BLUES POWER - THE ORIGINAL BLUES SESSIONS

Caros amigos: é com muito prazer que nosso Baú recebe novamente o amigo LUIZ CLEMENTINO com sua grande contribuição sobre a história do “Blues” (ritmo pai, filho e espírito do Rock and Roll) na coluna BLUES POWER - THE ORIGINAL BLUES SESSIONS.

É COM VC CLEMENTINO!

O “Blues” – Blue - nascido na região do Delta do Mississipi, foi enriquecido por músicos intinerantes de outras regiões do sul dos Estados Unidos (Texas, Oklahoma, Luisiana, Carolinas e Virgínias) de tal ordem que surgiram outras formas de blues, constatadas nas primeiras gravações a partir de 1925. Assim, os pesquisadores da maravilhosa música negra consideram três grandes estilos do universo do blues: o do Delta, o da Costa Leste e do Texas.

Vamos começar com o blues da região do Delta do Mississipi, que é considerado sem dúvida o “BERÇO DO BLUES”. O estilo característico do Delta tem como predominância a influência africana, pouca melodia, mas um ritmo sincopado e lancinante, com riffs repetitivos e efeitos freqüentes de falsete, produzindo um lamento catártico para os seus tormentos.
Os músicos brancos atuais beberam e bebem diretamente dessa fonte. Os mesmos riffs do violão e gaita dos bluesmen daquela época são eletrizados na guitarra contemporânea de Eric Clapton, Keith Richards, Jimmy Page, Jeff Healey, Steve Ray Vaughan,
Rory Block, Jeff Beck, Johnny Winter,Bonnie Raitt, Eric Burton,Gene Vincent, Bob Margolin, etc. A lista é longa, podemos citar centenas de outros notáveis intérpretes que fazem tributos com a magia dos seus dedos. Bob Dylan, no CD “WORD GONE WRONG”, gravou peças tradicionais selecionadas do Mississipi utilizando somente violão, vocais e harmônica. Esse trabalho traz um encarte com textos dele mesmo sobre os autores e suas canções.
Porém, para chegarmos a esse nível de admiração, foi necessário que um jovem branco caipira, na década de 50, cantasse e dançasse como negro para ser aceito por uma sociedade bem-estruturada, porém, preconceituosa. E a fama do grande ELVIS PRESLEY chegou ao velho continente, enfeitiçando 4 rapazes talentosos da cidade de Liverpool, enquanto “as pedras rolavam” com Brian Jones e Cia em Londres.
E deu no que deu, e hoje nós estamos aqui, pessoas sensíveis e amigas curtindo todo esse processo no eficiente e sadio BAÚ do querido EDU.
É interessante mencionar que, uma das vezes que BB KING esteve no Brasil, perguntaram-lhe como se sentia vendo jovens músicos brancos milionários fazendo sucesso com Blues. Ele rindo respondeu: - São todos bons garotos, são todos bons garotos.

OS CRIADORES DO DELTA BLUES

CHARLIE PATTON (em torno de 1887-1934)
TOMMY JOHNSON (1896-1956)
SON HOUSE (1902-?)
BUKKA WHITE (1909-1977)
SKIP JAMES (1902-1969)
BIG JOE WILLIAMS (1003-1982)
ROBERT JOHNSON (1914-1938)

Escolhemos dois deles para comentarmos pelo fato de conhecermos melhor sua obra:

TOMMY JOHNSON

Se bem que só tenha gravado 14 títulos entre 1928 e 1930, Tommy Johnson é o mais exemplar do bluesmen do Delta. A intensidade dramática do canto, uivando em forma de lamento, o toque no violão simples e repetitivo, fez desse estilo fundo comum do blues ou do rock and roll. Entre suas composições (maggie campbell, big fat mama, big roads blues, cool drink of water), uma delas, CANNED HEART, deu seu nome a um célebre grupo de rock. Se bem que tenha saído pouco da região do Delta, a influência direta desse artista sobre os bluesmen do pós-guerra (Robert Nighthawkl, Howlin’Wolf) foi considerável. Gostaria que ouvissem “canned heart blues” com o autor, e logo após o bluesman Howlin’ Wolf eletrificado e uivando, perceberemos logo a grande influência.

Para fazer o DOWNLOAD do discão, clique:
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ROBERT JOHNSON

Historicamente foi o último grande criador do Mississipi blues, mas talvez o mais importante. Se bem que tenha gravado muito pouco a maior parte de suas composições (dust my broom, ramblin’ on my mind, sweet home Chicago, Love in vain, stop breaking’ down, crossroad blues) são obras-primas poéticas e tornaram-se clássicos dos blues e da música pop,. Seu violão construído em torno de insistentes baixos ambulantes é a base de todo blues elétrico do pós-guerra. Apesar de sua vida e discografia muito curta, esse estupendo artista marcou verdadeiramente o futuro de um novo estilo de blues e é, aliás, considerado pelos críticos uma das figuras centrais desse gênero.

Eric Clapton há alguns anos gravou um CD somente com músicas de Robert Johnson. O design é igual ao do bolachão origina. “CROSSROAD BLUES” é carro -chefe e presença obrigatória nos shows. Os Rolling Stones gravaram “STOP BREAKING DOWN” e “LOVE IN VAIN”. Muitas outras gravações em tributo a esse notável artista foram feitas com os mesmos arranjos de seu violão acústico, porém plugados. É MUITO IMPOIRTANTE OUVIIR TODOS. Até a próxima!

Para fazer o DOWNLOAD dos dois álbuns da coleção “ROBERT JOHNSON - THE COMPLETE RECORDINGS” em dois volumes, clique nos links:

VOLUME 1
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VOLUME 2
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AGRADECIMENTOS:

Ao EDU pelo espaço e a programação visual excelente, como sempre. MARGARETHINHA, que interrompe seu trabalho para revisar meus textos. Ao fotógrafo ROBERTO CASTELLO BLUES pela sua mensagem. Fernando Mascarenhas (falaremos sobre JANIS JOPLIN posteriormente) e um grande abraço para Henrique Behr e Adrianna Stewart. E como diz o poetinha MARCO: “um brinde aos blues”

Luiz Clementino

Bem amigos do Baú do Edu, para fecharmos esta bela matéria com chave de ouro, um vídeo com o velho Bluesman e sua clássica “CROSSROADS”. Obrigado Luiz, obrigado todo mundo! Abração! Edu eduardobadfinger@gmail.com.