segunda-feira, 29 de novembro de 2021

GEORGE HARRISON - ☼ 1943 ☾ 2001


George Harrison nasceu em Liverpool, em 25 de fevereiro de 1943 e morreu em Los Angeles em 29 de novembro de 2001, há exatos 20 anos. Harrison foi guitarrista, cantor, compositor, produtor musical e cinematográfico que ganhou o mundo como guitarrista dos Beatles. Geralmente chamado de "o Beatle quieto", Harrison aderiu ao hinduísmo e ajudou a ampliar os horizontes dos outros Beatles assim como seu público ocidental ao incorporar instrumentos indianos na música do grupo.
Embora quase todas as canções da banda fossem compostas por John Lennon e Paul McCartney, a maioria dos álbuns dos Beatles, a partir de 1965, continham, pelo menos, duas composições de Harrison. Suas músicas para o grupo incluem "Taxman", "Within You Without You", "While My Guitar Gently Weeps", "Here Comes the Sun" e "Something". Esta última se tornou a segunda música mais regravada dos Beatles, perdendo apenas para "Yesterday.
As primeiras influências musicais de Harrison foram George Formby e Django Reinhardt. Carl Perkins, Chet Atkins e Chuck Berry vieram depois. A partir de 1965, ele começou a levar os Beatles na direção do folk rock através de seu interesse pelos Byrds e por Bob Dylan, e na direção da música clássica indiana pelo seu uso da cítara em "Norwegian Wood (This Bird Has Flown)". Tendo iniciado a adesão da banda à meditação transcendental em 1967, ele desenvolveu, posteriormente, uma associação com o movimento Hare Krishna. Depois do fim do grupo em 1970, Harrison lançou o álbum triplo All Things Must Pass, que foi aclamado pela crítica, produziu seu single mais bem sucedido, "My Sweet Lord", e introduziu seu som característico como artista solo, a slide guitar. Ele também organizou, em 1971, com o musico indiano Ravi Shankar, o Concerto para Bangladesh, precursor de shows beneficentes posteriores como o Live Aid. Como produtor musical, Harrison produziu grupos contratados pelo selo Apple dos Beatles antes de fundar a Dark Horse Records em 1974 e, como produtor cinematográfico, co-fundou a HandMade Films em 1978.
Como artista solo, Harrison lançou vários singles e álbuns que se tornaram best-sellers e, em 1988, cofundou o supergrupo Traveling Wilburys. Músico prolífico, participou como guitarrista convidado em faixas de Badfinger, Ronnie Wood e Billy Preston e colaborou em canções e música com Dylan, Eric Clapton, Ringo Starr e Tom Petty, entre outros. A revista Rolling Stone o colocou na 11.ª posição na lista dos "100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos". George também foi incluído duas vezes no Rock and Roll Hall of Fame: como membro dos Beatles em 1988 e, postumamente, por sua carreira solo em 2004. O primeiro casamento de Harrison, com a modelo Pattie Boyd em 1966, terminou em divórcio em 1977. No ano seguinte, ele se casou com Olivia Harrison (nascida Arias), com quem teve um filho, Dhani. Harrison morreu em 2001, aos 58 anos, de câncer. Ele foi cremado e suas cinzas foram jogadas nos rios Ganges e Yamuna na Índia, numa cerimônia privada de acordo com a tradição hindu.

THE BEATLES ANTHOLOGY - PARECE QUE FOI ONTEM


Há 26 anos, no dia 28 de novembro de 1995, "The Beatles Anthology" vendeu 855 mil cópias em apenas uma semana nos EUA, batendo o recorde até então pertencente a Michael Jackson, que era de "apenas" 391 mil unidades vendidas no mesmo período. Vale mencionar que na semana anterior a compilação do Fab Four já havia feito o mesmo na Inglaterra. Fonte: Whiplash.
Aqui a gente confere a Parte 1 desse super documentário que vai de julho de 1940 até março de 1963, audio original e sem legendas. Na plataforma Vimeo, quem quiser pode assistir todas as outras sete partes.

THE BEATLES - ROCK AND ROLL MUSIC - THE SONG - SENSACIONAL!


"Rock and Roll Music" é um clássico do Rock and Roll escrito e gravado por Chuck Berry. É uma das composições mais populares e duradouras de Berry e amplamente coverizada até hoje. "Rock and Roll Music" foi um hit recorde para Berry, alcançando o Top 10 nos Estados Unidos em 1957. A gravação dos Beatles em 1964 chegou ao topo das paradas de singles na Europa e na Austrália, e os Beach Boys alcançaram o Top 10 dos EUA com a música em 1976. Os Beatles tocaram "Rock and Roll Music" em muitos de seus primeiros shows em Hamburgo e também tocaram no programa da BBC Pop Go The Beatles. No final de 1964, exaustos de turnês e gravações sem parar e com falta de material original, eles decidiram gravar várias de suas favoritas do rock 'n' roll e rhythm and blues para lançar Beatles for Sale. "Rock and Roll Music" é a quarta música do lado 1, depois de "Baby's In Black" e antes de "I'll Follow The Sun".

John Lennon canta o vocal de forma vigorosa, fazendo a interpretação de Berry parecer cantiga de ninar. Lennon cantou tão alto e dinamicamente quanto sua voz permitia e os outros Beatles em seus instrumentos também não se fizeram de rogados. Nos EUA, "Rock and Roll Music" foi lançada no álbum Beatles '65 e fez parte do set list da turnê final do grupo em 1966; a performance de seu show de 30 de junho no Nippon Budokan foi incluída no Anthology 2 de 1996 - e também foi realizada durante as Get Back / Let It Be Sessions em janeiro de 1969. Também serviu como a música-título do álbum duplo de compilação de 1976 "The Beatles - Rock 'n' Roll Music".

Os créditos para o piano variam. O encarte original do Beatles for Sale, de Derek Taylor, afirma que "George Martin se junta a John e Paul em um piano", implicando em um overdub de todos os três que foi adicionado após o take básico. No livro de 1988 The Complete Beatles Recording Sessions, Mark Lewisohn descreveu a gravação como uma única tomada sem overdubs, com "todos os Beatles em seus instrumentos familiares" e Martin no piano. Em alguns países, "Rock and Roll Music" foi lançada como single, com "I'm a Loser" como lado B, no início de 1965. Liderou as paradas na Noruega, Suécia e Austrália. O single atingiu o número dois na Alemanha e na Holanda e número três na Bélgica.

sábado, 27 de novembro de 2021

THE BEATLES - LET IT BE - FILME COMPLETO - SEM LEGENDAS*****


Fiquei surpreso ao ver que o vídeo dessa postagem publicada em 8 de maio de 2018, ainda não havia sido retirado. Então aqui está ele novamente num momento bem oportuno, já que estamos em pleto lançamento mundial de "The Beatles - Get Back" de Peter Jackson. A postagem original foi vista por 8.852 pessoas. Valeu!
Let It Be foi o quinto e último filme dos Beatles. Lançado em maio de 1970, um ano após ser gravado junto com um álbum homônimo. dirigido por Michael Lindsay-Hoog, originalmente a ideia era mostrar a banda gravando e criando um álbum em estúdio. Mas quando começaram as gravações os Beatles viviam em meio a uma série de conflitos e quando Let It Be foi lançado, já haviam se separado. Desde então passou a ser reconhecido como o documentário sobre o fim da banda. As câmeras captaram discussões, desinteresse e uma briga entre Paul McCartney e George Harrison. O filme que originalmente se chamaria "Get Back" foi planejado como um documentário para a televisão que acompanharia a transmissão de um show. Quando os planos para a transmissão do show foram abandonados, o projeto se tornou uma produção de longa-metragem. Embora o filme não se detenha nas divergências dentro do grupo na época, fornece alguns vislumbres da dinâmica que levaria ao rompimento. Após o lançamento do filme com o nome Let It Be, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr ganharam coletivamente o Oscar de Melhor Trilha Sonora Original. A parte final do documentário é um mini-show realizado no telhado do estúdio em Saville Row. As filmagens começaram em 2 de janeiro de 1969 e terminaram no final do mesmo mês. Algumas músicas gravadas durante as filmagens jamais foram lançadas. As 56 horas de gravação foram editadas em 90 minutos de filme e várias músicas ficaram de fora tanto do filme quanto do álbum homônimo. O filme Let It Be não está oficialmente disponível em home video desde os anos 1980, embora cópias originais e piratas do filme ainda circulem e as primeiras tentativas de lançar o filme em DVD e Blu-ray nunca tenham se concretizado.

THE BEATLES - GEORGE HARRISON - FOR YOU BLUE*****


"For You Blue" é uma música dos Beatles composta por George Harrison e é o lado B do single The Long and Winding Road (nos EUA), também é a décima-primeira faixa do álbum Let It Be, lançado em 8 de maio de 1970. "For You Blue" apresenta John Lennon tocando uma guitarra havaiana com um cartucho de bala, como aparece no filme Let It Be. Harrison faz alguns comentários durante a música, incluindo "Go, Johnny, go" (uma referência à canção Johnny B. Goode, de Chuck Berry), "There go the twelve-bar blues" ("Aí vai o blues de doze compassos"), e "Elmore James got nothin' on this baby" ("Elmore James não tem nada com isto, baby").

O nome temporário da música durante a sua produção foi "George's Blues (Because You're Sweet and Lovely)" quando foi gravada, em 25 de janeiro de 1969. Depois, "For You Blues" com o plural no título. Depois foi renomeada entre 10 de março e 28 de maio, quando foi ouvida como "For You Blue" no final da mixagem do álbum não lançado Get Back. Quando Phil Spector remixou a canção para incluí-la no álbum Let It Be, ele adicionou uma introdução feita por Lennon, "The Queen says no to pot-smoking FBI members" ("A rainha disse não para os membros do FBI fumadores de maconha"). “For You Blue” é uma canção de melodia simples, que os Beatles gravaram rapidamente (em 6 takes), sem maiores complicações – o que era raro, nas sessões de estúdio de “Let It Be”. Nos bastidores, nada era simples. Além das diferenças autorais e financeiras, havia as diferenças musicais. George sempre foi o Beatle mais disposto a desenvolver suas habilidades musicais, e foi assim que ele estabeleceu amizades próximas com músicos tão diferentes quanto Ravi Shankar e Eric Clapton. Isso também o levou a fazer experiências constantes com diferentes afinações, instrumentos e modos de tocar. “For You Blue” era um blues tradicional. O comentário de Harrison sobre ela foi: “É uma música simples seguindo todos os princípios normais dos doze compassos, exceto por ser otimista!”. Curiosamente, apesar de a faixa receber o nome “For You Blue”, o título não é mencionado na letra.

"For You Blue" na caligrafia de George, com o plural no título. Hunter Davies, “biógrafo oficial” diz em seu livro “As Letras dos Beatles”: “É surpreendentemente de George, pois se trata de um blues alegre e cativante, sem inspiração indiana e cuja letra não é mística, mágica nem misteriosa. Ele também faz um falsete bem convincente, o tipo de coisa que em geral ficava para Paul. John pode ser ouvido conversando ao fundo, mas não tenta distrair a atenção nem zomba da música. É uma canção de amor, presumivelmente para Pattie; ele a ama porque ela é doce e adorável. O que poderia ser mais bonito?”.
"For You Blue" foi uma das muitas canções novas que os Beatles ensaiaram no Twickenham Film Studios, no sudoeste de Londres, em janeiro de 1969. Harrison apresentou um primeiro rascunho da música em 7 de janeiro, durante um dia marcado pela acrimônia dentro do grupo. Em seu estudo das fitas do projeto Get Back, os autores Doug Sulpy e Ray Schweighardt escreveram que os Beatles ensaiaram "For You Blue" sem entusiasmo, em meio a discussões acaloradas sobre seu futuro e com Harrison em desacordo com McCartney sobre o concerto proposto. Somando-se à insatisfação de Harrison desde o início dos ensaios de Twickenham, suas composições "All Things Must Pass", "Let It Down" e "Hear Me Lord" receberam pouco entusiasmo de Lennon e McCartney. Os Beatles voltaram a "For You Blue" em 9 de janeiro, quando Harrison havia completado a letra. Ele sugeriu que a música exigia um arranjo acústico semelhante a skiffle ou, citando o guitarrista de slides Son House como exemplo, country blues tradicional. No dia seguinte, Harrison abandonou as sessões, cansado do que considerou ser a atitude autoritária de McCartney e a falta de envolvimento de Lennon com o projeto. Como condição para o retorno de Harrison ao grupo, os Beatles abandonaram a ideia de um show e se mudaram para seu Apple Studio no centro de Londres, em 22 de janeiro, para gravar o álbum com algumas das canções ensaiadas em Twickenham. A sessão de "For You Blue" aconteceu na Apple em 25 de janeiro, com produção de George Martin e Glyn Johns como engenheiro. O take 6 foi selecionado como take master. A gravação apresenta Harrison no violão e Lennon tocando violão de aço. Lennon executa o primeiro solo durante o intervalo instrumental, após o qual McCartney toca um solo de piano. Lennon usou um cartucho de bala. Para alcançar o pedido de Harrison de um som de "piano honky tonk ruim", McCartney entrelaçou papel entre as cordas do piano. Ringo Starr contribuiu com uma parte de bateria que fornece uma "batida de fundo pesada" ao longo da execução da música.

Não deixe de conferir: O DIA QUE GEORGE HARRISON ABANDONOU O GRUPO publicada em 11 de janeiro de 2018.

MICHAEL LINDSAY-HOGG - DIRETOR DO LET IT BE ORIGINAL - (1970)


Michael Lindsay-Hogg, diretor do documentário dos Beatles há muito perdido Let It Be, de 1970, está prestes a ver suas 56 horas de filmagem original transformadas em um filme totalmente diferente: Peter Jackson, três partes, seis horas de duração, meticulosamente restaurou The BeatlesGet Back, que estreia em 25 de novembro na Disney+Mas Lindsay-Hogg não sente que seu trabalho anterior está sendo apagado. “A coisa original existe”, diz o diretor, que ainda não viu o filme completo de Jackson - disseram-lhe que ainda não estava terminado. “E eu sei o que penso da coisa original”. Lindsay-Hogg foi diretor do lendário programa de TV de música do Reino Unido Ready Steady Go! e passou a gravar videoclipes para os Beatles e Stones, bem como para os Rolling Stones Rock and Roll Circusque finalmente foi lançado em vídeo doméstico em 2004. No final de 1968, os Beatles o recrutaram para um especial de TV que acabou transformando-se em Let It Be, um "documentário verdade" que captura os Beatles no último ano de sua existência como banda, embora não em sua separação real: Eles passaram a gravar Abbey Road após as sessões de Let It Be. Continua sendo a visão mais crua e nua dos Beatles, que é a principal razão pela qual o filme continua oficialmente indisponível, embora Lindsay-Hogg tenha esperança de que isso possa mudar em breve. Lindsay-Hogg, 81, relembrou seu filme e algumas das controvérsias em torno dele em uma recente conversa, conduzida enquanto ele se recuperava de uma cirurgia de substituição de uma válvula cardíaca. Matéria publicada no site da Rolling Stone em 2 de novembro de 2021.
Let It Be esteve brevemente disponível em vídeo doméstico na década de 1980, mas nunca desde então. Foi muito frustrante para você, e como você ficou sabendo desse novo plano para deixar Peter Jackson fazer as filmagens?
Eu estava sempre agitando para que Let It Be fosse lançado de alguma forma. Porque parecia haver um público para isso. Eu gosto de Let It Be. EEu sempre pensei, por uma variedade de razões que não eram culpa dela, que estava mal posicionado no mundo dos documentários de rock & roll, e até mesmo na tradição dos Beatles. Cerca de três anos atrás, fui a Londres e vi meu amigo Jonathan Clyde, que é da empresa dos Beatles, Apple Corps, e ele disse: “Há algo acontecendo agora que devemos conversar. Peter Jackson deu uma olhada em muito do material antigo. E ele está pensando que talvez gostaria de dar uma olhada nele. E o que você acha disso?”. Eu acho que eles estavam esperando que eu, na linguagem inglesa, desse uma cambalhota. Eu disse que seria ótimo. Porque eu não queria fazer isso de novo. Eu fiz o meu. Eu vi aquelas 56 horas [de filmagem] anos atrás. Eu amo o trabalho do Peter. E então eu pensei, se vai cair em qualquer mão, ele é imaginativo e é duro, e, eu aprendi, ele ama os Beatles. Tive que cortar certas coisas, que sempre esperei que voltassem à luz. Agora ele vai lançar seis horas contra uma hora e meia. De jeito nenhum teríamos tido seis horas de Beatles em 1970 como um filme!
Em uma de suas primeiras reuniões com os Beatles para discutir o projeto que se tornou Let It Be , John realmente tocou uma gravação em fita cassete dele fazendo sexo com Yoko?
Bem, ele colocou no toca-fitas e apertou o botão. E no início, você não tinha certeza do que era, porque você ouvia vozes murmurando. Mas aí você sabia pelo jeito íntimo com que falavam, pelas pausas, pelos silêncios, pelos murmúrios de prazer que era isso que estava acontecendo. Lembro-me de pensar que foi uma salva extraordinária. E que era ele dizendo: “Isso é o que está acontecendo agora. E é ela e eu. Não é você, nem os outros três caras com quem cresci. Somos ela e eu, e este é um aspecto da minha vida que não vai mudar”. Então eu acho que foi mais como um cartão de visita.
Essa é certamente uma maneira poderosa de transmitir essa mensagem.
Esquisito! Eram caras que dividiam apartamentos de um quarto e um pequeno banheiro em Hamburgo por meses a fio. E eles se conheciam e são todos extremamente heterossexuais. E eles meio que foram silenciados por isso. E então um deles disse: "Bem, isso é interessante".
Ringo está sendo abertamente azedo sobre seu filme original. Ele me disse que não havia “alegria” nisso.
Pessoalmente, não me importo. Essa é a opinião dele. E todos nós os temos. Quer dizer, a versão educada é que todo mundo tem cotovelos e opinião. Eu gosto do Ringo. E eu não acho que ele viu o filme por 50 anos. Não se esqueça, nós o filmamos em janeiro de '69. Estamos editando em agosto, talvez setembro de 69, e provavelmente estará pronto em setembro, outubro de 69. E há algumas questões sobre quando será lançado, porque [o gerente de negócios] Allen Klein queria ter um assento no conselho da MGM e estava tentando usar o filme para aproveitar isso. Então não deu certo, então ele voltou para a United Artists. Mas é nessa época que os Beatles estão começando a se separar. E eu acho que, se você não vê o filme há muito tempo, e pode não ter a melhor memória do mundo, tudo isso se confunde em seu cérebro sobre como era. Porque quando vi pela última vez, pensei: "Do que ele está falando?" Na verdade, há muita alegria e conexão e colaboração, e bons momentos, piadas e carinho em Let It Be.Termina com o show no telhado, que é a primeira vez que tocam juntos em público há três anos, quando são mágicos. E eles estão se divertindo. Eles percebem, uau, estamos perdendo isso. E durante grande parte da foto, eles estão felizes e estão tentando resolver as coisas. Você nem sempre tem um sorriso no rosto quando está tentando resolver algo. Você está pensando. Então eu só acho que ele não viu isso por muito tempo. E de novo, com respeito, não me importo. Como ser humano, ele é maravilhosamente rápido e engraçado.

Na sua lembrança, tocar no telhado foi ideia sua, certo?
Achei que era meu trabalho dizer que precisávamos de um lugar para onde ir, precisávamos de um lugar para terminar, precisávamos de uma conclusão. E foi quando eu disse: "Por que não fazemos no telhado?" Porque eu achava que fazia parte do meu trabalho oferecer opções a eles. Porque não é que lhes falte ideias ou imaginação. Deus não. Mas você teve que ajudar a focalizá-los porque eles tinham um milhão de outras coisas para fazer, incluindo fazer um álbum.
Sabemos que George Harrison saiu temporariamente dos Beatles enquanto você estava filmando, mas isso não acabou em seu filme. Peter Jackson disse que sua versão o incluirá. O que está por trás de sua escolha de não incluir tudo isso?
Bem, eu não tinha uma informação importante, que Peter agora tem. Costumávamos almoçar juntos todos os dias em Twickenham (estúdios, onde os primeiros segmentos do filme foram filmados), e pedi ao nosso cara do som para grampear o vaso de flores. George não estava lá no início do almoço e então se aproximou e ficou parado na ponta da mesa. Ele está usando um lindo chapéu de veludo cotelê preto e disse: "Vejo vocês nos clubes". Quer dizer, estou indo. E então, vejo você no Scotch Club ou no Ad Lib, mas eu saí (dos Beatles). E John sempre reagiu à provocação muito rapidamente, e então disse: "Oh, bem, você sabe, vamos chamar Eric Clapton, ele não é uma dor de cabeça". Mas quando reproduzi o áudio, tudo o que consegui foi o barulho de talheres e pratos e vozes [inaudível].Peter tem acesso a essa nova tecnologia de áudio extraordinária que pode separar o áudio de uma faixa, então ele tem um pouco desse almoço, eu acho.
Então você está sentado lá na hora do almoço com os Beatles: George anuncia que está deixando a banda bem na sua frente e John propõe substituí-lo por Eric Clapton. Você deve ter ficado tão furioso por não estar filmando aqueles momentos.
Sim, “Onde estão as câmeras?” foi meu pensamento principal. Mas não foi uma surpresa, porque John e Eric já estavam tocando juntos - eles tocaram juntos no Rock and Roll Circus [dos Rolling Stones]. Eu sabia que eles eram amigos de trabalho e provavelmente também amigos drogados.
Além da falta de áudio, havia também uma sensação de que os Beatles não queriam mostrar a saída de George no filme?
Eu entendi - e me lembro, eles eram os produtores e também os performers - que eles mais ou menos queriam que o ambiente Beatle parecesse um bom lugar para se estar, que o ambiente Beatle fosse a ponte para o castelo que não iria cair. Que não havia tubarões no fosso, que as ameias não estavam pegando fogo, que o que o ambiente Beatle ainda estava como você gostaria que fosse. O que significava que George saindo dos Beatles não daria exatamente a imagem que eles procuravam no filme.
Como isso foi transmitido a você?
Seria como se alguém - poderia ser Paul, poderia ser Ringo e Paul - poderia dizer: “Você sabe quando George foi embora? Não sei se precisamos disso no filme. Tudo voltou ao normal agora, então...”.
Do jeito que está, os breves momentos de tensão que você mostra entre Paul e George estão entre as mais famosas imagens dos Beatles já capturadas.
Muitas pessoas ficaram surpresas. Porque os Beatles foram retratados como os moptops, eles eram simplesmente adoráveis. Na vida real, eles eram difíceis. Isso só volta para o lugar de onde eles vieram. Liverpool é uma cidade difícil. Eu particularmente não gostaria de encontrar Paul McCartney em um beco escuro, se ele não gostasse de mim.
Particularmente nas cenas dos Beatles ensaiando no Twickenham Studios, nas primeiras partes do filme, parece que você estava deliberadamente desmitologizando os Beatles.
Eu queria mostrar que eles não apareceram apenas com seus ternos de veludo e cabelos brilhantes. Muito trabalho foi dedicado a isso. E os ensaios, mesmo para os participantes, podem ser enfadonhos e exaustivos…. Sempre quis que fosse uma visão clara dos Beatles, porque não tinha agenda.
Você me disse, anos atrás, que enquanto estava filmando, os Beatles estavam começando a se irritar uns com os outros. Agora temos essa nova narrativa de que, na verdade, nem tudo era tão ruim assim, e veremos nesta versão de seis horas que no geral eles estavam se dando muito bem. Que é verdade?
Bem, é como falar sobre qualquer família: ambos. Ambos são verdadeiros. Se fosse terça-feira, eles poderiam não estar se dando muito bem. Eles podem ficar frustrados com o trabalho. Eles podem estar frustrados com o que está acontecendo em casa. George pode estar frustrado com o fato de não estar recebendo o que é devido, como ele pensava. John pode ficar frustrado por ter alguma heroína ruim. Quem sabe. Mas também, eles estavam lá para trabalhar na maior parte do tempo. São seres humanos vivendo suas vidas, dias bons e dias ruins ... Peter tem uma tela maior, então ele vai pintar um quadro maior.
Quão certo você está de que John estava usando heroína durante as sessões?
Bem, eu suspeitei. Havia um personagem muito interessante que vivia com os Rolling Stones e com John chamado Spanish Tony. Tony era um cara bonito que era a conexão de Keith. É incrível que Keith ainda esteja vivo. Tony era um cara afável - quero dizer, ele não iria vir até você com uma faca no bolso - mas quando ele estivesse lá, teria algo a ver com drogas. Eu também sabia pelo que as pessoas diziam que John estava brincando. E como sabíamos de “Cold Turkey” [um single lançado no final daquele ano], tornou-se mais do que uma brincadeira.
Você ainda está confiante de que o Let It Be original sairá de alguma forma?
Bem, quando conheci Jonathan Clyde naquele dia, ele disse que o plano é encontrar uma maneira de lançar Let It Be novamente... O plano era que Let It Be fosse lançado de alguma forma, depois que Peter teve sua maratona - poderia ser em um dos sites de streaming de alguma forma, poderia ser um lançamento limitado nos cinemas. Eu sei que o teatro de [Quentin] Tarantino em Hollywood, o New Beverly, queria exibi-lo como um filme. É do interesse de todos lançar Let It Be novamente depois de Peter porque são filmes totalmente diferentes. Eles não são concorrentes.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

ENTREVISTA PETER JACKSON - SENSACIONAL E IMPERDÍVEL!


Matéria publicada originalmente no site gq-magazine.co.uk em 12 de julho de 2021 - Por Dylan Jones.

Filmado um ano antes de sua separação, o infame documentário Let It Be apresentou uma banda fissurada pela acrimônia. Passariam-se 25 anos antes que a história de John, Paul, George e Ringo começasse a ser revisitada, recontada e remasterizada, mas só agora a verdade sobre aquela sessão de estúdio em janeiro de 1969 será vista. Em sua primeira entrevista sobre The Beatles: Get Back, uma série de novos filmes reveladores cortados dos mesmos ímpetos, o diretor Peter Jackson revela o quão longe do limite os Fab Four realmente estavam. Desde que o projeto foi oficialmente anunciado, no início de 2019, as expectativas têm sido febris, embora qualquer ansiedade tenha sido amenizada quando Jackson lançou um teaser de seis minutos em dezembro passado, no qual vimos John, Paul, George e Ringo brincando no estúdio, rindo e gracejando e geralmente agindo como amigos, companheiros, pessoas que ainda gostavam um do outro - enormemente. The Beatles: Get Back é de fato uma contra-narrativa ao taciturno Let It Be e uma experiência que vai deixar até o mais indolente fã dos Beatles sorrindo de orelha a orelha. É, simplesmente, uma alegria de assistir. Os filmes são mais um exemplo de como a Apple Corps transformou os Beatles em um ato de herança por excelência, uma jornada que começou na década de 1990 com o projeto “The Beatles Anthology”. The Beatles: Get Back é mais um passo na longa e tortuosa estrada para aumentar a imortalidade, já que os filmes mostram os Beatles no auge de seu jogo e não se deteriorando, como pareciam estar em Let It Be, de Michael Lindsay-Hogg. O último filme dos Beatles foi um grande downer quando foi lançado em 1970 e tem permanecido um downer desde então. Não que muitas pessoas tenham visto desde então, já que os lançamentos de vídeo eram limitados e os DVDs nunca se materializaram, supostamente porque colocaram a banda em uma luz muito fraca. O filme documenta o grupo ensaiando e gravando músicas no palco do Twickenham Film Studios para o que viria a ser seu 12º álbum de estúdio, Let It Be, em janeiro de 1969. O filme inclui um concerto não anunciado no telhado da Apple em Savile Row, sua última apresentação pública ao vivo. No entanto, o mal-estar permeia o filme e a impressão duradoura que se tem é que, agora, a banda já se apaixonou seriamente, discutindo distraidamente durante o processo. Não era exatamente um testamento adequado à gloriosa temporada de sete anos dos Beatles, mas na época era considerado um retrato preciso de como eles se sentiam um pelo outro. Mas este não foi o caso e o Get Back de Jackson mostra isso totalmente. Ao longo dos novos filmes você vê a banda rindo, sorrindo e colaborando genuinamente. Você os verá terminando as piadas um do outro. Você verá Ringo reorganizando as toalhas de chá em seus tom-toms e Yoko Ono e Linda McCartney conversando alegremente entre si. Você verá John rabiscando a letra de “Don't Let Me Down”. Você verá uma grande quantidade de interação engraçada e, em um momento particularmente de cair o queixo, você verá George calmamente sugerindo que a obra-prima recém-revelada de McCartney, “Let It Be”, pode ser melhorada por uma breve introdução. "O quê, assim?" pergunta McCartney, literalmente inventando a famosa introdução bem diante de nossos olhos. Jackson vasculhou 56 horas de filmagens de estúdio inéditas das sessões originais de Let It Be, bem como 140 horas de áudio. A filmagem, agora revisitada por Jackson sob uma nova luz, é o único material digno de nota que documenta os Beatles em ação no estúdio. “É como se uma máquina do tempo nos transportasse de volta a 1969 e pudéssemos sentar no estúdio assistindo esses quatro amigos fazerem uma ótima música juntos”, disse Jackson, quando ele começou a trabalhar. A série tenta recortar o filme de Lindsay-Hogg para mostrar a camaradagem que ainda existia entre os Beatles, bem como para desafiar as afirmações de longa data de que o projeto foi inteiramente marcado pelo mal-estar. Produzido em cooperação com McCartney, Starr e as viúvas de Lennon e Harrison, terá toda a força da máquina de marketing da Apple Corps quando for lançado na Disney + em novembro e merecidamente. Em um comunicado à imprensa, McCartney disse: “Estou muito feliz que Peter investigou nossos arquivos para fazer uma série que mostra a verdade sobre as gravações dos Beatles juntos”, enquanto Starr afirmou: “Há horas e horas de nós apenas rindo e tocando música, nada parecido com o filme Let It Be que foi lançado em 1970. Foi muita alegria e acho que Peter vai mostrar isso”. E mostra. Assisti mais de uma hora da série em uma noite de abril e fiquei com um sorriso no rosto por pelo menos 24 horas depois. Na verdade, gostei tanto que tenho quase certeza de que estava sorrindo enquanto dormia. Poucos dias depois, falei com Peter Jackson da Zoom. Ele ainda estava na Nova Zelândia editando Get Back e esta foi a primeira entrevista que ele deu para apoiar os filmes.

Em primeiro lugar, Peter, gostaria de dar os meus parabéns, pois acho que esta série vai agradar a muita gente. É uma obra-prima. Quanto tempo até terminar?
Obrigado. Na verdade, essa é uma pergunta muito boa e não posso respondê-la porque ainda estamos editando. Normalmente faço entrevistas quando o projeto termina e, idealmente, quando o entrevistador teve a chance de ver a coisa toda, mas esse é um caso extremo, pois ainda estou editando. Então, não sei quanto tempo vai demorar, mas estou tentando ter certeza de que tudo o que deveria estar lá está lá. Não vai ser curto. É muito linear, então começa literalmente no primeiro dia, em 2 de janeiro, e termina no dia 22, que é 31 de janeiro, e passamos cada dia contando a história. Let It Be teve uma abordagem muito diferente, já que foi cortado aleatoriamente e depois terminou com o show no telhado.
Qual foi o briefing original? A Apple Corps basicamente pediu que você fizesse os Beatles parecerem que gostavam um do outro?
Eu não fui informado, realmente. Eu estava em uma reunião com a Apple Corps porque eles ouviram que eu estava interessado em fazer vários experimentos com IA. Eles estavam pensando em fazer uma espécie de exposição itinerante dos Beatles, o que não está mais acontecendo, acho. Eu perguntei a eles o que aconteceu com todas as pressas de Let It Be, já que não poderíamos utilizar um pouco disso na exposição? Disseram que não queriam usar, pois estavam pensando em fazer um documentário usando os outtakes. E então eu disse: “Se você está procurando alguém para fazer isso, eu estou interessado”. Então pedi para ver os juncos e fui fisgado imediatamente. Crescendo como um fã dos Beatles, tive a percepção de que era um período de tempo completamente miserável e pensei que se Let It Be usasse as melhores partes, o resto deve ser horrível. Peguei as corridas de volta para casa aqui na Nova Zelândia em um iPad e liguei para eles e disse: “Sim, estou dentro”. Estamos editando essa série há cerca de dois anos e é a edição mais longa que já fiz na minha carreira. Quer dizer, você normalmente edita um filme, como Lord of the Rings tipo, em cerca de três ou quatro meses, mas já se passaram dois anos. É uma coisa muito complicada de cortar.
Por que demorou tanto?
Bem, eles estavam usando apenas duas câmeras de filme de 16 mm, não havia claquete e o áudio não estava sincronizado. Então, em qualquer dia em que os Beatles trabalharam por cerca de oito ou nove horas, você pode ter cinco ou seis horas de som, mas muito menos filme e então você teve que combinar tudo isso. O som estaria rolando e, portanto, quando olhamos os diários, temos uma tela preta. Então, de repente, temos a imagem, mas ela pode durar 17 segundos e então ela apaga e voltamos para a tela preta novamente.
É incrivelmente estimulante ver todos os Beatles interagirem uns com os outros, porque sempre fomos levados a acreditar que as sessões eram insuportáveis.
O momento em que George está discutindo com Paul, que você vê no filme original, é na verdade o pior de tudo; você sabe, quando George diz: “Eu tocarei o que você quiser que eu toque. Ou não vou jogar se você não quiser que eu toque”. Você sabe, tipo de coisa “Eu farei qualquer coisa para agradar você”. Eu tentei não usar absolutamente nada de Let It Be, então Get Back é completamente diferente. Eu não queria usurpar o filme original, então esta é uma peça complementar. Mas a única área em que quebramos essa regra é aquela pequena troca entre Paul e George, porque eu não queria ser acusado de higienizar os filmes por não ter isso, porque essa é a parte que todo mundo se lembra. Mas fornecemos às pessoas o contexto para a interação, mostrando a conversa completa de seis minutos. Não parece mais uma discussão. Não parece mais que Paul está irritando George. Você entende o que Paul está tentando alcançar. Você entende de onde George está vindo. E a coisa toda realmente faz sentido. A questão é que, quando o filme foi lançado, os Beatles estavam se separando, mas eles não estavam se separando quando estavam fazendo Let It Be, que foi registrado um ano antes. Então, suponho que teria sido estranho lançar um filme em que todos estivessem curtindo a companhia uns dos outros.
É adorável observar o relacionamento entre todos eles.
Eles são todos bons amigos e permanecem bons amigos durante todo o período da série. Isso é antes do período Allen Klein, quando eles começam a discutir. É fantástico vê-los ainda amigos, ainda compondo. Eu li livros que dizem que nesse período John e Paul não escreviam mais músicas um com o outro, mas isso não é verdade, pois temos muitas cenas em que John e Paul estão sentados escrevendo músicas. Quer dizer, está no filme, está na câmera. Portanto, é realmente incrível ver como muitos desses relatos estão errados. E não é porque eu tenho uma visão especial ou uma compreensão secreta; é só que está lá na câmera. Você fica sobrecarregado com tudo isso. A pós-produção de Let It Be foi até a separação dos Beatles e, na época da estreia, em maio de 1970, eles haviam se separado, então o filme todo foi fortemente influenciado pela separação. Eu comecei a conhecer Michael Lindsay-Hogg muito bem e ele realmente apoia o que estamos fazendo. Ele diz que não foi influenciado pelo rompimento, mas não tenho certeza de como você não seria, porque Let It Be parece mostrar o tipo de atmosfera na época que levou ao rompimento, o que na verdade simplesmente não é verdade, porque o filme foi rodado 14 meses antes disso e muito antes do rompimento. Portanto, nossos filmes são uma época muito diferente. Acho que, de alguma forma, a edição de Michael pode ter sido influenciada pelo fato de que ele estava editando enquanto eles estavam se separando. Então você tem um filme que vai ser lançado depois que eles terminarem, mostrando-os felizes e alegres, ou você tem um filme que os mostre sendo sombrios? Quer dizer, para ser um filme relevante, na época de seu lançamento, você tem que ir com a versão do rompimento. Olha, eu não sei. Estou colocando palavras na boca de Michael. Ele realmente não acha que isso o influenciou, mas não tenho certeza.
Qual é a sua parte favorita de seus filmes?
Essa é uma pergunta. Na verdade, nunca tive esse pensamento. Quer dizer, acho que, como fã dos Beatles, adoro vê-los criar músicas do nada, na verdade. Quer dizer, o que me dá muito do que gosto é quando eles estão trabalhando em uma música específica e não é o que você está acostumado a ouvir no disco. Eles estão trabalhando e você pensa: “Oh, não, isso não está certo e as palavras são diferentes”, então eles pegam as palavras certas, o riff certo e as notas de baixo certas e de repente você vê a música que você cresceu com toda a sua vida, você vê aquele tipo de clique em forma um pouco de cada vez e há uma sensação de apenas querer dizer: “Sim, rapazes, continuem. Você está quase lá". Eu também gosto do humor. Quer dizer, há muitas partes que me fazem rir em voz alta, muitas piadas e piadas engraçadas. Acho que as pessoas ficarão surpresas com a série por dois motivos. Primeiro, vai ser muito mais íntimo do que eles imaginavam, porque todos estão acostumados a ver documentários musicais meio MTV, meio que juntos de uma forma meio pop e é só música, música, música, sabe? A música não está na vanguarda deste filme: estranhamente, é o que acontece por trás da música na vanguarda. Quer dizer, mesmo no show no telhado, temos o conceito de que estamos interseccionando o tempo todo para a rua e para o policial e tudo mais. Portanto, não estamos apenas sentados lá no show por 45 minutos, estamos mostrando uma narrativa completa do que está acontecendo em outros lugares durante esse período. E isso é realmente verdade para toda a série - não é uma sequência de videoclipes da MTV deles fazendo músicas. Provavelmente há mais conversas com os Beatles nos filmes do que canto real. As pessoas não vão esperar isso, eu acho, esse tipo de intimidade, aquele aspecto insano disso, em que você está em uma máquina do tempo e voltou e você é uma mosca na parede com os Beatles. Isso vai, eu acho, surpreender as pessoas, porque é muito íntimo. São os Beatles como você nunca os viu antes.
Quanto envolvimento os Beatles tiveram?
Eles viram pedaços e estão prestes a ver toda a série em breve. Eu sei que se fosse eu e se eu fosse o assunto desses filmes e houvesse algum cara na Nova Zelândia com esse tipo de filmagem íntima, que desaparecesse por dois anos, eu ficaria um pouco preocupado e me perguntando o que está acontecendo. Então, o que tenho feito é, de vez em quando, quando cortamos uma pequena sequência de três ou quatro minutos, eu mando para eles. Mas se for algo a ver com Paul, eu mando para Paul, ou se for John, eu mando para Sean. E Olivia tem George e Ringo tem o dele. Todos eles viram vários pequenos clipes de cinco minutos e deram muito apoio. Quer dizer, acho que eles têm a atitude de que já passou muito tempo que agora é histórico; eles não estão mais tentando proteger o legado. Mas por um longo tempo eles não lançaram nenhuma faixa alternativa, mas com a série “Anthology” eles começaram. Então, lentamente, eles se entusiasmaram com a ideia de deixar as pessoas sob o capô, como dizem, ver como as coisas estavam acontecendo, e acho que agora sentem, com esta série, que é hora, depois de 50 anos, de simplesmente rasgar fora da tampa e mostrar às pessoas como era realmente. Porque, quero dizer, estes são os Beatles e você nunca viu os Beatles assim antes.
Você fez anotações? Eles fizeram alguma sugestão?
Ninguém. Não. Quero dizer, eles estão muito desligados. Eles me deram a filmagem, eu desapareci para o outro lado do mundo com ela e nunca mais voltei para a Grã-Bretanha. O primeiro corte tinha 18 horas de duração e eu esperava que houvesse apetite para dizer: “OK, vamos fazer uma versão de seis horas”. Todas as filmagens que cortamos estão lá e apenas as deixamos como uma cena cortada, então não demorou muito para colocarmos uma versão mais longa. Eu sabia que neste mundo da internet e streaming e tudo mais, nós encontraríamos um lar em algum lugar para uma versão mais longa - então isso tirou a dor de ter que cortar coisas.
Os filmes obviamente são lindos. Qual foi o processo de tomada de decisão para destacar a cor e tornar os ternos Tommy Nutter tão vibrantes e colocar as cores de fundo e tudo mais?
Tudo o que fizemos foi usar a tecnologia que desenvolvemos para o filme da Primeira Guerra Mundial pegando todas as antigas filmagens e restaurando-as. Não tentamos empurrar as cores primárias das roupas para cima nem nada. Não fizemos nenhum truque como esse. Acabamos de equilibrar os tons de pele e as cores que você vê, estou assumindo, são as cores que estavam lá naquele dia. Quer dizer, isso te deixa com ciúme dos anos 1960, porque as roupas são tão fantásticas.
Mas há uma cena no estúdio em Twickenham onde há uma parede que parece completamente verde.
Em Twickenham, eles tinham telas cinzas ao redor. Após o primeiro dia de filmagens, Tony Richmond o diretor de fotografia, olhou para os cenário e achou o cinza muito chato, então ele comprou lâmpadas coloridas e colocou filtros nelas. Ele colocou manchas coloridas na parede cinza. Ele colocou uma grande mancha verde acima de uma cor roxa, amarela e azul e eles meio que se misturaram e se cruzaram. Então ele transformou este grande ciclorama cinza em uma espécie de cor do tipo Summer Of Love atrás deles, e isso foi do segundo dia em diante.
Houve alguma troca idiomática que você teve que cortar porque simplesmente não faria sentido 50 anos depois?
Existem muitas referências à cultura na época, então o que tentamos fazer é mostrar fotos do que eles estão falando e explicá-lo. Há uma coisa em que John está fazendo “Dig A Pony” e começa a cantar essas letras alternativas, “Dickie, Dickie, Dickie Murdock”. Aparentemente, ele era um lutador de peso pesado em 1969, então mostramos uma foto dele enquanto John canta. A certa altura, a banda transformou "Get Back" em uma canção de protesto sobre as políticas de imigração de Enoch Powell, e se você vai usar as letras paquistanesas da versão alternativa, satirizando Enoch Powell, então você não pode fazer isso sem explicar para as pessoas quem Enoch Powell era. A questão é que a sátira não funciona em uma música pop, então eles corriam o risco de soar como se apoiassem Enoch Powell, ao invés de tentar mandá-lo subir.
É bastante desconcertante assistir à sessão no telhado, porque tudo naquela seção do filme é tão estranho porque tem 50 anos, mas Savile Row é idêntico. Savile Row não mudou nada.
A última vez que estive no Reino Unido, pedi para subir no telhado, que obviamente agora é uma loja da Abercrombie & Fitch. Eles pegaram a escada e removeram algumas coisas, mas ainda é a área básica onde os Beatles tocaram. Eu olhei para o horizonte do telhado e o horizonte do lado esquerdo é idêntico e o horizonte do lado direito é completamente diferente. São todos edifícios modernos do outro lado da rua agora.
Quanto você é fã dos Beatles?
Obviamente, cresci com eles, mas os álbuns que realmente significaram mais para mim foram os álbuns Red e Blue que foram lançados no início dos anos 1970. Eu estava descendo a rua passando pela loja de discos e vi aquelas capas em exposição e eu simplesmente precisava delas. Eles foram os primeiros álbuns dos Beatles que eu realmente tive em minhas mãos, porque meus pais nunca tiveram grandes discos dos Beatles. Então, comecei a comprar todos os álbuns e todos os bootlegs que pudesse conseguir, incluindo as sessões de Get Back.
Finalmente, além de estar orgulhoso desses filmes e além do fato de que você espera que eles sejam bem-sucedidos, quais são suas ambições para os Beatles: Get Back em termos de legado?
Bem, eu não sei como eles não podem se tornar um retrato definitivo dos Beatles no trabalho. Não há nenhuma outra filmagem dos Beatles em ação. É a única filmagem real dos Beatles durante o processo criativo. Você está vendo os Beatles de uma forma mais íntima do que jamais imaginou na vida. Eu acho que é uma coisa ligeiramente mágica.
The Beatles: Get Back está na Disney + de 25 a 27 de novembro.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

PETE BEST - 80 ANOS - A BATIDA CONTINUA! ✮✮✮✮✮


Hoje é aniversário do "ex-Beatle" Pete Best. Ele está completando 80 anos. Nascido como Randolph Peter Scanland, é um músico, baterista e compositor. Ele é mais conhecido por ter sido integrante original e primeiro baterista dos Beatles. Após ser demitido do grupo em 1962, ele começou a sua própria banda The Pete Best Four, e participou de muitas outras bandas ao longo dos anos. Ele é uma das várias pessoas referenciadas como "Quinto Beatle". Pete nasceu em Madras, na Índia, então parte da Índia Britânica. Após a sua mãe, Mona Best, mudar-se para Liverpool em 1945, ela abriu o Casbah Coffee Club na adega de sua casa. Os Beatles (na época, The Quarrymen) fizeram alguns de seus primeiros shows lá.

Os Beatles convidaram Pete para entrar no grupo no dia 12 de agosto de 1960, na véspera da primeira temporada de clubes do grupo em HamburgoRingo Starr acabou substituindo Best em 16 de agosto de 1962, quando o empresário do grupo, Brian Epstein, demitiu Best a mando de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison, após sua primeira sessão de gravação em Abbey Road. Depois de tocar em vários grupos comercialmente mal sucedidos, Best desistiu da música para trabalhar como funcionário público por 20 anos, antes de iniciar a The Pete Best Band. Ele é casado há uase 60 anos com Kathy Best; eles têm duas filhas e vários netos.

Em agosto de 1962, quando as coisas começavam a ir bem para os Beatles, quando receberam uma proposta de contrato da gravadora EMI e produziam seu primeiro disco, o empresário Brian Epstein chamou Best e avisou que seus companheiros de banda tinham decidido substituí-lo por Ringo Starr.

"Fomos covardes. Passamos o trabalho sujo para Epstein", recordou Lennon muitos anos depois. Desde então, Best nunca mais falou com nenhum dos Beatles. Mesmo tendo ficado deprimido depois de ter sido expulso da banda, chegando ao ponto de tentar suicídio, o ex-Beatle vive feliz, tranquilo e explica que se sente uma pessoa com sorte e que não guarda rancores. Quando souberam da notícia da substituição de Best, muitos fãs dos Beatles se manifestaram contra, e no show de estreia de Ringo Starr, George Harrison acabou com um olho roxo. Muitas fãs consideravam Best o mais bonito do grupo e durante certo tempo protestaram nos shows gritando: "PETE FOREVER, RINGO NEVER!". Dizem as más línguas, que, no dia 24 de novembro de 1962, três meses depois de sua demissão, Pete teria recebido um telegrama de felicitações por seu aniversário assinado por "John, Paul, George, Ringo e Brian”. Pete rasgou na hora!
Logo após Pete ser demitido, Epstein tentou consolá-lo, oferecendo-se para construir outro grupo ao seu redor, mas Best recusou. Sentindo-se deprimido, ficou em casa por duas semanas - não querendo enfrentar ninguém nem responder às inevitáveis ​​perguntas sobre por que ele havia sido demitido. Epstein organizou secretamente com seu sócio agente de reservas, Joe Flannery, para Pete se juntar a Lee Curtis and the All-Stars, que então se separou de Curtis para se tornar Pete Best & All Stars. Eles assinaram com a Decca Records, lançando o single "I'm Gonna Knock On Your Door", que não teve sucesso. Best mais tarde se mudou para os Estados Unidos junto com os compositores Wayne Bickerton e Tony Waddington. Como o Pete Best Four, e mais tarde como o Pete Best Combo (um quinteto), eles fizeram uma turnê pelos Estados Unidos com uma combinação de canções dos anos 1950 e músicas originais, gravando para pequenas gravadoras, mas tiveram pouco sucesso. Finalmente lançaram um álbum pela Savage Records, Best of the Beatles; um trocadilho com o nome de Best, levando à decepção para os compradores de discos (que deixaram de ler os títulos das músicas na capa e esperavam uma compilação dos Beatles). Em 2000, a gravadora Cherry Red reeditou as gravações do Pete Best Combo como uma coletânea em CD.

Best decidiu deixar o show business, e na época da biografia autorizada dos Beatles por Hunter Davies em 1968, ele não estava disposto a falar sobre sua associação com a banda. Best trabalhou entregando pão, ganhando oito libras por semana. Suas qualificações educacionais subsequentemente o ajudaram a se tornar um funcionário público. Com o tempo, Best começou a dar entrevistas à mídia, escrevendo sobre seu tempo com o grupo e atuando como assessor técnico do filme de televisão Birth of the Beatles. Ele encontrou um pouco de fama independente e admitiu ser fã da música de sua antiga banda e de possuir seus discos. Em 1995, os Beatles sobreviventes lançaram o Anthology 1, que contou com várias faixas com Best como baterista, incluindo canções das audições da Decca e da Parlophone. Best recebeu um ganho considerável - entre um e quatro milhões de libras - das vendas, embora não tenha sido entrevistado para o livro ou para os documentários.
A colagem de fotografias rasgadas na capa do Anthology 1 inclui uma foto do grupo junto a Best, mas o rosto de Best não apareceu, sobre ele, uma imagem do rosto de Ringo Starr, tirada da foto da capa do Please Please Me. O pedacinho da foto de Best que ficou coberta, aparece na capa do álbum Haymans Green, da Pete Best Band. Uma pequena fotografia de Best pode ser vista no lado esquerdo da capa do Anthology 1.
Em 1988, depois de vinte anos recusando todos os pedidos para tocar bateria em público, Pete finalmente cedeu, aparecendo em um congresso dos Beatles em Liverpool. Ele e seu irmão Roag se apresentaram, e depois sua esposa e mãe lhe disseram: "Você não sabe disso, mas vai voltar para o show business". Pete agora regularmente excursiona pelo mundo com a Pete Best Band, compartilhando a bateria com seu irmão mais novo, Roag. O álbum Haymans Green, da Pete Best Band, feito inteiramente de material original, foi lançado em 16 de setembro de 2008 nos EUA, em 24 de outubro de 2008 em todo o mundo, excluindo o Reino Unido, onde foi lançado em 27 de outubro de 2008.
Em 6 de julho de 2007, Pete Best foi introduzido no All You Need Is Liverpool Music Hall of Fame. Ele foi presenteado com um certificado antes de sua banda se apresentar. Liverpool também homenageou Pete com o anúncio, em 25 de julho de 2011, de que duas novas ruas da cidade seriam chamadas de "Pete Best Drive" e "Casbah Close". Nada mais justo. Parabéns Pete. Best wishes!

“As pessoas esperam que eu seja ácido e enraivecido, mas não é assim. Me sinto sortudo. Só Deus sabe quantos problemas os Beatles enfrentaram. Quando me expulsaram, nenhum de nós sabia o que iria acontecer. É verdade que as pessoas diziam que nós seríamos mais famosos que o Elvis, mas eu não acreditava e acho que eles também não".

Visite petebest.com, o site oficial de Pete Best.