quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

MELANIE COE - SHE'S LEAVING HOME

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No dia 17 de fevereiro de 1967, o Daily Mail publicou uma notícia sobre uma jovem que havia fugido de casa e seus pais que se mostraram muito contrariados. Paul McCartney viu o jornal nesse dia e achou que a história da menina fujona era um ótimo tema. E assim, ele criou a melodia e grande parte da letra que narra os passos da jovem que abandonava a casa dos pais. Quando mostrou para John Lennon, ele completou com o refrão simbolizando os pais da menina e idealizou o modo como ele deveria ser cantado: como um lamento. O coro da canção contraposto ao refrão cantado por John - com duplicação de voz (overdub) - cria um efeito mágico e impressionante. A gravação teve início no dia 17 de março de 1967 com seis tomadas, só participando a orquestra de cordas. O take 1 foi considerado o melhor. No dia 20 foram gravadas as vozes, o coro e o refrão. Nenhum dos Beatles tocou qualquer instrumento. Só as vozes de Paul McCartney e John Lennon. E a orquestra. A idéia de utilizá-la foi de Paul. Com a música na cabeça, ele pediu para George Martin, o produtor do disco em gestação e arranjador oficial dos Beatles. Sempre disponível em outras ocasiões, desta vez ele estava envolvido em outro trabalho já que era um produtor independente e não trabalhava só para os estúdios Abbey Road. Não tendo a paciência de esperar uns dias a mais, Paul procurou outro profissional a quem passou a tarefa de criar um arranjo para esta melodia. Este arranjador foi Mike Leander que realizou o trabalho. George Martin ficou magoado pela impaciência de Paul, mas mesmo assim foi ele quem coordenou a orquestra e realizou a gravação com ela. O nome da menina era, e ainda é Melanie Coe. Muitos consideram "She's Leaving Home", uma das músicas mais tristes dos Beatles.
“THE BEATLES - A HISTÓRIA POR TRÁS DE TODAS AS CANÇOES” – Steve Turner
SHE’S LEAVING HOME
Em fevereiro de 1967, Paul se deparou com um artigo de jornal sobre uma adolescente londrina de 17 anos que tinha sumido de casa fazia mais de uma semana. O pai, aflito, foi citado ao afirmar: "Não consigo imaginar por que ela fugiria. Ela tem tudo aqui". Adolescentes fugindo de casa eram o assunto do momento em 1967. Como parte da criação de uma sociedade alternativa, o guru da contraculturaTimothy Leary incitou seus seguidores a "desertarem", abandonarem a escolarização e o emprego formal. Como resultado, torrentes de jovens foram na direção de São Francisco, centro do Flower Power. O FBI anunciou 90 mil fugitivos naquele ano — um recorde.
Com apenas a matéria de jornal para se basear, Paul escreveu uma música comovente sobre uma jovem fugindo de uma casa claustrofobicamente respeitável em busca de diversão e romance nos agitados anos 1960. O que ele não sabia na época era o grau de exatidão dessa especulação. Ele também não fazia ideia de que tinha conhecido a garota em questão apenas três anos antes. A fugitiva da história era Melanie Coe, filha de John e Elsie Coe, que viviam em Stamford Hill, norte de Londres. As únicas diferenças entre a história dela e a cantada na música são que ela conheceu um homem em um cassino, em vez de "na loja de carros", e que ela saiu de casa de tarde, enquanto os pais estavam no trabalho, em vez de pela manhã enquanto dormiam. "O impressionante sobre a música era quanto ele acertou sobre a minha vida", diz Melanie. "Falava dos pais dizendo 'we gave her everything money could buy'z8, o que era verdade no meu caso. Eu tinha dois anéis de diamante, um casaco de pele, roupas de seda e cashmere feitas à mão e até um carro." Melanie continua: "Depois, havia um verso que falava 'after living alone for so many years'79, o que realmente me tocou porque eu era filha única e sempre me senti sozinlia. Nunca tive diálogo com nenhum dos meus pais. Era uma batalha constante. Eu saí porque não conseguia mais encará-los. Ouvi a música quando foi lançada e pensei que era sobre alguém como eu, mas nunca sonhei que na verdade fosse sobre mim. Eu me lembro de pensar que não tinha fugido com um homem do mercado de automóveis, então não podia ser eu! Eu devia estar na casa dos vinte quando minha mãe disse ter visto Paul na televisão, e ele tinha dito que a música era sobre uma matéria de jornal. Foi quan­do comecei a dizer aos meus amigos que era sobre mim". O caso de Melanie é exemplar do conflito de gerações do fim da década de 1960. Melanie desejava uma liberdade da qual tinha ouvido falar, mas que não tinha encontrado em casa. O pai dela, um executi­vo de sucesso, e a mãe, cabeleireira, tinham um casamento insosso e frágil. Eles não tinham religião, e as coisas mais importantes da vida eram respeitabilidade, asseio e dinheiro. "Minha mãe não gostava de nenhum dos meus amigos. Eu não podia levar ninguém para casa. Ela não gostava que eu saísse. Eu queria atuar, mas ela não me deixou ir para a escola de teatro. Ela queria que eu fosse dentista. Ela não gos­tava de como eu me vestia. Ela não queria que eu fizesse nada que eu queria. Meu pai era fraco. Ele acatava qualquer coisa que minha mãe dissesse, mesmo que discordasse", conta Melanie.
Foi através da música que Melanie encontrou consolo. Aos 13 anos, ela começou a frequentar os clubes do West End de Londres e, quan­do o lendário programa de televisão ao vivo Reaày Steaày Go! começou, no fim de 1963, ela se tornou uma dançarina regular nele. Os pais dela muitas vezes vasculhavam os clubes e a arrastavam de volta para casa. Se chegasse tarde, apanhava. "Quando saía, podia ser eu mesma. Aliás, nos clubes eu era encorajada a ser eu mesma e a me divertir. Dançar era a minha paixão. Eu era louca pela música da época e mal podia esperar até que o próximo single saísse. Quando a música diz 'Some-thing was denied'80, esse algo sou eu. Eu não podia ser eu. Eu estava procurando diversão e carinho. Minha mãe não era nada carinhosa. Ela nunca me beijava", Melanie conta.
Em 4 de outubro de 1963, Melanie ganhou um concurso de mímica no Ready Steady Go! Por coincidência, era a primeira vez que os Beatles estavam no programa, e ela recebeu o prémio das mãos de Paul McCartney. Cada um dos Beatles deu a ela uma mensagem autografada. "Passei o dia nos estúdios ensaiando, então estive perto dos Beatles a maior par­te do tempo. Paul não estava a fim de muito papo, e John parecia distante, mas passei um tempo conversando com George e Ringo", ela conta.
Sair de casa levou Melanie aos braços de David, um crupiê que conheceu em um clube. Eles alugaram um apartamento em Sussex Gardens, perto da Paddington Station, e enquanto davam um passeio uma tarde viram a foto dela na primeira página de um jornal vesper­tino. "Voltei imediatamente para o apartamento e coloquei óculos escuros e um chapéu", ela conta. "A partir daquele momento, vivi com pavor de ser encontrada. Eles conseguiram me achar depois de uns dez dias, porque acho que deixei escapar onde meu namorado trabalhava. Falaram com o chefe dele, que me persuadiu a ligar para eles. Quando eles ligaram para ir me ver, me enfiaram na parte de trás do carro e me levaram para casa."
Para fugir dos pais, Melanie se casou aos 18 anos. O casamento não durou muito mais do que um ano, e, por volta dos 21, ela tinha se mudado para os EUA para viver em um ashram e tentar trabalhar como atriz. Hoje Melanie vive na Espanha com dois filhos e o namorado. Ela compra e vende jóias de Hollywood dos anos dourados. "Se eu fosse viver minha vida de novo, não escolheria fazer tudo igual. O que eu fiz foi muito perigoso, mas tive sorte. Acho que é bom ser imortalizada em uma música, mas teria sido ainda melhor se tivesse sido por ter feito alguma coisa, em vez de por ter fugido de casa", ela comenta.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

THE BEATLES - YOU CAN'T DO THAT - SENSACIONAL!!!

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JOHN & YOKO - UMA HISTÓRIA DE...HORROR! - O FILME

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Quem se lembra do filme "John e Yoko: Uma História de Amor" transmitido pelo SBT em 1990? “John e Yoko - uma historia de amor” é um clássico filme B e daqueles difíceis de achar. Dirigido por Sandor Stern, o filme foi produzido para a TV em 1985 nos Estados Unidos e tem 146 min. Mostra desde o primeiro encontro de John Lennon e Yoko, em 1966, até o assassinato de Lennon em 1980.
O filme foi muito gentil com a Yoko. A atriz escolhida (Kim Miyori) não é feia. Já John Lennon e os outros Beatles beiram o ridículo. Durante o filme inteiro, aparecem erros grosseiros que tiram qualquer beatlemaníaco do sério, chegando ao ponto de ser até divertido do tanto que é trash.Elenco: Mark McGann (John Lennon),
Kim Miyori (Yoko Ono) Kenneth Price (Paul McCartney), Peter Capaldi (George Harrison)
Phillip Walsh (Ringo Starr) Richard Morant (Brian Epstein), Rachel Laurence (Cynthia Lennon), Joe Randall Cutler (Julian com 5 anos), Samuel Wetmore (Julian com 11anos) Paul Lockwood (Julian com 15 anos) Catherine Wrigley (Kyoko com 5 anos) Larissa Anastacio (Kyoko com 8 anos) Vincent Marzello ( Tony Cox), David Baxt (Elliot Mintz) e John Sinclair (George Martin).
O filme “John & Yoko: A Love Story” estreou no dia 02 de dezembro de 1985 nos EUA pela NBC-TV. No You Tube, é possível ver o filme todo separado em partes, em ingês e sem legendas em português. Aqui está a 1ª parte:

DR. ARTHUR JANOV - GRITE E SEJA FELIZ!

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Arthur Janov, Ph. D, nasceu em Los Angeles, em 21 de agosto de 1924 (está com 87 anos!). Ele é um psicólogo e psicoterapeuta que se tornou famoso no início de 1970 por ter em sua carteira de clientes duas das maiores personalidades da época: John Lennon e Yoko Ono.
É o autor de The Primal Scream (O grito primal) e criador da terapia primal, psicoterapia na qual o paciente é encorajado a reviver e a expressar seus sentimentos básicos, que o terapeuta considera que podem ter sido reprimidos. Foram seus pacientes John Lennon e Yoko Ono. Serviu de fonte de grande inspiração para a banda pop britânica Tears For Fears.
No final dos anos 60, um psicólogo chamado Arthur Janov, se tornou famoso ao “descobrir”, por acaso, o que mais tarde viria a se tornar a base central de uma terapia revolucionária: o grito primal. Segundo o Dr. Janov, o grito primal não é simplesmente um grito, ele é a conseqüência de uma dor central que fica guardada, sem possibilidade de expressão. Essa dor é chamada de dor primal por ser a primeira e é a partir dela que surgem todas as neuroses que poderão acompanhar o indivíduo a vida toda.
A primeira vista pode parecer estranho, mas quem já experimentou garante que funciona. Dentre as diversas personalidades que já experimentaram a Terapia Primal podemos citar Carlinhos Lira, Roland Orzabal (do Tears For Fears), e a mais famosa delas: John Lennon. Segundo dizem, o seu período mais criativo aconteceu quando ele fazia a Terapia Primal, tendo produzido o álbum Plastic Ono Band de grande sucesso na época.
No dia 8 de junho de 1970, o doutor Arthur Janov - preocupado com o comportamento de John Lennon - e como parte do tratamento da Terapia do Grito Primal - o aconselhou a assistir o filme Let it Be para relaxar. John aceitou e assistiu o filme num cinema vazio em São Francisco. Com ele estavam o próprio Janov, Yoko Ono, o editor da revista Rolling Stone, Jann Wenner e a esposa dele, Jane. John Lennon chorou ao ver o filme.
Em entrevista à revista Rolling Stone, em 1970, Lennon comenta sobre o álbum: “Acho que é a melhor coisa que já fiz. É realista e verdadeiro com o Eu que vem se desenvolvendo ao longo dos anos em minha vida. Sempre escrevi sobre mim mesmo, quando era possível. Mas por causa de meus bloqueios e muitas outras coisas, só de vez em quando eu compunha especificamente sobre mim mesmo. Desta vez, tudo que escrevi é sobre mim mesmo e é por isso que eu gosto. Sou eu! E mais ninguém. É verdadeiro, só isso.”

GEORGE HARRISON - HARE KRISHNA MANTRA - ANIMATED

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LITTLE RICHARD - A-WOP-BOP-A-LOO-BOP-A-LOP-BAM-BOOM

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Little Richard nasceu Richard Wayne Penniman em 5 de dezembro de 1932, em Macon, na Geórgia. Em sua infância,  Little Richard cresceu ouvindo cantores arrebatados de gospel nas igrejas negras e isto influenciou seu modo de cantar. Aprendeu a tocar piano na adolescência e se tornaria um dos desbravadores do rock, misturando boogie-woogie, Rhythm & Blues e música gospel, criando um estilo único: uma música agressiva, vibrante, intensa, tocada acelerada ao piano.
Começou a gravar em 1955, estourando nas paradas com a música "Tutti Frutti" (gravada também por Elvis Presley). Seguiram-se hits como "Lucille", "Keep A Knockin", "Long Tall Sally", "Rip it up", "Jenny Jenny" entre outros. Little Richard teria injetado funk no rock and roll durante este período, através dos saxofones de sua banda The Upsetters, em meados da década de 1950, influenciando bastante desenvolvimento desse gênero musical. Richard tornou-se um astro, mas era atormentado por questões religiosas ligadas à sua homossexualidade, pois cresceu numa cultura cristã e conservadora. Por fim, em 1958, largou a carreira após uma excursão a Austrália para dedicar-se à religião. Tornou-se pastor e gravou canções gospel. Em 1962, entretanto, voltou aos palcos em uma turnê com shows de abertura dos Beatles e dos Rolling Stones.
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domingo, 4 de dezembro de 2011

A INCRÍVEL VOLTA DOS BEATLES - SENSACIONAL E IMPERDÍVEL!

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A INCRÍVEL VOLTA DOS BEATLES - Por John Weeks
Revista Playboy - agosto 1978
A segunda metade dos anos 1970, foi, sem dúvida, a época em que mais se especulou sobre uma possível volta dos Beatles. Ofertas milionárias para um show foram recusadas e os quatro ex-Beatles se recusavam sequer, a tocar no assunto. No entanto, essa “possível volta dos Beatles” despertava nas pessoas uma espécie de fantasia lúdica e todos se perguntavam sobre como os Beatles estariam se voltassem. Ainda seriam bons? Ainda teriam carisma? Revirando o baú, encontrei bem lá no fundo, essa verdadeira preciosidade. É um belíssimo (e longo!) conto, publicado na revista Playboy brasileira em agosto de 1978, e escrito pelo americano John Weeks. Para quem leu na época, ou guardou (como eu) é a aportunidade de reler e se emocionar novamente. Para quem não conhece, a hora é agora. Espero que gostem do tanto que eu gostei de rever e me lembrar dessa história incrível. Abração em todos e um ótimo domingo!
JOHN WEEKS, nem é preciso dizer, è fã dos Beatles. Quem, além de um admirador incondicional do conjunto made in Liverpool, chegaria ao extremo de escrever um conto em que se realizasse o sonho de os quatro Beatles se reunirem outra vez? John Weeks, apesar de sua verdadeira adoração pelos Beatles, não é inglês. É norte-americano e trabalha como redator e cartunista para a cadeia jornalística Gannett.
Este ano, enquanto sonha com a concretização do seu ideal, John Weeks espera a publicação do seu primeiro romance, The Waste and the Wychynood. Além da literatura, John Weeks dedica suas horas de lazer à pintura, à fotografia, ao beisebol, à música e... aos Beatles. Diz Weeks que escreveu este conto como uma réplica aos muitos críticos e comentaristas do mundo pop que afirmavam que uma reunião dos Bea­tles não conseguiria ser mais do que uma profunda decepção, já que depois de tantos anos separados os Beatles não seriam tão "bons" quanto a imagem que os fãs têm deles. A isso, Weeks responde: "Uma reunião dos Beatles seria um acontecimento trans­cendental, emocionante, intenso e co­movente. Tecnicamente eles poderiam estar ótimos ou fracos, mas ainda assim seriam os Beatles e isso é uma grandeza além do bom e do ruim".
Amanhecia. Fazia frio e o nevoeiro envolvia tudo. Os carneiros baixavam a cabeça, irrequietos. Dois vultos cruzaram o pátio da fazenda escocesa esgueirando-se estranhamente, como criaturas recém-saídas de um pesadelo, obscuras na cerração, o couro das botas sorvendo a lama levemente. Com o rosto ainda afogueado pelo calor da lareira que acabara de acender, Paul McCartney vinha sentar-se com a família para o café da manhã. O vapor cobria as vidraças das janelas. Subitamente, a porta da cozinha se abriu e dois negros entraram rápidos, revólveres em punho.
Bom dia, Paul! – disse um deles aproximando-se. McCartney, chiando de raiva, ameaçou se erguer, mas diante dos movimentos do revólver, voltou ao assento. As crianças estavam paralisadas de medo, de olhos arregalados, bochechas cheias de pão com manteiga. Linda apertava a colher de chá entre os dedos pálidos. – Calma! – disse o estranho. Foi para trás de McCartney e encostou a boca fria do revólver na sua nuca. – Por favor, Paul, não se mexa nem um pouquinho. O segundo homem passou por trás de McCartney, e, mantendo a arma na mão esquerda, enfiou a direita no bolso do casaco e tirou uma seringa já preparada, carregada de um líquido opaco. Arrancou com os dentes o protetor da agulha e atravessando a camisa e a pele. injetou-a no braço direito de McCartney. Paul começou a perder a consciência quase em seguida, mas ainda ouviu um dos homens dizer a Linda, numa voz tão polida que parecia uma gozação: - Sei que também canta, Sra. McCartney. Adoraria ouvi-Ia... brevemente...
Era meia noite em Nova York, e John Lennon estava bêbado. Estava chegando em casa. Com os olhos se-micerrados, apertou o botão do eleva­dor. Quando este desceu, e as portas se abriram, entrou. Antes que se fe­chassem, porém, um braço se interpôs, seguido do corpo de um negro, vestido à paisana.
- Bem vindo a bordo! - exclamou Lennon alegremente, com um sorriso embriagado dominando seu rosto. O estranho deu-lhe as costas. Enquanto o elevador subia, Lennon cantarolava consigo mesmo, até que falou, inesperadamente:
-Tem um baseado aí, pessoinha? O estranho resmungou qualquer coisa como resposta, enfiou a mão no casaco, voltou-se e puxou rapidamente - um revólver.
Lennon fitou a arma por um mo­mento, piscando os olhos de coruja por trás dos pequenos óculos redon­dos. Depois caiu na gargalhada, divertindo-se a valer.
- Do que vamos brincar? De mocinho? De bandido? No Oeste ou na CIA? Goo goo goojoob! O elevador chegou ao seu destino e as portas se abriram. O estranho, com o revólver apontado para Lennon, apertou o botão para o térreo. As portas se fecharam e o elevador tornou a descer. Com extrema rapidez, o estranho empurrou Lennon para um canto, forçou-o a se ajoelhar, tirou do bolso uma seringa e espetou-lhe a agulha no braço. Lennon berrou algo incompreensível, fez uma careta para o homem, friccionou o braço e caiu de cara no chão. Quando o elevador parou, foi rapidamente arrastado para fora do prédio e jogado dentro de um carro que esperava. Ali, desfaleceu tal qual um morto, sobre o banco.
Fazia frio e o céu estava claro em Los Angeles. A lua estava grande e luminosa. Uma viração agitava as palmeiras, tornando-as ameaçadoras como foices. Três negros, à paisana, distribuíam panfletos a transeuntes numa das esquinas do La Cienega Boulevard.
George Harrison e Ringo Starr, abotoando suas jaquetas, deixavam um restaurante e subiam pelo La Cienega. Ao chegarem à esquina, os propagandistas se acercaram, oferecendo panfletos. Harrison apanhou um distraidamente, sem olhar para ele.
- Leia, por favor... - pediu um dos homens, passando à sua frente. Os outros dois aproximaram se e se colocaram atrás de Harrison e Starr. Starr observava atentamente... Harrison leu a mensagem rabiscada com violência sobre o panfleto, e empalideceu. Passou o papel a Starr.
A mensagem dizia: "Fiquem calmos. Tem dois revólveres apontados para vocês. Acompanhem a gente e se comportem com naturalidade".
Os cinco agruparam-se e foram se afastando do bulevar La Cienega, os três estranhos fingindo uma conversa animada para afastar suspeitas. En­traram por uma sombria passagem de serviço e desapareceram da visão de quem passava na rua.
Harrison e Starr foram empurrados contra o lado de um carro grande, visível apenas pelos cromados. Harrison, lento e passivo, não esboçou reação alguma. Starr, no entanto, inesperadamente, irritou-se: - Bicha! - gritou, e investiu contra o raptor que estava atrás dele. A resposta veio imediata. O homem desviou-se, passou o braço em torno do pescoço de Starr e comprimiu o cano do revólver na sua garganta. Ringo desistiu, sussurrando uma promessa de vingança. Harrison soltou um suspiro profundo e olhou para longe.
Os dois reféns foram enfiados no banco traseiro do carro. Obedecendo ordens, tiraram as jaquetas e arregaçaram as mangas das camisas. Um dos homens, com uma seringa, picou o braço direito de Harrison. Antes que a lucidez o abandonasse totalmente, ele pôde ouvir Starr praguejando em voz baixa e compassada.
Os Beatles acordaram quase que ao mesmo tempo. Haviam dormido em camas de solteiro, alinhadas lado a lado ao longo da parede de um quarto grande. Por pouco tempo, ficaram calados, agitando-se, piscando e entreolhando-se, observando o quarto.
O primeiro acordar foi John, que começou a rir, apesar da dor de cabeça que estava sentindo.
- Cá estamos, bonecas, todas em fila. Olá todo mundo. Ringo ergueu-se devagar, apoiado num dos cotovelos. - O quê vocês acham que está acontecendo? - Droga, era só o que eu gostaria de saber - resmungou Paul, sentando-se e jogando as cobertas para longe. - Será que existe um telefone por aqui?
Não. Não havia telefone. Não havia nada no quarto, exceto as camas, um armário com gavetas e quatro cadeiras de madeira. Todos alinhados contra uma parede. O resto do vasto cômodo estava vazio, nada cobria o soalho frio de madeira. O quarto era antigo e desgastado, com enfeites de madeira e gesso esculpido de estilo vagamente espanhol. O gesso apresentava rachaduras e falhas em muitas partes, e no ar pairava um forte cheiro de mofo. O encanamento, há muito tempo pintado de branco, corria exposto e enferrujado por todo o teto elevado. Havia três portas no quarto: uma principal, na parede oposta à das camas, e uma menor em cada parede lateral. Uma destas portas pequenas estava aberta, revelando a banheira, uma privada e a pia, todas grandes e fora de moda. A outra estava fechada, como a principal. Ringo verificara. A janela que ficava acima do armário junto da cama deixava entrar a única iluminação possível naquele quarto - a luz do dia. A janela fora obstruída, pelo lado de dentro, com grade de aço reforçada, e, por fora, com ferro batido ornamental. Mesmo assim, oferecia um panorama que Ringo tentava reconhecer. - Parece que voamos para muito longe... muitas palmeiras, mas as ruas não se parecem com as de Los Angeles. Estou achando que estamos no México. - Vocês estão em Nova Orleans - anunciou imprevistamente uma voz estranha. Os quatro Beatles voltaram-se, surpresos.
A porta lateral, antes trancada, fora aberta e dava passagem a uma figura - um negro á paisana. Paul logo o identificou como um dos dois invasores de sua fazenda na Escócia. O homem segurava uma arma. Entrou, pegou uma das cadeiras junto à parede, arrastou-a e sentou-se de frente para as quatro camas. Fez um gesto para que Ringo retornasse a seu lugar. Sorriu com amabilidade e repetiu com voz mais cordial: -Vocês estão em Nova Orleans. Um lugar maravilhoso, eu acho. Fez uma pausa. - Tenho umas coisinhas para dizer, mas não vou tomar muito tempo de vocês, pois têm muito trabalho pela frente. O armário ali é para todos. A gaveta de cima é sua, Paul, a outra é de John. A seguinte, de George, e a de baixo, do Ringo. Vocês vão encontrar uma grande variedade de roupas íntimas, bem como uma muda de calças e camisas. Tamanhos exatos, naturalmente. Infelizmente, porém, deverão usar seus próprios sapatos, que, aliás, estão debaixo da cama de cada um. No banheiro há muitas toalhas para todos. Paul, inquieto, tentou interrompê-lo, mas o revólver e um lento sorriso convidaram-no a se calar. O homem continuou: - "Muito bem", vamos ao que interessa - e olhou em direção à porta pela qual entrou. - Preparamos um pequeno estúdio na sala ao lado. Há guitarras, baterias e um piano, bem como gaitas, entre outras coisas. Contudo, não há amplificadores. Vocês podem se virar sem eles. Há, também, roupas para show - todas com a marca registrada - e sob medida, posso garantir. Espero que gostem delas, são muito elegantes. Ah, sim, e idênticas - exceto no tamanho. Exatamente como nos velhos tempos, não é mesmo? Fez nova pausa, e sorriu radiante. Os quatro estavam silenciosos, agitados, olhando fixamente para o homem e a arma que ele segurava sem esforço. Ele continuou: - Amanhã à noite, às 8, vocês vão fazer um show no Superdome. Este show deve consistir de quinze músicas, no mínimo, e ter a duração de pelo menos uma hora. Sem intervalo. Quanto às músicas a serem escolhidas, não há discriminação, desde que sejam exclusivamente suas. A escolha fica a cargo de vocês, com exceção disso. Mas lembrem se, por favor: pelo menos quinze musicas. No mínimo, uma hora. Paul xingou, veemente, e começou a se levantar, com o rosto bem vermelho. O homem apontou o revólver. - Por favor - advertiu ele -, você tem que pôr na cabeça um fato simples e óbvio. Vocês são prisionei­ros e correm perigo. Devem concordar com tudo que lhes for solicitado, do contrário as consequências serão imediatas e catastróficas. Tanto para vocês quanto para as pessoas que vocês amam. Não se trata de um jogo, de uma brincadeira. Vocês são reféns à minha mercê. Ninguém sabe ao certo onde vocês estão. Até mesmo as desagradáveis circunstâncias do seu desaparecimento são desconhecidas, nem sequer suspeitadas - a não ser no caso de sua família, Paul. Mas a Sra. McCartney e os filhos também estão sob nossa custódia. Não, não precisa se alarmar. Eles estão muito bem. E de certa maneira têm realmente muita sorte: assistirão ao show num dos melhores lugares.
- Pra quê que é esse show? - exaltou-se Paul, mas procurando se controlar. - Quem está por trás disso? O homem respondeu amigavelmente, com sorriso cordial:
- Vocês. Vocês, naturalmente. Trata-se de um show dos Beatles. - Não foi isso o que Paul quis dizer - desfechou George. - Quem são vocês? Quem são os outros? Quem é que vai acabar lucrando com esse negócio?
- Ah... mas isso eu não posso contar, sinto muito. - E acrescentou: - Em compensação, posso contar detalhes importantes a respeito do show. Está sendo bolado de uma forma inédita e surpreendente. Não haverá conexões de TV para circuito-fechado, não haverá filmagens para um futuro filme, e nem gravação para algum disco futuro. Será um show — isso e nada mais. Simples, não? E garanto que os ingressos serão vendidos pelo preço mais baixo possível. O homem recostou-se e riu com toda a naturalidade.
- Acho que vocês se orgulhariam se soubessem da repercussão lá fora. Desviou o olhar para a janela. – A divulgação foi iniciada ontem e o resultado deu numa comoção geral. Podem acreditar que é verdade. Vejam só...
Enfiou a mão no bolso interno do paletó e tirou a primeira página dobrada de um jornal e o jogou aos pés da cama de Paul. Levantou-se.
- Tudo está acontecendo bem depressa. De fato, não há tempo a perder. E vocês deveriam começar os ensaios imediatamente. Têm apenas hoje e amanhã - e só a luz do dia para trabalhar, pois não há energia elétrica por aqui. Aproveitem a noite para dormir bem. A falta de tempo é realmente atroz, não é? Por sinal, há quanto tempo não se apresentam juntos? Bem, não interessa. Afinal, vocês são profissionais — e nisso podemos confiar.
Andou até a porta principal, pegando uma chave do bolso da calça. - Procurem não se preocupar com o aspecto desagradável desta situacão... me refiro às ordens indis­cutíveis, entendem? Desde que sigamo nosso pequeno e simples joguinho, tudo terminará maravilhosamente para vocês e para todos os que estão metidos nisso. Afinal de contas, ninguém está torturando vocês, não é? Pedimos apenas que realizem este show - coisa que sabem fazer muitíssimo bem. E que já poderiam estar fazendo, de livre e espontânea vontade, e ao mesmo tempo se divertindo. A propósito, por que se negaram a novas apresentações? Orgulho, não é mesmo? Ora. que importa! Saiu, e a porta fechou-se por trás. John recostou a cabeça no travesseiroe sorriu com ironia:
- Meus amigos, não vamos fazer esse show, não.
- John - implorou Paul -, eles estão com Linda e as crianças! Temos que pensar numa saída.
- Acredita mesmo que vão apagar os Beatles, com família e tudo? Seria um excesso, não seria? E depois eles poderiam acabar com a gente tanto antes como depois do show. - Pelo amor de Deus. não diga isso - gemeu Paul. - Que diabo! O que é isso? Quem são esses sujeitos? Por acaso não estaremos levantando um capital para alguma organização terrorista? Seria fantástico... BEATLES TOCAM EM BENEFÍCIO DAS BOMBAS...
John prendeu a respiração e começou a cantar, baixinho, pelo nariz: "Yuh say Yuh wanna revolution, well, Yuh know..." Fez-se um silencio penoso. Paul, de olhos parados, suspirou, desdobrando preguiçosamente o jornal sobre sua cama. Era um exemplar do International Herald Tribune, e a manchete da primeira página atraiu sua atenção: OS BEATLES JUNTOS OUTRA VEZ! Logo abaixo, grandes fotos dos quatro e a história:
"NOVA ORLEANS - Pela primeira vez, após mais de sete anos de ausência, os Beatles irão se apresentar juntos, na quarta-feira à noite, no Superdome, estádio com capacidade para 80 mil pessoas. Os quatro Beatles - John Lernnon, 36; Paul McCartney, 35: George Harrison. 34; e Ringo Starr, 36 - segundo informações, isolaram-se em local ignorado, nos arredores de Nova Orieans e preparam-se para o show. A surpreendente divulgação do acontecimento, feita por um não identjficado porta-voz do grupo, provocou uma verdadeira corrida mundial de caça aos ingressos. Os Beatles, geralmente considerados o maior conjunto de rock e um dos maiores sucessos da história da música, dominaram a música popular e grande parte da cena cultural de 1964 a 1970. quando então se separaram. Recentemente, fizeram-se inúmeras tentativas para induzi-los a voltarem a se reunir - incluindo-se ofertas de até 50 milhões de dólares! - Nos últimos meses, rumores de que se reuniriam outra vez receberam intensa publicidade. Os próprios componentes do conjunto, entretanto, mantiveram-se inflexíveis a quaisquer ofertas. Os quatro - cada um deles, desde o momento do rompimento, fez sucesso sozinho - declararam ser a reaproximação definitivamente impossível. O motivo que abalou esta posição dos Beatles continua sendo um mistério. O porta-voz do grupo, que divulgou detalhes do show numa declaração breve e lacônica, recusou-se a se identificar aos repórteres e a responder a qualquer pergunta. Na curta entrevista concedida à imprensa, dada no Press Club de Nova Orleans, não foi permitida a presença de fotógrafos. Representantes dos Beatles em Nova York e Londres, e funcionários do Superdome, confirmaram a apresentação, mas insistiram em não fornecer maiores detalhes. Todas as tentativas de se localizar Yoko Ono e Linda, respectivãmente mulheres de Lennon e McCanney, foram frustradas, deixando margem para a hipótese de que estariam em reclusão na companhia de seus maridos. A garota de Ringo Starr. Nancy Andrews, afirmou em Los Angeles que estava espantada pelo seu desaparecimento. "Ele simplesmente sumiu", declarou ela - "Telefonou pra dizer que estava com os outros, que iam fazer um show. mas não disse mais nada". A apresentação, com início marcado para as 20 horas (hora oficial) da quarta-feira, no Superdome, será a única", disse o misterioso porta-voz. É curioso notar que se fixaram os preços a 2 dólares por pessoa - bem abaixo da média cobrada até num show sem superastros. 'Eíes devem estar fazendo isso por pura bondade, observou o em presário Bill Sargent de Los Angeles, que certa vez lhes oferecera a quantia de 50 milhões de dólares por uma única apresentação. Igualmente notável é que se restringiu a venda dos ingressos à bilheteria do Superdome, na base do quem chega primeiro, leva primeiro. Imediatamente depois da divulgação da noticia, um grande número de pessoas acumulou-se em torno do Superdome. Cerca de 100 mil pessoas passaram a noite toda em fila. na disputa dos 80 mil ingressos - que somente serão vendidos na manhã da quarta-feira. A venda foi limitada a dois ingressos por pessoa. Autoridades e celebridades do mundo inteiro manifestaram vivo interesse em assistir ao show, e, segundo se sabe, muitas delas enviaram agentes a Nova Orleans na esperança de obter ingressos. Conforme um porta voz da Casa Branca, o presidente Jimmy Carter solicitou algumas reservas, mas, devido às notícias controvertidas e ao método incomum da venda dos ingressos, decidiu cancelar seu comparecimento. "Outras celebridades, no entanto, passaram a noite em claro entre a multidão em volta do Superdome - in­cluindo a antiga primeira dama do Canadá, Margaret Trudeau, o ator de cinema Dustin Hoffman, os cantores John Denver e Art Garfunkel, o ex-senador da Califórnia, John Tunney, a jornalista Shana Alexander e o roman­cista Norman Mailer. Estes últimos declararam que planejam escrever um livro sobre o evento, que Mailer denominou como “o concerto do século”. A grande maioria, porém, provinha dos arredores de Nova Orleans. Logo após as primeiras notícias divulgadas pelo rádio, milhares de pessoas afluí­ram ao gigantesco estádio. Houve engarrafamentos de trânsito em toda a área que circunda o estádio, e mobilizaram-se centenas de policiais. Formou-se um posto de comando durante a noite toda para o controle da massa. Há notícias de retardatários ofere­cendo grossas somas de dinheiro - até 2 mil dólares - em troca de lugares estratégicos na fila. Uma dessas ofertas, sabe-se, foi rejeitada. Rick Milton, 27 anos, o primeiro da fila, relatou que "um sujeito com cara de árabe" lhe oferecera 2 mil dólares para que cedesse seu lugar. 'Eu disse pra ele ir pro inferno. Tive uma bruta sorte de ser o primeiro!, exaltava-se Milton, motorista de táxi em Nova Orleans. "Eu estava dirigindo meu carro aqui por perto, quando ouvi a notícia pelo rádio. Estacionei logo e corri direto para a bilheteria. Venci a corrida por dois minutos!"
O texto estendia-se descrevendo a carreira dos Beatles, a separação e as consequências. Os quatro amontoavam-se sobre o jornal na cama de Paul. George olhou fixamente para Ringo e perguntou: - Que história é essa de telefonar para Nancy? - Ah, isso...vacilou Ringo - foi muito esquisito. Aconteceu há bastante tempo. Quer dizer, não sei há quanto tempo, exatamente. Não sei quanto tempo a gente ficou fora de órbita. Bem, eles vieram, me acordaram e me levaram até um telefone, eu tinha que dizer o que eles queriam. Eu disse, me trouxeram de volta e me doparam de novo. - E, dirigindo-se a John, acrescentou: - Sabia que eles pegaram Linda e Yoko também? Eles me falaram sobre isso.
John estava ouriçado. - Já sei o que a gente vai fazer. A gente vai fazer uma versão de uma hora do Cold Turkey. É o que isto parece: entramos numa fria, numa barra pesadíssima. Silêncio. George foi à janela e ficou olhando para fora. Ringo andava passo a passo pelo quarto. John e Paul continuavam na cama. Paul disse, então, com desespero: - Lembra-se das ordens? Quinze músicas. Músicas dos Beatles, não aquela merda do John Lennon. - Ah, mas você é o especialista em merda, não é? - explodiu John. - Veja só em que fresco de merda você se transformou nos últimos oito anos! Paul forçou um sorriso: - Mas pelo que sei, John, vendi alguns discos a mais que você! John deu de ombros: - Ora, que diferença faz! Somos todos uns merdas, mesmo. Sou o Change the World de merda, você o Valentine"s Day de merda, e o George o Deva Dip de merda...
Subitamente, do outro cômodo veio um rufar de bateria. Ei! - convocou a voz de Ringo. - Eu ainda sou ótimo! Azar de vocês, seus merdas! Por um longo e vazio instante, os três encararam-se... por fim, caíram na gargalhada, e correram para a sala ao lado. - Bem-vindos ao único show dos Beatles - disse Ringo, sorrindo com malícia. - Quem gostaria de se submeter a um teste? Sorridente, Paul sentou-se ao piano e dedilhou as teclas. Ringo ajeitou-se atrás da bateria. John e George se entreolharam e então elevaram os olhos aos céus. John xingou. E ambos pegaram as guitarras.
Passava das 8 horas da noite de quarta-feira no Superdome, em Nova Orleans. Oitenta mil pessoas ocupavam seus lugares, expectantes, envolvidas num suspense que exprimia duplamente ansiedade e dúvida. Murmurava-se, havia pouco movimento, apenas uma intensa respiração controlada, no ar a opressão semelhante à que antecede uma tempestade.
Nenhum mestre de cerimônia, nenhum apresentador, nenhuma palavra de boas vindas. No meio do gramado vazio, um palco vazio. Sobre ele, cravados 80 mil corações, 160 mil olhos. De repente, uma certa agitação de um dos lados do estádio; em seguida, alguns gritos; pouco depois, mais gritos, e mais, mais, gritos. Os olhos, todos, voltaram-se, e viram... e então... Pandemònio! Os Beatles entravam e caminhavam para o centro do campo.
Oitenta mil pessoas puseram-se de pé, ergueram os braços e gritaram alucinadamente. Seus brados lembravam mais o choro que a saudação, como o êxtase dos amantes que se reencon­tram depois de longa separação. Foi uma ovação magnífica e como­vente... crescia, inchava, irrompia como um terremoto entre montanhas, como trovões enfurecidos infinita­mente. Há quanto tempo - há quantos anos - não se ouvia esse som sobre a face da terra?
Esplêndidos em suas roupas idênticas, os Beatles continuavam em direção ao palco improvisado. Andavam rapidamente - e de cabeça baixa, propositadamente. Apenas uma vez Ringo olhou para o alto, sorriu maliciosamente e acenou. Pandemônio!
Subiram no palco, apanharam os instrumentos. Um momento breve de acomodação, afinação, sincronização... Pausa. E pela primeira vez olharam, juntos, para a audiência. Entreolharam-se, e após ligeira contagem começaram a tocar.
A primeira música, do último álbum antes da ruptura: Two of Us. "Two of us riding nowhere, spending someone 's hardearnedpay. . . You and l have memories, longer than lhe road lhal stretches out a head." Uma música viva. E Paul e John a cantaram bem. Juntos. Em se tratando de abertura de show, porém, não deixava de ser uma estranha escolha. Não chegara a ser uma música popular. Entre a plateia, não restava dúvida, muitas pessoas sequer a tinham ouvido. Os que conheciam bem o álbum logo perceberam - assim que a segunda e a terceira músicas foram executadas - que os Beatles estavam reeditando aquele álbum, música após música, nesta ordem: Two of Us, Dig a Pony. Across The Universe, I Me Mine, Dig It...
Era mais que intrigante. Eram músicas dificilmente identificáveis, pouco populares, algumas delas francamente ruins. Agora ainda mais intrigante, omitiram a próxima música dentro da sequência, o clássico Lei It Be, e passaram ao gritante equívoco de Paul McCartney, I’ve Got a Feeling.
Tocavam corretamente, ensaiaram bem as músicas e as executavam com precisão técnica. Alguma coisa, porém, saía errada. Seus rostos estavam limpos de qualquer expressão. Nenhuma animação, nenhum sinal dos bons tempos, nenhuma resposta autêntica à audiência apaixonada.
E por quê? Por que insistiam naquela estranha sequência? Por que teriam eles omitido a música das músicas, tão adequada, tão popular e tão gratificante? Lei It Be, fora uma espécie de refrão, um lema, um hino empolgante nas reuniões dos Beatles. Permanecera viva na memória de todos os que sonharam com este momento. Let It Be... seria uma abertura sensível e sensacional, ou constituiria um renascimento triunfante após uma abertura anêmica. Mas desviaram-se do seu caminho, e a omitiram. Tocavam as piores músicas dos piores dias de toda sua carreira, intencionalmente, descaradamente. No melhor dos casos, enrolavam a multidão. No pior, escarneciam, desdenhavam, insultavam.
Alguém percebia isso?
Alguns, talvez. Escritores, críticos - provavelmente. Mas a maioria maciça ignorava quebra-cabeças, entrava em êxtase, em estado de graça. Aqueles eram os Beatles - Os Beatles reais diante deles - eles, um campo de braços erguidos, um imenso oceano ondulante de vozes erguidas, suspenso, inexorável, irresistível.
Irresistível!
Subitamente, um passe de mágica pareceu transformar os Beatles. A música, One After 909, ainda na sequência do último álbum, mas na verdade uma velha música, composta nos primeiros anos da carreira e só tornada pública nos dias derradeiros. Era um aviso. Alguma coisa vinha do passado para provocar, agradavelmente. E com o poder de desembaraçá-los, livrá-los da estratégia de manter aquela estranha reserva.
Um rock rápido, simples e estimulante. E John e Paul o cantaram com vigor, e quanto mais a música chegava ao fim, mais eles se envolviam, dobrando-se sobre os microfones, cantando de corpo e alma. “I Said, move over once, move over twice, come on baby, don’t be cold as ice...” Terminaram com um floreio de guitarras e braços, trocaram olhares e sorriram satisfeitos. George jogou um aceno maroto à audiência. Ringo sorria radiante, como um príncipe do rock que retorna ao seu trono.
O estádio explodiu em aplausos. Ringo debruçou sobre a bateria e atraiu a atenção de George. Trocaram palavras rápidas e sussurradas. George aquiesceu, levantou a guitarra e com um solo atacou o velho clássico Day Tripper. Quebrou-se a sequência. E a multidão delirou. John e Paul confundiram-se por alguns segundos, procurando, atrapalhados, os tons certos, e por fim juntaram-se ao acompanhamento. Ringo sacudiu a cabeça no ritmo. Paul cantou – ou melhor, berrou - triunfantemente. Got a good reason! For taking the easy way out'. Mal ensaiados, produziam uma barulheira infernal, mas estavam magníficos. Engrenavam, à toda.
Tudo aquilo era uma loucura, rui­dosa e maravilhosa. Tocavam impulsivamente, música após música. Não havia estratégia alguma agora. Tocavam, tocavam e balançavam, dançavam, e atualizavam as velhas e famosas poses. Cantavam, esgoelavam-se, brincavam com a plateia.
- Agora, queremos tocar uma música - disse Paul. - O título é... Socorro!... e é isso aí mesmo que eu quero dizer... Socorro! Socorro! Socorro! E cantou em falsete. Aquilo era uma piada, e ninguém pegou. . . que diabo!
Continuaram por hora e meia, duas horas, duas horas e meia, e tocaram de tudo. She Loves You, I Want to Hold Your Hand, A Hard Day's Night, Michelle, Yellow Submarine, um lado inteiro do Sgt. Peppers Lonely Hearls Club Band, Penny Lane, Magicai Mistery Tour, e outras mais, escolhendo o de melhor, o mais popular, as músicas de primeira linha. Vinham as recordações de fazer perder o fôlego de todos aqueles dias tão estranhos, excêntricos, vivos e maravilhosos – os dias dos Beatles -, quando as lojas da Carnaby Street eram alegres e brilhantes, quando as crianças espalhavam flores por toda Haight, quando as belas enfermeiras vendiam papoulas em tabuleiros e os bombeiros fugiam da chuva torrencial em Penny Lane. Os Beatles esqueciam palavras, erravam nas notas. Era maravilhosa¬mente terrível, terrivelmente maravi¬lhoso. O caos. A multidão arreba¬tada, perdendo as mãos. as vozes, as cabeças.
O show já durava quase três horas. E aí, sim: Lei It Be. A multidão foi se acalmando, silenciando, escutando o canto de Paul. And when the broken hearted people living in lhe world agree, there will be an answer… let it be…
Terminada a música, baixaram os instrumentos, avançaram lado a lado e curvaram-se à audiência, e curvaram-se novamente, e novamente se curvaram. A ovação não tinha fim. Nem nunca teria. Oitenta mil pessoas de pé, aclamando, agradecendo, querendo mais e muito mais, num clamor entusiasmado e indescritível.
Retomaram seus lugares. Ao piano. Paul cantou: Hey Jude, don't make it bad, take a sad song and make it better... A música acabou com aquele refrão curto, familiar e persistente, ora crescendo, ora baixando, novamente crescendo, a quatro vozes. Na... na, na, na, na, na, Hey Jude... É uma canção de sete minutos, mas dessa vez parecia interminável, infinita, excelente.
Repetiram o refrão, repeliram, repetiram e repetiram, o piano, as guitarras, a bateria, as vozes soando harmoniosas numa cadência hipnotizante. Oito minutos, nove minutos... cantavam alegres, e de corpo e alma. Um transe prolongado e hipnótico, e os Beatles e as 80 mil pessoas deixavam se tra­gar por ele. As oitenta mil pessoas cantavam junto, balançavam-se ao ritmo ombro a ombro, para a frente e para trás, um mar de ondas huma­nas, seus corpos e almas se elevavam, os olhos brilhando com as lágrimas de satisfação. Sim, oitenta mil pessoas choravam, os corações quase partidos pela imensa alegria. Mais de 80 mil. Havia mais quatro. Eles também choravam, as lágrimas desciam abundantes enquanto cantavam. Era quase insuportável, bom demais. Era a Beatlemania. De novo.
Mais tarde, nos seus camarins, John, Paul e George descansavam despidos. Ringo estava ausente, dissera que precisava ir ao lavatório. Um negro à paisana adentrou abruptamente, entregou em mãos três envelopes e retirou-se. Cada envelope continha um cheque nominal no valor de 40 mil dólares, assinado pelo organizador, e um bilhete manuscrito com a mesma assinatura. Paul leu seu bilhete em voz alta, e aos poucos seus olhos se arregalaram, com espanto. "Querido Paul, espero que não se zangue comigo. Eu queria fazer isso e só tinha de ser assim. As armas estavam descarregadas. Aqueles sequestradores são uns gorilas que aluguei numa agência de modelos. Eles não iam te maltratar. Essa história me custou minha parte e algo mais pelos gorilas, aviões, a casa. o estádio e todo o equipamento. Você pode ver que não fiz nada por dinheiro. Fiz por amor. Sempre amei os Beatles, você sabe. Amor. Do seu velho chapa, Richard L. Starkey." Os três olharam-se surpresos e juntos deixaram escapar uma palavra: - Ringo!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

FOTO DO DIA - THE BEATLES

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THE BEATLES - ROCK AND ROLL MUSIC

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THE BEATLES - REAL LOVE - A PEDIDOS

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“Real Love” era uma cançâo em que John já trabalhara por pelo menos dois anos e, apesar de poucos saberem, uma versão dela foi usada em 1988 na trilha sonora do documentário Imagine, de Andrew Solt. Começou como uma musica chamada “Real Life”, cujo os versos acabaram se transformando em “I’m Stepping Out”, lançado postumamente em Milk And Honey. Ele obviamente achou o refrão remasnencente - “It’s real life / Yes,it’s real life”- bom demais para descartar. O tema da musica – estou de volta ao que importa na vida – era a questão essencial de toda a sua obra pós-beatles. Ele ainda estava se despindo dos mitos, se desfazendo do que era supérfluo e,nesse caso,lidando com a realidade das cozinhas ,dos cigarros, bebes, jornais e da melancolia matutina. A canção refeita estava se aproximando da versão em que os Beatles trabalhariam. As referências a “little girls and boys” e “ little plans and schemes” já estavam lá. Em fevereiro de 1995, Jeff Lynne apagou ruídos externos da cópia de “Real Love” e transferiu a gravação em mono para duas fitas análogas de 24 faixas no estúdio de Paul em Sussex. Paul, George e Ringo adcionaram guitarras, bateria, baixo, percursão e backing vocals. Paul usou o contrabaixo que pertenceu a Bill Black, lendário baixista de Presley e que tinha sido usado na gravação de “Heartbreak Hotel”. Ao contrário de “Free As a Bird”, os críticos massacraram “Real Love”. Só que os Beatlemaníacos adoraram e o compacto e o álbum duplo venderam milhões de cópias. Claro! Fonte: The Beatles - A história por trás de todas as canções - Steve Turner

ABSOLUTAMENTE SENSACIONAL! IM-PER-DÍ-VEL!!!

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"Carl Perkins & Friends - Blue Suede Shoes: A Rockabilly Session" foi um concerto realizado pelo grande Carl Perkins em 21 de outubro de 1985 em Londres, no Limehouse Studios e que contou além da banda de Perkins, com supertime de fazer inveja a qualquer um. A constelação de conividados especiais contou com amigos - fãs e admiridadores - do mestre tais como: como: George Harrison, Ringo Starr, Eric Clapton , Dave Edmunds (que também foi o diretor musical do show) e Rosanne Cash. A maioria do repertório executado no show consistiu em canções clássicas de Perkins - puro rockabilly dos anos 1950. O concerto especial foi ao ar originalmente pelo canal Cinemax em 1986, com comentários introdutórios de Johnny Cash , Roy Orbison e Jerry Lee Lewis. O concerto é um destaque memorável tanto da carreira de Perkins como de todos que fizeram suas participações especiais, inclusive George Harrison.
A SUPERBANDA: Carl Perkins (guitarra e vocais), George Harrison (guitarra e vocal), Ringo Starr (bateria e vocal), Eric Clapton (guitarra, vocais), Dave Edmunds (guitarra, vocais), Greg Perkins (baixo), Lee Rocker (contrabaixo), Slim Jim Phantom (bateria), Earl Slick (guitarrista), David Charles (bateria), John David (baixo), Mickey Gee (guitarra), Geraint Watkins (piano) e Rosanne Cash (vocal). Não perca tempo! Download já! Afinal, não é todo dia que secha uma pérola como esta.
DOWLOAD NOW!


THE BEATLES - I CALL YOUR NAME

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"I Call Your Name" é uma canção dos Beatles escrita principalmente por John Lennon e creditada a Lennon/McCartney. Lennon escreveu a canção antes da formação dos Beatles, e em 1963 a cedeu para que Billy J. Kramer and The Dakotas a gravassem. Os Beatles a gravaram em 1964, quando foi lançada na Grã-Bretanha e nos EUA como lado B de Long Tall Sally. "I Call Your Name" foi relançada em 1988 na coletânea Past Masters, Volume One. The Mamas & the Papas gravaram a canção em 1966, e Ringo Starr gravou uma versão para um programa especial de televisão, no décimo aniversário da morte de Lennon.
John calcula que escreveu "I Call Your Name" quando "os Beatles ainda nem existiam como banda". Como o Quarry Men, seu primeiro grupo, foi formado pouco depois que ele comprou seu primeiro violão, em março de 1957, ele deve ter escrito a música enquanto aprendia a tocar ou até mesmo antes, quando só sabia tocar banjo. The Quarry Men era inicialmente um grupo de skiffle formado por amigos da escola Quarry Bank High. Rod Davis, que tocava banjo com eles, não se lembra de ter visto John escrevendo músicas naquela época. "O que nós fazíamos era ouvir os singles mais recentes no rádio e tentar anotar as letras", ele conta. "A questão é que, se você não conseguisse entender, ou não conseguisse escrever rápido o bastante, ficava empacado. Então o que John costumava fazer era colocar suas próprias letras nessas músicas. Ninguém parecia notar porque as pessoas também não sabiam as letras. Havia uma música chamada 'StreamlineTrain', que John reescreveu como 'Long Black Train'. Ele também colocou uma letra nova no sucesso de Del Vikings 'Come GoWith Me', e eu não percebi até ouvir a versão original muitos anos depois."
Se a canção foi escrita há tanto tempo quanto John achava, isso significa que ele já vinha escrevendo sobre o desespero nos tempos de escola. Os versos "I never weep at night, I call your name" são próximos de "In the middle of the night, I call your name", de 1971, de "Oh Yoko", que faz parte do álbum Imagine.
John adicionou o solo de blue beat jamaicano em 1964. Blue beat e ska, levados para a Inglaterra por imigrantes das índias Ocidentais, estavam se popularizando entre os britânicos e o selo Blue Beat, fundado por Ziggy Jackson em 1961, havia lançado 213 singles nos três anos ante­riores. Duas semanas após a gravação de "I Call Your Name", o New Musical Express questionava se o ska e o blue beat se tornariam o grande tema do momento da música pop. Com os Beatles por perto, eles não teriam a menor chance.
Fonte: The Beatles - A história por trás de todas as canções - Steve Turner
E é com a gravação de Ringo Starr com a participação especialíssima de alguns Wilburys que a gente confere novamente essa pedrada matadora dos Beatles. Valeu! Abração!

ALEISTER CROWLIE - O PIOR HOMEM DO MUNDO?

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"Aleister Crowley era um covarde tempestuoso, um racista arrogante, misógino com lapoiante do fascismo, e um duro manipulador, ameaçado frequentemente pela sua sexualidade e ao mesmo tempo reivindincando ser libertado por ela. Mas era também um poeta fabuloso e um iconoclasta visionário cujos legados literários e culturais se estendem muito além dos limites da sua reputação. Este indivíduo controverso, uma mistura amedrontadora de egomania e auto-repulsa, inspirou comentários apaixonados - mas raramente justos - por historiadores".
Aleister Crowley, nascido Edward Alexander Crowley em 12 de Outubro de 1875 e morto em 1 de Dezembro de 1947, foi um membro da Ordem Hermética da Aurora Dourada e influente ocultista britânico, responsável pela fundação da doutrina Thelema. Ele foi o co-fundador da A∴A∴ e eventualmente um líder da O.T.O.. Ele é conhecido hoje em dia por seus escritos sobre magia, especialmente o Livro da Lei, o texto sagrado e central da Thelema, apesar de ter escrito sobre outros assuntos esotéricos como magia cerimonial e a cabala. A temática da Thelema é "faz o que tu queres pois é tudo da lei", revitalizada nos anos 70 na Sociedade Alternativa de Raul Seixas e Paulo Coelho.
Crowley também era mago, hedonista, crítico social, usuário de drogas, e libertino sexual. Em muitsa de suas façanhas ele "iria contra os valores morais e religiosos do seu tempo", defendendo o libertarianismo baseado em sua regra de "Faz o que tu queres". Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O pior homem do mundo." Além de suas atividades esotéricas, ele era também um exímio enxadrista, alpinista, poeta e dramaturgo. Em 2002, uma enquete da BBC descrevia Crowley como sendo o septuagésimo terceiro maior britânico de todos os tempos, por influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas, incluindo Jimmy Page, Alan Moore, Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Marilyn Manson e Kenneth Anger. Ele também foi citado como influência principal de muitos grupos esotéricos e de individuais na posterioridade, incluindo figuras como Kenneth Grant e Gerald Gardner.
Em 1967, Aleister Crowley, com ou sem magia, ficou imortalizado com seu rosto sendo uma das figuras que ilustram a capa do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles. Em 1967, a maioria das pessoas nem ao menos sabia quem era Aleister Crowley – mas os Beatles certamente sim.
A Lei de Thelema
O princípio Thelemico está dedicado aos altos propósitos de segurança da Liberdade do Indivíduo e de seu crescimento em Luz, Sabedoria, Compreensão, Conhecimento e Poder; mediante Beleza, Coragem e Sapiência;
A lei de Thelema está encravada no Livro da Lei, recebido por Aleister Crowley em 1904, e com este, uma mensagem de revolução do pensamento humano, da cultura e religião baseados no simples axioma: "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei - Amor é a lei, amor sob vontade". Essa Lei, resumida na palavra Thelema, não é para ser interpretada como uma licença para satisfazer cada capricho vivido, porém antes um mandato a descobrir a sua única e Verdadeira Vontade e persegui-la; deixando outros fazerem o mesmo em seus únicos e próprios e caminhos. "Todo homem e toda mulher é uma estrela".

IMAGEM DO DIA - LET IT BE

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JACK JOHNSON - ROCKY RACOON

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A PEDIDOS: THE CONCERTS FOR THE PEOPLE OF KAMPUCHEA

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Em 1979, entre os dias 26 e 29 de dezembro, Paul McCartney organizou os espetáculos em ajuda à UNICEF e aos refugiados do Camboja (Concert For The People Of Kampuchea). Participaram dos shows (todos em Londres), os Wings, Queen, The Who, The Pretenders, The Clash, Elvis Costello, Ian Dury & the Blockheads, The Clash, Rockpile, Dave Edmunds, Nick Lowe, Robert Plant, entre outros. Logo depois, Paul e seus Wings partiram para uma turnê ao Japão, onde Paul McCartney foi preso ao desembarcar no aeroporto por porte de maconha (220g). Ele ficou preso por nove dias antes de ser deportado do país. O incidente marcou o fim dos Wings. Em compensação, no mesmo ano, o Guinness, Livro dos Recordes declarou-o como o compositor musical de maior sucesso da história da música pop mundial de todos os tempos.
01- Baba O'Riley (Townshend) - The Who 5:12
02- Sister Disco (Townshend) - The Who 5:16
03- Behind Blue Eyes (Townshend) - The Who 3:36
04- See Me, Feel Me (Townshend) - The Who 5:49
5 The Wait (Hynde, Fandon) - The Pretenders 3:28
6 Precious (Hynde) - The Pretenders 3:2393,
7 Tattooed Love Boys (Hynde) - The Pretenders 3:18
8 The Imposter (Costello - Elvis Costello & The Attractions 2:10
9 Crawling from the Wreckage (Parker) - Rockpile 3:02
10 Little Sister (Pomus, Sherman) - Rockpile With Robert Plant 3:33
11 Now I'm Here (May) - Queen 6:49
12 Armagideon Time (Bennett) - The Clash 4:15
13 Hit Me With Your Rhythm Stick (Dury, Jankel) - Ian Dury and the Blockheads 4:30
14 Monkey Man (Hibbert) - The Specials 2:26
15 Got to Get You into My Life (Lennon & McCartney) - Paul McCartney & Wings 2:57
16 Every Night (McCartney) - Paul McCartney & Wings 4:17
17 Coming Up (McCartney) - Paul McCartney & Wings 4:08
18 Lucille (Collins, Penniman) - Rockestra 3:03
19 Let It Be (Lennon & McCartney) - Rockestra 4:12
20 Rockestra Theme (McCartney) - Rockestra 2:30
 ROCKESTRA: Piano: Paul McCartney - Keyboards: Linda McCartney, Tony Ashton, Gary Brooker - Guitars: Denny Laine, Laurence Juber, James Honeyman-Scott, Dave Edmunds, Billy Bremner, Pete Townshend, Robert Plant - Bass: Paul McCartney, Bruce Thomas, Ronnie Lane, John Paul Jones - Drums/Percussion: Steve Holley, Kenney Jones, Tony Carr, Morris Pert, Speedy Acquaye, John Bonham - Horns: Howie Casey, Steve Howard, Thaddeus Richard, Tony Dorsey - Vocals: Paul McCartney, Linda McCartney, John Paul Jones, Ronnie Lane, Bruce Thomas e Robert Plant.


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http://www.4shared.com/file/HtilMIaK/1981__Concerts_For_The_People_.html