Nunca neguei nem escondi de ninguém, que a minha 2ª maior paixão na vida é a cultura pop que se vende em bancas de revistas. O inigualável e fantástico universo dos milhares de artistas que transmitem sua arte através de pequenos quadrinhos. Comecei a consumir revistinhas (nome que minha geração usava ao invés do feio e pejorativo "gibi") quando comecei a ler, bem antes de conhecer os Beatles. Todo aquele estranho mundo paralelo que havia por trás de cada um daqueles personagens, me fascinava. Como qualquer criança, tinha os meus heróis preferidos. Mas nenhum, nunca chegou aos pés do homem-morcego. Depois da invasão britânica na minha cabeça, fiquei longe deles por anos até 1986 quando o espetacular e genial Frank Miller fez uma surpreendente releitura da história do Batman. Dali para a frente, colecionei tudo que era publicado sobre o vigilante de Gotham City. Em 1993, começou a ser publicada a maior saga da história dos quadrinhos: "A Queda do Morcego" - série em que surgiu o vilão BANE, o pior inimigo que Batman já enfrentou e que lhe quebra ao meio e arrasta o que sobrou até o prédio mais alto de Gotham e o atira. "A Queda do Morcego" durou quase 3 anos até sua conclusão, quando Jean-Paul Valley se torna o novo Batman, derrota Bane, se transforma num monstro ameaçador até ser derrotado pelo velho Bruce Wayne, o Batman original que depois de recuperado retorna atrás do que é seu. Pois é. Paralelamente a minha Beatlemania, também sou Batmaníaco, mesmo agora, aos 50 anos. Por isso, é com muita expectativa que amanhã, junto com meus filhos, não vou deixar de ver a conclusão da saga do personagem iniciada em 2005 por Christopher Nolan e, acreditem, estarei me sentindo muito mais jovem do que eles.
Batman realmente é um herói fora de série. Se já não bastasse ele ter que enrfentar todos os bandidos que tentam destruir Gotham City, o vigilante mascarado, que diferentemente do Superman, tem toda e qualquer vulnerabilidade de uma pessoa comum, ainda - tem que enfrentar vilões que não tentam apenas acabar com sua integridade física, mas também a psicológica. E é este enfoque que o diretor Christopher Nolan explora em Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, terceiro filme que encerra a trilogia iniciada pelo diretor, que começou em 2005 com Batman Begins e teve sua sequência com Batman - O Cavaleiro das Trevas, de 2008.
Se no filme anterior o herói taciturno já foi levado à exaustão em ter que lidar com o insano Coringa (vivido pelo falecido ator Heath Ledger, que chegou a ganhar um Oscar póstumo) em que a imprevisibilídade de seus atos o levou ao limite, tendo que sujar as mãos na lama em nome de um bem maior, aqui Bruce Wayne/Batman vai ter que lidar com alguém que o rivaliza na inteligência e com superioridade na força física: Bane, cujos atos, sempre bem construídos, não deixam nada ao acaso, tornando-o o mais letal inimigo do morcego. Esse confronto vai inevitavelmente, levar o Cavaleiro das Trevas em uma jornada sem volta, obrigando-o a novamente ir até os limites de sua força física e mental para lidar com este novo problema.
Compondo um personagem que apresenta visíveis sinais do desgaste ao longo dos anos, Christian Bale encarna o herói em sua versão mais "sofrida". Reparem, por exemplo, o jeito em que ele tem que se apoiar em sua bengala para se locomover, ou a raiva, a frustração, em como os anos o tornaram mais lento diante de um inimigo que mostra ser mais letal que qualquer outro que já tenha enfrentado. Bale também mantém outra característica interessante: em usar uma voz mais cavernosa como Batman e outra quando não está pulando pelos prédios socando os bandidos.
Tom Hardy, por sua vez: cria um vilão interessante que, ao mesmo tempo em que é um brucutu que impõe o terror nas pessoas, tem a voz típica de um lorde inglês, fazendo uma mistura que funciona muito bem. Mesmo sem poder se expressar, devido a máscara que é obrigado a usar o tempo todo, Hardy consegue dar dimensão ao seu personagem justamente por conta de sua voz. Além disso, Bane tem controle total de seus atos, mantendo a situação sob controle, o que o toma ainda mais perigoso.
Joseph Gordon-Levitt, no papel do policial Blake, estabelece um arco de história interessante e bem resolvido. Movido por um idealismo e na crença de que Batman é um herói e não o vilão que teve que se "transformar no final do segundo filme da trilogia, o personagem tenta fazer o que é certo, mesmo que nem tudo saía de acordo com o planejado. Isso acaba fazendo um contraponto ao papel de Anne Hathaway, a Selina Kyle/Mulher-Gato. Em que pese a boa performance da atriz, faltou no roteiro algo que desse mais substância para uma personagem interessante. Em todo caso, isso está longe de tirar o brilho e a competência do filme.
Morgan Freeman (Lucius Fox); Gary Oldman (Comissário Jim Gordon) e Michael Kaine (Alfred Pennyworth) repetem a habitual competência de sempre, em particular para o último, que chega a roubar a cena em dois momentos do longa.
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge encerra com grande maestria a trilogia de um dos maiores, se não o maior, herói das histórias em quadrinhos. Desde já, sentiremos saudades de Chris Nolan e Christian Bale envolvidos em um filme do defensor de Gotham City.
Bane é um personagem fictício, supervilão inimigo do Batman no Universo DC. Foi criado em 1993 por Chuck Dixon, Doug Moench e Graham Nolan.
Bane nasceu na prisão de Pietra Dura, localizada na ilha de Santa Prisca, no Caribe. Teve de cumprir a prisão perpétua, condenado pelos crimes cometidos por seu pai, o Rei Cobra. Na infância, passou a ser cuidado por um padre jesuíta, que viria a ser assassinado pelo próprio Bane, anos mais tarde. Aos oito anos de idade, cometeu seu primeiro assassinato, matando um criminoso que queria usá-lo como moeda de troca de informações na prisão. Sua única companhia era seu ursinho de pelúcia chamado Osito. O urso possuía um buraco em suas costas, no qual Bane escondia uma faca para usá-la contra qualquer um que tentasse ameaçá-lo.
Mesmo aprisionado, Bane não deixou de aperfeiçoar suas habilidades naturais: dedicou-se à leitura de diversos livros, modelou seu corpo no ginásio da prisão e aprendeu a lutar para poder se defender de outros prisioneiros. Tornou-se lenda quando passou dez anos na solitária e sair dela são. Em certa ocasião, Bane desentendeu-se com outro prisioneiro e acabou sofrendo um acidente, que o deixou em estado de coma. Teve visões do seu futuro e descobriu que o medo de um morcego poderia impedi-lo de conseguir seus objetivos. Tornou-se obcecado pela leitura sobre Gotham City (lugar que, assim como a prisão, era comandada pelo medo) e sobre seu guardião.
Inevitavelmente, sua resistência acabou chamando a atenção dos administradores do presídio, que o forçaram a tornar-se cobaia em experimentos com uma misteriosa droga viciante, conhecida como Veneno, a qual havia matado todas as cobaias anteriores. Bane sobrevive e tem sua força consideravelmente aumentada. Porém, necessita tomar o Veneno a cada 12 horas (atrávés de um sistema de tubos que bombeiam a droga diretamente para o cérebro), sob pena da reação adversa enfraquecê-lo ao extremo.
Apesar de ter sobrevivido ao Veneno, Bane fingiu-se de morto para poder escapar, já que a maioria dos mortos do presídio eram jogados no precipício. Lançado ao mar, livrou-se dos acessórios que o prendiam e rumou para Gotham City, com a intenção de destruir o morcego demoníaco que o atormentava em suas visões. Ele estava convencido de que o morcego em questão era Batman.
Advertido de que um confronto direto com Batman seria loucura, Bane usa sua força para derrubar as paredes do Asilo Arkham e libertar os mais perigosos criminosos da cidade, entre os quais estão Coringa, Espantalho, Chapeleiro Louco, Ventríloquo, Vagalume, Grande Tubarão Branco e Zsasz. A fuga em massa do manicômio sobrecarregou Batman, levando-o à exaustão, após três meses sem descanso de recaptura dos fugitivos.Ao retornar à Mansão Wayne, após cumprir sua missão, Batman encontra Bane esperando-o. Ao confrontar o Homem-Morcego na Batcaverna, Bane o deixa paralítico, ao quebrar-lhe a coluna numa cena que se tornou antológica nas HQs. Paralítico, Bruce Wayne então deixa o posto de Batman, transferindo-o para Jean-Paul Valley (também conhecido como Azrael). Utilizando um sofisticado traje de combate, ao invés do tradicional uniforme de Batman, Jean-Paul derrota Bane, danificando os tubos que lançam o Veneno na corrente sanguínea de Bane e causando-lhe uma severa síndrome de abstinência.
9 comentários:
Fantástico. A saga de Batman não deixa nada a dever a qualquer grande clássico da literatura. Também acompanhei toda A Queda do Morcego. E Certamente vou revisitar minhas HQs depois de assistir ao filme. Parabéns, Edu. Mais um post de alto nível com o selo de qualidade do Baú.
Uau! Também gosto bastante! Mas o meu preferido é o Hulk,adoro muito os quadrinhos dele!
To louco para assistir o filme.
E Sir. Paul McCartney brilhou novamente! Durante a musica "Hey Jude" ele voltou a ser aquele garoto de Liverpool!
Falou, Marcão. Felipe: o Hulk também já apareceu por aqui. Confira: http://obaudoedu.blogspot.com.br/2011/01/bill-bixby-o-incrivel-hulk.html
Valeu!
Tem razão, Gustavo. Ja corrigi. Abração!
Gostei demais do Post Edu !!!
Vou assistir o filme amanha e já estou na contagem regressiva para isso !!!
De todos os Heróis , Batman é o meu preferido e apesar de não acompanhar mais nas HQs suas historias, tento ver o que possível na internet e nos filmes !!
Mais uma vez parabéns pelo Post !!
FILME FANTÁSTICO !!!
ADOREI !!!!!
Christopher Nolan É " O Cara " !!!
Depois desse , os filmes de Super - Heróis e principalmente do Batman não vão ser mais os mesmos !!!
BATMAN FOREVER !!!
Batman - Maior Palmeirense/Beatlemaníaco de Gotham City!
EU TAMBÉM!!!
Ponto fraco para a Talia al Ghul de Marion Cotillard (isso é spoiler?), com direito a "momento-parem-tudo-que-vou-explicar-minhas-motivações", além de uma morte estilo Zorra Total - será que foi uma homenagem de Nolan à série sessentista?
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