Os incríveis fatos relacionados a esta genial capa começam nas lentes do fotógrafo norte-americano Bob Seidemann, que desiludido com a guerra do Vietnã, se mandou para Londres, onde fez amizade com Eric Clapton. O guitarrista encomendou uma capa para um álbum de seu novo projeto ao lado do vocalista do Traffic, Steve Winwood.
Seidemann, embalado em pleno alvorecer da era espacial (o álbum foi lançado na mesma época em que o homem pisou na Lua), teve a idéia de criar uma foto em volta a um avião futurista prateado, que foi criado por um joalheiro irlandês da Royal College of Art.
Para completar a ideia revolucionária e ousada do fotógrafo, Seidemann comentou com Clapton que precisaria de uma garota virgem para manusear tal aeronave, só que naquela altura do campeonato, com a revolução sexual a pino, a dupla não conhecia nenhuma moça virgem. Um belo dia Seidemann estava no metrô quando avistou uma garota linda trajando um uniforme colegial. O fotógrafo se aproximou e deixou seu cartão com a garota, pedindo para que ela entrasse em contato com ele o mais breve possível, pois queria fazer uma sessão de fotos para "um grande astro do rock". A garota gostou da ideia e marcou um jantar para apresentar Seidemann a seus pais, que eram amigos do poeta Allen Ginsberg e adoraram a ideia.
O único problema é que a garota tinha 13 anos de idade, e segundo o fotógrafo, havia "passado um pouco do ponto", mas sua irmã (de 11 anos!) cairia perfeitamente na concepção maliciosa de Seidemann. A foto clássica foi batizada de "Blind Faith" pelo norte-americano. Clapton adorou e emprestou o nome para batizar sua nova empreitada musical.
A identidade da garota foi mantida em segredo por muitos anos. Alguns fãs garantiam que a moça era sobrinha ou filha do baterista Ginger Baker, mais pela semelhança dos cabelos do que por outra coisa. A verdade é que a jovem chama-se Mariora Goshen e até hoje não gosta de falar a respeito da polêmica capa.
A Atlantic, gravadora do grupo, torceu o nariz quando Clapton apresentou a arte final de Seidemann. O selo estava apostando todas as fichas no projeto, para eles uma espécie de "novo Beatles". Recusaram a foto de imediato. Clapton bateu o pé e falou algo como “no cover, no record”. Resultado: lançaram 750.000 cópias com a capa original na Inglaterra e depois bolaram uma capa alternativa e mais careta para o mercado norte-americano; trazendo apenas uma ingênua foto do grupo.
5 comentários:
Muito irreverente essa capa !!!
A menina não é lá essas coisas , mas dá um clima bem 60's /Hippie a capa , que no fim acaba dando certo !!
Em matéria de som o Blind Faith é uma boa evolução do Cream com um pouco mais de jazz e já apontando um pouco do caminho que o Clapton iria seguir em sua carreira solo !!!
Um dos meus tesouros e orgulho é que tenho uma cópia importada em vinil desse disco e com essa capa !! Mais tarde comprei em CD e depois a "Deluxe Edition " !!!!
Altamente Recomendável !!!
Vista agora parece tão inocente!E é!
A capa até parece um quadro da idade média,muito bom.
Um grande álbum. Para consegui-lo dei o 1°Álbum de Fagner que estava fora do catálogo. Um mês depois relançaram o álbum de Fagner. Mas o melhor do disco não era o Eric Clapton e sim Kenwood.
Comprei o disco em vinil anos atrás. O som nem é tão bom, mas a capa é muito legal.
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