Keith John Moon nasceu em 23 de agosto de 1946 e morreu no dia 7 de setembro de 1978. Ele foi o baterista da banda de rock britânica The Who. Ganhou prestígio por seu estilo inovador e exuberante na bateria, e notoriedade por seu comportamento excêntrico e por vezes destrutivo, o que lhe rendeu o apelido de "Moon the Loon" ("Moon, o Lunático"). Moon entrou para o Who em 1964, participando de todos os seus álbuns e singles a partir da estréia do grupo com "Zoot Suit" em 64 até Who Are You, de 1978, lançado três semanas antes de sua morte.
Moon era conhecido por seu estilo de bateria dramático e cheio de suspense, que frequentemente envolvia a omissão de batidas básicas em prol de uma técnica fluída e acentuada, focada em viradas progressivas pelos toms, trabalho ambidestro no bumbo e passadas e ataques selvagens nos chimbaus. Ele é citado pelo Hall da Fama do Rock and Roll como um dos maiores bateristas de rock and roll de todos os tempos.
Inicialmente Moon tocava no mesmo estilo de bandas norte-americanas de surf rock e R&B, utilizando ritmos e preenchimentos de ambos os gêneros, mas tocando mais alto e com muito mais autoridade. Ele também foi bastante influenciado pelo baterista de jazz Gene Krupa. Inspirado numa conversa que teve com Ginger Baker, Moon passou a usar um kit de bateria duplo no final de 1965. Na banda, o guitarrista Peter Townshend mantinha o tempo, já que trabalhava de maneira acentuadamente rítmica, enquanto Moon e o baixista John Entwistle solavam no topo desta base. As composições de Townshend ganhavam vida nova após ele apresentá-las a Moon e Entwistle, que transformavam as músicas em algo completamente novo e inesperado com suas técnicas distintas de tocar.
No começo da carreira do The Who a banda adquiriu a reputação de destruir seus instrumentos no final de cada show. Moon demonstrava um zelo particular quanto a esta atividade, chutando e quebrando sua bateria com vontade.
Uma das histórias mais conhecidas narra a festa de seu 21o. aniversário: na ocasião, ele conduziu um Lincoln Continental direto para dentro de uma piscina - trata-se de uma controvérsia a veracidade ou não dos fatos, com Tony Fletcher, biógrafo de Moon, negando o episódio, enquanto Roger Daltrey afirma ter presenciado o prejuízo de 50 mil dólares. Mas devido a seu bem conhecido comportamento, não é difícil imaginar como uma história como essa pôde ser propagada.
Em 1970, Moon se envolveu em um incidente na saída de um pub em Londres, quando seu motorista e guarda-costas, Cornelius "Neil" Boland, foi atropelado e morto. Boland havia saído do carro para tentar conter um tumulto quando foi derrubado; Moon, desesperado, guiou para longe dali, só descobrindo quilômetros mais adiante o corpo do motorista preso nas engrenangens do automóvel. Embora um subsequente processo judicial tenha declarado a inocência de Moon, o baterista se culparia pelo acidente pelo resto de sua vida.O apetite de Moon pela vida alucinada custaria posteriormente a deterioração de suas habilidades na bateria e a confiança de seus companheiros de banda na sua capacidade como instrumentista.
Embora o trabalho com o The Who dominasse a carreira de Moon, ele chegou a participar de alguns projetos paralelos. Em 1966, Keith juntou-se ao guitarrista Jeff Beck do Yardbirds e com os futuros Led Zeppelins Jimmy Page e John Paul Jones para gravar uma instrumental, "Beck's Bolero", lançada no final daquele mesmo ano. Em 1975 ele lançou seu primeiro e único álbum solo, uma coleção de covers de canções pop chamada Two Sides of the Moon. Curiosamente Moon resolveu assumir o papel de cantor, enquanto a bateria foi relegada a outros músicos, como Ringo Starr e Jim Keltner. Em 1971 Moon fez uma participação especial no filme 200 Motels de Frank Zappa. Ele voltaria às telas com That'Il Be the Day de 1973, e também no filme Tommy, de 1975.
A última noite de Keith Moon foi como convidado de Paul McCartney na estréia do filme The Buddy Holly Story. Depois de jantar com Paul e Linda McCartney, Moon e sua namorada, Annette Walter-Lax, deixaram a festa mais cedo e retornaram a seu apartamento em Curzon Place, Londres. Ele morreu dormindo, consequência de uma overdose do medicamento que ele estava usando em seu tratamento contra o alcoolismo. O laudo do legista apontou 32 pílulas de Heminevrin em seu organismo, 26 delas ainda não dissolvidas. O apartamento na Curzon Place havia sido emprestado a Keith por seu amigo Harry Nilsson. Coincidentemente, "Mama" Cass Elliot (vocalista do The Mamas and The Papas) morrera no mesmo apartamento quatro anos antes. Amargurado com a perda de dois amigos, Nilsson nunca mais retornou ao local, posteriormente vendendo o apartamento a Pete Townshend.
Em 1974, entre Lennon e McCartneyEm 1971 Moon fez uma participação especial no filme 200 Motels de Frank Zappa. Ele voltaria às telas com That'Il Be the Day de 1973 (estrelado por Ringo), e também no filme Tommy, de 1975.
O lugar de Keith Moon no The Who, após sua morte, já foi ocupado oficialmente por três bateristas: Kenney Jones (1979-1988), Simon Phillips (1989) e Zak Starkey – filho do Ringo (1996 - até hoje). Moon foi casado de 1966 a 1975 e teve uma filha, Amanda. Ele conquistou sua esposa Kim Kerrigan das mãos de Rod Stewart. Após a separação, Kim casaria-se com o tecladista Ian McLagan, que tocou com o mesmo Stewart na banda The Faces.O tributo mais famoso a Moon é o personagem "Animal" do Muppets, um baterista maluco que, de tão alucinado, precisa ser acorrentado a seu instrumento durante as apresentações.
Para terminar, a gente confere uma entrevista com Keith Moon e Pete Towshend de 7 de agosto de 1978, um mês depois, Moon estava morto; e o The Who em três momentos: I Can't Explain (1975), a explosiva My Generation (1967) e Who Are You (1978). Aquele abração para todos os fãs do Who e de Moon. Valeu!
14 comentários:
Parabéns pelo post, Edu!
Mais uma vez o Baú valoriza o roquenrou!
Jailson
Os Beatles eram amigos pessoais de toda essa galera "Mod" que surgiu na "Swinging London" na metade dos anos 60. Nos anos 70, Keith Moon era carta marcada nas homéricas farras de Mr. Lennon, Nilson e Ringo. Também tinha livre acesso à casa de Paul. Na minha opinião, toda essa "excentricidade" era a forma que encontrava para esconder suas fraquezas. Ok. Era um baterista fantástico? Era sim! Mas fica a pergunta: valeu à pena? Até esse negócio de quebrar os instrumentos (depois imitado por tantos! - até Nirvana)para mim é de uma babaquice sem igual. E nem a época justifica! Os mais xiitas me desculpem. No meu livrinho "Uma Tarde Do Outro Mundo", de 1999 (fora de catálogo) existe uma banda, formada por Ed, John, Peter, Tommy, Elvis e Moon. Leitura obrigatória! Um dia coloco por aqui... Abração!
Livrinho, Edu??? Cadê?
Yeah, baby! Legal pra caramba! Na época ganhei de presente dos amigos Dejair e Osmar, da Supergráfica Lasercor, a impressão de 500 livrinhos num formatinho bem bacana. São 110 páginas de bom humor e diversão com as peripécias de Edmundo Macalé entre seus dois mundos. É claro que eu não tenho um sequer! Só os arquivos, já com a nova ediçao atualizadíssima, prontinha. Como disse, quem sabe um dia, crio coragem e publico aqui. Bjao!
Ai,ai. é por isso que eu gosto dos Beatles'"! A.W.K.M
Eu tenho meu livrinho autografado. Tenho também a boneca rabiscada, modificada, transfigurada até a lapidação final. Um dia valerá uma fortuna hahahahahahaha...
Esse cara era mesmo Moonto louco. Mas não podia ser diferente. No coliseu do rock daqueles anos, todos os gladiadores tinham que inventar suas defesas. Ou então as cabeças rolavam.
Matéria legal, Edu. Agora, não me onde eu li que certa vez Keith Moon pediu, ou insinuou, que gostaria de tocar nos Beatles. Obviamente, se isso aconteceu mesmo, isso pode ter ocorrido em 1968, quando Ringo ameaçou deixar os Beatles, durante as gravações do "Álbum Branco". Realmente, li isso em algum lugar, se é verdade ou não, aí é outro papo. Agora, vamos supor que Moon entrasse mesmo nos Beatles: teria sido um peixe totalmente fora d´água, porque a "proposta" dos Beatles não era ter um virtuose na bateria.
Mudando de assunto, também ouvi dizer que o hábito do Who quebrar os intrumentos começou no Monterey Pop Festival, em 1967. A história que me contaram (ou li em algum lugar ? Meus neurônios estão fugindo de mim como o diabo foge da Cruz). O que me contaram foi o seguinte. Paul McCartney - embora os Beatles não tivessem participado desse evento -, foi quem forçou a barra para que Hendrix participasse do festival (como todos sabemos, foi Chas Chandler, baixista dos Animals, que levou Hendrix à Inglaterra e o apresentou ao Paul - e aos outros beatles). Conta que no dia da apresentação do The Who e de Hendrix, Pete Townshend queria porque queria que o Who fossem os últimos artistas a se apresentar naquele dia, porém Hendrix também gostaria que fosse ele. Essa discussão deu-se, obviamente, nos bastidores e foi Paul McCartney que resolveu o assunto, propondo que fosse dedicido no cara-e-coroa. Townshend ganhou e o The Who foi escolhido para fazer a última apresentação. Pois bem. Só que, como Hendrix fez uma apresentação espetacular e literalmente inendiária (tocou fogo na guitarra, em pleno palco), Townshend ficou doido e no final da apresentação do Who, pra não ficar atrás, resolveu quebrar a guitarra (mais de raiva e "ciúmes" por causa da apresentação de Hendrix) e o resto do grupo o seguiu e começou o quebra-quebra geral. Como esse quebra-quebra fez sucesso, o grupo resolveu tornar essa atitude um de suas marcas registradas. Abraço, Carlos Cesar
Ta. Ok. Entendi... E você está esperando o que pra essa coragem aparecer HOJE (hehehhe)?
Valeuzão Carlos César (nome de astro brega dos anos 60 - por isso é ainda mais massa) pela aulinha. Eu não sabia. Obrigado e abração. Ah! Leite faz bem para os neurônios,. Rsrsrs
Caramba, Edu, sério ? Teve astro brega nos anos 60 com esse nome ? ehehe não sabia. Mas, olha, embora meio improvável, esse é mesmo o meu nome. Tem muita gente que me chama de Luis Carlos, Paulo Sergio, Paulo Cesar, Carlos Sergio, Carlos José e até (é verdade), "Carrosel" e Carlos Sela (ou Cela). Mas, esse é o meu nome (www.interfrete.com.br - tá lá o meu nome). Mas, isso só pode ser coisa de maranhense. Embora eu seja filho de maranhenses, eu nasci na Casa de Saúde Cesar Karls, em Fortaleza - vim para o Rio com um ano de idade). Meus pais resolveram homenagear (??!!) o Cesar Karls e puseram meu de nome de Carlos (Karls) Cesar...tsk tsk - fazer o quê ? Abraço, ccm
Valeu Edu - mas esse é o meu nome mesmo, embora meio improvável (www.interfrete.com.br). Isso é que dá eu ser filho de maranhenses (meus pais), ter nascido na casa de saúde Cesar Karls, em Fortaleza (Karls = Carlos, Cesar, Cesar mesmo) e criado no Rio de Janeiro. Mas, cara, já ouvi falar nesse tal de Carlos Cesar, porém, naquela época o rótulo "brega" (anos 60), ainda não existisse. Abraço, ccm
Morri na 3ª foto dele, muito lindo!!! Adooooro o Keith Moon!
Avisem ao Edu que além dos Beatles, Keith Moon era muito amigo da rapaziada do Led Zeppelin, em particular, do baterista John Bonham.
Ailton Medeiros, jornalista.
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