quarta-feira, 28 de março de 2018

O CASAMENTO DE ERIC CLAPTON E PATTI BOYD


No dia 27 de março de 1979, Eric Clapton se casou com Patti Boyd, ex-mulher de George Harrison. O próprio Harrison, juntamente com Paul McCartney e Ringo Starr estavam entre os convidados e todos subiram ao palco para uma jam inacreditável, tocaram inclusive “Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band” dos Beatles. John Lennon, que estava morando nos EUA, teria dito que se soubesse, teria aparecido. Curiosamente, esses mesmos três ex-Beatles estariam juntos de novo em outro casório, o de Ringo com Barbara Bach, em abril de 1981.
Paul McCartney, Lonnie Donegan, George Harrison e Ringo Starr

Sobre o episódio do casamento de Clapton e Boyd, a gente confere aqui, com a exclusividade de sempre, um trecho da biografia de Clapton - "Crossroads" de Michael Schumacher.
Enquanto isso, Clapton seguia em frente com seu namoro, enquan­to se preparava para uma rápida excursão pela Irlanda, que seria seguida por uma extensa excursão de três meses pelos Estados Unidos. No que lhe dizia respeito, o relacionamento com Pattie estava congelado, se não encerrado para sempre. Felizmente para Clapton, Roger Forrester achava o contrário. Com o tempo, Forrester se tornara amigo íntimo e confidente, bem como o homem que cuidava essencialmente da carreira de Clapton. Forrester conhecia Clapton o suficiente para estar plenamente convencido de que ele e Pattie voltariam. No entanto, ficou preocupado que Clapton pudesse criar problemas para si mesmo se fosse visto ou fotografado pela imprensa inglesa e advertiu Clapton para tomar cuidado sobre aparições públicas com Jenny McLean. Clapton argumentou que tais preocupações eram infundadas. Ele estava perdendo interesse no caso e pensava em como consertar as coisas com Pattie. A imprensa, voltou a insistir, não estava interessada no que ele estava fazendo nem com quem andava. Percebendo uma abertura na discussão, Forrester jogou o que pro­vou ser seu grande trunfo. A imprensa não estava interessada? Ele podia colocar a fotografia de Clapton no jornal quando quisesse - até mesmo no dia seguinte. Clapton permaneceu cético. “Dez mil libras que você não consegue fazer isso”, desafiou. A aposta estava feita e assim que Clapton foi para casa, Forrester telefonou para a colunista de fofocas do Daily Mail. Forrester anunciou que Eric e Pattie se casariam na terça-feira seguinte, em Tucson, Arizona - o dia anterior ao início da excursão americana. A nota apareceu na edição do dia seguinte. Clapton ficou furioso com Forrester por imprensá-lo contra a parede. Ele se queixou de que a história logo estaria em todos os jornais antes que tivesse a chance de falar com Pattie, resolver os problemas e pedi-la formalmente em casa­mento. Sua única opção, agora, era fazer uma ligação imediata para a Califórnia e pedir-lhe a mão pelo telefone. O telefonema foi um fiasco. Pattie não estava, então Eric pediu a Rob Fraboni, com quem Pattie estava hospedada, para lhe dar o recado. Era urgente, Clapton explicou, que Pattie recebesse a mensagem o mais rápido possível. Fraboni rabiscou a proposta de Clapton na parte de trás de um envelope e saiu à sua procura. Como era de se esperar, Pattie não estava pronta para aceitar o pedido de Eric imediatamente. Ela tinha algumas perguntas para o homem que, algumas semanas antes, parecia tê-la descartado por outra mulher. Onde estava Jenny, perguntou, quando recebeu o recado e retomou o telefonema. Foi-se, respondeu Clapton. Por que tanta pressa em se casar? Clapton explicou sua aposta com Forrester. Pattie achou as circunstâncias totalmente desagradáveis e disse a Eric que não se casaria com ele, assim, de maneira alguma. Clapton insistiu e, finalmente, depois de muita discussão, Pattie concordou. O casamento aconteceu três dias depois, em 27 de março de 1979. Tentando despistar a imprensa e assegurar o máximo de privacidade durante o acontecimento arranjado às pressas, Roger Forrester reservou seis igrejas de Tucson e um sósia de Clapton foi contratado, não apenas para confundir a imprensa, mas para fazer o necessário teste sangüíneo em lugar do noivo, que morria de medo de agulhas. A cerimônia privada na igreja da Assembléia Apostólica da Fé em Jesus correu sem proble­mas, com Rob Fraboni servindo de padrinho da noiva e Myel Fraboni e Chris O’Dell, uma das amigas de Pattie, como damas de honra. A lua-de-mel teve de ser adiada. Clapton tinha compromissos a cumprir. Ele levou Pattie consigo em alguns shows, chamando-a ao palco e cantando Wonderful Tonight para ela no show de abertura da tumê em Tucson, mas depois desses primeiros shows, insistiu para que voltasse à Inglaterra. Pattie ficou arrasada, mas para Clapton regras eram regras, e uma de suas leis mais rigorosas na estrada era que esposas e namoradas não podiam acompanhar a tumê. Não havería exceções. Pattie não teve outra saída a não ser voltar para a Inglaterra e esperar. Para alguém de fora, as ações de Clapton podiam parecer terrivel­mente insensíveis e nada românticas, especialmente quando envolviam a mulher que servira de inspiração para as suas duas canções de amor mais passionais, mas, como profissional, Clapton disse que a decisão era definitiva. O trabalho exigia total concentração e controle. Pattie com­preendia isso, mesmo que fosse difícil de aceitar, e apesar de ser mandada para a Inglaterra não parecer o começo ideal de um casamento, era o tipo de decisão inflexível que permitia a Clapton sobreviver em um negócio duro e extenuante. A parte inicial da tumê serpenteara pelos estados do sul a caminho do leste a passo firme. Em Atlanta, em uma noite de folga, Clapton foi a um show de B. B. King, juntando-se a ele no palco para um improviso de blues. O dueto levou a multidão ao delírio. Apesar de todo o seu trabalho recente na veia country, Clapton ainda sabia trocar frases de blues com o melhor dos bluesmen. Ter Muddy Waters como seu show de apoio não fez mal. Como Clapton mais tarde admitiu, Waters fora amplamente responsável por levá-lo de volta ao blues quando ele estava correndo perigo de se perder. Clapton e Waters passavam boa parte do tempo livre conversando e, apesar de Waters não criticar o trabalho de Clapton, ele tinha a sua maneira peculiar de mostrar o caminho certo. “Adoro ouvir a sua banda”, disse ele a Eric, “mas minha canção favorita é Worried Life Blues. É ali que você toca melhor e devia perceber isso. Você devia perceber e se orgulhar disso.” O argumento sutil de Waters não se perdeu em Clapton, que levou o conselho paternal a sério. “Acho que foi o mais perto que cheguei de ter um guru”, admitiu ele. Em maio, durante um intervalo de três semanas entre a primeira e a segunda parte da excursão americana, Clapton voltou para a Inglaterra a fim de relaxar e ficar com Pattie. No dia 11 de maio de 1979, ele se juntou a Charlie Wfotts e Georgie Fame numa banda provisória que tocou na recepção de casamento do produtor Glyn Johns, mas estas festividades eram um prelúdio para as coisas que viriam. Enquanto Eric estava ocupado na América, Pattie preparara uma grande festa no jardim para comemorar o casamento. A lista de convidados parecia um Who’s Who dos músicos britânicos, incluindo Paul McCartney, Ringo Starr, George Harrison, Mick Jagger, Keith Richards, Denny Laine e Jack Bruce. Um palco improvisado foi construído e a festa teve várias com­binações de músicos, incluindo Clapton, fazendo improvisos sobre velharias do rock’n’roll de Litde Richard, Jerry Lee Lewis e Lloyd Price. Para espanto dos jornalistas de rock e de todos os presentes, os três ex-Beatles deixa­ram de lado, brevemente, as disputas legais então em curso e tocaram Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, deslanchando outra onda de boatos sobre uma possível volta dos Fab Four. Houve um momento desagradável na festança, que revelou o lado ruim do senso de humor de Clapton. Enquanto a noite avançava e as sessões de improviso prosseguiam, alguns músicos começaram a comen­tar que Jack Bruce estava levando a música muito a sério e, com a aprovação de Clapton, se afastaram de Bruce, deixando-o sozinho em seu canto e, eventualmente, sozinho no palco. Clapton achou tudo muito engraçado. Infelizmente, a sua opinião não foi compartilhada pelo alvo da brincadeira, que deixou o palco em lágrimas.

2 comentários:

Dani disse...

Sei la, lendo algumas partes da biografia do Eric, parece que tanto ele quanto Pattie, nessa altura, empurravam o relacionamento com a barriga.

Duda Barbosa disse...

Esse povo era muitcho loco!!!