Em 1963, Sam Cooke - primeiro grande cantor de soul americano e um bem-sucedido artista pop - ouviu uma música que o inspirou e perturbou profundamente: "Blowin' in the Wind", de Bob Dylan. O que chamou a atenção de Cooke foi o desafio implícito no hino de Dylan. Cooke refletiu: "Um rapaz branco escreverendo uma música dessas?"
A resposta de Cooke, "A Change Is Gonna Come", gravada em 30 de janeiro de 1964, com um suntuoso arranjo de orquestra, era mais pessoal - em primeira pessoa e retratando as experiências que precederam sua criação. Em 8 de outubro de 1963, Cooke e membros de sua equipe foram presos em Shreveport, Louisiana, por perturbar a paz depois de terem tentado se registrar em um motel para brancos - um incidente refletido no terceiro verso da canção. E o pesar de Cooke por seu filho de 18 meses, Vincent, que havia se afogado naquele junho, ressoava no último verso: "There have been times that I thought/I couldn't last for long" ("Houve vezes em que pensei/Que eu não ia durar muito"). Em 11 de dezembro de 1964, um ano depois da gravação, Cooke levou um tiro fatal em um motel de Los Angeles. Duas semanas mais tarde, "A Change Is Gonna Come" foi lançada, transformando-se em sua declaração de adeus e um hino do movimento pelos direitos civis. Aqui, a gente confere nosso velho amigo Billy Preston e sua interpretação desse clássico. Abração!
4 comentários:
Bring It On Home To Me que o John gravou no disco Rock"N'Roll e o Paul no Choba B CCCP , Tambem é um grande exemplo do talento do Sam Cooke !!
That´s the way...!
Bring it on home tome é uma daquelas que não há jeito de enjoar! Escuto,ouço,ovo etc,etc
O racismo é um capítulo vergonhoso da história da sociedade estadunidense. Já estamos no início da terceira década do século XX e a idiotice da supremacia branca ainda habita nas mentes doentias de boa parcela da sociedade e das autoridades desse país que pretende ser modelo para o restante do mundo. Paradoxalmente, os brancos dessa sociedade segregacionista sempre consumiram a música negra. Racistas e burros, se limitam a apreciarem o ritmo contagiante das belas canções negras, sem terem a sensibilidade de interpretar as mensagens de suas letras.
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