quinta-feira, 6 de novembro de 2014

THE BEATLES - DR. ROBERT


Em suas visitas aos EUA, os Beatles ouviram falar de um médico chique de Nova York que dava injeções misteriosas "de vitaminas". Paul conta: "Nós ouvíamos pessoas dizendo 'você pode conseguir qualquer coisa com ele, o remédio que quiser'. Era uma grande pilantragem. A música era uma brincadeira em torno desse sujeito que curava todo mundo com remédios e tranquilizantes. Ele simplesmente mantinha Nova York chapada". O "Doctor Robert" era, possivelmente, o doutor Robert Freymann, um médico de 60 anos nascido na Alemanha com um consultório na Esat 78th Street. (O doutor Charles Roberts citado em alguns livros sobre os Beatles não existia. Era um pseudônimo usado pelo biógrafo Jean Stein para ocultar a identidade de outro "médico de anfetamina"). Conhecido como doutor Robert ou o "Great White Father" (tinha uma mecha de cabelo branco), Freymann era bem relacionado com a vibrante cena de arte da cidade. Ele tinha ajudado, entre outros, Thelhonius Monk e Charlie Parker (cuja certidão de óbito fora assinada por ele em 1955) e tinha a reputação de ser generoso com anfetaminas. "Tenho uma clientela impressionante, de todas as esferas", ele se gabava. "Provavelmente posso dar a você em dez minutos cem nomes de clientes famosos". John, que escreveu "Dr. Robert", estava entre esses nomes famosos, de acordo com a filha de Freymann.
Inicialmente prescritas como antidepressivos, as anfetaminas logo se tornaram uma droga recreativa para os nova-iorquinos modernos. Um antigo paciente do Dr. Freymann, citado no New York Times em 1973, declarou: "Se você quiser ter uma noitada, é só passar no Max (Dr. Max Jacobson), depois no Freymann e depois no Bishop (Dr. John Bishop). Era como ir de bar em bar". O diretor de cinema Joe Shumacher, que fazia uso de anfetaminas nos anos 60, concorda: "E nós achávamos que eram "injeções de vitamina". Ministrar anfetaminas não era ilegal na época, mas havia normas oficiais contra a prescrição de "quantodades excessivas". O Dr. Robert perdeu sua licença por seis meses em 1968 e, em 1975, foi expulso da Medical Society do estado de Nova York por imperícia. Quando New York Times pediu em março de 1973, que ele defendesse seus atos, a resposta foi: "Os viciados mataram uma droga boa". Ele morreu em 1987.

2 comentários:

João Carlos disse...

Se uma droga causa dependência, como pode ser benéfica?

Fábio Simão disse...

Será que o cara é doido?!