
Let it Be... Naked é uma versão remixada e remasterizada do álbum Let It Be, lançado em maio de 1970. O projeto foi supervisionado por Paul McCartney, que desde sempre achou que a produção de Phil Spector não representou fielmente as intenções do grupo "despojado" para o álbum original. Let It Be... Naked apresenta as canções "nuas" - sem as intervenções de Spector e sem a vibração incidental de destaque do estúdio entre a maioria dos cortes do álbum original.


Mas McCartney nunca se conformou com o resultado final. Durante anos ele viveu contrariado com o que aconteceu naquele disco. O resultado final, lançado com o nome “Let It Be”, trazia, em especial as cordas, coros e harpas de “The Long And Winding Road”, transformada de uma balada intimista num arranjo quase “brega”. Embora tenha vendido muito, a grande verdade é que “Let It Be” não agradou a ninguém. Nem os fãs nem imprensa e nem os próprios envolvidos. Paul, teria que esperar três décadas para conseguir viabilizar a edição sem cortes que ele sonhava. Em 2000, McCartney encontrou-se casualmente com o diretor de “Let It Be”, num mesmo vôo. Michael Lindsey-Hogg, que rodara o documentário de 1969, lamentava o fato de o filme não estar disponível em VHS ou DVD. No meio da conversa, Paul teve a idéia de remixar a trilha sonora para um eventual lançamento. Procurou Harrison, que deu o aval, mas não se envolveu – principalmente por já estar perdendo a batalha para o câncer que o mataria em novembro de 2001. Assim, no início do ano seguinte, McCartney mergulhou, com uma equipe de produtores, nas gravações originais de 1969.

O processo foi complicado. Como o clima entre os Beatles durante as gravações era muito ruim (agravado pela presença de Yoko Ono), era raro haver uma faixa que pudesse ser considerada “perfeita”. Utilizando técnicas digitais, os produtores fizeram, em alguns casos, colagens de takes diferentes da mesma canção. Chegaram a corrigir digitalmente uma desafinada de Lennon. Há algum tempo, um dos engenheiros afirmou numa entrevista que foram limados "todos os ruídos que normalmente acompanham as gravações de estúdio, os feitos pela própria equipe de filmagem, e até o som do vento nas gravações feitas na cobertura do estúdio da Apple". Ou seja: de "Naked" mesmo, o CD não traz nada, muito pelo contrário...


O álbum recebeu críticas mistas. Algumas elogiaram: "No geral um pouco mais forte (do que Let It Be) ... um álbum mais elegante, mais liso". Enquanto outras diziam: "não essencial (...) embora impecavelmente apresentado". A Rolling Stone observou que "(enquanto) as melhorias sonoras para o álbum como um todo são inegáveis (...) novatos devem ainda obter o original".
3 comentários:
Sempre considerei este álbum um complemento para o original. A versão de "Let it Be" desse disco emociona demais, principalmente porque me parece ser perceptível o sofrimento na voz do Paul. "The Long and Winding Road" sempre foi emocionante e é como se ganhássemos uma nova canção...
Embora o 2º CD seja uma enrolação, eu gostei muuuuuuuuuuuito!
Falta agora o DVD do filme.
Eu também gostei muito desse "Naked", acho que está bem perto do que eles queriam para o projeto "Get Back" e matéria de repertório e unidade. E o segundo CD é bem legalzinho, dá uma palinha do que era essas sessões de gravação. O Único ponto contra foi não terem lançado o DVD do filme, mas aí já outra história.
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