT BE 2021!


Let it Be, último disco de estúdio dos Beatles, ganhará versão especial com faixas bônus e novos detalhes bastidores da banda britânica formada por John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison, segundo informações do NME. Lançado originalmente em maio de 1970, o álbum clássico possui músicas como "Let It Be", "I've Got a Feeling", "Across the Universe", "Get Back" "The Long and Winding Road", "For You Blue" e outros clássicos.
Essa edição especial de Let it Be, responsável por celebrar o trabalho derradeiro dos Beatles, tem lançamento marcado para 15 de outubro de 2021, e abrangerá uma série de formatos. O álbum original foi recentemente mixado pelo produtor Giles Martin e pelo engenheiro Sam Okell.

Além disso, um novo livro de capa dura, intitulado The Beatles: Get Back, também será incluído nas edições "super deluxe" de Let it Be, com um prefácio escrito por Paul McCartney. “Sempre achei o filme original Let It Be muito triste, porque tratava da separação de nossa banda, mas o novo filme mostra a camaradagem e o amor entre nós quatro. Também mostra os momentos maravilhosos que passamos juntos e, combinado com o álbum remasterizado Let it Be, permanece como um poderoso lembrete dessa época. Quero lembrar dos Beatles assim", disse o mega-astro.
Let it Be estará disponível como um conjunto "super deluxe", com cinco CDs, Blu-ray, discos de vinil, disco de imagem de edição limitada, entre outros. Três faixas do relançamento foram divulgadas na quinta, 26, para marcar o anúncio, como "Let It Be" (2021 Stereo Mix),"Don't Let Me Down"(First Rooftop Performance)" e "For You Blue" (1969 Glyn Johns Mix).

MCCARTNEY 3, 2, 1 - DOCUMENTÁRIO DE PAUL MCCARTNEY


Não são necessárias tantas explicações para entender a importância de Paul McCartney para a música. Ex-integrante da banda mais famosa de todos os tempos, ele continua a produzir músicas e álbuns com regularidade. Agora, conversa sobre sua história na série documental “McCartney 3,2,1”, que estreia na plataforma de streaming Star+ no dia 22 de setembro. O cantor e compositor senta ao lado do produtor musical Rick Rubin para traçar um panorama de sua trajetória. Aborda seu trabalho com os Beatles, o sucesso estrondoso na década de 1970 com o Wings e seus 50 anos com experiência na carreira solo. Durante os diálogos, divididos em episódios de 30 minutos, os dois ainda falam sobre a produção de música e como a vida pessoal interfere em algumas de suas composições.
Na produção executiva do projeto, estão Paul McCartney, Rick Rubin, Peter Berg, Matthew Goldberg, Brandon Carroll, Frank Marshall, Ryan Suffern e Jeff Pollack. O programa será lançado no Star+, que chega ao Brasil no dia 31 de agosto. Ao longo de seis episódios, Paul McCartney e Rick Rubin dissecam temas clássicos como 'Come Together', 'With a Little Help From My Friends' ou 'In My Life', contando histórias de bastidores e inclusive, até trechos de canções inéditas dos Beatles. “McCartney 3,2,1” foi lançado digitalmente primeiro pelo Hulu em 16 de julho.

PAUL MCCARTNEY - LAVATORY LIL - SENSACIONAL!


“Lavatory Lil” é a 5ª faixa do excelente McCartney III, de 2020. Uma coisa que se sabe sobre “Lavatory Lil” é que nunca saberemos sobre quem Paul McCartney escreveu a música. Sabemos que o personagem é baseado em alguém que Paul conheceu, mas que essa pessoa sacaneou. Ele gravou a música usando um violão Telecaster 1954 dado por sua esposa Nancy. Para obter o ótimo som de blues rock na música, Paul tocou a Telecaster em seu amplificador Vox AC30.

Em “Lavatory Lil”McCartney fala sobre alguém que só queria o seu dinheiro. Após a divulgação da música, sites começaram a especular se ele estaria falando da ex-mulher, Heather Mills, com quem ficou casado entre 2002 e 2006. Em entrevista ao New York Times, em novembro de 2020, McCartney disse: “Lavatory Lil” é uma paródia de alguém de quem não gosto. Alguém com quem eu estava e que acabou sendo um pouco vilã. Achei que as coisas estavam ótimas; ficou desagradável. Então eu inventei o personagem Lavatory Lil e lembrei algumas das coisas que aconteceram e as coloquei na música. Não preciso ser mais específico do que isso. Nunca vou divulgar quem foi”.

“Lavatory Lil” foi gravada em abril e junho de 2020 no Hog Hill Studio, Rye, Reino Unido. Foi produzida por Paul McCartney e teve Steve Orchard como engenheiro e Keith Smith como engenheiro assistente. Paul McCartney toca violão Telecaster 1954, bateria, guitarra elétrica e baixo Moog. Uma versão alternativa de “Lavatory Lil” foi lançada como faixa bônus em algumas versões de McCartney III. Em 2021, para o projeto McCartney III Imagined, o músico americano Josh Homme reimaginou “Lavatory Lil”, e essa versão também ficou sensacional.

MARY HOPKIN - O SUCESSO DE TODOS AQUELES DIAS


"Those Were the Days" foi a primeira música lançada por Mary Hopkin, em 30 de agosto de 1968. A composição é creditada a Gene Raskin, que fez uma versão em inglês do classico russo "Dorogoy Dlinnoyu" escrita em 1920 por Boris Fomin e Konstantin Podrevsky. A letra da música é sobre a juventude e o idealismo romântico. Embora a canção tenha aparecido no início da década de 1960 pelo grupo The Limelighters, foi Mary Hopkin quem gravou a versão definitiva, que foi produzida por Paul McCartney e que chegou ao topo das paradas de singles do Reino Unido e nº 2 nos Estados Unidos. A música foi traduzida para o castelhano (com o título "Que tiempo tan feliz"), para o francês (com o título "Le temps des fleurs"), para o italiano (Quelli erano giorni"), para o alemão ("Am jenem Tag") e para o português (com o título "Aqueles tempos", na voz da cantora da Jovem Guarda Joelma). "Those Were The Days" com Mary Hopkin foi lançada no programa de televisão Opportunity Knocks, da BBC. A cantora Sandie Shaw também gravou a música, mas não teve o mesmo sucesso que a versão de Hopkin. Curiosamente, depois de tanto sucesso, "Those Were The Days" tornou-se a conhecida musiquinha insuportável do Show de Calouros do Sílvio Santos. Mary Hopkin foi a primeira artista contratada pela Apple. Iniciou a carreira em 1967, como vocalista de um grupo folk, chamado Selby, Set & Mary.
Quando ganhou o concurso televisivo do programa "Opportunity Knocks" (no melhor estilo do The Voice), Mary chamou a atenção da modelo Twiggy que a recomendou para Paul McCartney. Ela caiu nas graças de Paul e o contato profissional com o Beatle lhe proporcionou gravar o primeiro compacto "Turn Turn Turn", que fez um razoável sucesso. Mas a grande revelação de Mary Hopkin foi "Those Were The Days", produzida e arranjada por McCartney.

A partir desse sucesso a carreira da moça decolou. Nessa época, "Those Were The Days" concorria com "Hey Jude" nos primeiros lugares das paradas britânicas. Aos 19 anos, Mary Hopkin lançou pela Apple, seu primeiro álbum - POST CARD em 1969, emplacando outro grande sucesso "Goodbye" também escrita por Paul que também produziu o álbum.
Com tendências folk e pop-rock, o destaque da sua voz sensível foi a grande revelação que fecharia com chave de ouro os anos sessenta. Todos os grandes hits de Mary foram lançados também em compactos e, logo incluídos em LPs. A discografia não é extensa, mas foi o suficiente para revelar a brilhante intérprete que foi. Com a canção "Knock Knock, Who's There?" representou o Reino Unido no Festival Eurovisão da Canção 1970, onde terminou em segundo lugar. Depois do lançamento do seu segundo álbum editado em 1971, "Earth Song-Ocean Song", produzido por Tony Visconti, produtor do T. Rex, David Bowie e Badfinger, Visconti se casou com a galesinha e ela deixou de cantar. Retirou-se da vida musical, para só voltar anos depois. Mas aí já era. Depois de se divorciar de Visconti em 1981, cantou a canção "Rachael's Song" de Vangelis para o filme Blade Runner. Depois, entre 1982 e 1984 fez parte de alguns grupos como backing vocal. Nada de expressão. Em 1989 lançou o álbum "Spirit", com o single "Ave Maria" que a gente confere aqui, depois dos sucessos "Those Were The Days" e "Goodbye".

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

PAUL McCARTNEY - McCARTNEY III IMAGINED 😀😀😀😀


Paul McCartney sabe como impressionar - e, não seria diferente ao reimaginar o McCartney III. Ao lado de convidados magníficos, o 'novo' disco, intitulado McCartney III - Imagined, apresenta remixes satisfatoriamente experimentais e de uma contemporaneidade impecável - com traços de psicodelias espalhados ao longo de todo o álbum. As onze faixas do terceiro autointitulado da discografia, o McCartney III, lançado em dezembro de 2020, foram repensadas para integrarem o McCartney III - Imagined. Ao refletirem a personalidade e identidade musical das parcerias, as músicas ganharam um novo e contemporâneo formato.
McCartney III - Imagined é a versão reinventada de McCartney III , o 18º álbum solo de Paul McCartney. Foi lançado digitalmente em 16 de abril de 2021, com uma versão física lançada em 23 de julho. McCartney recrutou vários colaboradores para remixar e executar as músicas do álbum, incluindo Beck, Dominic Fike, Khruangbin, St. Vincent, Dev Hynes, Phoebe Bridgers, Ed O'Brien, Damon Albarn, Josh Homme, Anderson .Paak, Robert Del Naja e Idris Elba. A versão de Dominic Fike de "The Kiss of Venus" foi lançada como o primeiro single, seguida pela versão de Beck de "Find My Way" e a versão de EOB de "Slidin". A seleção das faixas teve curadoria do próprio McCartney, apresentando "amigos, fãs e novos conhecidos". Para o lançamento, McCartney teve conversas ao vivo via Instagram Live com St. Vincent , Ed O'Brien , Phoebe Bridgers e Josh HommeMcCartney III - Imagined foi recebido com críticas geralmente positivas. A nova roupagem teve músicas retrabalhadas, além de versões e remixes. McCartney III - Imagined contou com participações de músicos de bandas como Radiohead, Massive Attack, Blur e Queens of the Stone Age, além de vários outros artistas. A cada um dos convidados foi pedido que reimaginasse sua música favorita do McCartney III e desse a sua própria assinatura.
Falando sobre a gênese do álbum original, McCartney disse: “Eu estava vivendo a vida trancado em minha fazenda com minha família e ia ao meu estúdio todos os dias. Eu tinha algumas coisas em que trabalhei ao longo dos anos, mas às vezes o tempo acabava e ficava pela metade, então comecei a pensar no que eu tinha. A cada dia, eu começava a gravar com o instrumento com o qual escrevi a música e, gradualmente, sobrepunha tudo”. Ele explicou a alegria de criar música durante a pandemia: “Foi muito divertido. Tratava-se de fazer música para você mesmo ao invés de ter que fazer como um trabalho. Então, eu apenas fiz coisas que imaginei fazer. Eu não tinha ideia de que isso iria resultar em um álbum”.

Dentre os nomes convidados estão o guitarrista do Radiohead Ed O'Brien, Anderson .Paak, Phoebe Bridgers e muitos outros em uma mescla de diversas sonoridades e elementos dos mais variados gêneros - pop, soul, rock, R&B e mais. É fato que Paul McCartney sempre esteve à frente do tempo. Com um talento incomparável e uma sensibilidade artística inigualável, o músico se permite experimentar os mais diversos elementos e gêneros, explorar sonoridades e testar a criatividade em níveis viscerais - desde os anos com os Beatles. Esta unicidade poderosa de McCartney fica visível ao longo das onze faixas remixadas, dispostas a encontrarem o melhor de cada um dos convidados. Dessa vez, portanto, Macca é acompanhado das identidades musicais de cada um dos artistas. Em meio às semelhanças e divergências encaixadas em único projeto, o disco é essencialmente singular. McCartney III - Imagined é um álbum expansivo, emocionante e deliciosamente contemporâneo. Como o próprio ex-Beatle conta, a ideia era, de fato, trazer os elementos particulares de cada um dos convidados e entregar o controle completo das músicas para os colaboradores decidirem os novos formatos. O resultado é um disco experimental com convidados magníficos, escolhidos a dedo por Paul McCartney. McCartney III - Imagined é uma viagem fascinante.

Para abrir o álbum, "Find My Way", em parceria com Beck, foi a escolhida. A faixa animada, guiada por linhas de baixos, brinca com elementos eletrônicos que remetem à psicodelia e os combina com flertes ao groove do funk. Em sequência, recursos clássicos do R&B acompanham "The Kiss Of Venus", que ganhou a cara - e vocais - de Dominic Fike. Repleta de detalhes sonoros, a música é conduzida por um riff de guitarra completamente envolvente. A alucinante "Pretty Boys", reimaginada pelo trio Khruangbin, apresenta fortes referências do soul clássico, dub e psicodelia - costumeiros da banda. A música é uma viagem sonora expansiva e mágica. "Women and Wives" com St. Vincent é um clássico rock and roll. Para potencializar a magnitude, é apoiada pela interpretação vocal de McCartney e por vocais de apoio em um coro poderoso. Mais de R&B no disco aparece na releitura de Blood Orange de "Deep Down" - com falsetes e guitarras finas conduzidos pela intensa bateria. Os dois cantores dividem os vocais em um remix deslumbrante e contemporâneo. Logo após, McCartney III - Imagined ganha as cores do mundo caótico e complexo apresentado na discografia de Phoebe Bridgers. A versão de "Seize The Day" interpretada pela cantora poderia ser facilmente uma faixa de Punisher, disco dela lançado em 2020. Paul McCartney não traria apenas uma faixa que contempla rock clássico, é claro. Em uma colaboração maravilhosa com o guitarrista do Radiohead, Ed O'Brien, e com o músico e produtor Paul Epworth, "Slidin'" entrega um frescor tradicional do rock and roll, com muita guitarra e uma aproximação a elementos psicodélicos. Uma das versões mais contemporâneas deMcCartney III - Imagined é a parceria com Damon Albarn - músico de bandas como Blur e Gorillaz. "Long Tailed Winter Bird" é um dub de experimentações fascinantes em uma complexa faixa instrumental, que lembra muito a icônica estética sonora do Gorillaz. Josh Homme, do Queens of The Stone Age, junta-se a Paul McCartney para a versão de "Lavatory Lil". A música traz um atraente, convidativo, maduro e bem-construído rock and roll, refletindo a experiência de ambos no consagrado gênero musical. Com Anderson .Paak, "When Winter Comes" é um lo-fi soul interpretado pelo icônico cantor norte-americano. Leve, suave e encantadora, a faixa antecede a última viagem intensa e psicodélica do disco. Para fechar a aventura pelas mais diversas sonoridades modernas, expansivas e características, a longa "Deep Deep Feeling" ganhou um remix magnético de 11 minutos do artista britânico, Robert Del Naja, conhecido como 3D. A música final é uma festa experimental repleta de elementos contemporâneos, que curiosamente representa muito bem a proposta ousada e grandiosa de todo o McCartney III - Imagined. É incrível acompanhar um projeto de um artista com mais de 50 anos de carreira, que mostra maestria ao se reinventar.
Mesmo único e excêntrico, o disco aposta no mais moderno formato da indústria musical - o "feat", as famosas colaborações musicais. Com um olhar moderno e artístico para as parcerias, as canções transbordam individualidades ao combinar as mais diversas e espetaculares estéticas musicais. Não é à toa que Paul McCartney segue sendo um artista fascinante aos 79 anos - e McCartney III - Imagined evidencia mais uma das complexas dimensões fantásticas trazidas pelo músico ao longo da influente e prestigiada discografia. Seja com rock clássico ou se aventurando em outras sonoridades, o artista sabe entregar um disco potente e poderoso. McCartney III - Imagined já está disponível em todas as plataformas digitais, inclusive aqui no Baú.

A ESTRANHA MORTE DE BRIAN EPSTEIN


Brian Epstein era homossexual. O que só se tornou público tempos depois de sua morte. A homossexualidade de Brian era conhecida entre os mais próximos, inclusive os Beatles. Devido a uma maior proximidade que tinha com John Lennon surgiram rumores que os dois tiveram um breve caso numa viagem que fizeram juntos para a Espanha em abril de 1963. Pouco depois de começar a empresariar os Beatles, Brian começou a tomar anfetaminas. Para ele era o único meio de manter-se acordado até altas horas durante as exaustivas turnês. Mais tarde, se envolveu  no uso de outras drogas como a maconha e o LSD. Pouco antes de sua morte, Brian foi internado na clínica Priory tentando se livrar do uso de anfetaminas e da insônia. Sua última visita aos estúdios de gravação foi em 23 de agosto. No dia seguinte ele partiu para sua casa no campo em Uckfield (Sussex) para férias. Chegando em Uckfield, resolveu voltar a Londres. No dia 27 de agosto de 1967, Brian Epstein foi encontrado morto em seu quarto, aos 32 anos. No laudo, constava "morte acidental" por overdose de Carbitol, um medicamento para insônia. No dia do falecimento, os Beatles estavam em Bangor meditando com o guru Maharishi Mahesh Yogi quando souberam da notícia e ficaram visívelmente chocados. O corpo de Brian encontra-se sepultado no Cemitério Judaico Kirkdale, Kirkdale, Merseyside na Inglaterra.

Sobre a morte de Brian, John Lennon disse: "Estávamos no País de Gales com o Maharishi. Havíamos acabado de assistir à sua primeira palestra quando recebemos a notícia. Fiquei chocado, todos nós ficamos, e fomos falar com o Maharishi. ‘Ele morreu’, dissemos, e ele, como um idiota, dizia em tom paternal, ‘Esqueçam, fiquem felizes, sorriam’, e foi o que fizemos. Senti o que qualquer um sente quando uma pessoa íntima morre: algo dentro de nós dizendo de forma descontrolada, ‘ainda bem que não fui eu’. Não sei se você já passou por isso, mas muitas pessoas próximas a mim morreram e eu pensei ‘Que droga! Não há nada a fazer’. Sabia que estávamos em uma enrascada. Estava assustado, pois não tinha nenhuma ilusão de que pudéssemos fazer qualquer outra coisa a não ser tocar, e pensei ‘Estamos acabados’. Eu gostava de Brian e tivemos uma relação estreita durante anos, por isso não quero que nenhum estranho seja nosso empresário, simplesmente isso. Gosto de trabalhar com amigos. Eu era o mais próximo de Brian, tão próximo quanto se pode ser de alguém que leva um estilo de vida ‘gay’, e você não sabe o que ele faz por fora. De todos os Beatles, eu era o mais próximo de Brian e realmente gostava muito dele. Nós tínhamos plena confiança nele como empresário. Para nós, ele era o especialista. Bem, no começo ele tinha uma loja e achávamos que qualquer um que tivesse uma loja sabia o que fazer. Ele costumava encantar e seduzir a todos, mas, às vezes explodia, tinha acessos de raiva e tinha crises de poder e, então, sabíamos que iria desaparecer por alguns dias. De tempos em tempos, entrava em crise e todo o negócio parava, pois ficava prostrado na cama, tomando soníferos por dias a fio. Às vezes desaparecia, porque fora espancado por algum estivador em Old Kent Road. No início, não sabíamos o que realmente acontecia, mas, mais tarde, descobrimos a verdade. Nunca teríamos conseguido chegar ao topo sem sua ajuda e vice-versa. No começo de nossa carreira tanto Brian quanto nós contribuímos, nós tínhamos o talento e ele fazia as coisas acontecerem. Mas ele não tinha força suficiente para nos controlar. Nunca conseguiu que fizéssemos algo que não queríamos”.

THE BEATLES - BRIAN EPSTEIN BLUES


Em 19 de julho de 1968, menos de um ano após a morte de Brian Epstein, durante as gravações do Álbum Branco, mais exatamente durante as sessões de “Sexy Sadie”, depois de mais de 20 takes, John Lennon improvisou uma estranha música pouco elogiosa, que tinha como tema o empresário dos Beatles, Brian Epstein, enquanto os outros improvisavam no fundo. Essa música nunca apareceu em nenhum dos lançamentos oficias, mas se tornou bem conhecida através de bootlegs, como “Unsurpassed Masters Vol. 4”
"Brian Epstein Blues" é a única música que um Beatle escreveu referindo-se a Brian Epstein pelo nome, mas, definitivamente, essa música esquisita definitivamente não é um tributo.
É sobre Brian Epstein e seu irmão Sam?
Eles estavam trabalhando em uma mina de carvão fazendo o que eu sou.
E o irmão Andy, ele está desligando o fogo.
Mas se você contar ao Tom sobre seu irmão Sam,
wah dap, a wah dap bop ...
Wah dup a ba ba bow, sobre seu irmão Clyde,
ele é um velho sujo.
Bem, e quanto a Brian Epstein, ele está maldito na prisão.
Ele está trabalhando na mina de carvão sentado morto como um fracassado (?).
A mãe dele tem uma rainha. Bem, ela é a rainha de todos eles.

RAUL SEIXAS - JUDAS - SENSACIONAL!*****


Poucos nomes na história são tão identificados com o mal como Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus com um beijo e o entregou à morte certa. No entanto, nos últimos anos, graças à arqueologia, mas também à literatura, a imagem do discípulo maldito do Novo Testamento mudou profundamente para se situar em um terreno muito mais ambíguo. Judas desempenhou um papel importante na história bíblica, se ele não tivesse traído Cristo, não teria cumprido a profecia, Jesus pagou nossos pegados com seu sangue. Raul trouxe um Judas extremamente “querido” por Jesus, e que fez dele peça importante para que sua missão pudesse ser realizada. Judas não foi um traidor apenas, ele foi o caminho que fez com que Jesus ficasse conhecido e reverenciado até hoje. O refrão especificamente, se refere ao Congresso Nacional e a politicalha brasileira: “Mas é que lá em cima lá na beira da piscina, olhando simples mortais. Das alturas fazem escrituras e não me perguntam se é pouco ou demais”.

“Judas” é a faixa de abertura de ‘Mata Virgem’, o oitavo álbum de estúdio do cantor e compositor Raul Seixas, lançado em 1978. Raul retirou-se numa fazenda na Bahia, visando curar-se de uma pancreatite que o consumo intenso de álcool lhe causara - condição que lhe acompanharia por muitos anos e eventualmente provocaria a sua morte. Lá, conheceu sua futura companheira, Tânia Menna Barreto, com quem compôs "Mata Virgem". Também retomou rapidamente a parceria com Paulo Coelho em algumas músicas como "Judas" e "As Profecias". Ambos tinham uma relação complicada e não se davam bem, tornando-se este o último álbum em que participaram juntos. Nessa breve volta com Paulo Coelho, Raul aproveitou para retomar algumas das linhas mestras de sua obra. A novidade é que aqui ele não se furtou a experimentar com a música da moda, e se jogou de cara na discotheque logo na aber­tura, com “Judas”, canção ornada por cordas patinantes em que deu voz ao odiado personagem da Bíblia. O disco foge um pouco do rock and roll característico do cantor, contando com ritmos como baião, forró e música caipira. O álbum não foi bem sucedido na época, por causa da má divulgação e a crítica também não ajudou.

PAUL MCCARTNEY - THE LYRICS: 1956 TO THE PRESENT


Em fevereiro de 2021, Paul McCartney anunciou que preparava o lançamento de um livro sobre suas canções. "The Lyrics: 1956 to the Present" no formato de um conjunto de dois volumes em 2 de novembro nos Estados Unidos e Reino Unido. Pois bem, lançamento confirmado, “The Lyrics: 1956 to the Present” tem nada menos que 960 páginas. E McCartney revelou nesta segunda-feira (23) as 154 músicas que foram selecionadas com bases em conversas entre o artista e o poeta Paul Muldoon. Descrito como um “autorretrato em 154 canções”, o livro abrange toda a carreira e inclui clássicos como “Blackbird”, “Live and Let Die”, “Hey Jude”, “Band on the Run” e “Yesterday”. A editora Allen Lane disse que o livro também incluiria a letra da música não gravada “Tell Me Who He Is”. As letras manuscritas e nunca antes vistas foram encontradas em um dos cadernos de McCartney – que se acredita remontar ao início dos anos 1960. Além disso terão letras manuscritas, fotografias pessoais, rascunhos e desenhos nunca antes vistos. Cada música – de “All My Loving” a “Yellow Submarine” – virá com comentários de McCartney sobre sua criação. Este lançamento, visa contar a vida e arte de Paul McCartney, através das 154 canções de todas as fases de sua carreira – desde suas primeiras composições de infância, passando pela lendária década dos Beatles, o período com o Wings e seus álbuns solo até o presente. McCartney descreve as circunstâncias em que as canções foram escritas, as pessoas e lugares que as inspiraram, e o que ele pensa delas agora. Além disso, rascunhos, cartas e fotografias nunca visto antes estarão no recheio dando aos fãs um verdadeiro tesouro. McCartney explica a premissa dos livros: “Mais frequentemente do que consigo contar, me perguntam se eu escreveria uma autobiografia, mas o momento nunca foi certo. A única coisa que sempre consegui fazer, seja em casa ou na estrada, é escrever novas canções. Sei que algumas pessoas, quando chegam a uma certa idade, gostam de abrir um diário para relembrar seus dias, seus eventos do passado, mas não tenho diários. O que tenho são minhas canções, centenas delas, que aprendi que têm quase o mesmo propósito. E essas canções abrangem minha vida inteira”, escreveu Paul McCartney. E aqui no Baú, a gente confere a lista completinha de todas as músicas dos dois livrões:

Em seu canal no You Tube em fevereiro, Paul McCartney disponibilizou um vídeo do trailer oficial do livro ao som de "Calico Skies" do excelente Flaming Pie.

CHARLIE WATTS - BATERISTA DOS ROLLING STONES - 1941/2021


O baterista dos Rolling Stones, Charlie Watts, morreu aos 80 anos, segundo a assessoria de imprensa do músico. "É com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts", afirma a equipe do baterista, em um comunicado. "Ele faleceu em paz em um hospital de Londres, hoje cedo, cercado por sua família". A nota afirma que Watts era "um querido marido, pai e avô" e "um dos maiores bateristas de sua geração". O comunicado acrescentou: "Pedimos gentilmente que a privacidade de sua família, membros da banda e amigos próximos seja respeitada neste momento difícil". A morte de Watts ocorre semanas depois de ter sido anunciado que ele não iria participar da turnê da banda nos Estados Unidos. Segundo a banda, ele estaria em recuperação de um procedimento médico não especificado. Watts já havia se recuperado de um câncer de garganta, em 2004. Ele era membro dos Stones desde janeiro de 1963, quando se juntou a Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones.

O trabalho de Watts era a base que escorava a música dos Rolling Stones. Ao mesmo tempo, para o baterista, tocar em uma banda que virou sinônimo de rock & roll não resultou na mesma "ego trip" vivenciada pelo vocalista Mick Jagger e o guitarrista Keith Richards. Fã do jazz, Watts "disputava" com o ex-baixista Bill Wyman o título de membro menos carismático da banda; ele evitava os holofotes e raramente dava entrevistas.
Nascido em 2 de junho de 1941, em Londres, Watts vinha de uma família operária. Seu pai era motorista de caminhão, e ele cresceu em uma casa pré-fabricada para onde sua família se mudou depois de bombardeios alemães durante a Segunda Guerra terem destruído centenas de casas na região londrina onde moravam. Um amigo de infância certa vez descreveu a paixão de Watts pelo jazz e lembra de escutar álbuns de artistas como Jelly Roll Morton e Charlie Parker no quarto do jovem. Na escola, Watts desenvolveu o gosto e o talento pela arte. Formou-se na Escola de Arte Harrow e trabalhou como designer gráfico em uma agência de publicidade. Mas seu amor pela música era a força dominante em sua vida. Ele havia ganhado dos pais um conjunto de bateria aos 13 anos, no qual ele tocava ao som de seus discos de jazz.

Até que ele começou a se apresentar como baterista em casas noturnas e pubs e, em 1961, recebeu de Alexis Korner o convite para tocar em sua banda, Blues Incorporated. Ali também tocava o guitarrista Brian Jones, que levou Watts para a então iniciante banda The Rolling Stones - que havia perdido seu baterista original, Tony Chapman. O resultado daquele encontro inicial, segundo Watts descreveria mais tarde, foram "quatro décadas vendo o traseiro de Mick Jagger na minha frente". A habilidade e a experiência de Watts são consideradas inestimáveis. Junto com Wyman, ele fazia um contraponto às guitarras de Richards e Jones e à performance de Jagger. Além de sua habilidade musical, ele encontrou utilidade também para sua experiência em design gráfico. Participou da confecção da capa do álbum de 1967, Between the Buttons, e ajudou a criar os projetos de palco, que se tornariam cada vez mais importantes nas turnês.
Foi dele a ideia de promover a turnê de 1975 nos EUA com uma apresentação na traseira de um caminhão que se movia por Manhattan, em Nova York. Ele lembrava-se de que bandas de jazz de Nova Orleans haviam usado dessa estratégia, que depois seria copiada também por bandas como AC/DC e U2. Seu estilo de vida nas turnês contrastava com o dos demais integrantes dos Stones. Ele era conhecido por rejeitar as hordas de groupies que acompanhavam a banda nas viagens, mantendo-se fiel a sua esposa, Shirley, com quem havia se casado em 1964. No entanto, nos anos 1980, durante o que depois descreveria como uma crise de meia-idade. Watts viu sua vida descarrilar com bebidas e drogas, resultando em um vício em heroína. "Fiquei tão mal que até o Keith Richards, abençoado seja, me pediu que me compusesse", ele contou certa vez. Ao mesmo tempo, sua esposa também enfrentava o alcoolismo, e sua filha, Seraphina, havia se tornado uma jovem "rebelde", sendo expulsa de uma escola de prestígio por fumar maconha.
Nesse período, a relação de Watts com Jagger também chegou a seu ponto mais baixo. Um episódio famoso se desenrolou em um hotel de Amsterdã, em 1984, quando Jagger, bêbado, teria acordado Watts berrando ao telefone: "onde está o meu baterista?" - Watts respondeu com uma visita ao quarto de Jagger, onde lhe desferiu um soco e disse "nunca mais me chame de 'seu baterista', seu maldito cantor". A crise durou dois anos e ele emergiu dela, sobretudo, com a ajuda de Shirley. Dono de uma fortuna estimada em 80 milhões de libras (equivalente hoje a R$ 576 milhões) como resultado da duradoura popularidade dos Stones, Watts vivia com sua esposa em uma fazenda em Devon, na Inglaterra, onde criavam cavalos. Ele também havia se tornado uma espécie de especialista em antiguidades, e coletava desde memorabilia da Guerra Civil Americana até carros antigos - o que é curioso, uma vez que Watts não dirigia. Nos intervalos das turnês, Watts alimentava seu amor pelo jazz. Embora gostasse de toar rock e amasse seu trabalho nos Stones, ele diz que o jazz lhe dava "mais liberdade".

Sempre elegante - Watts costumava figurar em listas de homens mais bem vestidos -, ele se manteve com os pés no chão durante sua carreira em uma das bandas mais longevas da história. "Dizem que é para ser sexo, drogas e rock & roll", ele disse uma vez. "Eu não sou bem assim".

Os dois Beatles vivos prestaram suas homenagens: "Deus abençoe Charlie Watts, nós vamos sentir sua falta, cara. Paz e amor para a família", disse Ringo Starr.
"Tão triste ouvir que o Charlie Watts, baterista dos Stones, morreu. Ele era um cara amável. Eu sabia que ele estava doente, mas não sabia que estava tão doente. Então muito amor para sua família, esposa e amigos e família estendida. E condolências para os Stones, foi um golpe enorme para eles, porque Charlie era uma rocha, um baterista fantástico, firme como uma rocha. Então, nós vamos sempre te amar, Charlie, um homem lindo. E muitas condolências para a família". Disse um abatido Paul McCartney.