O Brasil perdeu no último sábado (06), aos 91 anos, um de seus mais aclamados artistas: Ziraldo, cartunista, desenhista, escritor e jornalista, cujas obras marcaram a infância de diversas gerações. Conhecido por personagens icônicos como “O Menino Maluquinho” e a “Turma do Pererê”, Ziraldo deixou seu legado imortalizado não só nos livros infantis, mas também na memória coletiva do país. Ziraldo faleceu serenamente enquanto dormia, em sua residência no Rio de Janeiro, conforme compartilhado pela sua família. Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932, Ziraldo Alves Pinto ingressou no mundo das artes desde muito jovem, publicando seu primeiro desenho aos seis anos de idade na Folha de Minas.
Desde o início de sua carreira na década de 50, Ziraldo demonstrou sua versatilidade e genialidade através de trabalhos em importantes veículos da imprensa brasileira, como a Folha da Manhã e a revista O Cruzeiro. Contudo, foi nos anos 60 que ele realmente começou a moldar a cultura nacional, seja criando a primeira revista em quadrinhos brasileira colorida de um só autor, “Pererê”, ou co-fundando “O Pasquim”, jornal que desafiava abertamente o governo militar da época.
Embora tenha enfrentado censuras e desafios durante o regime militar, Ziraldo nunca deixou de criar e inspirar. A década de 70 marcou a entrada de Ziraldo no universo da literatura infantil com “Flicts” e, posteriormente, com “O Menino Maluquinho”, esta última uma obra que transcendeu o tempo e transformou-se num símbolo da infância brasileira. “O Menino Maluquinho” não só recebeu aclamação literária, mas também foi adaptado para a televisão e o cinema, criando uma conexão ainda mais forte com o público brasileiro.
O legado de Ziraldo é vasto, abrangendo desde a liberdade de expressão até a forma como a literatura infantil é percebida e valorizada no Brasil. Sua obra não apenas divertia, como também educava, incentivando a imaginação e a reflexão em leitores de todas as idades. Ziraldo foi muito mais do que um artista; ele foi um educador, um defensor da liberdade e, acima de tudo, um contador de histórias inesquecível. Além de deixar uma obra rica e diversificada, Ziraldo também deixa uma família que seguiu seus passos criativos, contribuindo para as artes e cultura do Brasil. Casado duas vezes, primeiro com Vilma Gontijo até o falecimento dela em 2000, e depois com Márcia Martins da Silva, Ziraldo foi pai de três filhos: Daniela Thomas, Fabrízia Alves Pinto e Antonio Pinto, todos herdeiros de seu legado criativo.
As contribuições de Ziraldo para a cultura brasileira serão eternamente lembradas e celebradas. Seja através de suas críticas sociais incisivas ou de suas adoráveis histórias infantis, Ziraldo permanecerá como uma fonte de inspiração. Seu trabalho continua a encantar, educar e influenciar não apenas as gerações que tiveram o privilégio de crescer com suas criações, mas também aqueles que ainda descobrirão seu imenso talento pela primeira vez. Fonte do texto: https://oantagonista.com.br/brasil
Um comentário:
Perda irreparável 😔
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