Por Claudio D. Dirani - "Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo".Após bater todos os recordes com a Driving USA/Back In The U.S tour em 2002, e tocar no México e Japão, Paul McCartney tomou fôlego e decidiu voltar à estrada para mais espetáculos em 2003. Desta vez, comandou a turnê Back In The World tocando em lugares inéditos em sua carreira, como Budapeste (Hungria), Praça Vermelha (Moscou, Rússia) e até nas dependências do lendário Coliseu, em Roma, em um show beneficente exclusivo para aproximadamente 300 pessoas, que pagaram polpudos ingressos à organização Adopt-A-Minefield, militada pela mulher, Heather Mills McCartney. Sem falar no show gratuito, na própria Roma, ao ar livre, contando com a presença de mais de 2 milhões de pessoas que assistiram ao espetáculo de quase três horas.
No Coliseu, McCartney fez um show com características diferentes, onde os instrumentos acústicos predominaram durante a execução das músicas - tudo para não prejudicar as estruturas do antiqüíssimo anfiteatro, e não incomodar o Papa. Destaque para uma versão rock ‘ri roll da italiana Nel Blu Dipinto di Blu (Volare), e de uma performance inesquecível de All Things Must Pass em tributo a George Harrison. Mais: um fato no mínimo curioso surpreenderia Macca enquanto em território romano. Duas irmãs, Bianca e Francesca De Fazi, conseguiriam driblar a segurança do hotel para devolver a ele um diário particular contendo registros, inclusive, da separação dos Beades, roubado da residência de Paul, em Londres, em 1980. As italianas só concordaram em devolver o objeto em troca de uma foto e autógrafos - prontamente concedidos por Paul McCartney, que comemorou a recuperação de seu estimado objeto.
Mas nem tudo foi motivo de comemoração durante a
turnê Back In The World. O público já estava enfileirado, pronto para entrar
na Hailan FM, em Sheffield, dia 6 de abril, quando um péssimo aviso chegaria
pelo sistema de som da arena. O segundo show na cidade inglesa, infelizmente,
não aconteceria devido a uma forte laringite que abateu McCartney. O
espetáculo, para sorte dos fãs, seria marcado e realizado no dia 29 de maio. Os
shows consecutivos tiveram um adendo: Paul decidiu mudar o repertório para não
forçar o gogó, incluindo I’ve Just Seen A Face, Things We Said Today e Two Of
Us — esta última, sendo apresentada ao vivo pela primeira vez desde seu
lançamento, em 1970.
Antes de voltar à Inglaterra para cumprir sua
promessa de tocar em Sheffield, Paul McCartney realizaria um de seus sonhos. No
dia 24 de maio, a Praça Vermelha de Moscou seria tomada por fãs quando,
finalmente, conseguiram ouvir Back In The U.S.S.R ao vivo em seu país (mesmo
com a União Soviética não sendo mais um país há mais de 12 anos naquela data). O
presidente da Rússia, Vladimir Putin, entretanto, não conseguiria marcar
presença no evento devido a compromissos políticos. Para não passar em branco,
Paul decidiu fazer um show particular para o líder, tocando Let It Be com total
exclusividade nas dependências do palácio do Kremlin.
Para fechar com chave de ouro sua maratona de
concertos, chegaria a vez de tocar em Liverpool em um show ao ar livre, na
Kings Dock. “A volta à casa” do eterno Beatle não poderia ter sido mais animada
e bem-sucedida. McCartney ainda fez questão de mudar o repertório, incluindo a
canção tradicional da cidade, Maggie Mae, em versão completa (no LP Let It Be,
a faixa é tocada pelos Beatles em versão resumida), e com um guia dos pontos
turísticos de Liverpool aparecendo nos telões. Outros brindes foram as performances de Honey Hush (cover
incluída no álbum Run Devil Run), Baby Face (sucesso na voz de Brenda Lee, em
1959) e uma improvisação de I Lost My Little Girl - primeira música composta
por McCartney em 1956, quando tinha apenas 14 anos. E mais: a “scouse” Laura
Andrew ganharia de Macca um Volkswagen Beetle por ter sido a fã número
2.000.000 a comprar um ingresso para sua longa turnê, que começara em abril de
2002, em Oakland, Califórnia. Poucos dias
depois de seu último espetáculo na Back In The World Tour, três notícias
importantes sobre a carreira de Paul McCartney foram manchetes dos principais
veículos de comunicação de todo o planeta, A primeira, que ele estaria voltando
ao estúdio no final de 2003. A segunda, que sua aposentadoria não aconteceria antes
dos 90 anos. E a última, e mais surpreendente, que McCartney tornaria-se pai (biológico) pela quarta vez ainda naquele
ano. Longa vida ao "rei” e a mais um herdeiro do legado de um dos
principais artistas de todos os tempos da humanidade.
3 comentários:
Impressionante. O maior artista do planeta. Embaixador da Terra!
O disco dessa tour, que aqui saiu na edição americana " Back in The U.S", na minha opinião é, depois do "Wings Over America", o melhor disco ao vivo do Paul. O Som é alto, pesado e arrebatador.
Muito bom. O show na Praça Vermelha foi sensacional... E o Putin estava lá!
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