


Influenciado pelos três Micks – Mick Ralphs, Mick Jones (The Clash) e Mick Ronson -, Jimi Hendrix (“Axis Bold as Love é a bíblia da guitarra para mim”), Adrian Belew, Tom Morello, Steve Hackett e Jonny Greenwood (Radiohead), Anderson toca sempre com um timbre decisivo e articulado.

Embora o disco de Anderson esteja repleto de surpresas sonoras, ele afirma que uma tonelada de equipamento nem sempre é necessária. “Você pode distrair-se facilmente com equipamentos e perder o foco de criação”, diz ele. “Acredito que os gostos das pessoas aparecem no momento em que elas tocam um instrumento, e é com isso que você pode contar. Técnica e equipamentos são apenas meios para um fim: a comunicação de suas idéias para outras pessoas. Você precisa limpar sua mente, focar-se em sua inspiração e renová-la para uma boa música surgir”.


Para garantir que suas partes tenham contribuído para a música, Ray e seu amigo co-produtor Oliver Leiber passaram um bocado de tempo procurando pelos melhores ajustes até encontrarem os sons perfeitos.

Em relação aos solos, Ray jamais aprendeu os de outras pessoas. Pelo contrário, ele absorveu os timbres, estilos e gostos de seus guitarristas prediletos. “Sigo dois métodos para solar”, explica. “O primeiro é mais energético – uma abordagem de rock clássico e blues. Depois, após o segundo ou terceiro take, experimento solos mais temáticos e melodiosos, à La George Harrison ou Paul McCartney. Nunca fui fâ de guitarristas fanáticos por velocidade. Meu negócio é mais ligado às pausas que existem entre as notas, à pegada e à expressão. Não tem nada a ver com ‘Confiram este meu riff arrasador’. Meu negócio é causar choro ou riso em uma pessoa”.
Paul "Wix" Wickens

E por fim, dono absoluto das poderosas baquetas que seguram toda a cozinha da superbanda, está a figura do gigante
ABE LABORIEL JR.

“Eu tinha mão pesada, mas o chefe confiou”. E foi assim que o baterista Abe Laboriel Jr. se tornou um dos trunfos da banda de Sir Paul McCartney, dono de um dos sets mais aplaudidos do show que o estádio do Morumbi verá hoje e amanhã em São Paulo.

Você sabe, Ringo Starr tem uma imensa reputação de ser um baterista medíocre. O que você pensa disso?
Minha opinião é que as pessoas que dizem isso são ignorantes. Ringo é um dos mais prolíficos bateristas da História. Sua abordagem da bateria foi importante para o desenvolvimento de instrumentistas como John Bonham (Led Zeppelin) e Stuart Copeland (Police). Muitos discordam dessa afirmação, porque a técnica é apenas um dos aspectos da arte de tocar bateria. A técnica é 10% de tudo, os outros 90% são musicalidade, coisa que Ringo domina maravilhosamente bem. É um estilo verdadeiramente fantástico.
Você já o conheceu?
Sim. No início, ele veio a alguns shows nossos. É um sujeito admirável, gentil, e me apoiou muito. Depois, tocamos juntos em alguns shows beneficentes, e estivemos juntos naquele evento organizado pelo David Lynch no Radio City Music Hall. Não tenho palavras para descrever a emoção que tive, o tanto que me impressionou notar que ele ouvia ao mesmo tempo que tocava. Ele sacou que eu toco diferente dele, e não fez com que eu o acompanhasse, ele se juntou a mim, sorrindo. É um cavalheiro de verdade, e demonstrou camaradagem legítima.
Quando você se deu conta pela primeira vez de que estava ali ocupando o lugar que um dia foi de Ringo Starr, como reagiu?
É interessante. Eu cresci ouvindo Beatles, lembro que dois dos meus primeiros álbuns foram Sgt. Pepper"s e White Album. Mas, depois, ouvi também muito Band on the Run e Wings, e todo o trabalho solo de Paul. Era isso que mais me vinha à cabeça. Não conectei com Beatles imediatamente, mas com o trabalho solo de Paul. Para mim, nunca foi como "Oh, my God, estou nos Beatles!". Nada disso: é como se fosse tocar com um velho amigo. Porque é isso que Paul é, um querido amigo. Quando estou a bordo dessa banda, não sinto essa reverência à coisa clássica. Toco para a plateia, que é diferente daquela que estava na frente dos Beatles naquele tempo. Tenho diferentes gêneros como minhas influências, e essa audiência também tem. Você não pode tocar hoje em dia frente a um estádio lotado, 75 mil, 45 mil pessoas, como se fosse nos anos 1960. Não. É o mesmo espírito, mas com o fogo que John Bonham ensinou. Não posso tocar suavemente. Sou assim: grande e bombástico.
Abe, quais são suas canções preferidas dos Beatles?
Tem muitas. Por exemplo: eu adoro tocar a música Magical Mistery Tour, porque é uma celebração. Adoro também tocar Helter Skelter, porque sempre me impressiona, e é uma pedra de toque. Helter Skelter é a primeira música de heavy metal jamais tocada.
Como é ter Paul McCartney como patrão?
É exigente, mas também amigável e cordato. Quando estamos gravando, no estúdio, é sempre admirável ver como suas ideias são férteis e generosas musicalmente. E não é exclusivista: logo após gravarmos um álbum, tive o convite do Sting e fiquei três meses excursionando com ele. Só exige dedicação.
Seu pai, o baixista Abe Laboriel Sr, foi um mito da música. Qual foi a principal influência que você recebeu dele?
Confiança. Ele me ensinou que é preciso sustentar aquilo que você é, não fingir que é algo que não é. Autocontrole, autoconfiança, amor, apoio.
Esta é sua primeira turnê pela América do Sul?
Sim, é minha primeira vez. Estou muito feliz, encontrei aqui muita gente legal. Em Porto Alegre foi inacreditável, a emoção, a vibração do público. Uma plateia incrivelmente animada. É sem dúvida um recanto muito especial do planeta.

LET ME ROLL IT!
3 comentários:
Com certeza a melhor banda a acompanhar Paul Mccartney desde a banda de Wings Over América.
a melhor banda de apoio da historia ao lado da Crazy Horse do neil young!
O Rusty é muito lindoooooooo
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