No dia 20 de janeiro de 1988, “The Beatles” foram incluídos no “Rock and Roll Hall Of Fame” durante seu primeiro ano de eligibilidade. Na noite de sua indução, George Harrison e Ringo Starr apareceram para participar da premiação, juntamente com a viúva de John Lennon, Yoko Ono e os dois filhos do ex-beatle assassinado. Paul McCartney permaneceu longe, comunicando à imprensa que estava "resolvendo dificuldades" com Harrison, Starr e com as pendências de Lennon - Yoko Ono, e não apareceria. A noite acabou se tornando uma das maiores celebrações da historia do rock e da música pop. Os maiores superstars de todos os gêneros, comungavam no mesmo palco cantando um clássico dos Beatles. Todos estavam lá: menos ele: Paul.
Aqui, a gente confere o trecho do livro "Paul McCartney - Uma Vida" de Peter Ames Carlin em que ele diz:
"No final de 1987, veio a notícia de que os Beatles seriam empossados no Hall da Fama do Rock. Todos estariam lá, George, Ringo e Yoko Ono. Certamente, Paul também estaria lá. Acenando, sorrindo e pegando o baixo para tocar com eles. Era o que sempre acontecia nesse tipo de cerimônia – os artistas lendários subiam ao palco, mesmo aqueles que tinham rancores profundos e antigos, e deixavam seus sentimentos ruins de lado, mesmo por uma noite. Mas Paul não tinha nenhuma intenção de fazer isso. A antecipação pública cresceu nas primeiras semanas de 1988, tendo em vista a realização da cerimônia no dia 20 de janeiro. Inúmeros artistas de peso estavam sendo empossados no Hall dessa vez: Beach Boys, The Supremes, Bob Dylan, The Drifters, o fundador da Motown, Barry Gordy Jr., como se a própria essência da geração do rock dos anos 1960 estivesse sendo reunida para um último embalo. O elenco de apoio também não era mau: Mick Jagger, Bruce Springsteen, Elton John, Billy Joe, Little Richard, Ben E. King, Paul Simon, Tina Turner, Brian Setzer, e Jeff Beck. Mas todos residiam na sombra de algo a mais: um potencial reenconto dos Beatles. Em versão reduzida, sem dúvida, mas já era alguma coisa – um gesto em direção à bela idéia que eles um dia personificaram, um retorno à época em que muitas coisas pareciam possíveis e os Beatles serviam como trilha sonora dos sonhos da juventude em todos os cantos. Mas quando a noite chegou, Paul McCartney não foi visto em lugar nenhum. Em seu posto havia uma breve declaração, distribuída aos jornalistas pelos seus assessores de imprensa norte-americanos. Os Beatles, escreveu, ainda tem diferenças comerciais, mesmo depois de vinte anos. “Eu me sentiria um grande hipócrita se ficasse acenando e sorrindo com eles em uma falsa reunião”, concluiu. E assim a noite seguiu sem ele. Assim que Jagger terminou sua introdução engraçada e carinhosa, e assim que George e Ringo subiram no palco, seguidos de Yoko, Sean e Julian, a ausência de Paul deu um tom amargo. Em especial quando George – ancorado num disco que chegou ao primeiro lugar (Cloud Nine, de 1987) e numa inesperada, porém efusivamente aclamada, participação com Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne no supergrupo denominado Traveling Wilburys (cujo primeiro álbum chegaria entre os três primeiros um pouquinho mais tarde, em 1988) – apresentou todas aquelas típicas piadas dos Beatles que todos gostavam de ouvir. Ainda que um tanto ácidas. “É muito ruim que Paul não esteja aqui, porque era ele quem tinha o discurso no bolso”, ele disse. “Todos sabemos por que John não está aqui; e sabemos que estaria. (...) Todos nós amávamos John, e todos nós amamos Paul.” Quando chegou a vez de Yoko Ono falar, ela avançou na crítica implícita de George a Paul: “John teria vindo, vocês sabem. Ele teria estado presente”.
"No final de 1987, veio a notícia de que os Beatles seriam empossados no Hall da Fama do Rock. Todos estariam lá, George, Ringo e Yoko Ono. Certamente, Paul também estaria lá. Acenando, sorrindo e pegando o baixo para tocar com eles. Era o que sempre acontecia nesse tipo de cerimônia – os artistas lendários subiam ao palco, mesmo aqueles que tinham rancores profundos e antigos, e deixavam seus sentimentos ruins de lado, mesmo por uma noite. Mas Paul não tinha nenhuma intenção de fazer isso. A antecipação pública cresceu nas primeiras semanas de 1988, tendo em vista a realização da cerimônia no dia 20 de janeiro. Inúmeros artistas de peso estavam sendo empossados no Hall dessa vez: Beach Boys, The Supremes, Bob Dylan, The Drifters, o fundador da Motown, Barry Gordy Jr., como se a própria essência da geração do rock dos anos 1960 estivesse sendo reunida para um último embalo. O elenco de apoio também não era mau: Mick Jagger, Bruce Springsteen, Elton John, Billy Joe, Little Richard, Ben E. King, Paul Simon, Tina Turner, Brian Setzer, e Jeff Beck. Mas todos residiam na sombra de algo a mais: um potencial reenconto dos Beatles. Em versão reduzida, sem dúvida, mas já era alguma coisa – um gesto em direção à bela idéia que eles um dia personificaram, um retorno à época em que muitas coisas pareciam possíveis e os Beatles serviam como trilha sonora dos sonhos da juventude em todos os cantos. Mas quando a noite chegou, Paul McCartney não foi visto em lugar nenhum. Em seu posto havia uma breve declaração, distribuída aos jornalistas pelos seus assessores de imprensa norte-americanos. Os Beatles, escreveu, ainda tem diferenças comerciais, mesmo depois de vinte anos. “Eu me sentiria um grande hipócrita se ficasse acenando e sorrindo com eles em uma falsa reunião”, concluiu. E assim a noite seguiu sem ele. Assim que Jagger terminou sua introdução engraçada e carinhosa, e assim que George e Ringo subiram no palco, seguidos de Yoko, Sean e Julian, a ausência de Paul deu um tom amargo. Em especial quando George – ancorado num disco que chegou ao primeiro lugar (Cloud Nine, de 1987) e numa inesperada, porém efusivamente aclamada, participação com Dylan, Roy Orbison, Tom Petty e Jeff Lynne no supergrupo denominado Traveling Wilburys (cujo primeiro álbum chegaria entre os três primeiros um pouquinho mais tarde, em 1988) – apresentou todas aquelas típicas piadas dos Beatles que todos gostavam de ouvir. Ainda que um tanto ácidas. “É muito ruim que Paul não esteja aqui, porque era ele quem tinha o discurso no bolso”, ele disse. “Todos sabemos por que John não está aqui; e sabemos que estaria. (...) Todos nós amávamos John, e todos nós amamos Paul.” Quando chegou a vez de Yoko Ono falar, ela avançou na crítica implícita de George a Paul: “John teria vindo, vocês sabem. Ele teria estado presente”.
2 comentários:
Apesar dos pesares....foi até bem legal e emotivo esse momento , mas como sempre na historia dos Beatles , ficou aquele gostinho amargo no final !!
Eu achava que nessa época não havia mais nenhuma tensão entre eles!
Postar um comentário