segunda-feira, 30 de novembro de 2015

OS McCARTNEY NA LUTA CONTRA O CONSUMO DE CARNE

3 comentários:
http://www.aceshowbiz.com/images/wennpic/
Antes da conferência sobre o clima nesta segunda-feira (30) no Centro de Convenções Le Bourget, em Paris (França), a chatíssima família McCartney - Paul, Mary e Stella McCartney - escreveram insistententemente para David Cameron, primeiro-ministro britânico, pedindo para incluir a redução do consumo de carne no novo acordo climático global. Em sua carta aberta, a família destaca como a produção intensiva de carne é um dos principais contribuintes para a devastação ambiental global e as mudanças climáticas.

THE BEATLES: PHOTOGRAPHS FROM THE SET OF HELP!

2 comentários:
Em 1964, o fotógrafo italiano Emilio Lari tinha 24 anos e recém-chegado a Londres à procura de trabalho. Em Roma, ele havia tirado fotos (stills) promocionais no set de “Yesterday, Today and Tomorrow” estrelado por Sofia Loren e Marcello Mastroianni, e para “O Bobo”, com Peter Sellers e Britt Ekland.
Agora, ele estava esperando para fazer o mesmo na Grã-Bretanha. Felizmente, não demorou muito para ele ouvir sobre um novo filme entrando em produção: uma comédia de humor negro preto e branco que significava ganhar dinheiro com que última moda, os Beatles. Lari fui ao encontro do diretor do filme, um velho amigo chamado Richard Lester, e foi convidado para o primeiro dia de filmagem. Ele estava no set de A Hard Days’s Night, mas Lester gostava de suas fotos e o convidou a fazer mais trabalho em seu próximo filme, que acabou sendo “Help!” dos Beatles.
Em cores vivas e preto e branco nítido, este livro compartilha dezenas de resultados. Há excelentes fotos espontâneas dos Beatles, muitas despercebidas por anos ou que nunca tinham sido publicadas. Ele fez imagens em close-up da banda com seus instrumentos famoso. Raramente temos visto esses instrumentos tão de perto sob olhar tão brilhante e novo. O mesmo é verdadeiro para as imagens dos Beatles próprios. Eles parecem tão jovens, que é difícil acreditar que as imagens têm mais de 50.
 
 
O livro de Emilio Lari “The Beatles: Photographs from the Set of Help!” foi lançado pela editora Rizzoli em 2015, é do formato aproximado de uma capa de LP, possui 144 páginas e custa $22. Não há previsão alguma de um lançamento nacional. Quem se interessar, pode comprar o seu pela Amazon.

THE BEATLES - PLEASE PLEASE ME - SEMPRE SENSACIONAL!

Um comentário:

domingo, 29 de novembro de 2015

GEORGE HARRISON - CHEER DOWN - SENSACIONAL!

3 comentários:

THE BEATLES - ROLL OVER BEETHOVEN

Nenhum comentário:

THE BEATLES - EVERYBODY IS TRYING TO BE MY BABY

Nenhum comentário:

ESPECIAL GEORGE HARRISON - 14 ANOS DE SAUDADE

3 comentários:
Há 14 anos, nosso iluminado George Harrison tornou-se mais iluminado ainda, ao deixar de vez, o mundo material. George perdeu a luta contra um câncer, que havia se espalhado após ter sido esfaqueado 11 meses antes, por um débil mental. George Harrison, um dos homens mais geniais de toda a história da humanidade, deixou este mundo em paz e com a esperança de que podemos ser felizes e seguirmos para um novo caminho em uma nova vida. Sua mensagem jamais será esquecida. Hare Krishna, George. Por isso, a gente recorda agora uma matéria sensacional publicada na revista Rolling Stone de novembro de 2011, quando se completou 10 anos de sua passagem.
O beatle mais jovem e tímido se afastou cedo dos holofotes – mas a vida dele só se tornou ainda mais profunda, rica e selvagem

O garoto magricela com cabelo escuro e grosso ficava sentado na fileira do fundo de uma sala de aula lotada, com a cabeça abaixada, olhos intensos fixos no caderno. Enquanto a professora falava, ele rabiscava com o lápis, como se anotasse cada palavra. Só que George Harrison não estava escutando. Aos 13 anos, filho de um motorista de ônibus, ele viajava em visões de seu futuro, enchendo os cadernos com desenhos obsessivos de guitarras – o instrumento que desejava tocar desde que começara a ouvir os sucessos de Elvis Presley, a incorporação sônica de toda a diversão e alegria que faltava na sombria Liverpool pós-guerra. Tempos depois, encheu os cadernos de letras de músicas, partituras e, de vez em quando, o desenho de uma motocicleta.

George ficou amigo de um colega de classe mais velho, Paul McCartney, que precisava de um guitarrista para uma banda nova. “Conheço alguém”, disse Paul ao líder do grupo, John Lennon. “Ele é um pouco novo, mas é bom.” Harrison passou no teste, tocando a música instrumental “Raunchy” na parte de cima de um ônibus de dois andares em uma noite – e, assim, virou um beatle, ou pelo menos um dos quarrymen. Só que os companheiros de banda nunca deixaram de pensar nele como um parceiro júnior – um “beatle da classe econômica”, na formulação sardônica de Harrison – e logo ele começou a pressionar para conquistar uma posição melhor.

George Harrison não era exatamente o beatle silencioso: “Ele nunca calava a boca”, diz o amigo Tom Petty. “Era a melhor companhia que você pode imaginar.” Ele era o beatle mais teimoso, o menos afeito ao showbiz, até menos preso ao mito da banda do que Lennon. Gostava de repetir uma frase que atribuía a Mahatma Gandhi: “Crie e preserve a imagem de sua escolha”. Harrison desafiou a primazia de composição de Lennon e McCartney; introduziu ao Ocidente – praticamente sozinho – a música indiana, por meio da amizade com Ravi Shankar; foi a primeira pessoa a fazer do rock um veículo para expressão espiritual desavergonhada e, com o Concerto para Bangladesh, filantropia em grande escala; fez mais sucesso em Hollywood do que qualquer beatle, produzindo filmes como A Vida de Brian, do Monty Python; e desmentiu a reputação de recluso solitário ao montar o Traveling Wilburys, uma banda que era tanto um clube quanto um supergrupo.

Como o novo documentário dirigido por Martin Scorsese, Living in the Material World, e o livro que o acompanha deixam claro, George Harrison não tinha ocupações casuais: ele seguiu seus interesses em ukulele, corrida de carros, jardinagem e, especialmente, meditação e religião oriental com uma energia incansável. “George era muito curioso, e, quando se interessava por algo, queria saber tudo”, diz a viúva, Olivia Harrison, que o conheceu em 1974 e se casou com ele quatro anos depois. “Também tinha um lado louco. Gostava de se divertir, sabe.” A primeira esposa de Harrison, Pattie Boyd, descreveu-o como oscilando entre períodos de meditação intensa e festas pesadas, sem meio-termo. “Ele meditava por horas a fio”, ela escreveu na autobiografia Wonderful Tonight. “Então, como se fosse difícil demais resistir aos prazeres da carne, parava de meditar, cheirava cocaína, se divertia, paquerava e festejava... Não havia normalidade nisso também.” 
Diz Olivia: “George não via preto e branco, alto e baixo como coisas diferentes. Não dividia seus humores ou sua vida em compartimentos. As pessoas pensam: ‘Ah, ele era assim ou assado, ou muito extremo’. Mas todos esses extremos estão dentro de um círculo. E podia ser muito, muito calado ou muito, muito espalhafatoso. Quer dizer, quando começava, já era. Ele não era, digamos, um banana, isso eu garanto. Ele conseguia ir mais longe do que todos”.

Harrison e os colegas de banda perderam shows de talento local para uma banda liderada por um anão - mas nem isso os abalou. "Éramos convencidos", afirmou Harrison. As coisas se reverteram intensamente, e ele adorou aquilo no início, adotando as fases do sucesso de "uma maneira quase adolescente": seu aprendizado de menor de idade no bairro da luz vermelha de Hamburgo (onde perdeu a virgindade enquanto os outros beatles fingiam dormir no mesmo quarto - e aplaudiram no final); o processo doloroso de desenvolver seu próprio estilo na guitarra, calcado no country e no R&B; o início da beatlemania; a fama, o dinheiro, as mulheres, a união entre os quatro. "Éramos pessoas relativamente sãs no meio da loucura", disse Harrison. Nos primeiros anos, também idolatrou Lennon em particular: "Ele me disse que admirava muito, muito o John", conta Petty. "Provavelmente queria muito a aceitação dele, sabe?" Só que, em 1965, Harrison experimentou ácido e, de repente, passou a não acreditar nos Beatles. "Não demorou muito para se dar conta de que 'não é isto'", conta Olivia. "Ele percebeu: 'Não é isto que vai me sustentar. Não vai ser o suficiente para mim'." 
"É bom ser popular e ser procurado, mas, sabe, é ridículo", disse Harrison à Rolling Stone em 1987. "Percebi que é algo sério, minha vida está sendo afetada por todas essas pessoas gritando." Ele se sentia fisicamente inseguro. "Com o que está acontecendo, presidentes sendo assassinados, toda a magnitude da nossa fama me deixou nervoso." No set de Os Reis do Iê-Iê-Iê, George conheceu Pattie Boyd, uma modelo loira e magra; no set do filme seguinte dos Beatles, Help!, encontrou a música indiana clássica - que o levou a uma busca que duraria muito mais que seu casamento. A tentativa de dominar a cítara o levou à ioga, que o levou à meditação, que o levou à espiritualidade oriental, que ajudaria a definir sua vida. "Ele estava buscando algo muito superior, muito mais profundo", disse Shankar, virtuose da cítara que se tornou amigo e mentor de Harrison. "Parece que ele já tinha algum histórico indiano nele. Caso contrário, é difícil explicar por que ficou tão atraído por um tipo de vida e filosofia, até religião, em particular. Parece muito estranho, a não ser que você acredite em reencarnação." Por um tempo, era como se ele estivesse sentado nos fundos da sala de aula dos Beatles, rabiscando cítaras - daí "Within You without You", a bela e anómala faixa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band. No entanto, depois de perceber que nunca seria mais do que um citarista mediano, George voltou a se focar na guitarra e na composição, criando algumas das melhores músicas dos Beatles: "Something", "Here Comes the Sun", "While My Guitar Gently Weeps", além de "Not Guilty" e "All Things Must Pass", que Lennon e McCartney erroneamente rejeitaram. Também começou a tocar guitarra com slide, desenvolvendo uma voz instrumental emotiva e diferenciada que refletia seu espírito recém-liberado.

Lutar por seu lugar na banda e pelo lugar de suas músicas nos discos era exaustivo - tanto quanto simplesmente ser um beatle. "Às vezes, eu me sinto como se tivesse mil anos", afirmou Harrison - que tinha 27 quando os Beatles se separaram. "Aquilo estava me envelhecendo... era uma questão de parar ou acabar morto." Os dias de turnê da banda tinham acabado, mas a beatlemania o deixou com algo pare­cido com um transtorno de estresse pós-traumático. "Se você tivesse 2 milhões de pessoas gritando para você, acho que demoraria muito tempo para parar de ouvir isso na sua cabeça", diz Olivia. "George não foi feito para aquilo." 
Harrison fez amizade com Bob Dylan ("Eles tinham uma conexão de alma", segundo a viúva) e Eric Clapton, e seus momentos com os dois artistas o mostraram um caminho adiante. Quando os beatles implodiram em 1970, ele lançou o álbum triplo All Things Must Pass, abrindo seu baú de músicas.

No ano seguinte, a pedido de Shankar, Harrison persuadiu Clapton, Dylan e Ringo Starr, entre outros, a se unirem para o Concerto para Bangladesh, que definiu o modelo para todos os grandes shows beneficentes nos 40 anos seguintes. O show foi um triunfo, mas o resultado foi uma confusão dolorosa, à medida que os esforços de Harrison para fazer a renda chegar aos refugiados enfrentavam códigos fiscais e burocracias. O casamento dele também estava desmoronando: de maneira infame, Pattie o trocou por Clapton, embora a amizade dos dois tenha sobrevivido de alguma forma. Apesar de toda a base espiritual, Harrison estava bebendo demais, festejando demais, dormindo com várias pessoas. "Senses never gratified/Only swelling like a tide/ That could drown me in the material world" (Sentidos nunca satisfeitos/ Só subindo como uma maré/ Que poderia me afogar no mundo material), cantou, esgotado, na faixa-título do álbum seguinte, Living in the Material World.
A turnê norte-americana de Harrison em 1974 foi a última dele, com exceção de uma curta temporada no Japão em 1991. Com longos solos de Shankar, vocais fracos de Harrison e a recusa em tocar músicas conhecidas dos Beatles (ele gritava durante versões desanimadas de "Something"), as críticas foram brutais. Harrison ficou angustiado com as multidões desordeiras e a intensamente festeira banda de apoio que ele havia escolhido. Aquilo não parecia mais ser o mundo dele. "George falava muito sobre seu sistema nervoso, que ele simplesmente não queria mais barulhos altos", conta Olivia, que conheceu-o no ano da turnê. "Não queria ficar mais estressado."

Harrison lançou mais sete álbuns cada vez menos interessado em sua carreira convencional. "George não era disso", diz Petty. "Não queria ter um um agente. Estava fazendo o que queria e não dava valor algum ao estrelato." 
Seu relacionamento com Olivia o deixou centrado, e ele diminuiu as festas. Harrison ficou extasiado quando o casal teve seu único filho, Dhani, em 1978. «As únicas coisas que ele achava que eu tinha de fazer na vida são ser feliz e meditar", conta Dhani, que cresceu em Friar Park - a mansão de 120 quartos no interior da Inglaterra que Harrison comprou em 1970, prejudicando as finanças até de um beatle. A propriedade era linda e misteriosa, com cavernas, gárgulas, cascatas e vitrais instalados por Sir Frank Crisp, um milionário excêntrico que foi dono dela até morrer, em 1919. Harrison tinha fixação por restaurar os jardins de 14 hectares, que estavam em estado lastimável.

Quando criança, conta Dhani, "Eu tinha certeza de que ele era só um jardineiro" - uma conclusão razoável, já que Harrison trabalhava 12 horas por dia ali, perdendo jantares em família enquanto perseguia sua visão, plantando árvores e flores. "Ser o jardi­neiro, não conviver com ninguém e simplesmente ficar em casa, isso era muito rock and roll, sabe?", diz Dhani, que entendia a paixão do pai: "Quando você está em um jardim realmente bonito, isso te faz lembrar constantemente de Deus".

Depois de um hiato de cinco anos entre álbuns, Harrison convocou o produtor Jeflf Lynne para Cloud Nine, de 1987, que lhe fez chegar ao Número 1 com "Got My Mind Set on You," uma cover animada de uma obscuridade dos anos 60. O mais importante: uma sessão para gravar um lado B - uma colaboração casual com Lynne, Dylan, Petty e Roy Orbison - o levou ao Traveling Wilburys, o projeto pós-Beatles do qual ele mais gostou.

Ele gostava de fazer parte de uma banda novamente, sem falar da colaboração com Dylan, amigo e herói. “Fico muito à vontade tocando em equipe”, dizia Dylan a Petty. Os Wilburys gravaram dois álbuns (Dhani se lembra de passar tempo com Jakob Dylan jogando o game Duck Hunt no Nintendo enquanto a banda trabalhava no segundo disco, no andar de baixo), mas nunca fez um único show. "Toda vez que George fumava um e tomava algumas cervejas, começava a falar de fazer turnê", conta Petty. "Acho que falamos seriamente sobre isso uma ou duas vezes, mas ninguém se comprometeu de verdade." Um terceiro álbum dos Wilburys era sempre uma possibilidade. "Nunca achamos que não daria tempo", afirma Petty. 
Em vez disso, depois de uma turnê de 13 datas no Japão com Clapton, Harrison voltou a ser um jardineiro. "Ele não queria ter obrigações", diz Olivia. Continuou compondo e gravando músicas no estúdio em casa, mas recusou ofertas para aparecer em premiações -ou para qualquer outra coisa. "Simplesmente tenho de abrir mão disso tudo", dizia. "Não me importo com discos, filmes, estar na TV ou todas essas coisas."

Em 1997, foi diagnosticado com câncer na garganta e passou por um tratamento com radioterapia. Dois anos depois, um homem com problemas mentais conseguiu entrar em Friar Park e deu uma facada no pulmão de Harrison. George se recuperou, mas Dhani acredita que os ferimentos enfraqueceram o pai quando este enfrentou um câncer de pulmão, mais tarde. A doença se espalhou para o cérebro e George Harrison morreu em 29 de novembro de 2001. Olivia tem certeza de que o quarto do hospital se encheu de uma luz brilhante enquanto a alma deixava o corpo dele.
"Ele dizia: 'Olha, não somos estes corpos, não vamos nos prender a isso'", diz Petty, que faz meditação desde que o amigo o introduziu na prática. "George falava: 'Só quero me preparar para ir do jeito certo e para o lugar certo'." Ele faz uma pausa e ri. "Tenho certeza de que conseguiu."

Em meados deste ano, Dhani Harrison, agora com 33 anos, voltou para Friar Park e passou um longo tempo olhando para o jardim. Nunca esteve tão bonito - as árvores que o pai plantou finalmente cresceram. "Ele provavelmente está rindo de mim", afirma Dhani, "dizendo: 'É assim que tem de ser'. Você não constrói um jardim para si mesmo, agora mesmo - constrói para gerações futuras. Meu pai definitivamente tinha visão de longo prazo".

A PEDIDOS - OS ÚLTIMOS DIAS DE GEORGE HARRISON

4 comentários:
Publicada originalmente em 29 de novembro de 2009
George era o filho caçula de Harold e Louise Harrison. Tinha três irmãos: Louise, Harry e Peter. Com exceção de Louise (filha) todos estão mortos vítimas de câncer. Louise (a mãe) morreu em 1970 com 58 anos. Harold morreu em 1978 com 70 anos. Harry morreu nos anos 90 e Peter em 2007. George faleceu em 29 de novembro de 2001. Sua última aparição diante das câmeras foi em 1997 para a promoção do disco “Chants Of Índia” de Ravi Shankar. Os primeiros sinais da doença apareceram nesta época. George desapareceu ainda mais da mídia e começou a batalha contra o mal. Para complicar ainda mais, ele e sua mulher Olívia sofreram um atentado de um intruso que invadiu sua casa em 1999. No ano seguinte, George passou por várias cirurgias tentando retirar o câncer do pulmão. Mas ele reapareceu em metástase. Em 2001, apesar dos tratamentos agressivos, logo constatou-se que era terminal. George decidiu passar seus últimos dias com a família e trabalhar em alguns projetos para posteriormente serem terminados por sua viúva e filho. George planejou com calma e serenidade cada dia até sua morte. Longe da ribalta, discretamente, como era sua filosofia de vida, não permitindo a invasão da sua privacidade e da sua família. Apenas três pessoas sabiam onde e como George Harrison iria morrer: a mulher, Olivia, e o amigo, Gavin De Becker, que se encarregou de cuidar de tudo. Nem o filho, Dhani, sabia onde o pai iria morrer. Tudo foi combinado meticulosamente entre George Harrison e Gavin De Becker, do médico que passaria a certidão de óbito à capela onde seria cremado. No dia 17 de Novembro, sabendo que o fim estava próximo, George mandou chamar a irmã e os amigos de sempre Paul McCartney e Ringo Starr. Para um Paul McCartney emocionado e com o rosto cheio de lágrimas disse: “ja não estarei aqui no natal”. Ringo disse que ficaria com ele até o fim e que cancelaria uma excursão marcada para o Canadá. George não permitiu dizendo-lhe que estava em paz. Sem publicidade, no dia 17 de Novembro, George Harrison foi levado no jato particular de Gavin De Becker para Santa Monica, California, tendo depois sido transportado de ambulância descaracterizada até ao UCLA Medical Centre, em Los Angeles.No dia 20, o estado de George deteriorou-se e ele foi transferido para a casa de Gavin De Becker, em Beverly Hills, onde ficou isolado. A única visita exterior permitida foi a de Ravi Shankar. A morte viria a ocorrer às 13h30 da quinta-feira, 29 de Novembro. Além da família, dois dos seus melhores amigos indianos, Shayam Sundara e Mukunda, entoaram cânticos Hare Krishna, enquanto o George desfalecia. O corpo de George Harrison foi cremado às 06h30 do dia 30 de Novembro. As cinzas seguiram na segunda-feira, 03 de Dezembro, para a Índia onde foram espalhadas num rio sagrado, provavelmente o Yamuna. O álbum póstumo de George Harrison, Brainwashed, foi completado por seu filho Dhani Harrison e Jeff Lynne e lançado em 18 de novembro de 2002, e foi um sucesso consagrado pela crítica. Exatamente um ano após sua morte, Olívia Harrison, sua mulher, e Eric Clapton, seu amigo, organizaram o Concert for George, no Royal Albert Hall, em Londres. O concerto contou com a presença do filho de George, Dhani, além de grandes amigos como Ravi Shankar, Tom Petty, Jeff Lynne, Billy Preston, Jim Capaldi, Paul McCartney, Ringo Starr, Jools Holland, Albert Lee, Sam Brown, Gary Brooker, Joe Brown, Ray Cooper, integrantes do Monty Python e Tom Hanks.

HERE COMES THE SUN: A JORNADA ESPIRITUAL E MUSICAL DE GEORGE HARRISON

2 comentários:

George Harrison tinha 22 anos quando encontrou Elvis Presley. Era agosto de 1965 e não havia ninguém no mundo que ele, John, Paul e Ringo quisessem conhecer mais. O encontro foi revelador para o guitarrista, mas não por causa de Elvis. Enquanto os outros três beatles se deslumbravam com o rei do rock em sua casa em Beverly Hills, George foi fumar um baseado no quintal. Longe de todos, bateu um papo com o cabeleireiro Larry Geller, amigo de Elvis. Foi ali que ouviu falar sobre o iogue e guru indiano Paramahansa Yogananda. Meses depois, conheceria a música de Ravi Shankar.
Publicado originalmente em 2007,Here comes the sun, de Joshua M. Greene, ganha edição brasileira pelo selo Relighare, do Coletivo Editorial. A tradução é de Romero Carvalho (também responsável pela edição) e Fernanda Marin Horrocks. O lançamento será neste sábado, 28, a partir das 11h, na Ouvidor Savassi, com apresentação do power trio Revolution, formado por garotos de 11 anos. Harrison morreu em 29 de novembro de 2001, de câncer, aos 58 anos; o mais jovem beatle teria hoje 72.
Os Beatles tem vários relatos biográficos em português; Paul e John também. De George, até então, só havia um registro menor e sem muita repercussão, A biografia espiritual de George Harrison – O místico entre os trabalhadores, de Gary Tillery.
O livro de Greene é considerado um dos relatos mais relevantes sobre o “beatle quieto”. Mas a chave para entendê-lo está no subtítulo: A jornada espiritual e musical de George Harrison. O nova-iorquino Greene, ele próprio um iogue e devoto de Krishna, viveu 13 anos em templos hindus na Índia e na Europa. De volta aos EUA, o historiador, além de escrever livros, dirigiu filmes e documentários.
Por isso, o foco desse volume está muito mais no espírito do que na música. No prefácio, o autor relata seu primeiro encontro com George – em 1970, nos estúdios da EMI, em Londres, Greene acompanhou devotos em uma gravação de um álbum com hinos em sânscrito que o beatle produzia.
Mesmo abordando a trajetória de George da infância até a morte, o ponto forte do relato está no envolvimento dele com o hinduísmo. Tal aspecto pode desinteressar os aficionados por música, mas é chave para entender a persona. A parte inicial, dedicada aos Fab Four, ainda que tenha um viés crítico (mostrando o quanto George era colocado de lado por Paul e John), está mais interessada em mostrar o desconforto do biografado com a beatlemania.
Assim que a banda coloca seu ponto final, George floresce. É rico o material sobre a produção do Concerto para Bangladesh (1971), o primeiro show beneficente já realizado. Com riqueza de detalhes, o autor descreve a aflição do guitarrista à frente do projeto, bem como a incerteza que o cercava quanto à participação de Bob Dylan.
Aspectos da vida pessoal, no entanto, têm peso diferente. A relação com os pais é bem explorada. Mas o casamento com Pattie Boyd, que gerou o triângulo amoroso mais ruidoso da década de 1970 (ela o trocou por Eric Clapton, um dos grandes amigos de George) é visto de maneira quase rasteira.
Já a parte dedicada ao hinduísmo não poupa detalhes. São descrições extensas sobre as viagens de George à Índia; seu encontro com os mestres; a maneira como ajudou os devotos. Shyamasundar, um americano que se tornou muito próximo de George, ganha protagonismo nessas passagens. É um ponto de vista interessante, mas peca pelo excesso. Em comparação, os ex-companheiros dos Beatles, já a partir de 1970, são citados de forma bem discreta.

HERE COMES THE SUN: A JORNADA ESPIRITUAL E MUSICAL DE GEORGE HARRISON - Biografia assinada por Joshua M. Greene. Editora Relighare, 414 páginas, R$ 54.

A MORTE DE GEORGE HARRISON - JORNAL NACIONAL 29/11/2001

Nenhum comentário:

sábado, 28 de novembro de 2015

DOISDOBANDO - ABSOLUTAMENTE GENIAL!

3 comentários:
“Quem for da reca não faz leseira.” A boa surpresa desse final de ano, é o sensacional EP da banda “DOISDOBANDO”, um duo formado por Silvio Cavalcanti e João Wash - apoiado por músicos convidados para a gravação do EP (4 + bonus track) que já saiu em CD e também está disponível online para download, que traz o trabalho criativo e inteligente dos rapazes, homens feitos, pais de família mostrando a novíssima música alternativa do Brasil e do universo. Um trabalho absolutamente com uma linguagem pop e contagiante, algo absolutamente inédito e imperdível! Aqui no nosso blog preferido, a gente tem a oportunidade de conferir a resenha desse incrível lançamento, publicada no site Galeria Musical e escrita pelo nosso grande amigo e colaborador Valdir Junior:
Atualmente se quisermos escutar, algo realmente novo, devemos cada vez mais procurar entre os músicos e bandas independentes aquilo que a grande maioria dos artistas consagrados e acomodados deixaram de fazer. Com o advento das redes sociais, o trabalho de divulgação dos independentes ficou um pouco menos difícil, já que no boca-a-boca virtual, um bom trabalho acaba, de um jeito ou outro, chegando aos nossos ouvidos.
Esse é o caso do duo “DOISDOBANDO”, formado pelos compositores e intérpretes João Wash e Silvio Cavalcanti, que acabam de lançar um EP homônimo com cinco faixas. Apostando que o menos é mais, o duo traz uma produção impecável privilegiando em cada música, melodias, a poesia das letras e os arranjos que na sua simplicidade, acabam destacando com genialidade as matizes sonoras e de cada música. A banda de estúdio que acompanha o duo não deixa por menos e entregam uma perfomance impecável que contribuem e muito para o resultado final das músicas.
Nas quatro principais faixas do EP, o ouvinte é cativado da primeira à última nota de cada canção, descobrindo, aqui e ali, sons que refletem as influências do DoisdoBando e que são revigorados pelo duo numa linguagem mais moderna. A música “Os Maconheiros da Casa Amarela” é a faixa que tem a melodia mais grudenta do EP, essa por sinal é a faixa de trabalho do trabalho. Ela lembra um pouco o som do pernambucano e conterrâneo do duo, Lenine, e tem uma ótima guitarra blueseira que faz o contraponto perfeito com os efeitos e a batida da música.
Falando em blues, a faixa “Quando o Sol Diz Sim” derrama poesia nos doze compassos de um blues que fala tanto da felicidade e da tristeza. A sonoridade da música, que volta como bônus track com letra em inglês no final, remete bem ao som dos discos do saudoso Celso Blues Boy. A ótima “Língua Solta” em primeiro momento lembra os Titãs da fase “Õ Blésq Blom”, mas ao mesmo tempo tem uma coisa nova, que só pode ser a cara do DoisdoBando e nos instiga a ouvi-la mais de uma vez seguida.
A deliciosa bossa pop de “Doido São” é a típica faixa que se entrasse na trilha de alguma novela global, e se as rádios não fossem tão jabaculentas, faria um sucesso enorme e com certeza tem todo potencial para isso. A faixa bônus “When The Sun Says Yes” traz a mesma faixa musical da versão em português e vale mais como curiosidade, já que a faixa original por si só se sustenta na letra. O saldo final do EP, que pode ser encontrado nas principais plataformas on line e também em versão física direto com a banda, é altamente positivo, e nos deixa querendo mais. Ficamos na espera que esse seja um cartão de visita para um álbum inteiro de canções do DoisdoBando, pois aqui eles já mostram que dão uma aula de como fazer música boa, de forma simples e inteligente.
É isso aí, Valdir! E aqui, a gente confere também o que os autores disseram sobre o disco e algumas das faixas:
"DOISDOBANDO é um projeto que hoje se torna realidade depois de quase três anos de maturação; valeu todo nosso (meu e de Silvio Cavalcanti) empenho num trabalho que se traduz na pulsação presente em cada faixa do EP produzido com o intuito de trazer algo novo, vivo, ousado. E próprio: acho que conseguimos fazer bem o que sabemos e imprimir no EP nossa cara e coragem... agora, a cria está no mundo." João Wash.

"Língua Solta surgiu a partir de um poemeto que fiz, sem maiores pretensões, e postei 'datilografado num papelzinho' em meu perfil no facebook, João (Wash) leu e me respondeu logo no dia seguinte com uma melodia que ele fez noite adentro, e, provocado, completei 'na bucha' esse Rock sensual... ficamos muito felizes com o resultado, a pegada está deliciosa... uma coisa nova. Outra track do EP que teve um caso de sintonia imediata, parecia algo guardado em nossas cabeças, “Os Maconheiros de Casa Amarela” nasceu de um refrão meio balbuciado, brinquedo de palavras, enchimento de melodia que virou mote, conceito, tema central da composição: um rock que fala de nosso afeto por músicos, bandas, artistas plásticos, atores/atrizes, peladeiros, noctívagos, gente querida desse bairro recifense prenhe de cultura urbana e espontaneamente conectada com com a "novidade" do mundo... quem for da reca não faz leseira.” Silvio Cavalcanti
"Depois que recebi o esboço de “Quando o Sol diz Sim” (acho que a gravação foi feita na rua, podia-se escutar ruído de carros passando), respondi a Silvio que aquele blues já estava pronto, mas, ele insistiu que eu fizesse algo mais; fiquei uns dois ou três dias buscando, encontrei o que faltava e mandei de volta, aí o parceiro desenhou as letrinhas finais... e o sol nasceu." - João Wash.
Pessoas físicas e jurídicas (no Brasil ou no exterior) ainda não contatadas por nossa equipe de distribuição e logística podem fazer reservas e/ou pedidos para revenda pelo e-mail: doisdobando@gmail.com

JOHN LENNON & YOKO ONO - I'M LOSING YOU / I'M MOVING ON

Nenhum comentário:

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

THE BEATLES - REVOLUTION - DEMAIS!!!

3 comentários:

E JOHN LENNON DEVOLVE SUA M.B.E....

3 comentários:
https://pbs.twimg.com/media/
A MBE (Membro da Ordem do Império Britânico) foi um prêmio inventado pelo Rei George V em 1917 para comemorar serviços aos esforços de guerra por pessoas que não estavam na linha da frente. No dia 26 de outubro de 1965, os Beatles receberam a medalha em que os habilitava a um pagamento de £ 40 por ano e entrada livre para a Galeria Whispering na Catedral de St. Paul (normalmente cerca de um shilling). Os Beatles ficaram um tanto confusos a respeito do porquê a rainha estava honrando-os. Como Ringo Starr colocou, "Nós vamos atender a rainha e ela vai nos dar um distintivo. Eu pensei, isso é legal". Os pais dos Beatles ficaram satisfeitos e orgulhosos. Pela manhã, os pais de cada um dos Fab Four recebeu flores enviadas por Brian Epstein que estava radiante. Paul McCartney disse que MBE deveria significar "Mister Brian Epstein". E John Lennon disse depois: "“Muitas das pessoas que reclamaram sobre a gente receber a MBE, receberam as suas por heroísmo na guerra – por matar pessoas. Nós recebemos as nossas, divertindo outras pessoas. Eu diria que nós merecemos mais as nossas". Logo o grupo em grande parte esqueceu suas medalhas, embora Harrison e Paul McCartney dois anos mais tarde tenham usado-as como decorações nas fardas de Sgt. Pepper's.
Lennon deu a sua para sua tia Mimi, que pendurou sobre sua lareira. Mas como o passar dos anos, ele tinha dúvidas sobre seu apoio implícito ao governo britânico e à família real, então, no dia 25 de novembro de 1969, Lennon resolveu devolver a comenda que recebeu 4 anos antes junto com os outros Beatles, ao Palácio de Buckingham. Junto com a insígnia enviou uma carta que ele escreveu para justificar sua posição: "Sua majestade, estou devolvendo minha MBE em protesto contra o envolvimento da Grã-Bretanha no lance Nigéria-Biafra, contra nosso apoio à guerra do Vietnã e contra a queda nas paradas de 'Cold Turkey'. Com amor, John Lennon". O próprio Lennon e seu motorista Les Anthony foram ao palácio fazer a entrega. Nos meados dos anos 1970, esse fato agravou ainda mais a situação de Lennon como imigrante nos EUA e ele acabou pedindo o "perdão real" da coroa britânica. A medalha de Lennon foi encontrada em janeiro de 2009, em algum porão do Palácio e foi a leilão. Confira tambem: THE BEATLES - MEMBROS DA ORDEM DO IMPÉRIO BRITÂNICO

terça-feira, 24 de novembro de 2015

RINGO VAI LEILOAR SEU ÁLBUM BRANCO Nº 1

5 comentários:
Ringo Starr estará leiloando mais de 1.300 peças através do Juliens Auction no começo de dezembro, e por mais que muitos itens (disponíveis no site da empresa) sejam peças de arte que não possuem nada a ver com o legado musical da banda amsi famosa de todos os tempos, ainda existe uma porção substancial de itens que serão de muito, muito interesse dos fãs.
Um deles é o White Album número 0000001 original da impressão inglesa. E por mais que existam vários "número 1" rolando pela mão de colecionadores, devido os diferentes sistemas de numeração das empresas que trabalharam no disco, esse ainda é mais especial, porque foi um dos primeiros quatro álbuns prensados dados diretamente a cada um dos Beatles. Quem se interessar precisa ter bolsos bem fundos e cheios para dar um lance na peça, visto que eles vão começar em US$ 20.000. Estima-se que o resultado final possa chegar a US$ 100.000. Os lucros do leilão vão para a Lotus Foundation, de Ringo Starr e sua esposa Barbara, que apoiam vários projetos de caridade. Será que Rutheford Chang vai ficar interessado? Caso você não lembre, ele possui uma coleção gigantesca de vinis, composta somente por White Albuns. Confira: RUTHERFORD CHANG - WE BUY WHITE ALBUMS

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

THE BEATLES - ACROSS THE UNIVERSE - PARTE 1

2 comentários:

THE BEATLES - ACROSS THE UNIVERSE - PARTE 2

5 comentários:
http://c300221.r21.cf1.rackcdn.com/
“Across The Universe”, é a canção mais antiga do álbum LET IT BE, foi gravada em fevereiro de 1968 e chegou ao público pela primeira vez em um álbum beneficente para o WWF (World Wildlife Fund) em dezembro de 1969: “No One's Gonna Change Our World”. Across The Universe foi gravada em oito tomadas entre 4 e 8 de fevereiro de 1968, mas John Lennon não ficou satisfeito e Paul McCartney o convenceu a chamar duas fãs para fazerem backing: a brasileira Lizzie Bravo e Gayleen Pease, que passavam dias acampadas na porta do estúdio para para ver os Beatles, falar com eles e tirar fotos. Elas foram convidadas por Paul para cantar em níssono com John, uma oitava acima, no refrão. A letra é uma das mais imaginativas de John, com um refrão tepetitivo - "Nothing's gonna change my world" (Nada vai mudar meu mundo) - que acentua seu efeito onírico. Across The Universe foi mixada em mono e colocada de lado enquanto o grupo lançou como single as canções "Lady Madonna" e "The Inner Light". Depois do retorno à Índia, o grupo resolveu gravar algumas canções compostas lá e "Across the Universe" permaneceu engavetada. Spike Milligan ouviu e sugeriu que ela fosse lançada como parte do álbum que ele estava organizando pela World Wide Fund for Nature. Os Beatles concordaram com a proposta e a canção foi mixada em estéreo pela primeira vez por George Martin. Para o álbum da 'wildlife' foi acrescentado efeitos sonoros de pássaros no início e no final da canção. Depois de acrescentados os efeitos, foi acelerada de forma que mesmo com os sons dos pássaros continuasse quase com o mesmo tempo. Para o álbum LET IT BE, Glyn Johns remixou-a dando um tratamento acústico e corrigindo a velocidade.
http://theredlist.com/media/database/muses/icon/iconic_men/1960/the-beatles/
Para mim, não importa de qual forma: se é mono, se é estéreo, se é mais longa, se é mais curta. O que importa é que é uma das minhas músicas preferidas dos Beatles. E como disse um certo amigo do nordeste, a melhor versão é todas! O ábum "No One's Gonna Change Our World" é um disco bacana. Inofensivo... está fora de catálogo há muitos, muitos anos e já esteve aqui para download. O LP original, hoje em dia é uma raridade e ítem de colecionadores. Eu não tenho o bichão, tenho um CDzinho que comprei num sebo pelo preço de banana que o dono - um velho gordão - fez na hora. Tipo 5 reais.
Aqui, com a exclusividade de sempre, a gente confere um trecho inédito do livro "Minha Vida Gravando Os Beatles", de Geoff Emmerick:
"Algumas noites depois, terminamos "The Inner Light" e então nós começamos a fazer os overdubs de outra faixa que Ken Towshend tinha começado na minha ausência. "Across the universe" era, provavelmente, a mais gentil e doce canção de John Lennon que eu havia ouvido até então, e isso me pegou de surpresa. Por volta da época da morte de Brian, os quatro Beatles tinham começado a estudar com o Maharishi Maheshi Yogi e nessa noite me ocorreu que talvez a meditação tenha feito bem a John. A canção representava uma mudança drástica nele, e foi esclarecedora para mim. Era verdade que nas últimas semanas o John Lennon rude e sarcástico esteve praticamente ausente; nós estávamos vendo um lado mais suave dele, um lado que eu nem sabia que existia. Eu realmente amei a canção, e o vocal gentil e lírico de John definitivamente se conectou comigo. Gravamos a voz dele várias vezes, porque John não estava satisfeito com o que estava fazendo, apesar do fato de que nós, todo o grupo, tenhamos sido efusivos em nossos elogios. Era um vocal problemático de fazer por causa do fraseado; havia apenas muitas palavras para serem cantadas, muitos pontos em que ele precisava respirar. Por isso, John não estava convencido de que ele estava colocando o sentimento que ele esperava nas palavras, e estava um pouco aborrecido por causa disso. A canção claramente significava muito para ele, e estava frustrado porque não estava ficando da forma como ele havia ouvido em sua cabeça. A infelicidade de John com seu vocal o levou à decisão relutante de engavetar a música para trabalhar nela novamente em algum momento posterior, apesar de ter sido originalmente programada para ser o Lado B de "Lady Madonna". Ao invés disso, "The Inner Light" foi a substituta, marcando a primeira vez em que uma canção de George Harrison aparecia em um single dos Beatles.
O lendário comediante e ex-Goon Spike Milligan (que era um dos ídolos de John) por acaso estava na sessão daquela noite como convidado de George Martin. Ele ficou tão impressionado com o que estava ouvindo que perguntou a Lennon se a faixa, no estado em que estava, poderia ser usada para ajudar a levantar fundos para uma instituição de caridade com a qual ele estava envolvido. Um John distraído disse: "Sim, qualquer coisa que você quiser", e foi assim que "Across The Universe" veio a ser lançada em um álbum beneficente para a World Wildlife Foundation. Quase dois anos depois, Phil Spector iria reviver a música em uma tentativa de concretizar o álbum Let It Be, retardando a fita em um andamento fúnebre e adcionando um coro fantasmagórico no processo, mas a versão que gravamos naquela noite era, na minha opinião, muito superior. Um outtake dessa música aparece no Anthology, e os ouvintes podem também encontrar uma versão (embora em grande parte processada digitalmente) un-spectorized no Let It Be... Naked de 2003. Eu ainda acho que a melhor versão foi a original que gravamos naquela noite fria de fevereiro."