terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O BANDIDO DA LUZ VERMELHA

Com creteza, Bruce Wayne, transformado em BATMAN,
gostaria de ter tido uma conversinha com ele!

São Paulo, década de 60. Vestido de terno, colete, chapéu de feltro, luvas de couro, lenço para cobrir o rosto, lanterna com luz vermelha e dois revólveres, um ladrão solitário aterrorizou as noites da capital paulistana. Só atacava mansões. Roubava e obrigava as vítimas a cozinharem de madrugada para ele. Estuprava e, às vezes, assassinava. Começou a ser chamado de "Bandido da Luz Vermelha", referência a um assaltante e homicida norte-americano que ficou conhecido mundialmente, Caryl Chessman, que tinha este apelido e foi executado na câmara de gás de San Quentin, Califórnia, por 17 acusações de estupros e seqüestros. Chessman agia sempre sob uma Lâmpada vermelha igual dos carros de polícia e sempre alegou ser inocente.

O nosso Bandido da Luz Vermelha brasileiro agiu impunemente durante seis anos. A polícia de São Paulo só o identificou após recolher um fragmento de impressão digital no vidro da janela de uma mansão assaltada: João Acácio Pereira da Costa, 25 anos. Era fascinado pela cor vermelha. Dizia que era "a cor do diabo". Cometeu oficialmente 88 delitos: 77 assaltos, dois homicídios, dois latrocínios e sete tentativas de morte. Suspeita-se de que ele tenha estuprado mais de 100 mulheres.

As vítimas nunca deram queixa. João Acácio Pereira da Costa, o "Bandido da Luz Vermelha", mantinha uma vida dupla. Nas folgas dos assaltos, era um pacato morador de um edifício na cidade de Santos, amável com os vizinhos. O apartamento era todo decorado de vermelho. Sempre viajava de ônibus de Santos para assaltar na capital paulista. Gostava de imitar o jeito de se vestir e de cantar de Roberto Carlos, então no auge da Jovem Guarda, e usar ternos semelhantes aos Beatles. Gastava o dinheiro dos roubos com mulheres e boates. Era apaixonado por filmes de faroeste: "Pistoleiros ao Entardecer", estrelado pelo ator inglês Randolph Scott, era o seu predileto.

Preso no Paraná, em 1967, foi condenado a 351 anos de prisão. Na cadeia, recebeu flores e bilhetes apaixonados de algumas de suas vítimas de estupro. Em 1968,virou personagem do filme homônimo, do diretor Rogério Sganzerla. Cumpriu os 30 anos de prisão previstos na Constituição e foi libertado no final de 1997. Estava completamente desdentado ( tinha perdido 11 dentes) e sofrendo de sérios problemas psquiátricos. "O Bandido da Luz Vermelha" foi assassinado com um tiro de espingarda quatro meses e cinco dias depois de ser solto, durante uma briga com um pescador em Joinville, Santa Catarina. Adeus, babaca!

Agradececimentos especiais: Pedro Ivo de Sousa e Silva. Valeu, Papai!
Obrigado por ter o livrão, ter me emprestado
e conversar comigo sobre o monstro.Thanks!

3 comentários:

Edu disse...

Hey, everybody! Quem se lembra de um psicopata que agia aqui em Brasília parecido com esse no começo dos anos 80? O MÃO BRANCA. Quem souber qualquer coisa, mande que a genTe publica!

Marco disse...

Eu me lembro do mão branca. Não sei de nada sobre ele. Talvez nos arquivos do Correio Braziliense tenha algo. Já pensou se o morcegão encontrasse o mão branca e o bandido da luz vermelha numa mesma viagem? Quem sabe? No mundo das hqs tudo é possível.

Alessandro Oliveri disse...

Que livro? Qual a fonte das imagens? A matéria de jornal, por exemplo?