Há muito tempo, eu vinha com vontade de fazer uma postagem especial sobre Carlos Imperial. No ano passado, depois de assistir ao filme “Minha Fama De Mau” - a história de Erasmo Carlos, e ler o sensacional livro de Denilson Monteiro - DEZ, NOTA DEZ! EU SOU CARLOS IMPERIAL, achei que finalmente era chegada a hora do Imperial. Mas não rolou e ficou guardada desde janeiro de 2020.
Absolutamente sensacional e surpreendente a biografia de Carlos Imperial escrita pelo pesquisador Denilson Monteiro. Óbvio que a nota não poderia ser outra: Dez, nota dez! Autor das biografias de Ronaldo Bôscoli e Chacrinha, Denilson Monteiro tem em seu histórico de pesquisador colaborações em livros sobre artistas como Tim Maia, Erasmo Carlos e Bussunda. Seus mais recentes projetos envolveram Carlos Imperial. Em 2015, Monteiro lançou uma versão ampliada de sua biografia “Dez, Nota Dez! Eu Sou Carlos Imperial” (2008) e esteve envolvido em outros projetos que prestaram tributo a Imperial no ano em que ele completaria 80 anos.
Carlos Imperial (1935-1992) foi uma figura ímpar do cenário cultural brasileiro. Mentiroso, marqueteiro, cafajeste e dono de um faro preciso para descobrir talentos – como Roberto e Erasmo Carlos, Tim Maia, Wilson Simonal e Elis Regina. Para ter sucesso, não hesitava em roubar a autoria de músicas ou apossar-se de composições de domínio público – caso de “Meu limão, meu limoeiro”. Sem procurar maquiar o lado polêmico de seu protagonista, o filme “Eu sou Carlos Imperial” reconstitui uma trajetória impregnada de ficção, realidade, lenda e memórias de vários que o conheceram. A cena cultural brasileira dos anos 1960 a 1990 seria muito diferente se não fosse Carlos Imperial. Durante anos, ele foi presença constante na música, no cinema, no teatro, na TV, nos jornais e revistas e até na política.
Imperial compunha e produzia, atuava e dirigia, escrevia, fazia as coisas acontecerem e, mais do que tudo, causava polêmica. Em "Dez! Nota Dez! Eu sou Carlos Imperial", a gente viaja no tempo desde o início, quando o Rock And Roll aportou nestas terras e mergulha na agitada vida e obra do autor de sucessos como "Vem quente que eu estou fervendo" e "A praça".
“Neto ou bisneto (nem me lembro) do Barão de Itapemirim, que servia à Corte Imperial, minha família adotou esse nome. Daí ser eu mesmo Carlos Imperial. Não uso pseudônimo e posso, com 1,82 de altura e mais de 100 quilos de peso, ser visto a olho nu, sem o auxílio de microscópio”. ("Diário de Pernambuco", 30/10/1969).
"Dez, Nota Dez! Eu Sou Carlos Imperial", mostra a movimentada vida de Carlos Imperial, o ogro midiático que bagunçou a vida cultural brasileira. Autoproclamado "rei da pilantragem", Imperial usava de todos os artifícios para promover as músicas que compunha, as peças que produzia, os filmes que dirigia e os artistas que lançava. Nomes como Erasmo Carlos, Paulo Silvino, Wilson Simonal, Elis Regina e Roberto Carlos contaram com o toque do grande descobridor de talentos em suas carreiras.
Com um texto envolvente, fruto de seis anos de pesquisa e de cerca de 200 entrevistas, "Dez, Nota Dez! Eu Sou Carlos Imperial" revela em cada página as alegrias, dramas, perspicácia e toda a irreverência do homem que fez da polêmica uma das matérias-primas de sua dinâmica trajetória. DEZ, NOTA DEZ! EU SOU CARLOS IMPERIAL - Editora Planeta, 408 páginas, R$ 54,90. Aqui, a gente confere o trailer do filme “Eu sou Carlos Imperial”, quem se interessar, aqui assiste o filme completo.
Um comentário:
Muito legal esta postagem. Tenho lembranças dele no programa do Chacrinha.
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