sábado, 7 de abril de 2012

PAUL McCARTNEY NA BILLBOARD DE MARÇO


Simplesmente sensacional a revista Billboad do mês de março com Paul McCartney como matéria principal em oito páginas. Infelizmente, é possível que a revista seja recolhida hoje, pois na segunda, já será distribuída a do mês de abril. Lojas como a Saraiva ainda tem.
Aqui, no nosso blog preferido, a gente confere o texto principal, belamente escrito por Ray Waddel. Além desse texto, a matéria traz ainda um Box com resenhas de cada canção do “Kisses” escritas por Tarik de Souza e um outro com as 40 músicas que levaram McCartney ao topo da lista da revista.
"Alô, aqui é o Paul. Você estava esperando minha ligação?" Sim, estávamos mesmo. Obrigado, Sir. Sir Paul McCartney telefona de seu carro de algum lugar da Inglaterra para falar do novo álbum Kisses On The Bottom. É uma saudação ultracool tanto para uma era melódica que já acabou quanto para as preciosas lembranças de "canções para cantar junto" da infância do próprio McCartney. Ou, como diz Paul, o que importa em Kisses (o titulo foi extraído da letra da primeira faixa do álbum, 'Tm Gonna Sit Right Down And Write Myself A Letter", hit gravado por Fats Waller em 1935 - veja boxe na pág. 43 e a crítica de Tárik de Souza ao álbum, na pág. 71) é "a melodia e a memória". O álbum não é apenas um apanhado de standards, alguns muito conhecidos, outros nem tanto: também traz duas novas composições de McCartney que se encaixam perfeitamente na mistura classuda, tanto em termos de lindas melodias quanto de peso lírico. Produzido pelo lendário produtor Tommy LiPuma (Barbra Streisand, Miles Davis, Diana Krall), com participação da pianista de jazz/pop Diana Krall e de músicos integrantes de suas bandas de estúdio e das turnês, Kisses pode, a princípio, parecer um álbum sutil, especialmente quando colocado ao lado do legado de gravações épicas de McCartney. Ainda assim, as faixas não devem nada em termos de substância e têm estilo de sobra. E o tipo de álbum que McCartney espera que as pessoas ouçam para relaxar depois de um dia difícil ou algo assim. "Quando eu o toco algo muito legal acontece", afirma. "Eu vou para um estado psicológico onde gosto muito de estar. Imagino as pessoas chegando em casa, abrindo uma garrafa de vinho ou do que preferirem, colocando o álbum para tocar e relaxando. Espero que as pessoas o achem musical, tranquilizante e algo que signifique muito para elas." Numa era em que reinterpretar standards se tornou mais do que cliché (Rod Stewart já gravou cinco desses álbuns), a interpretação de McCartney de clássicos da canção americana do século passado se destaca pela sensação espontânea e calorosa de sua impecável - e muitas vezes incomum - escolha de repertório. Além do fato de o baixista mais famoso do mundo não tocar sequer uma nota e só assobiar espontaneamente em "My Very Good Friend The Milkman". O álbum, talvez mais do que qualquer outro, destaca o papel de McCartney como vocalista. "O que é legal por um lado é que eu não estava tocando nenhum instrumento. Eu só estava lá como vocalista", afirma. "Eu podia simplesmente deixar a responsabilidade de tocar para eles, relaxar e apreciá-los tocando. Tive a oportunidade de ficar apenas no vocal."
Um ano antes do início das gravações, LiPuma, armado com uma coleção de músicas e um "tecladista muito talentoso", passou cinco dias no estúdio na casa de Paul, no condado de East Sussex, ao sudeste de Londres, apenas experimentando algumas coisas. "Nós provavelmente gravamos umas 15 ou 20 músicas, só piano e vocal, para ter uma ideia do que iria funcionar", conta LiPuma. "Saí de lá tendo noção daquilo com o que ele estava confortável ou não." As músicas gravadas foram escolhidas democraticamente, sendo que algumas são da época da infância de McCartney, quando a família se reunia em torno do piano tocado pelo pai dele, músico amador.
"Eu tirei algumas das músicas de minhas lembranças, de quando eu era criança e a família cantava, o que foi a inspiração original para tudo isso", diz McCartney. "Eu disse para o Tom: 'Vamos dar uma olhada nestes aqui. Esta é a era que eu quero enfocar'. O próprio Tommy sugeriu alguns. Uma garota do meu escritório, Nancy Jeffries, sugeriu alguns -ela conhece muito do assunto. Diana [Krall] sugeriu outros. Então toquei alguns dos que escrevi para o Tommy e ele disse: 'Uau, é uma ótima ideia." Por isso escolhemos alguns. Todos nós demos palpite, todos nós demos sugestões e todos levamos essas sugestões para o estúdio."
Além de McCartney, o álbum tem Eríc Clapton fazendo uma participação sensacional nas duas músicas de arranjo mais bluesy do álbum, "My Valentine" e "Get Yourself Another Fool". Stevie Wonder contribui com uma gaita altamente eficiente na última faixa, "Only Our Hearts". As outras estrelas são Diana e ótimos músicos no acompanhamento, incluindo John e Bucky Pizzarelli tocando saborosas guitarras. Envolver Diana foi um elemento-chave da considerável química do projeto. "Ela é ótima tocando piano no estilo stride e, estilisticamente, compreende esse período melhor do que qualquer pessoa que eu conheça", afirma LiPuma.
As gravações começaram em março de 2010, primeiro nos estúdios da Capitol, em Los Angeles, e depois no Avatar Studios, em Nova York. A abordagem foi solta e as decisões sobre arranjos e ângulos foram tomadas na hora, apesar do input de fontes impecáveis de McCartney, LiPuma e Diana, dos arranjadores Johnny Mandei e Alan Broadbent, e do engenheiro Al Schmitt. O clima foi relaxado e divertido e isso é perceptível porque o álbum soa como uma hora passada num clube de jazz escuro. "Todo dia entrávamos no estúdio e dizíamos: 'Ok, o que vamos experimentar agora? O que você está a fim de fazer?'. E eu dizia: 'Que tal esta aqui?'. E a gente aprendia com a partitura", recorda McCartney. "Ninguém tinha as partes escritas. A gente só ia tocando. Quando eu descobria como queria cantar a música, Diana e os rapazes já haviam descoberto como seria o arranjo e a gente testava entre a gente. Dizíamos: 'Isso parece uma boa ideia, vamos tentar'. Então gravávamos o take 2 e Al [Schmitt] gravava, então íamos ouvir. Era um processo muito agradável."
LiPuma tem uma lembrança parecida dessas sessões, ressaltando que quase nada foi combinado previamente. "Tínhamos uma pessoa para escrever os acordes para nós e, depois, aprendíamos a tocar ali mesmo, no dia", descreve. "Em seguida, as coisas começavam a tomar forma e quando aquilo começava a soar como alguma coisa, eu dizia ao Al Schmitt: 'Vamos começar a gravar'. E então: Boom! A mágica acontecia."
O produtor acredita que o processo não era algo muito estranho para McCartney. "Ele me disse algumas vezes: 'Amo isto. Me lembra o jeito que eu fazia com os Beatles. John [Lennon] e eu compúnhamos uma música, tínhamos uma data marcada no Abbey Road e nem George Martin, George Harrison ou Ringo [Starr] sabiam sobre o que era a música. Eles trabalhavam nela na hora no estúdio'", relembra LiPuma. "Quando entramos pela primeira vez, o ponto mais importante era achar uma abordagem para McCartney contar a história. Acho que Paul se sentiu completamente confortável. Ele se divertiu muito fazendo isso." Uma das coisas boas de trabalhar com McCartney, de acordo com LiPuma, é que ele "deixa você fazer o trabalho". "Não existe pé atrás com nada. As duas coisas mais importantes para ele eram se a sensação era boa e se ele estava se divertindo." Aparentemente, as duas coisas eram verdadeiras. "Era um trabalho de amor", afirma McCartney. "A gente simplesmente se divertia. Entrávamos lá e curtíamos as músicas e a companhia um do outro. Era um excelente time e acho que nos saímos bem."
Com certeza um dos elementos fundamentais que vai chamar a atenção para o novo projeto é a presença de duas novas músicas de McCartney. As músicas são de tão alta qualidade que elas imploram pela pergunta: quantos desses tesouros será que o mestre compositor ainda tem guardados? "Eu, na verdade, tenho bastante coisa sim, muitas músicas que andei compondo no último ano, mais ou menos", diz ele. "Agora estou no processo de pensar em fazer um álbum com elas. Tenho sorte. Amo compor. É algo que acontece naturalmente para mim."
McCartney diz que as canções são aquilo de que ele mais tem orgulho profissionalmente. "Eu tive muita sorte porque quando saímos para fazer um show, temos um repertório que podemos tocar", afirma o ex-beatle, em tom modesto. "Quando penso nisso, compor não é sempre algo que você treina pra fazer. John [Lennon] e eu não tínhamos treinamento. A gente meio que descobriu como se fazia e fizemos sozinhos. Acho que fizemos coisas muito boas, se levar isso em conta." E as pessoas ainda querem ouvir aquelas "coisas" ao vivo, junto com outras músicas adoradas do tempo em que McCartney estava no Wings e de sua carreira solo. Na última década, McCartney abordou as turnês com vigor renovado, com impressionante efeito nas bilheterias. Desde 2002, ele vendeu 2,5 milhões de ingressos para 135 shows que faturaram US$ 322,6 milhões de acordo com o Billboard Boxscore. Barrie Marshall, diretor do Marshall Arts de Londres, é o diretor global das turnês de McCartney há muito tempo. O Marhsall Arts é afiliado a AEG Live, por isso McCartney também trabalha com a Live Nation nos EUA e com outros promotores ao redor do mundo. Sua excelente banda de turnê não está junta há tanto tempo quanto os Wings ou os Beatles. "Eles não são legais?", diz ele, quando a banda é elogiada. "Estamos nos divertindo muito e, no ano passado, tocamos muito. É um prazer tocar junto. Nós todos gostamos da companhia uns dos outros e da musicalidade e, no mês que vem, vamos fazer aniversário de dez anos tocando juntos. Já é tempo suficiente para fazer de nós uma banda de verdade." Perguntado se continuaria a trabalhar com" esta banda de turnê em particular, McCartney afirma: "Sim, espero que sim. Nós todos amamos isso e não vejo motivo para não fazê-lo. Tenho uma reunião marcada com meu promotor de shows, que ouvi dizer que tem algumas ideias boas e interessantes para mim. Por isso vamos começar a montar tudo e mapear nossas datas ao vivo este ano." Quanto a apresentações ao vivo com a banda de Kisses, McCartney não descarta a ideia. "Ainda não falamos sobre isso", afirma ele. Em março, com a formação roqueira habitual, Paul canta em quatro cidades europeias: em Roterdã, Zurique, Antuérpia e Londres (no dia 29). Em 4 de junho, também na capital britânica, tem agendada participação no show do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II, junto com Elton John, Cliff Richard, Tom Jones e Madness, entre outros. Até o fechamento desta edição, três novas datas no Brasil estavam para ser fechadas entre o fim de abril e o começo de maio. McCartney foi elemento fundamental de indiscutivelmente uma das mais influentes bandas de rock de todos os tempos, compositor e coautor de algumas das mais duradouras e simplesmente melhores canções que já entraram para o cânone musical. Fez turnês que geraram a beatlemania e também com duas outras belas formações de rock, Wings e sua atual banda. Ele também já recebeu todos os prémios musicais que existem, incluindo a honraria Sir no Reino Unido. Mas talvez seja o senso de humor de McCartney e sua capacidade de não se levar muito a sério que tenham contribuído para seu apelo duradouro e constante imagem "cool", passando de uma geração para outra uma ideia que ele não nega. "Você poderia dizer que é humor misturado com amor total pelo que faço", afirma McCartney. "Eu sou fanático por música, cara."

6 comentários:

Anônimo disse...

Quanto mais o tempo passa, mais ele fica incrível... adoro o Paul

Valdir Junior disse...

Eu já tinha garantido a minha !!!
Mais uma pra coleção , Rsssss !!!
Não é sempre que temos o Paul assim em destaque em uma revista no Brasil !! Corram e peguem a sua !!!

Leonardo Polaro disse...

Matou à pau Edu ! Comprei a minha ontem a noite...

evelize volpi disse...

Edu meu querido também adorei a reportagem e a minha revista está guardadinha na minha estante!

Leticia disse...

Paul.....oque seria do mundo sem vc ! Here today*__*

João Carlos disse...

Mais um brinde para nós bauzeiros!