Hoje é 25 de
fevereiro, ‘Domingo’, do latim “Dominicus” que significa "dia do
Senhor". Para os pagãos, “Dia do Sol”. Dois dos temas preferidos do nosso
querido George Harrison, caçula dos quatro Beatles, que estaria, está,
completando hoje 75 anos. Dia de jubilo, de comemoração e agradecimento. Dia de
lembrar de George com alegria e bom humor, com paz no coração. Dia de ouvir tantas e tantas
músicas lindas que ele criou e fazem parte da nossa vida há tanto tempo. Não há
muito para dizer que alguém já não saiba ou que ainda não tenha sido dito. Com
toda humildade, apenas Feliz aniversário George! Tudo pode passar, o tempo pode
passar, só não passa a felicidade que você nos traz e a paz e a luz que nos ilumina. Obrigado. Hare
Krishna.
“She’s a Woman”
foi concebida por Paul nas ruas de St. John's Wood em 8 de outubro de 1964 e foi
finalizada no estúdio no mesmo dia, com Paul cantando-a de modo estridente,
emulando Littie Richard. “Precisávamos de um rock cheio de gritos para os
shows. Era sempre bom caso você precisasse de alguma coisa para encerrar ou se
houvesse um momento tedioso”. Disse Paul."She's A Woman" foi a
única música da banda não lançada no Brasil durante todo o período em que
estiveram na ativa. A EMI/Odeon corrigiria o erro somente em 1977, quando todos
os compactos dos Beatles foram reeditados. “She’s a Woman” foi lançada pelos Beatles como single, lado B de "I Feel Fine". As duas canções foram gravadas nas
mesmas sessões do álbum Beatles For Sale mas nenhuma das duas foi incluída nele. Embora creditada à dupla Lennon/McCartney, a canção foi escrita
principalmente por Paul. Foi a primeira canção dos Beatles a conter uma
referência velada às drogas, na frase "turns me on when I get lonely" (me
deixa ligado quando fico sozinho). Segundo John Lennon, eles ficaram bastante
excitados por terem conseguido inserir a frase na canção e por ela ter passado
pela censura das rádios e da televisão. Quando usaram, três anos depois, a
expressão “turn you on” (em “A Day In The Life”), a música foi banida das rádios.
"She's a Woman" foi uma influência direta na música de Bob Dylan
"Obviously 5 Believers" do seu álbum de 1966 "Blonde on
Blonde". Nos Estados Unidos, "She's a Woman" foi lançada no
álbum "Beatles '65". Uma versão em estéreo pode ser encontrada no
álbum "Past Masters" Volume 1". Há também uma outra versão estéreo
que soa a mesma coisa, mas com uma contagem feita por McCartney que aparece na caixa
de EPs (que já foi sorteada aqui no Baú). "She's a Woman" também
aparece sendo tocada em um gravador na cena do campo de batalha no filme
"Help!". No Reino Unido, a primeira vez que "She's a
Woman" apareceu em um álbum foi somente em 1978 no LP
"Rarities". Os Beatles a incluíram em seus shows de 1965 e versões
gravadas "ao vivo" da música também podem ser encontradas nos álbum
"Live at the Hollywood Bowl" e "Live at the BBC". Também
uma versão gravada em Tóquio, em 1966, aparece no Anthology 2. Paul afirmou em 1965
que “a princípio não foi tão bem recebida. Muita gente achou que eu estava só
cantando agudo demais e que tinha escolhido a nota errada. Parecia que eu
estava gritando, mas era de propósito. Não era um erro”.
No dia 22 de fevereiro de 1964, terminou a vitoriosa primeira visita dos Beatles aos EUA. Após as mini-‘férias’ em Miami, os Beatles voltam para à Inglaterra. Desembarcaram às 8h10 no Heathrow Airport onde 3.620 fãs enlouquecidas os aguardavam em meio a uma tumultuada recepção de boas-vindas. Eles haviam voado de Miami para Nova York, e de lá de volta ao Aeroporto de Londres. Seu vôo chegou meia hora depois do previsto. Como de costume, concederam uma entrevista coletiva no salão Kingsford-Smith no aeroporto, que, posteriormente, foi exibida pela BBC TV no programa esportivo Grandstand. Informações sobre o retorno da banda também foram transmitidas nos noticiários das rádios e outros programas. Uma série de outras organizações de mídia também cobriram a volta dos Beatles, incluindo Brian Matthew, cujo programa de rádio da BBC Saturday Club transmitiu uma entrevista - realizada via telefone do aeroporto - naquele dia no Light Program. A Pathé News filmou o retorno dos Beatles e criou um documentário especial, chamado Beatles Welcome Home, que a gente confere aí embaixo, narrado por Bob Danvers-Walker e mais tarde exibido nos cinemas. À noite, Paul McCartney foi conduzido a Canterbury, onde viu Jane Asher atuar na peça de de Christopher
Marlowe “The Jewish Of Malta”.
No início de
1968, os Beatles estavam desorientados e confusos. Depois do fim das
exaustivas turnês, do sucesso monstruoso do Sgt. Pepper’s, da morte
de Brian Epstein e do fracasso comercial do Magical Mystery
Tour, pareciam estar vazios, espiritualmente. Então, apareceu o guru
indiano Maharishi Maheshi Yogi. George Harrison já era simpatizante da cultura indiana desde 1965, durante as
filmagens de “Help!” e esse crescente fascínio de George pelo Maharishi e pela
meditação transcendental, junto com a curiosidade de John por qualquer coisa
que prometesse alterar sua percepção, se tornou o foco central do grupo. Assim, em vez de iniciar a gravação imediata de um novo disco (que, sem surpreender, era a inclinação de Paul), eles optaram por aceitar o convite do Maharishi para passar alguns meses em seu remoto reduto de meditação, nas colinas de Rishikesh, na índia. George e a mulher Patti tonaram-se devotos do líder religioso e, convenceram os outros
Beatles a assistirem uma palestra do mestre em Bangor. George e John estavam
encantados com o Maharishi. O que começou como um interesse passageiro parecia
ser o novo objetivo de vida. Era como se, com a morte de Brian, os quatro
precisassem de algo novo para lhes dar direção, e o Maharishi estava no lugar
certo na hora certa. John e George corcordaram em ir para seu Ashram, ou centro
de treinamento – localizado em Rishikesh, aos pés do Himalaia, na Índia -, a
fim de estudar meditação. Cynthia e Patti também iriam. Paul, Jane, Ringo e
Maureen estavam menos convencidos em relação às maravilhas da meditação
transcendental. Mas logo Ringo decidiu que deveria ir com o grupo. Diante
disso, Paul se deu conta de que também tinha de ir. Ele já tinha se arriscado à
alienação em relação aos outros Beatles com a demora em experimentar o LSD.
Logo, se os outros iam buscar essa nova forma de iluminação interior, ele sabia
que precisava se juntar à busca ou se arriscaria a perder o compasso. “Paul não
gostava da ideia de que eles estivessem juntos, mas longe dele”, diz Tony Barrow.
"Ele queria manter os olhos e ouvidos bem abertos e ficar atento ao estado
de espírito deles”. Sem dúvida, todos levariam suas guitarras, e a temporada
também poderia ser produtiva para o grupo. Entre as sessões de meditação, eles
poderiam escrever um lote completo de novas canções. A viagem foi planejada para fevereiro de 1968, e a ideia
era ficarem lá por dois ou três meses.
No dia 16 de fevereiro, o avião com
metade dos Beatles (John e George), Cynthia, Patti, sua irmã Jennie, Donovan,
Mike Love (dos Beach Boys), Paul Horn, a atriz Mia Farrow e sua irmã Prudence
levantou vôo rumo à velha Índia. Paul, Ringo, Jane e Maureen se juntariam a
eles mais tarde. Os Beatles também levaram junto Mal Evans, Neil
Aspinall e Alex Mardas, o suspeito inventor grego, para compor seu entourage. Durante
algum tempo, todos estavam felizes por meditar, receber a tutela espiritual do
guru, contemplar a vegetação da floresta, comer os vegetais temperados do lugar
e, é claro, dedilhar as guitarras. Do aeroporto, fizeram uma viagem de várias horas de
carro até o centro de treinamento em meditação do Maharishi. Ele ficava num
lugar muito bonito, com vista para a floresta que cobria o sopé do Himalaia, às
margens do Ganges, e era cercado por flores e arbustos de cores vibrantes. Cada
uma de suas casinhas de pedra possuía cinco cômodos, e quando chegaram,
inúmeras pessoas de todas as idades, credos e raças estavam reunidas para dar
início ao caminho para a iluminação do Maharishi. Donovan estava tendo um
romance com Jennie, e escreveu o sucesso “Jennifer Juniper” para ela. Cada Beatle e sua respectiva acompanhante, ficou num quarto com uma cama com
dossel, uma penteadeira, duas cadeiras e uma lareira elétrica. Perto de seus
quartos, ficava a casa do Maharish, uma piscina, uma lavanderia, um posto de
correio e um auditório, onde deveriam reunir-se regularmente para assistirem às
palestras do líder. Estavam maravilhados de estarem na Índia, longe do estresse
e das pressões do dia-a-dia. Ali não havia fãs, multidões de pessoas, prazos,
exigências ou flashes de câmeras. Quatro dias
depois, no dia 19 de fevereiro de 1968, Paul, Jane Asher, Ringo e Maureenpartiram de Londres rumo àÍndia onde já se encontravam John, George e esposas para o curso de Meditação Transcendental. Todos à procura de um descanso tranquilo. Foram cercados pela imprensa no aeroporto de Delhi e Ringo sentia dores por causa das injeções de imunização que tomou antes da viagem. O grupo se perdeu e foi seguido por um comboio de jornalistas. Ringo, preocupado com a comida indiana
apimentada que certamente seria servida na sala de jantar comunal e determinado
a não correr riscos, levou um caixote cheio de latas de leguminosas, outro com
latas de feijão e outro de ovos. Na verdade, na maior parte a comida servida no
centro era surpreendentemente simples: no café da manhã – que era servido em
longas mesas ao ar livre e frequentemente compartilhado com macacos insolentes
– comiam cereais de milho, torradas e tomavam café. Na primeira semana, entraram numa rotina, meditando várias horas por dia e
assistindo as palestras, para então passarem o resto do tempo com suas próprias
reflexões. À noite, reuniam-se ocasionalmente quebrando a regra contra o
consumo de álcool e tomando bebidas caseiras contrabandeadas por Alex da vila
que ficava do outro lado do rio e que tinham gosto de petróleo. Rindo como
crianças travessas, passavam a garrafa de mão em mão, cada um tomando um gole e
depois se contorcendo enquanto a bebida descia queimando pela garganta. De vez
em quando, o Maharishi organizava um passeio até a cidade vizinha, onde todos
ficavam encantados com as barracas que vendiam sáris e rolos de tecidos de
todas as cores imagináveis. Todas as garotas compraram sáris e aprenderam a
usá-los. Ringo e Maureen, entretanto, não estavam felizes: eles sentiam falta dos
filhos, Ringo logo se cansou dos ovos com feijão em lata e Maureen tinha uma
verdadeira fobia de moscas, das quais não conseguiam escapar. Depois de poucos dias, eles anunciaram que estavam fartos e que iriam para casa. “Esse Maharishi
é uma cara legal, mas não é para mim”. Disse Ringo. Enquanto isso, John estava se tornando cada vez mais frio e distante em relação
à Cynthia. Depois de uma semana, disse que queria mudar-se para outro quarto a
fim de ter mais espaço. A partir daí, passou a ignorá-la completamente. Os
outros percebiam, mas não diziam nada. Todas as manhãs ele corria para o correio
para ver se havia chegado alguma carta de Yoko. Ela estava escrevendo para ele
quase que diariamente. Um mês depois, Paul e Jane também se cansaram e também
foram embora. John, Cynthia, George e Patti queriam ficar. Uma semana antes de
todos partirem, Magic Alex apareceu com a história de que o Maharishi teria se comportado de maneira
imprópria com uma jovem aluna americana. Sem dar ao Maharishi a oportunidade de
se defender, John e George escolheram acreditar em Alex e decidiram que todos
deveriam ir embora. Algumas fontes afirmam que Alex teria inventado a calúnia
sobre o Maharishi, para servir como a desculpa que os Beatles dariam à imprensa
por terem saído do Ashram. Eles estariam consumindo drogas também
contrabandeadas por Alex e foram duramente advertidos pelo Maharishi. O que
muito os aborreceu. Na madrugada do dia seguinte, Alex providenciou táxis da vila vizinha e deram
início à viagem de volta à Délhi, onde pegariam um avião. “Oito semanas depois,
o sonho havia acabado. Eu detestava partir numa atmosfera de discórdia e
desconfiança, quando havíamos recebido tanta gentileza e bondade do Maharishi e
seus seguidores. Eu me senti envergonhada por termos virado as costas para ele
sem lhe dar nenhuma chance”. Disse Cynthia. Enquanto se retiravam, John já estava compondo os versos
amargos de "Sexy Sadie”, sob o título original de "Maharishi". Aquela
foi uma das dezenas de novas canções que eles compuseram durante a viagem. De
acordo com as expectativas de Paul, a floresta provou ser um ambiente bastante
fecundo para as suas experiências criativas. Mas o principal propósito da
temporada, a busca dos Beatles por iluminação interior, não foi tão bem assim.
De certo modo, o fim atabalhoado da estada em Rishikesh representou o término
de todas as jornadas que fizeram juntos, desde a ida para Hamburgo no verão de
1960. Cada excursão marcou um passo adiante em seu progresso, dos adolescentes
inexperientes à procura de uma identidade para o grupo aos profissionais
tarimbados buscando a fama e, depois, aos famosos astros pop conquistando
aclamação, riqueza e prestígio cultural sem precedentes. Avançando até as
distâncias permitidas pela experiência dos mortais, eles seguiram uns aos
outros em direção às névoas primordiais da índia, pelo menos parcialmente
convencidos de que tinham acumulado poder suficiente para se lançarem a outro
nível de existência. Eles já haviam conquistado todo o resto. Sem dúvida, só
podiam caminhar numa única direção: para cima. Todavia, quando contemplaram a
eternidade e viram apenas seus rostos olhando de volta, eles próprios
perceberam que haviam chegado ao final de alguma coisa. Agora era hora de
flutuar de volta à terra. Para confrontar a engrenagem pop, perscrutar suas
rodas e mecanismos afiados, e finalmente assumir o controle do próprio
destino. Durante a viagem a caminho de Délhi, John ficou paranóico, com medo de que o
Maharishi de alguma forma, se vingasse deles. O táxi que estavam, um sedã velho
e muito avariado, quebrou. O motorista garantiu que buscaria ajuda e deixou
John e Cynthia na beira da estrada. Passaram-se horas e ele não voltara. A solução foi pedirem carona pra o primeiro
que passasse. Um motorista reconheceu John Lennon e levou-os em segurança até o
hotel em Délhi onde o resto do grupo os aguardava. O plano era passarem uma
noite, mas o hotel estava lotado e Alex descobriu que se apressassem, poderiam
pegar um voo noturno para Londres. E assim foram. George e Pattie ainda
ficariam mais alguns dias na Índia. Ao invés de servir para aproximar os Beatles, a viagem à Índia teve o efeito
oposto. As relações entre os quatro exibiam pela primeira vez sinais sérios de
tensão. Lennon diria mais tarde que a "morte lenta" dos Beatles
começou em Rishikesh pelo fato de ter sido a primeira vez que cada um se
afastou de uma atividade do grupo. Em meados de maio, reagruparam-se na casa de
Harrison em Esher, para produzirem as novas canções no seu estúdio caseiro.
As canções que compuseram na Índia, viriam a aparecer no álbum que se revelou um marco para os
Beatles e para a música universal: O Álbum Branco. Um disco que refletia
um mundo prestes a desmoronar-se, tal como Sgt. Pepper’s havia espelhado o
otimismo do ano anterior. Mas este disco iria também anunciar o começo da
desintregração dos Fab Four.
Maharishi Mahesh Yogi foi sempre absolutamente sigiloso a respeito da sua vida pessoal, contudo algumas fontes referem que nasceu como Mahesh Prasad Varma, em Jabalpur, Madhya Pradesh, Índia, em 12 de janeiro de 1917, no seio de uma família hindu de classe média da casta kshatrya (guerreiros). Contudo, o seu passaporte indica a data de 12 de janeiro de 1918. Em 1940, licenciou-se em física na Universidade de Allahabad. Em 1941, tornou-se discípulo de Swami Brahmananda Saraswati (1871-1953), nos Himalaias. Pouco tempo depois, tornou-se Brahmacharya (o primeiro nível da vida monástica, em que o noviço faz voto de castidade, pobreza e de obediência ao guru), tendo recebido o nome de Bal Brahmacharya Mahesh e trabalhou como secretário do Shankaracharya, ou Guru Dev. Depois da morte de Guru Dev em 1953, Mahesh retirou-se para Uttar Kashi, um vale nas encostas dos Himalaias, retiro de muitos yogis e eremitas, onde o seu mestre vivera durante muitos anos. Ali, o Brahmacharya Mahesh praticou meditação intensiva. Em 1955, começou a ser importunado por um pensamento recorrente a respeito de Rameshwar, uma cidade no sul da Índia. Um dos seus amigos yogis aconselhou-o a ir a Rameshwar para se libertar desse desejo incomodativo e a regressar a Uttar Kashi logo que possível. Mahesh assim fez. Pouco depois de chegar a Rameshwar, foi abordado na rua por um homem que lhe pediu que fizesse um conjunto de palestras sobre a sabedoria dos mestres dos Himalaias. As palestras foram um sucesso e o Brahmacharya Mahesh, em vez de regressar a Uttar Kashi, viajou pela Índia divulgando a sua técnica de Dhyan Vidya, como então lhe chamava. Consistia numa forma de mantra yoga, em que o praticante aprende a meditar durante uma pequena e simples cerimônia iniciática, em que lhe é comunicado pelo instrutor o seu mantra pessoal. Em 1957, em Madrasta, fundou o Movimento de Regeneração Espiritual com o intuito de divulgar mundialmente a sua Meditação Profunda e de trazer a auto-realização e a paz ao mundo, e em 1958 iniciou a primeira das suas digressões internacionais, visitando vários países asiáticos. Em 29 de janeiro de 1959, Maharishi Mahesh Yogi, chegou a San Francisco e divulgou a Meditação Transcendental (MT) junto de alguns membros da alta sociedade norte-americana. A MT revelou-se um imenso sucesso e logo se tornaria uma moda nos meios burgueses. No seu trabalho de divulgação, Maharishi teve a preciosa ajuda do casal Olson e do engenheiro Charlie F. Lutes, um dos seus mais brilhantes e sinceros discípulos. No início dos anos 1960, o Maharishi viajou até Inglaterra, tendo sido muito bem acolhido pelos seguidores de P.D. Ouspensky, então sob a direção do Dr. Francis Roles da Study Society, e que procuravam um método eficiente para "despertar". O Dr. Roles e os seus alunos seguiram o Maharishi durante algum tempo, mas quando viajaram com ele até à Índia conheceram Swami Shantanand Saraswati, o discípulo designado por Guru Dev para lhe suceder como Shankaracharya de Jyotir Math. Por considerar que os ensinamentos de Swami Shantanand eram mais autênticos e profundos, o Dr. Roles e grande número dos seus seguidores desligaram-se de Maharishi. Tornaram-se discípulos de Shantanand, praticando desde então a meditação ensinada pelo seu novo mestre. Ainda hoje, a Study Society continua a divulgar, com sucesso, a técnica segundo Swami Shantanand.
Em 1967, a Meditação Transcendental atraiu a atenção de George Harrison, que entusiasmado pela leitura de Autobiografia de um Iogue de Paramahansa Yogananda contagiou os outros Beatles com os seus anseios místicos. Maharishi não desperdiçou esta oportunidade única de se associar às pessoas mais famosas e populares do seu tempo e de divulgar a MT junto das massas juvenis. Foi o que aconteceu: em breve, milhares de jovens hippies e de estudantes corriam às palestras que o sorridente e pequeno (1,65 m) guru dava nas universidades e nos centros de MT nos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, para aprenderem a meditar à semelhança dos seus ídolos, os Beatles. Em 1968, os Beatles viajaram até à sua Academia de Meditação em Rishikesh, nos Himalaias, na companhia de outras celebridades como Mia Farrow, Donovan e Mike Love dos Beach Boys. Os Beatles relaxaram, meditaram, mas também, ao que parece, consumiram drogas leves, sem o conhecimento de Maharishi. Foi um dos períodos mais produtivos de John Lennon e Paul McCartney, que escreviam várias canções por dia, que mais tarde fariam parte do White Album. Contudo, teria havido um desentendimento entre os Beatles e Maharishi, por conta de chegar ao conhecimento de Maharishi de que os Beatles estariam tomando drogas no Ashram, o que deixou Maharishi muito incomodado por esta atitude no que resultou na saída dos Beatles do Centro de Meditação. Os Beatles não gostaram de ser repreendidos por Maharishi por estarem consumindo substâncias ilícitas onde era suposto seguirem uma rotina dedicada inteiramente para a espiritualidade. Quando regressaram da Índia para se justificar, começaram a criar para a mídia e o público outras razões porque abandonaram Maharishi e para ficarem bem perante a opinião pública disseminaram as histórias inventadas por Alex Mardas, como assedio sexual por parte de Maharishi. Nos anos 1970 a Meditação Transcendental tinha sido ensinada a vários milhões de pessoas em todo o mundo, e era praticada por muitas delas, sobretudo universitários e jovens empresários. A MT era uma técnica mental simples, ensinada de forma homogênea e padronizada e portanto prestava-se facilmente a ser objeto de um estudo científico sério. Os estudos levados a cabo por vários cientistas mostraram que a MT baixava a tensão arterial, o ritmo cardíaco, o índice de lactato, aumentava a coerência e a integração do funcionamento cerebral. Também havia regulação do cortisol e outros hormonios associados com o stress crônico, e uma regularização saudável dos níveis de serotonina (um neurotransmitor associado ao humor). Foi nesta década que Maharishi expandiu o seu movimento a nível corporativo, criando vários estabelecimentos de ensino superior, nos Estados Unidos, na Suíça, na Holanda e na Índia.Em 1978 Maharishi lançou o programa MT-Sidhi, que visa o aprofundamento dos estados superiores de consciência produzidos pela Meditação Transcendental. Baseia-se num conjunto de técnicas descritas nos Yoga Sutra de Patanjali, e cuja prática supostamente produz poderes psíquicos como clarividência, visões do microcosmo e do macrocosmo, viagens interiores a mundos sobrenaturais e vôo ióguico. Maharishi defende que a prática do vôo ióguico produz níveis de coerência cerebral de tal magnitude que se for efetuada em grupo cria um efeito benéfico de apaziguamento e de redução dos níveis de violência no meio circundante — o chamado Efeito Maharishi. Nos anos 1980 Maharishi integrou no seu movimento outros aspectos da ciência védica como as práticas tradicionais do ayurveda (sistema milenar de medicina natural e homeopática) e do jyotish (astrologia védica). Havia alguns anos que Maharishi estabelecera a sua residência em Vlodrop, na Holanda. Apesar de envelhecido, mantinha-se sempre enérgico na divulgação e na defesa da sua Meditação Transcendental, como meio fácil e eficaz de desenvolver o potencial humano e alcançar a felicidade e a paz na Terra. Contudo, nas suas últimas declarações, sobretudo depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, mostrava-se bastante desiludido e amargurado com a espécie humana e com a estupidez dos seus governantes em não aproveitarem o instrumento de pacificação que é a Meditação Transcendental e a não a adotarem em massa. Em 11 de janeiro de 2008, Maharishi anunciou aos seus seguidores que o seu trabalho no mundo estava terminado e que se retirava para o silêncio e para o estudo dos Vedas. Desde então nunca mais se pronunciou publicamente. Cerca das 19h00 de 5 de fevereiro de 2008 (véspera do Mahashivaratri), em Vlodrop, Maharishi morreu dormindo, de causas naturais. Tinha 90 anos de idade. Muito poucos sabem, conhecem, ou já ouviram falar sobre essa história:
Depois que os Beatles retornaram da Índia, George nunca confirmou, mas também nunca desmentiu a hisrtória sobre o Maharishi inventada por Alex Mardas com total endosso de John Lennon. No entanto, isso incomodou George por todos os anos que se seguiram. Então, em 1992, finalmente, George foi procurar o Maharishi. Os dois não se viam e nunca mais se falaram desde aquela manhã, quando Lennon, Harrison, suas mulheres e o “Magic Alex” fugiram apressados do Ashram em 1968. Baseado agora nos Países Baixos e nessa época com 75 anos, o Maharishi concedeu em meio às lágrimas, seu perdão a George Harrison. Maharishi disse: “Eu achava que os Beatles eram anjos na terra. Como poderia ficar chateado com anjos?”.
Yanni Alexis Mardas, (mais tarde John Alexis Mardas), nasceu em 5 de maio de 1942, em Atenas, na Grécia. Tornou-se mais conhecido como Magic Alex, apelido que lhe foi dado por John Lennon durante o período psicodélico dos Beatles. Mardas chegou à Inglaterra em 1965, com um visto de estudante por intermédio de John Dunbar, da Galeria Indica e não era nada além de técnico de televisão. Dunbar o apresentou a Brian Jones e depois aos Rolling Stones. O louco Brian Jones o apresentou a Lennon que no auge do consumo de drogas ficou impressionado com o seu Nothing Box - uma pequena caixa de plástico com luzes piscando aleatoriamente - e o apresentou aos outros Beatles como seu “novo guru”. Mardas vangloriava-se que poderia construir rapidamente um estúdio de 72 canais. Por isso foi contratado como chefe da Apple Eletronics para projetar o novo estúdio em Savile Row. O projeto acabou se mostrando um fracasso sem precedentes. E foi um dos fatores que levou a companhia criada pelos Beatles à banca rôta com seus inventos que não funcionavam. Quando os Beatles foram para a Índia, o “magic”Alex foi também, continuando com suas promessas de inventos impossíveis. Inclusive, construir um sol. Em Rishikesh, na escola para meditação do Maharish Maheshi Yogi, foi Mardas quem colocou na cabeça de Lennon que o Maharishi era safado e que assediava sexualmente as alunas, Inclusive Mia Farrow. Mardas tinha medo de perder o discípulo tolo que gastava rios de dinheiro com ele para o Maharish. O fato é que, depois que Ringo e Paul partiram, os Beatles restantes consumiam álcool (vinho sem-vergonha) e drogas (marijuana) no Ashram e era Alex quem contrabandeava para eles de uma aldeia vizinha. O Maharish descobriu e ia expulsá-los quando Alex maquiavelicamente apareceu com o plano: eles iriam embora antes de serem expulsos e para não passarem por constrangimentos quando chegassem em casa, disseminariam a história dos assédios sexuais. De volta à Londres, John Lennon, já com Yoko Ono, mandou a esposa Cynthia Lennon de férias para a Itália com o filho e mandou que Alex a seguisse. Como um cachorrinho, ele voltou dizendo que ela tinha tido um caso com Roberto Bessanini. E John - o traidor - pediu o divórcio - (Cynthia negou até o fim. Mas logo depois ela e Roberto se casaram). Alex Mardas ganhou uma Mercedes de presente de Lennon.Finalmente, depois do desastre do estúdio que Mardas criara, ele foi demitido em 1969, contra a vontade de John&Yoko. Na década de 1970, Mardas continuou com sua picaretagem mundo afora, inventando equipamentos para a indústria anti-terrorismo, tais como veículos à prova de balas, aparelhos de escuta e hardwares de segurança. Como sempre, tudo se mostrou insatisfatório. Em 1987, Mardas foi diretor da Alcom Ltd, empresa especializada em comunicações eletrônicas e sistemas de segurança. Depois, tornou-se dono de algumas pousadas na Grécia. Muitos dizem que o Magic Alex acabou custando aos Beatles trezentas mil libras, algo que hoje em dia equivaleria a aproximadamente três milhões de libras.
Sempre cercado de celebridades, escândalos e processos, em maio
de 2004, Mardas colocou 15 itens de sua coleção de lembranças pessoais de John Lennon
à venda na Christie's em South Kensington, Londres. Entre as peças estava o
colar de couro de Lennon usado durante 1967 e 1968 (na festa de lançamento do
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, e na capa de Two Virgins), como uma
guitarra personalizada Vox Kensington, um desenho de caneta de feltro colorido
chamado "Strong", e um desenho de caneta de Lennon intitulado
"Happy Fish". Mardas disse que planejava doar o dinheiro para uma
instituição de caridade na Grécia. O "violão Vox Kensington
personalizado" foi vendido mais tarde em um leilão por £ 269,000 em 2013.
O Magic Alex Mardas morava em Atenas até sua morte em 13 de janeiro de 2017 de
pneumonia. Estava com 74 anos.
Não foi somente "If You Got Trouble" que ficou de fora do álbum "Help!". Outra foi “That Means A Lot”, quase toda escrita por Paul, da qual os Beatles nunca conseguiram fazer o que consideravam uma versão definitiva. Em sessões em 20 de fevereiro e 30 de março de 1965, foram feitas 24 tentativas antes de finalmente desistirem dela. A canção assume o olhar de um terceiro olhando para um relacionamento, uma técnica usada pela primeira vez em “She Loves You”. A mudança no ponto de vista abria a possibilidade de escrever em vozes e manifestar opiniões que não condiziam com às deles mesmos. “Descobrimos que simplesmente não conseguíamos cantá-la”, resumiu John algum tempo depois. “Na verdade, fizemos uma confusão tão grande com ela que achamos melhor dar para outra pessoa que conseguisse cantá-la bem”. Essa pessoa foi P. J. Proby, um obscuro cantor e compositor americano que vivia em Londres. Foi convidado por Brian Epstein para participar de um especial de TV dos Beatles em abril de 1964, e acabou ficando amigo do grupo. Proby gravou “That Means A Lot” e chegou ao número 30 nas paradas britânicas em outubro de 1965. John disse que a voz dele parecia a de Elvis numa garrafa. Já para Paul, parecia a voz do Pluto latindo para o Mickey. P.J. Proby hoje está hoje com 79 anos e continua a escrever e gravar músicas em sua própria gravadora independente, Select Records, e ainda realiza vários concertos temáticos dos anos sessenta.
"Octopus's Garden" é uma música dos Beatles composta e cantada por Ringo Starr, lançada no álbum Abbey Road de 1969. A gravação teve início no dia 26 de abril de 1969, e foi concluída em 18 de julho de 1969. "Octopus's Garden" foi a segunda das duas únicas canções compostas por Ringo gravadas pelos Beatles. A outra foi "Don't Pass Me By", do disco branco. Durante as gravações do álbum "The Beatles", em 1968, havia muita tensão nos estúdios Abbey Road entre o grupo. Em um desses episódios, Ringo Starr se chateou e abandonou as gravações. Abandonou a banda, pegou a família e foi para a Sardenha, Itália. Um dia, no iate do ator Peter Sellers, ele pediu "Fish 'n' Chips", mas veio polvo em vez de peixe. Surgiu então uma conversa com o capitão da embarcação sobre polvos. Este lhe contou que eles catavam pedras e objetos brilhantes no fundo do mar e os concentravam em um mesmo lugar, que ficava parecido um jardim. Com bases nestes fatos e com a ajuda de seu amigo e companheiro George Harrison ele compôs a canção. Não se sabe até que ponto Harrison ajudou. Esta ajuda nunca foi confirmada; porém no filme Let It Be aparece uma sequência em que são vistos os dois ensaiando a canção e Harrison mostrando alguns acordes para Ringo. A canção é creditada apenas a Richard Starkey. George disse na época: "Octopus's Garden é uma música do Ringo. É apenas a segunda música que Ringo já escreveu, é importante e é adorável. A música fica muito profunda na consciência do ouvinte, porque é tão pacífica. Ringo está escrevendo músicas cósmicas sem sequer
perceber." "Octopus's Garden", além do album Abbey Road, aparece no Anthology 3 (onde está incluída uma gravação de uma das tomadas - take 2, realizadas no dia 26 de abril de 1969) e no CD "Love". Para este álbum, George Martin criou uma versão diferente: a introdução cantada por Ringo está em velocidade mais lenta e misturada com a orquestração de "Good Night". Em seguida, a música toma a sua forma original, misturada com os alguns efeitos sonoros de Yellow Submarine.
Publicada originalmente em fevereiro de 2012. No início de fevereiro de 1964, os Beatles chegaram aos Estados Unidos pela primeira vez para realizar uma série de shows no país. Permaneceram nos EUA por duas semanas e causaram furor por onde passaram. No dia 9 de fevereiro, se apresentaram ao vivo no programa de auditório apresentado por Ed Sullivan. O programa foi assistido por um público de 73 milhões de espectadores, número recorde para a época. No dia 16, foi a segunda apresentação no programa. Os Beatles estavam em Miami. Agora todos queriam ver os Beatles, como se eles tivessem algum fetiche mágico, como se pudessem resolver tudo – o que de certa forma, realmente podiam. A plateia de Sullivan estava repleta de celebridades ansiosas para colocar os olhos nos Beatles, entre elas as lendas do boxe Sonny Liston – que disputaria com Cassius Clay o título dos pesos pesados no fim de semana seguinte – e Joe Luis. Devido a essas presenças, Paul sentiu-se compelido a prever que Clay venceria a luta, o que gerou um convite do relações-públicas Harru Conrad para que conhecessem o jovem boxeador durante um treino no Fifth Strret Gym. Os Beatles nunca foram fãs de boxe. Eles não demonstraram nenhum interesse enquanto estavam em Liverpool, mesmo quando o pai de Pete Best promovia grandes eventos da luta no ginásio local. Mas naquele momento eles desviaram uma parcela de seu precioso tempo para encenar o encontro com Cassius Clay. Porque, de repente, isso se tornou prioridade? De acordo com George, “foi uma grande jogada de publicidade. Fazia parte da condição de Beatle, na verdade, ser arrastado e jogado em salas cheias de jornalistas tirando fotos e fazendo perguntas”. Não era nenhum segredo que Clay havia transformado o mundo do boxe com sua personalidade exuberante. Incorrigível tagarela “que podia falar à razão de 300 palavras por minuto”, ele posava constantemente para as câmeras, contando vantagens comicamente e cuspindo versinhos bobos. Ninguém tinha visto ainda uma verdadeira demonstração de seu potencial no ringue, mas ele já havia impressionado a maioria dos críticos como artista de primeira linha. Sendo assim, parecia apropriado que os maiores artistas do momento se desviassem para as órbitas uns dos outros. Ainda assim, basta dizer que o lúgubre ginásio esfumaçado onde ele treinava foi dominado pela invasão de quatro rapazes de cabelo estranho vestindo calças justíssimas e jaquetas brancas de manga curta. “Dê só uma olhada nesses Beatles! Eles parecem meninas”, grunhiu um brutamontes que fumava um charuto ao lado do ringue. Os Beatles por sua vez, não estavam nada bem-dispostos; tinham ficado chateados pela imposição da visita e se sentido incomodados por ter esperado quinze minutos por Clay. “Onde diabo está o Clay”, Ringo perguntou para ninguém em particular, claramente irritado pelo atraso. Em seguida foi a vez de John resmungar contra a atitude da diva. “Vamos cair fora daqui”, ele disse aos outros. Mas dois guarda-estaduais da Flórida bloquearam a porta até que o anfitrião chegasse. Se os rapazes tinham planos de escapulir, eles evaporaram no instante em que Cassius Clay – o Desbocado de Louisville – entrou pela porta. “E aí, Beatles?” ele rugiu, desarmando-os com seu charme.“Precisamos fazer algum show juntos na estrada! Íamos ficar ricos”. Ele tinha uma personalidade incrível, um espírito cativante, era marcado para a grandeza e ficou inalterado pela celebridade. Os Beatles gostaram dele imediatamente, e não hesitaram em entrar em cena no extravagante “show” que ele encerrava com elegância. Ele “insistia em se divertir enquanto treinava”. Clay os incitou a subir no ringue e gritou: “Caiam, seus vermes!” – e os rapazes cairam de costas. Então John o instruiu a estender o braço por cima deles “com a mão enluvada, em pose de vitória”, e foi obedientemente atendido por Clay. Ninguém precisava de muito treino. Todos eram, Beatles e boxeador, showmen consumados; eles sabiam seus papéis, aproveitaram todas as deixas. Para fechar o encontro com chave de ouro, Clay agarrou Ringo, suspendeu-o sobre a cabeça e o girou como um cata-vento – do jeito que Popeye se livrava dos inimigos.
Os espectadores e puxa-sacos gritavam, virando os punhos para baixo, condenando a pobre vítima; o treinador Drew “Bundini” Brown, implorou comicamente pela vida do baterista; então Clay deu uma passo à frente e disparou algumas frases de grande profundidade:
Isso não era exatamente Byroniano, mas agradou muito aos autores de “Love, love me do / you know i love you”. Para os Beatles, que estavam rapidamente se tornando ícones culturais, Clay, com seus 22 anos, era como uma alma gêmea: “Ele tem todo aquele espetáculo maluco sob controle”, eles teriam dito a Brian. Espontâneo e elegante, Clay era genial em seus próprios termos, sem todo aquele “papo-furado”. Eles deixaram o ginásio pouco tempo depois “com grande relutância”. “Clay os impressionou”, lembrava o fotógrafo Harry Benson. Mas o que os cativou e tocou não foi o seu carisma; foi o seu poder. Clay era boa-pinta, mas também socava como uma marreta. Os Beatles sabiam que, se as coisas fossem como Brian queria, a beleza e a fofura seriam tudo o que importava. Ainda assim, a imagem que eles cultivavam, embora os incomodasse, continuava a ser útil e, naquele momento, lhes proporcionava um certo privilégio.
Depois da sessão de fotos de Clay com os Beatles, Sonny Liston declarou que não gostava dos rapazes de Liverpool. Se deu mal. Na noite de 25 de fevereiro de 1964 - na Flórida – Cassius Clay arrasou Sonny Liston(que, curiosamente aparece na capa de Sgt. Pepper's) por nocaute depois do 6º round tornando-se campeão mundial dos pesos-pesados.