

“Jamais tive qualquer instrução musical. Ninguém me disse como cantar, ou o que fazer num certo ponto da canção, nem como apresentar canções. Nem Brian Epstein, pois Brian também não sabia – ele era tão amador quanto todos nós!”




THE SHADOWS - APACHE
Em Liverpool, o desenvolvimento do rock’n’roll tomou um rumo muito diferente de Londres – a cidade não tinha estúdios, nem gravadoras, nem editoras musicais, mas tinha uma quantidade anormal de clubes onde se cultivava música ao vivo e muitos bares e locais onde as pessoas freqüentavam para dançar, ao som dos discos, que chegavam vindos dos EUA, com mais rapidez e facilidade, devido ao porto da Marinha Mercante no rio Mersey (o qual logicamente, originou os termos “Mersey Sound” e “Mersey Beat) que corta a cidade, e não apenas os sucessos de Hit Parade, mas também os discos de rythim’n’blues e country & western.












É sabido que os Beatles foram recusados pela Decca; o homem que assistiu à audição, Mike Smith gostou muito, mas os Beatles acabaram vetados pelo supervisor de Smith, Dick Rowe. È de se surpreender que naquele começo de 1962. Rowe não tenha tido a sensibilidade de perceber o talento emergente que estava naqueles rapazes, mas é bom lembrar que Brian Epstein passou os primeiros quatro meses daquele ano tentando assegurar um contrato com uma gravadora e os tapes (fitas) dos Beatles que Epstein levou pra Londres, foram recusados também peã Pye, Columbia, HMV e EMI. Era opinião generalizada nos meios musicais, que bandas de rock com guitarras não tinha futuro. E Dick Rowe tinha uma certa razão, pois a imagem que os Beatles passavam naquela época, ainda era aquela antiga, ultrapassada, um mix de James Dean com Gene Vincent, que na América (Estados Unidos), de onde vinham todos os modismos, não existia mais há tempos. É compreensível que Rowe tenha desgostado daquela profusão de topetes, costelas e blusões de couro. E até foi bom que tenha acontecido assim, pois nenhum dos grupos beat, contratados pela Decca depois, deram certo, nem mesmo os Mojos, da primeiríssima linha de bandas de Liverpool, e o Big Three, que até mesmo os Beatles consideravam os melhores do “Mersey Sound”.

Mas em maio de ’62 (sessenta e dois), Epstein mostrou os tapes para George Martin, que entre outras coisas era um homem de A & R (Artists & Repertoire) da Parlophone, uma subsidiária da EMI, que se interessou. Os Beatles voltaram da sua terceira viagem de Hamburgo para uma audição com Martin na Parlophone. Martin gostou muito dos Beatles, mas não aprovou o baterista, Peter Best, que foi mandado de volta a Liverpool. Ringo, o baterista de Rory Storm foi convidado a se juntar ao grupo definitvamente, pois em diversas ocasiões anteriores, ele já havia tocado com os Beatles. Uma sessão foi marcada nos estúdios da EMI na afamada Abbey Road, e em outubro, Love Me Do foi editado.
O som do single Love Me Do / P.S. I Love You era totalmente novo e diferente de tudo que se conhecia em rock, graças à produção de George Martin, um homem que possuía uma orquestra, com gosto mais voltado para música instrumental, para o clássico ligeiro e que antes dos Beatles, jamais tinha produzido um disco de rock.
Os dois lados do disco eram composições de Lennon e McCartney, um risco consciente que correram, pois teria sido mais seguro terem gravado pelo menos no Lado A, uma música de algum compositor “profissional”. Love Me Do tem uma ligeira influencia “country” (por mais estranho que pareça, o country & western era um gênero muito apreciado e cultivado em Liverpool), com as longas frases de gaita-de-boca de Lennon, um hit de Bruce Channel, do começo de ’62, Hey Baby. Já P.S I Love You tem um leve toque latino na percursão, um recurso que os Beatles iriam usar várias vezes. A questão é que os Beatles tivessem caído nas mãos de um produtor convencional, seu primeiro disco teria saído muito diferente, com outras músicas, possivelmente, e com as cordas que sempre adocicaram os discos de rockers ingleses como Marty Wilde, Cliff Richard e Billy Fury.
Em 11 de outubro de ’62, Love Me Do entrava no Hit Parade e em semanas atingiria sua posição mais alta 17º lugar.
THE BEATLES - LOVE ME DO
Com a campanha e um disco colocado no Top 20, os Beatles saltavam bem à frente dos rivais em Liverpool, Brian Epstein, cuja família possuía uma rede de lojas de discos, onde pela sua primeira vez sua atenção chamada para os Beatles, quando um cliente lhe perguntou sobre uma gravação My Bonnie, feita pelos Beatles na Alemanha, conforme o próprio Brian relata na sua autobiografia A Cellar Full Of Noise de ’64, anotando até a data da ocasião, 28 de outubro de 61 ), criou a Nems Enterprises, para empresariar os talentos promissores de Liverpool. Em janeiro de ’63 (sessenta e três) saía o segundo single dos Beatles, Please, Please Me / Ask Me Why, que foi para o 1º lugar: Porém, quando semanas depois, o primeiro disco de Gerry & The Peacemakers, outro contratado da Nems, How Do You Do It / Away From You em selo HMV, foi também para o 1º lugar, ficou claro que o “Mersey Sound” estava estourando.
GERRY AND THE PACEMAKERS - HOW DO YOU DO IT
O ano de 1963 foi o ano do “Mersey Sound” na Inglaterra, com nada menos que 10 singles colocados em 1º lugar durante todo o ano e mais dúzias de discos colocados em altas posições no Hit Parade. Esta foi a época em que aflorou o extraordinário talento de Paul e John como compositores, que garantiu que os Beatles ficassem muito acima dos concorrentes em termos de sucesso. Depois dos Beatles, de John e Paul, a figura do compositor ficaria para sempre vinculada ao interprete. Antes dos Beatles, raramente o interprete escrevia suas próprias músicas.
THE BEATLES - SHE LOVES YOU
Enquanto os Beatles iam quebrando recordes, como enfileirar 12 singles em 1º lugar, colocar um EP Twist & Shout na parada de singles, devido à quantidade que vendeu, e She Loves You, seu quarto single, ter vendido 500 mil cópias antes de ser editado, a maior venda antecipada da década, na Inglaterra, as bandas de Liverpool iam consolidando o “Mersey Sound” com discos de grande sucesso e excelente aceitação critica: Gerry & The Peacemakers, colocou seus três primeiros discos, todos editados em ’63, em 1º lugar: Billy J. Kramer teve dois singles em primeiro lugar e o terceiro apenas em 4º lugar durante o mesmo ano, com composições de John e Paul, “Do You Want To Know A Secret?”, “Bad To Me” e “I’ll Keep You Satisfied”, os Searchers, que não tem eram ligados a Epstein, tiveram um 1º lugar em junho de ’63, com Sweets For My Sweet e um 2º lugar em outubro com Sugar & Spice. Os Swinging Blue Jeans, tiveram um 2º lugar em dezembro de 63, com uma espetacular regravação de”Hippy Hippy Shake”, de um obscuro rocker estados unidense chamado Chan Romero – neste mesmo mês, fechando o ano, os Beatles tinham nada menos que sete singles colocados nos Top 20.
THE SWINGING BLUE JEANS



THE BEATLES - LOVE ME DO
Com a campanha e um disco colocado no Top 20, os Beatles saltavam bem à frente dos rivais em Liverpool, Brian Epstein, cuja família possuía uma rede de lojas de discos, onde pela sua primeira vez sua atenção chamada para os Beatles, quando um cliente lhe perguntou sobre uma gravação My Bonnie, feita pelos Beatles na Alemanha, conforme o próprio Brian relata na sua autobiografia A Cellar Full Of Noise de ’64, anotando até a data da ocasião, 28 de outubro de 61 ), criou a Nems Enterprises, para empresariar os talentos promissores de Liverpool. Em janeiro de ’63 (sessenta e três) saía o segundo single dos Beatles, Please, Please Me / Ask Me Why, que foi para o 1º lugar: Porém, quando semanas depois, o primeiro disco de Gerry & The Peacemakers, outro contratado da Nems, How Do You Do It / Away From You em selo HMV, foi também para o 1º lugar, ficou claro que o “Mersey Sound” estava estourando.
GERRY AND THE PACEMAKERS - HOW DO YOU DO IT
O ano de 1963 foi o ano do “Mersey Sound” na Inglaterra, com nada menos que 10 singles colocados em 1º lugar durante todo o ano e mais dúzias de discos colocados em altas posições no Hit Parade. Esta foi a época em que aflorou o extraordinário talento de Paul e John como compositores, que garantiu que os Beatles ficassem muito acima dos concorrentes em termos de sucesso. Depois dos Beatles, de John e Paul, a figura do compositor ficaria para sempre vinculada ao interprete. Antes dos Beatles, raramente o interprete escrevia suas próprias músicas.
THE BEATLES - SHE LOVES YOU
Enquanto os Beatles iam quebrando recordes, como enfileirar 12 singles em 1º lugar, colocar um EP Twist & Shout na parada de singles, devido à quantidade que vendeu, e She Loves You, seu quarto single, ter vendido 500 mil cópias antes de ser editado, a maior venda antecipada da década, na Inglaterra, as bandas de Liverpool iam consolidando o “Mersey Sound” com discos de grande sucesso e excelente aceitação critica: Gerry & The Peacemakers, colocou seus três primeiros discos, todos editados em ’63, em 1º lugar: Billy J. Kramer teve dois singles em primeiro lugar e o terceiro apenas em 4º lugar durante o mesmo ano, com composições de John e Paul, “Do You Want To Know A Secret?”, “Bad To Me” e “I’ll Keep You Satisfied”, os Searchers, que não tem eram ligados a Epstein, tiveram um 1º lugar em junho de ’63, com Sweets For My Sweet e um 2º lugar em outubro com Sugar & Spice. Os Swinging Blue Jeans, tiveram um 2º lugar em dezembro de 63, com uma espetacular regravação de”Hippy Hippy Shake”, de um obscuro rocker estados unidense chamado Chan Romero – neste mesmo mês, fechando o ano, os Beatles tinham nada menos que sete singles colocados nos Top 20.
THE SWINGING BLUE JEANS
6 comentários:
dudu: muito bom! os fenômemos não surgem como "geraçÃO espontanea", muito instrutivo o texto, parabéns!
luiz c
Obrigadão, amigo Clementino!
Muito legal! Ficou demais!
Tell me: How do you do it???
Ameeeeeei!!!!
Aula de mersey beat, parabéns !!!
Postar um comentário