sábado, 16 de março de 2013

JANE BIRKIN AND SERGE GAINSBOURG - JE T’AIME MOI NON PLUS


A década de 1960 foi, para muitos, um período chocante, mas "JE T’AIME MOI NON PLUS", de Serge Gainsbourg, com seu título sempre sussurrado e simulação dos sons de um casal fazendo amor, além de um órgão ao fundo, forçou os limites da aceitação mais que qualquer outra música. Ela fora inspirada por uma mulher, a atriz, modelo e cantora Brigitte Bardot, e ficou famosa na voz da atriz e cantora inglesa Jane Birkin.

Bardot já havia gravado algumas músicas de Gainsbourg antes de eles aparecerem juntos em um programa de TV do horário nobre, no final de 1967. O segundo casamento de Bardot estava enfrentando problemas, e ela e Gainsbourg descobriram uma atração mútua. Ela o convidou para aparecer em seu programa de TV e ele começou a compor novas músicas para ela. Nessa época, eram amantes, mas atuaram juntos em filmes franceses já em 1959. Nos anos 60, eles cantavam músicas de Gainsbourg no programa de Bardot. O cenário de "Comic Strip" refletia a psicodelia pop da época, e, ao tocar "Bonnie and Clyde", eles se fantasiavam de criminosos. Bardot tinha pedido a Gainsbourg para compor para ela "a mais linda canção de amor imaginável", e ele gravou uma canção musicalmente inspirada no supersucesso do ano anterior, "A Whiter Shade of Pale", de 1968. Mas, quando surgiram fofocas sobre carinhos exagerados nas sessões, o marido de Bardot, o industrial alemão Gunther Sachs, exigiu que o lançamento fosse retirado de circulação.

Jane Birkin ficou feliz em assumir o lugar de Bardot. Birkin havia seguido os passos de sua m
ãe, Judy Gamble, que em sua época era uma renomada atriz e musa do dramaturgo Noel Coward. Ela cresceu em um ambiente artístico, junto com seu irmão mais velho, Andrew, e sua irmã, Linda. Em 1968, o diretor francês Pierre Grimblat começou a procurar uma jovem atriz inglesa para estrelar seu filme Slogan. Birkin se aventurou a cruzar o Canal da Mancha para fazer um teste para o papel da protagonista sem jamais suspeitar que estaria deixando a Inglaterra para sempre. Grimblat pensara em escalar Marisa Berenson, mas ficou tão impressionado com o teste de Jane, que lhe ofereceu o papel, embora na época ela não falasse uma palavra de francês. Ela e Gainsbourg, que acabara de completar 40 anos, se conheceram e se apaixonaram no set de Slogan. Na época, ela havia se separado do célebre compositor trilhas sonoras John Barry (com quem tivera uma filha) e era mais conhecida por ter mostrado tudo enquanto se divertia com o ator David Hemmings no filme Blow-Up - Depois daquele beijo, de 1966, de Antonioni.

"Serge fez essa canção de amor que significa 'Eu te amo, eu também não'", ela explicou. "Ele me pediu para cantá-la uma oitava acima de Bardot, de modo que eu soasse como um menino de coro. Eu disse sim porque morri de medo de que alguma outra garota bonita a cantasse em meu lugar." Outra mulher, a rainha Juliana da Holanda, chegou a intervir, usando sua posição como acionista majoritária da Philips Records para tirar a música de circulação. Nessa época, a canção de Gainsburg estava em 2° lugar na Grã-Bretanha pelo selo Fontana, da Philips. Ela foi banida pela BBC (que, em seu lugar, tocava uma versão cover instrumental chamada "Love at First Sight" e denunciada pelo Vaticano em uma declaração no jornal oficial Ubsservatore. Mas a "Je T'Aime" genuína reapareceu sem alarde pelo selo independente irlandês Major Minor e tornou-se um sucesso em toda a Europa, com vendas que, somente na França, superaram a marca de um milhão.

Gainsbourg declarou que aquela era a "canção de amor suprema". A letra representa um diálogo imaginário, em francês, entre dois amantes durante um encontro sexual. A letra da música - antes de culminar em um orgasmo simulado por Birkin - inclui: “Eu vou e venho, entre seus flancos Você é a onda, eu, a ilha nua. Amor carnal é sem compromisso”.

Birkin revelou, mais tarde, que a música foi gravada em um estúdio próximo ao Arco de Mármore, em Londres, e que, durante a sessão, seu parceiro fazia sinais com as mãos "para eu diminuir os sussurros e gemidos. Ele estava com medo de eu não conseguir cantar as notas mais agudas".

Jane se mudou para o apartamento de Gainsbourg em Paris, na Rue de Verneuil, e o casal passou a ter uma vida mais calma. Kate, a filha do primeiro casamento de Jane, começou a passar mais tempo com eles, e Gainsbourg a criava como seu fosse sua. Profissionalmente, o incorrigível Gainsbourg continuou a forçar os limites da aceitabilidade, estreando a carreira de cineasta em 1975, quando dirigiu Birkin em um filme que levaria o nome de seu grande sucesso (no Brasil, intitulado Paixão Selvagem). Nesse filme, ela desempenhou o papel de um rapaz que se tornou objeto de interesse amoroso de um caminhoneiro gay.

Gainsbourg e Birkin nunca se casaram, mas tiveram um longo relacionamento, que teve como fruto uma filha, a atriz e cantora Charlotte Gainsbourg. Eles se separaram em 1980; dois anos depois, Birkin deu à luz sua terceira filha, Lou Doillon, de seu relacionamento com o diretor Jacques Doillon.

Ela continuou a atuar e cantar, e, paradoxalmente, a parceria artística com Gainsbourg floresceu quando foi restabelecida, em 1983. "Poderiam achar que seria mais difícil trabalharmos juntos depois de termos nos separado, mas foi justamente o contrário. Quando estávamos juntos, ele sempre compunha para mim músicas mais levianas. Eu era uma doce Lolita, às vezes quase uma prostituta ou uma menina assanhada pegando carona com caminhoneiros." Depois, ela explicou, as músicas ficaram mais sombrias e mais profundas.

O álbum Version Jane, lançado em 1995, composto inteiramente por clássicos de Gainsbourg, incluía um grupo de seletos músicos franceses modernos que Birkin havia convidado para ajudá-la a rearranjar as músicas. Jane também teve seu nome emprestado à bolsa ícone da Hermes - a bolsa Birkin - em 1984. Ela se envolveu em causas humanitárias ligadas ao bem-estar de imigrantes e à aids e recebeu a Ordem do Império Britânico e a Ordem de Mérito Nacional da França em reconhecimento por seus esforços.

Gainsbourg morreu em 1991 e, apesar de Birkin ter continuado a cantar suas músicas em shows, ela até hoje nunca cantou "Je TAime (Moi Non Plus)". No entanto, ela ainda tem orgulho de seu maior sucesso: "Uma vez, durante uma recente visita a Londres, um motorista de táxi me disse que ele teve três filhos por causa daquele disco. Então, pourquoi pasl Se você vai ser famoso por uma coisa apenas, essa música é uma boa opção".

SERGE GAINSBOURG (1928-1991) ficou famoso fora da França sobretudo por sua obra-prima sussurrada "Je TAime (Moi Non Plus)", a única música francesa que já chegou ao topo das paradas britânicas; mas, na França, ele representava uma das figuras culturais mais potentes do pós-guerra. Sua poesia era comparada à de Rimbaud e Baudelaire, sua moralidade, à do Marquês de Sade, e sua sobriedade, à de Thénadier, de Os Miseráveis. Ele recebeu o título de Cavaleiro das Artes e Letras na França, a maior honra artística de seu país. A biografia cinematográfica dirigida por Joann Sfar, Serge Gainsbourg: Víe Héroíque, foi lançada em 2010 e estrelada por Eric Elmosnino no papel de Gainsbourg. JANE BIRKIN é uma superestrela na França há quatro décadas. Seu status de ícone pop deve-se não apenas aos muitos filmes em que atuou, mas também ao seu relacionamento com Serge Gainsbourg e às músicas que compuseram juntos.

A matéria sobre Jane Birkin e Gainsbourg foi publicada originalmente em 23 de julho de 2010. Não deixem de conferir, absolutamente imperdível.  Ela era linda! http://obaudoedu.blogspot.com.br/2010/07/jane-birkin-serge-gainsbourg-je-taime.html

4 comentários:

Valdir Junior disse...

A Musica hoje virou um cliché de motel , mas é bem legal !!!!
Eu gosto de musica francesa e a feita nos anos 60 são as melhores !!!
Agora que essa mulheres era as maiores na época e continuam ( pelo menos a imagem )marcantes isso sim !!
Adorei o post !!!
Valeu Edu !!!

João Carlos disse...

Ainda perco o raciocínio com a beleza de Jane.No Brasil, a música chegou a ser lançada sem as vozespois foi proibida nas rádios.Nas fesrinhas era uma loucura.

Unknown disse...

mais que beleza de post Edu,essa cantora Jane com sua bela voz sensual, nos deixava loucos,alem da beleza é claro,linda canção,quem é que tem mais de quarenta anos que não se lembra?eu particularmente adoro,pena que o tempo se encarrega de acabar com o nossos corpos,mais a musica é eterna.

Edu disse...

Valeu, pessoal!