domingo, 31 de julho de 2022

THE BEATLES - RINGO STARR - DON'T PASS ME BY⭐

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"Don't Pass Me By" foi a primeira música completa de Ringo para os Beatles. Até então, suas únicas participações nas composições da banda tinham sido os títulos de "A Hard Day's Night" e "Tomorrow Never Knows", além de alguma contribuição musical em "Flying" e "What Goes On". Quando perguntaram em dezembro de 1967 se ele tinha aspirações como compositor, Ringo respondeu: "Eu tento. Tenho um violão e um piano e toco alguns acordes, mas são só 'chinga-lingas'. Para mim, nenhuma melodia boa sai dali". A verdade era que ele estava tentando fazer os Beatles gravarem "Don't Pass Me By" havia anos. Durante uma entrevista de rádio na Nova Zelândia durante a turnê de junho de 1964 pela Austrália, era possível ouvir Ringo pedindo aos demais: "Cantem a música que eu escrevi, só para fazer propaganda". Em resposta ao pedido, Paul disse no programa: "Ringo escreveu uma música chamada 'Don't Pass Me By'. Uma melodia linda. É a primeira vez que ele se aventura em uma composição". Depois que Paul e John cantaram uma estrofe, alguém perguntou ao baterista mais sobre a música: "Foi escrita como um country, mas ouvir Paul e John cantarem com esse quê de blues mexeu comigo. Se os Beatles vão gravá-la? Eu não sei. Acho que não, na verdade. Eu fico tentando empurrá-la para eles toda vez que vamos gravar". Ela continuaria fora dos sets dos álbuns do grupo por mais cinco anos. "Infelizmente nunca há tempo suficiente para encaixar a música de Ringo em um álbum", Paul explicou em 1964. "Ele nunca a terminou".
"Don't Pass Me By" foi gravada em quatro sessões separadas em 1968: 5 e 6 de junho, e 5 e 12 de julho.  Foi chamade de "Ringo's Tune (Untitled)" no rótulo da fita da sessão de 5 de junho e "This is Some Friendly" no rótulo de 6 de junho. Em 12 de julho, foi nomeada “Don’t Pass Me By”. George Martin organizou um interlúdio orquestral como uma introdução, mas isso foi rejeitado. Eventualmente, seria usado como uma sugestão incidental para o filme Yellow Submarine. Em 1996, essa introdução foi lançada como a faixa "A Beginning" no Anthology 3Ringo, além dos vocais, toca bateriapianosinos de trenócowbellmaracas e congas; Paul McCartney toca piano de caudabaixo; e Jack Fallon toca violino.

sábado, 30 de julho de 2022

DON McCLEAN - VINCENT (Starry, Starry Night) ★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★★

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Se o incomparável Vincent - conhecido mundialmente pelo sobrenome VAN GOGH - vivo estivesse, teria agora 167 anos. Ele morreu em 29 de julho de 1890, com 37 anos por um tiro no peito disparado por ele mesmo. Van Gogh é uma das figuras mais famosas, importantes e influentes da história da arte ocidental. Criou mais de dois mil trabalhos ao longo de pouco mais de uma década, incluindo 860 pinturas a óleo, grande parte das quais, concluídas nos seus últimos dois anos de vida. Suas obras incluem paisagens, natureza-morta, retratos e autorretratos, caracterizados por cores dramáticas e vibrantes, além de pinceladas impulsivas e expressivas, que contribuíram para as fundações da arte moderna e trouxeram distinção para o estilo único do artista.

Em uma homenagem explícita a Van Gogh, o cantor e compositor Don McLean, escreveu a belíssima e emocionante balada "Vincent" em 1971, depois de ler um livro sobre a triste história de vida do gênio holandês.

"Vincent" ficou mais conhecida e reconhecida pelo seu verso de abertura, "Starry Starry Night", uma referência à pintura clássica de Van Gogh de 1889, "The Starry Night".
Em 1972, a música se tornou o hit número 1 no UK Singles Chart por 2 semanas. Nos Estados Unidos"Vincent" também atingiu o segundo lugar na tabela Easy Listening. A Billboard a classificou como número 94 em 1972. Em 2000, a PBS transmitiu Don McLean: Starry, Starry Night, um concerto especial  filmado em Austin, Texas, que foi bastante elogiado pela crítica. Ao todo, “Vincent” obteve um segundo lugar nos Estados Unidos e no Canadá, um terceiro na Austrália e o número 1 no Reino Unido. Na época em que "Vincent" emplacou, Don McLean estava com 27 anos, hoje está com 76.

quinta-feira, 28 de julho de 2022

THE BEATLES - MAD DAY OUT (28/07/1968)

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No início do verão de 1968, Paul McCartney telefonou para o fotógrafo Don McCullin para lhe pedir que passasse um dia fotografando os Beatles. O grupo precisava de novas imagens publicitárias e queria se afastar temporariamente do estúdio de gravação. O dia escolhido foi 28 de julho de 1968, um domingo. Os Beatles e McCullin se juntaram a outros cinco fotógrafos e passaram o dia tirando centenas de fotos por sete locações diferentes em Londres. Esse dia que ficou conhecido como "MAD DAY OUT - UM DIA NA VIDA". Não deixe de conferir!

THE BEATLES - BEATLES FOR SALE - O ÁLBUM - 1964

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A belíssima foto que ilustra capa do álbum Beatles for Sale já diz muita coisa: os Beatles estavam cansados. Dos shows incessantes, do circo de celebridades e da Beatlemania, que logo atingiria picos inimagináveis. Eles foram fotografados muito sérios, quase tristes, em um cenário de outono no Hyde Park, em Londres, por Robert Freeman, que já tinha feito as capas de “With The Beatles” e “A Hard Day’s Night”.
Paul McCartney relembra: "Essa sessão de fotos foi bastante agradável. As fotos de Freeman ficaram ótimas e foi fácil para todos. Fizemos uma uma sessão com duração de duas horas e teve bastante material para utilizar. Bastava o fotógrafo dizer “prontos?” Todos nós todos usavamos o mesmo tipo de roupas o tempo todo. Pretas, com camisas brancas e grandes lenços pretos".

O álbum também apresenta uma capa dupla, desdobrável, quando abre, mais duas fotos para puro deleite dos fãs, uma dos Beatles ao vivo, em Washington e outra dos rapazes em pé, em frente a uma colagem de fotos e mais um belíssimo texto escrito por Derek Taylor, além dos nomes das músicas e quem cantava o quê. Essa ideia da colagem seria o pontapé inicial do que Peter Blake faria mais tarde na capa do Sgt. Pepper’s.
Com a pressão de ter que entregar o disco antes do Natal, fizeram o que de melhor podiam. As gravações foram em Abbey Road, e duraram de agosto a outubro de 1964. Beatles for Sale foi lançado em 4 de dezembro.

Com pouco tempo para escrever novas canções, eles tiveram que apelar para a velha fórmula de covers. Em vez de canções de grupos de garotas ou clássicos da Motown, eles resgataram criações dos antigos pioneiros do rock, os lendários nomes que os contagiaram nos anos 50 e cujas canções incendiavam as noitadas de Liverpool e Hamburgo. O grande Carl Perkins sempre foi idolatrado por George Harrison e aparece emno Beatles for Sale em duas covers: "Honey Don’t" (com Ringo) e "Everybody’s Trying To Be My Baby" (com George comandando). Buddy Holly também foi outra influência marcante na sonoridade dos Beatles e ganha um tributo com "Words Of Love", cantada por John e Paul. Chuck Berry é homenageado em "Rock and Roll Music", cujo vocal apaixonado de Lennon redefiniu a canção. Paul resgatou a junção de "Kansas City" (Jerry Lieber e Mike Stoller) com "Hey, Hey, Hey, Hey", de Litlle Richard, que ele cantava no Cavern. Talvez, a pior escolha para o disco tenha sido "Mr. Moonlight", de Dr. Feelgood and the Interns. Uma música estranha que eles costumavam tocar no início da carreira.
John Lennon continuava a abrir o coração e compôs suas músicas mais intimistas até então. "I’m a Loser" é um folk rock com letra defensiva, mas reveladora. O mesmo aconteceu com "I Don’t Want to Spoil the Party", onde o magoado John não queria ser o chato da festa. Levando-se em consideração que "I´ll Follow The Sun" já havia sido escrita anos antes, "What You´re Doing" e "Every Little Thing" tornam-se as únicas contribuições de Paul para este disco. Realmente 1964 foi o ano de John Lennon, e, assim como em 'A Hard Day´s Night', Paul pouco produziu neste ano como compositor, porém, fez coisas brilhantes como "And I love Her" e "Can´t Buy Me Love". "No Reply", também de John, tinha potencial para ser um single de sucesso, mas os Beatles deixaram a música para alavancar o LP. O grande hit de Beatles for Sale foi "Eight Days a Week", basicamente outra criação de Lennon. Sua efervescência passava a falsa impressão de que John andava feliz da vida, mas a situação não era bem essa.

Beatles for Sale foi bem recebido pela imprensa musical do Reino Unido, onde ocupou o primeiro lugar por 11 das 46 semanas que passou no Top 20. O álbum teve sucesso semelhante na Austrália, onde a versão dos Beatles de "Rock and Roll Music" também liderou a parada de singles. Uma das músicas omitidas da versão americana do álbum, "Eight Days a Week", tornou-se o sétimo número 1 dos Beatles nos EUA quando foi lançado lá como single em fevereiro de 1965. Beatles for Sale foi classificado como o 71º melhor álbum na edição de 1987 do livro Critic's Choice de Paul Gambaccini, com base em submissões de um painel internacional de 81 críticos e emissoras. Em 2000, foi eleito o número 204 na terceira edição do livro All Time Top 1000 Albums. Com base nas aparições de Beatles for Sale em rankings e listagens profissionais, o site Acclaimed Music o lista como o 7º álbum mais aclamado de 1963, o 129º álbum mais aclamado da década de 1960 e o 886º álbum mais aclamado da história.

PAUL McCARTNEY - NO MORE LONELY NIGHTS ★★★★★

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Paul McCartney compôs "No More Lonely Nights" em 1984 como a principal faixa da trilha sonora para o filme que ele próprio escreveu, dirigiu e atuou: "Give My Regards to Broad Street" (Mande minhas lembranças para Broad Street), que tem a participações de Ringo Starr, Linda McCartney, Barbara Bach, Bryan Brown, Ralph Richardson e Tracey Ullman no elenco. O filme, na época, foi tão ou mais massacrado pela crítica que "Magical Mystery Tour" dos Beatles em 1967 (também idealizado por Paul). A baladona poderosa conta com o fantástico solo de guitarra de David Gilmour do Pink Floyd que, anos depois voltaria a colaborar com Paul no fantástico Run Devil Run"No More Lonely Nights" liderou de assalto as paradas de sucesso, inclusive no Brasil, chegando direto ao primeiro lugar, onde permaneceu por mais de quatro semanas seguidas. Se o filme foi um tremendo fracasso comercial nos cinemas, a trilha sonora era de arrasar. Além de apresentar esta nova música ao público, McCartney fez novas leituras para algumas de suas melhores músicas com os Beatles e também com os Wings"No More Lonely Nights" foi indicada aos prêmios "Golden Globe Award" e "Bafta Film Award" como a mais original canção de trilha sonora para filmes. Um sucesso esmagador e sem igual.

THE ROLLING STONES - GET YER YA YA'S OUT - 1970

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Get Yer Ya-Ya's Out! The Rolling Stones in Concert é um álbum ao vivo dos Rolling Stones, lançado em 4 de setembro de 1970 pela Decca Records no Reino Unido e pela London Records nos EUA. Foi gravado em Nova York e Baltimore em novembro de 1969, pouco antes do lançamento de Let It Bleed. Foi o primeiro álbum ao vivo a alcançar o número 1 no Reino Unido. Algumas das performances, bem como uma das duas sessões de fotografia para a capa do álbum com Charlie Watts e um burro, são retratadas no documentário Gimme Shelter.

A foto da capa, no entanto, foi tirada no início de fevereiro de 1970 em Londres, e não se originou da sessão de 1969. A foto de David Bailey, com Watts com guitarras e bumbos pendurados no pescoço de um burro, foi inspirada em um verso da música de Bob Dylan "Visions of Johanna": "Jóias e binóculos pendurados na cabeça da mula".
Jagger encomendou a contracapa, com títulos de músicas e créditos com fotografias do grupo em performance, do artista britânico Steve Thomas, que disse que produziu o design em 48 horas e que a resposta de Jagger foi "Eu realmente curto sua arte, cara".
Get Yer Ya-Ya's Out! foi lançado em setembro de 1970 e foi bem recebido crítica e comercialmente, alcançando o número 1 no Reino Unido e o número 6 nos EUA, onde foi platina. Foi o último álbum dos Rolling Stones lançado pela Decca no Reino Unido e pela London Records nos EUA antes de lançarem seu próprio selo Rolling Stones Records. Em novembro de 2009, o álbum foi relançado com músicas inéditas dos Rolling Stones, mas também das bandas de abertura, BB King e Ike & Tina Turner. Inclui um DVD e um livreto de 56 páginas. O álbum recebeu elogios consistentes da crítica como um dos maiores álbuns ao vivo já feitos. Em 2000 foi eleito o número 816 nos 1000 melhores álbuns de todos os tempos. Em 2007, a NME classificou o álbum como o sétimo maior álbum ao vivo de todos os tempos. A Q Magazine o classificou como o 14º maior álbum ao vivo de todos os tempos.

quarta-feira, 27 de julho de 2022

THE BESTS OF - AS COLETÂNEAS DE GEORGE HARRISON

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A primeira coletânea com as canções de George HarrisonThe Best Of George Harrison, foi lançada pela EMI em 8 de novembro de 1976, depois que Harrison saiu da gravadora rumo ao seu próprio selo, Dark Horse (distribuído até 1992 pela Warner).
The Best Of George Harrison partia de uma premissa pobre e errônea: a de que o artista não tinha hits suficientes para uma compilação só sua. Dessa forma, incluiu de um lado sete gravações de músicas dele gravadas com os Beatles e apenas seis da carreira solo.
Essa seleção de músicas causou além de muita controvérsia, o fracasso da coleção, uma vez que subestimou as realizações solo de Harrison durante o período de 1970-75, em grande parte das quais ele foi visto como o ex-Beatle de maior sucesso, artisticamente e comercialmente. Nos Estados Unidos, The Best of George Harrison alcançou o número 31 na parada de álbuns da Billboard e foi certificado ouro pela Recording Industry Association of America em fevereiro de 1977. O álbum não conseguiu entrar no Top 60 da Grã-BretanhaThe Best Of George Harrison ainda não foi remasterizado desde o lançamento em CD de 1987.

"Best Of Dark Horse 1976-1989" foi o segundo álbum de coletânea oficial abrangendo parte da carreira solo de George Harrison, lançado em 17 de outubro de 1989, seguindo os passos do sucesso da "volta" de Harrison inciada com o excelente "Cloud Nine", em 1987 e era perfeito para preencher o espaço até o próximo lançamento de Harrison, "Traveling Wilburys Vol.1" no ano seguinte. Apesar das expectativas, "Best Of Dark Horse 1976-1989" não vendeu bem no Reino Unido e alcançou apenas a posição # 132 nos Estados Unidos.

Especialmente para este lançamento, Harrison gravou duas músicas novas, as ótimas "Poor Little Girl" e "Cockamamie Business". O álbum trazia ainda a música que Harrison fizera para a trilha sonora de "Máquina Mortífera 2" até então lançada apenas como single - "Cheer Down". Estas três músicas não foram incluídas como faixas-bônus na edição remasterizada de Cloud Nine, nem aparecem na Dark Horse The Years 1976-1992 box set. Na última coletânea de Harrison "Let It Roll: Songs by George Harrison" lançada em 2009, aparece apenas "Cheer Down". Por isso, "Best Of Dark Horse 1976-1989", tornou-se item obrigatório para qualquer colecionador de George Harrison.

Vinte anos depois do lançamento de Best Of Dark Horse 1976-1989, chegou ás lojas Let It Roll: Songs By George Harrisonem junho de 2009. As três coletâneas abrangendo a carreira de George, tem algo em comum: erros conceituais e repertório que poderia ter sido bem melhor escolhido. Seja como for, todas também primam por incluir pérolas sonoras inesquecíveis do cantor/compositor/guitarrista/jardineiro.

Let It Roll: Songs By George Harrison poderia ter sido a compilação perfeita. No entanto, caiu no mesmo erro de The Best Of George Harrison, ao incluir "While My Guitar Gently Weeps", "Something" e "Here Comes The Sun", em gravações ao vivo feitas em 1971 no célebre show feito para arrecadar fundos para Bangladesh, no Madison Square GardenAlém disso, ficaram de fora clássicos da trajetória individual de Harrison, como "You", "Dark Horse", "Don’t Let Me Wait Too Long", "Crakerbox Palace", "Love Comes To Everyone" e tantas outras. A virtude fica por conta de pela primeira vez, termos músicas de toda a carreira solo de Harrison em um único CD, e a inclusão da ótima "I Don’t Want To Do It", composição de Bob Dylan que o ex-Beatle gravou para a trilha do filme Porky’s Revenge em 1985. São 19 canções, todas foram digitalmente remasterizadas por Giles Martin no Abbey Road Studios, incluindo algumas do belo Brainwashed, álbum póstumo lançado em 2002, como "Any Road" (com a genial frase,“se você não sabe para onde está indo, qualquer estrada o levará até la”). Entre outras, Let It Roll: Songs By George Harrison traz também "Got My Mind Set On You", "Give Me Love", "Ballad Of Sir Frankie Crisp (Let It Roll)", "My Sweet Lord", "All Those Years Ago" e "Isn’t It a Pity". Acho que a compilação ideal para dar conta da missão teria de ser dupla, e só com músicas da carreira solo. Enquanto ela não sai, Let It Roll: Songs By George Harrison pode quebrar um galho.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

THE BEATLES - EVERYBODY'S GOT SOMETHING TO HIDE EXCEPT ME AND MY MONKEY

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A música com o maior título dos Beatles“Everybody’s Got Something to Hide Except Me And My Monkey”foi escrita por John Lennon sobre sua relação com Yoko Ono e gravada pelos Beatles em seu álbum duplo The Beatles ("White Album"). As gravações tiveram início em 26 de junho de 1968. A faixa foi produzida por George Martincom Geoff Emerick e Ken Scott como engenheiros. O Álbum Branco foi lançado em 22 de novembro de 1968. “EGSTHEMAMM” ilustra bem o retorno de Lennon e dos Beatles ao rock em 1968, após seu período psicodélico.

Inicialmente batizada “Come On, Come On”, “Everybody’s Got Something to Hide Except Me And My Monkey” foi construída a partir do título. John afirmou que era uma clara referência à sua relação com Yoko Ono: “Era só um belo verso que transformei em canção. Todos pareciam estar paranóicos, com exceção de nós dois, que estávamos loucos de amor... todos à nossa volta pareciam meio tensos”.
“Todo mundo tem algo para esconder, exceto eu e meu macaco”, em tradução literal. George Harrison disse que não sabia de onde o termo “macaco” tinha vindo. A interpretação mais comum é de que seria Yoko Ono. Foi só após a volta da índia que a amizade se transformou em um affair, e Cynthia soube do que estava acontecendo. Yoko Ono começou a ir às gravações do novo álbum, o que incomodava demais os outros Beatles. A imprensa britânica também achou difícil engolir Yoko Ono e essa versão blasé de John Lennon. Isso acabaria influenciando em sua mudança para os EUA. “Na Inglaterra, eles acham que eu sou alguém que ganhou o jogo e fugiu com uma princesa japonesa”, ele afirmou uma vez. “Nos EUA, eles a tratam com respeito. Eles a tratam como a artis­ta séria que ela é".
"Everybody's Got Something to Hide Except Me and My Monkey" foi uma das muitas canções escritas por
 John Lennon logo após o retorno dos 
Beatles de 
Rishikesh na 
Índia, onde estudaram 
Meditação Transcendental com
 Maharishi Mahesh Yogi. A letra contém algumas das frases favoritas do 
Maharishi relacionadas à experiência de meditação. De acordo com George Harrison, além da referência a um macaco, alguns versos vieram dos pronunciamentos de
 Maharishi;
 Harrison citou 
"Todo mundo tem algo a esconder" e 
"Vamos lá, é uma alegria" como exemplos de ditados de estimação do mestre. No caso deste último, o ensinamento completo de 
Maharishi foi: 
"Vamos lá. É uma alegria. Vá com calma. Aceite como vier. Divirta-se!".

Embora Lennon tenha negado, para os sabichões, o macaco do título foi amplamente considerado como uma referência clara à heroína, assim como as palavras "Quanto mais fundo você for, mais você voa". 'A monkey on the back'(Um macaco nas costas) - era um termo de jazz para o vício em heroína. Lennon e Yoko Ono começaram a tomar heroína em 1968; Eles alegaram que usaram para escapar do interesse da imprensa em seu relacionamento.

No livro “Many Years From Now” de Barry Miles, Paul McCartney diz: “Ele estava entrando em drogas mais difíceis do que nós e então suas músicas estavam tendo mais referências à heroína. Até esse ponto, fazíamos referências bastante suaves e oblíquas à maconha ou ao LSD. Agora, John começou a falar sobre consertos e macacos... ele estava em uma que o resto de nós não estava. Ficamos desapontados com o fato de ele estar entrando na heroína porque não vimos realmente como pudéssemos ajudá-lo. Apenas esperávamos que não fosse tão longe. Na verdade, ele acabou limpo, mas esse foi o período em que ele estava nisso. Foi um período difícil para John, mas muitas vezes essa adversidade e essa loucura podem levar a uma boa arte, como eu acho que aconteceu neste caso”.

Os Beatles ensaiaram várias vezes a música antes de gravá-la. Uma versão demo foi gravada na casa de George Harrison em Esher em maio de 1968 e mostra como ela começou como uma suave música baseada em blues, com pouca sugestão do rockão que se tornaria. Na gravação do álbum, John Lennon faz o vocal desafiador, toca guitarra, percussão e bate palmas; Paul McCartney faz backing vocals, toca o baixo, percussão e bate palmas; George Harrison faz backing vocals, guitarra solo, percussão e bate palmas e Ringo toca sua bateria, percussão e bate palmas. E todos nós batemos palmas! Come On, Come On!

PAUL McCARTNEY - FLAMING PIE - 2009✶✶✶✶✶

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domingo, 24 de julho de 2022

JOHN LENNON - HERE WE GO AGAIN - SENSACIONAL!*****

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Escolhida para abrir o álbum, não poderia ser mais apropriada. “Here We Go Again”, juntamente com “Rock ‘n’ Roll People” é uma das duas faixas inéditas de John Lennon que foram lançadas no álbum MENLOVE AVE - segundo lançamento póstumo de músicas de Lennon, tendo sido gravadas durante as sessões de seus álbuns "Rock 'n' Roll" e "Walls and Bridges"contendo sobras de estúdio do período 1973 e 1974.
Única música lançada creditada a John Lennon e Phil Spector, "Here We Go Again", foi gravada em 1973, mas permaneceu inédita até 1986. Lennon gravou duas demos caseiras em outubro de 1973, tocadas em um violão e ainda estava trabalhando na letra. Mais tarde, naquele mês, começou o trabalho no projeto "Rock 'N' Roll" com Phil Spector. Como uma composição original, era improvável que "Here We Go Again" fosse considerada para o álbum, então o motivo de sua gravação nunca ficou claro. Outra coisa que nunca ficou clara: o papel de Spector na composição. Lennon já tinha a música no momento em que as demos foram gravadas, então é possível que a contribuição do produtor tenha sido ajudar com a letra final.

A música foi protegida por direitos autorais para os dois em 16 de julho de 1975. A letra é uma contemplação sobre os propósitos da vida, com uma sensação de serem guiados pelo karma e pelo destino - temas que Lennon havia abordado em outras composições, como "Instant Karma" e "Mind Games"Os lúgubres vocais de Lennon, aparentemente resignados aos vários percalços que ele experimentaria ao longo do "fim de semana perdido", foram perfeitamente complementados pelo arranjo de charangas. Seus gritos até o final da canção resumiram suas frustrações naquele momento. MENLOVE AVE foi lançado em 3 de novembro de 1986.

THE BEATLES - WORDS OF LOVE - 1964 *****

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"Words of Love" foi composta por Buddy Holly e gravada por ele em 8 de abril de 1957. Essa música não foi um sucesso notável para Holly, embora seja considerada uma de suas criações e gravações importantes e esteja disponível na maioria das coletâneas do cantor.
Os quatro Beatles, principalmente John e Paul, eram grandes fãs de Buddy Holly e fizeram sua homenagem a ele no álbum "Beatles For Sale", lançado em 4 dezembro de 1964. Eles gravaram sua versão de "Words of Love" em 18 de outubro. John Lennon e Paul McCartney cantaram em harmonia com George Harrison, segurando o som vocal e instrumental do original de Holly, assim como eles poderiam. Bem antes dos tempos da Beatlemania, o grupo tocou a música ao vivo entre 1958 e 1962, com Lennon e Harrison cantando. Para o lançamento oficial, Lennon e McCartney compartilharam os vocais. A música foi gravada em apenas dois takes, junto com um overdub vocal. Paul McCartney gravou uma versão em 1985, somente no violão, que foi destaque no documentário "The Real Buddy Holly Story".

sexta-feira, 22 de julho de 2022

JOHN LENNON - PLASTIC ONO BAND 1970 ★★★★★★★★★

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John Lennon costumava dizer que se sentia tolhido nos discos dos Beatles; que há limites para a voz de um indivíduo quando ele faz parte de um grupo. As canções poderosamente pessoais de seu primeiro álbum autenticamente solo John Lennon/Plastic Ono Band de dezembro de 1970, estão entre os seus melhores trabalhos. Para o álbum, ele optou por um estilo despojado muito antes que o termo unplugged fosse criado para definir música acústica. Para Lennon, foi apenas uma questão artística: a emoção nua e crua funcionava melhor com menos instrumentos. Poucos artistas revelam mais abertamente a dor que carregam em seu íntimo do que Lennon interpretando "Mother", inspirada pela psicoterapia do “grito primal" a que se submetera; as letras que falam de seu pai ausente e da perda de Julia Lennon estão entre as mais dolorosas e sinceras de sua obra.

O primeiro álbum solo de John Lennon depois dos Beatles, lançado em 16 de dezembro de 1970, é um trabalho impetuoso, áspero, apaixonado, belo e honesto, produzido por John, Yoko e Phil Spector. Os acordes são simples, a instrumentação despojada - Lennon na guitarra e no violão, Klaus Voormann no baixo, Ringo Starr na bateria - e as letras endereçadas aos temas básicos da morte, isolamento, raiva, religião, classes sociais, medo e amor. A maioria das músicas foi composta durante o período em que John e Yoko faziam a terapia do grito primal com o doutor Arthur Janov na Califórnia, e essas sessões foram fundamentais para a crueza das letras do álbum. Como consequência, o trabalho é uma jornada sincera e, não poucas vezes, angustiante, pela vida de John Lennon.
A experiência de Lennon em terapia primal influenciou fortemente tanto o conteúdo lírico do álbum, empurrando-o para temas de relacionamentos entre pais e filhos, sofrimento psicológico e o estilo simples, mas intenso do discão. 
Em "Mother", a primeira faixa do álbum, Lennon aborda muitas questões pessoais, principalmente seu sentimento de abandono pelos pais (Lennon foi criado por sua tia Mimi); “Mãe, você me teve, mas eu nunca tive você, eu queria você, mas você não me queria. Então eu só tenho que te dizer adeus, adeus. Pai, você me deixou, mas eu nunca te deixei, eu precisava você, mas você não precisava de mim. Então eu só tenho que te dizer adeus, adeus”. "Hold On", uma música curta de menos de dois minutos mostra um lado mais suave de Lennon, encorajando ele e Yoko a aguentarem firme. "I Found Out" é um rock seco, baseada em blues de forma mais amarga sobre religião falsa e ídolos. "Working Class Hero", apresenta apenas Lennon, seu violão e sua lingua afiada. É um hino para a classe trabalhadora. Apresentando a letra controversa da época: “Eles te machucam em casa e batem em você na escola, eles te odeiam se você for inteligente e desprezam se é um tolo, até você ficar tão louco que não pode seguir as regras". "Isolation", a faixa de encerramento do lado 1 aborda o sentimento de isolamento de Lennon devido à fama e o preconceito contra Yoko.

Com uma batida consistente e vocais metodicamente entregues com longas pausas entre cada verso, “Remember” é outra jóia do coração deste álbum. Liricamente, essa música lida com a lembrança de eventos do passado e como algumas memórias não são tão róseas, mas ainda ajudam você a moldar o seu hoje. Para o clímax da música, Lennon faz referência a “The Fifth of November”, um feriado britânico conhecido como Guy Fawkes Night e celebrado com fogos de artifício, daí a explosão final. “Love” é o momento mais doce de todo o álbum. Uma balada suave e chorosa, que funciona bem como um contrapeso entre tantas faixas emocionais e cruas. "Love" apresenta um piano tocado por Phil Spector e um suave violão de Lennon. Essa música acabou sendo lançada como single em 1982. “Well Well Well”, é um rock rasgado de seis minutos que não é tão interessante quanto as outras faixas focadas na terapia do Dr. Janov. Além de alguns riffs de guitarra bem legais e crocantes, a letra não diz nada de substancial. "Look at Me" data do período do Álbum Branco (1968), e é construída em um padrão de guitarra dedilhado muito semelhante ao que Lennon usou em "Dear Prudence", "Happiness Is a Warm Gun" e "Julia". Donovan ensinou a Lennon essa técnica enquanto os dois estavam em Rishikesh em 1968. O álbum volta a fluir muito bem com o fechamento filosófico, “God”, com Billy Preston no piano. “God” apresenta uma forma de composição totalmente única com uma longa e repetitiva seção intermediária. Aqui, Lennon declara sinceramente no que acredita e (mais proeminentemente) no que não acredita, com toda uma lista de ídolos terrestres culminando com os próprios Beatles. Isso é seguido pela triste seção de encerramento, onde Lennon declara repetidamente “o sonho acabou”"My Mummy's Dead", que fecha Plastic Ono Band, é parcialmente ajustada ao som da canção de ninar "Three Blind Mice".
John Lennon/Plastic Ono Band alcançou o número oito na parada de álbuns do Reino Unido e o número seis na Billboard 200 dos EUA. Em 1987, a Rolling Stone o classificou em # 4 em sua lista "Os 100 Melhores Álbuns dos Últimos Vinte Anos" e em 2012, classificou-o em 3 23 em sua lista dos "500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos". Em 2000, foi votado número 244 na Colin Larkin All Time Top 1000 Albums. Em 2000, o álbum foi remixado com duas faixas bônus, "Power to the People" e "Do the Oz".
A reedição do álbum em 2021, John Lennon/Plastic Ono Band – The ultimate collection traz em uma caixa com seis CDs, 159 faixas e mais dois discos de áudio Blu-ray, incluindo 87 gravações inéditas. O material inclui demos, ensaios, outtakes, jams e conversas de estúdio, mostrando como tudo foi criado. Todas as faixas foram mixadas do zero usando transferências de alta resolução. Além do som, tem um livro de 132 páginas com fotos raras, letras, memorabilia e notas, além de tudo por trás de cada canção do disco, nas palavras de John, Yoko e de quem trabalhou no álbum.