A coluna "SÁBADO SOM", criada e escrita pelo nosso amigo João Carlos, esta semana nos brindou com uma novidade da qual eu nunca tinha ouvido falar, mas acabei indo atrás e gostei. Por isso compartilho agora com todos vocês a edição de ontem, sábado, 20, apresentando KATE VICTORIA TUNSTALL. Espero que gostem. Abração, João Carlos! Supimpa como sempre!
Uma das melhores artistas que ouvi/vi dessa nova safra. Não fique amuado, KT está a uma distância abissal das divas pré-moldadas da linha de montagem tipo Madonna (como Lady Gaga, Beyoncé e muitas outras) ou das “fofinhas” tipo Mallu Magalhães que, cantam canções “fofinhas” com a vozinha bem semitonadinha (apesar do indefectível afinador computadorizado PRO-TOOLS) como se tivessem 5 aninhos de idade. TUNSTALL é “pedra de responsa”. Tem muita juventude sim, mas bagagem de verdade, atitude, e sua música é bem elaborada, robusta e...original. No palco, sempre acompanhada por ótimos músicos, a garota evita pirotecnias e não conversa mais que o suficiente:“Esta canção eu escrevi para um cara feio que eu amava e me deu um pé no traseiro!” ou “Esta é uma das músicas de Bob Dylan que eu adoro!”. E vai direto ao ponto. E eu amo tudo isto!
Na verdade KATE VICTORIA TUNSTALL, não é tão adolescente assim, nascida na Escócia em 1975, foi adotada quando tinha 18 dias, assim como seus irmãos. Em sua casa, eram vetados TVs e aparelhos de rádio, já que o caçula sofria de problemas auditivos, no entanto, através do irmão mais velho, tomou os primeiros contatos com o rock e o som folk de sua região. Não tardou e logo estaria estudando música em St. Andrews (cidade natal) e de lá migrou pros EUA, para estudar em Connecticut, onde atuou em bandas independentes já esboçando suas primeiras criações. Resolveu morar em Londres e começar sua carreira profissional. Nessas alturas, dominava com destreza as guitarras, o piano, a bateria e além de compor, cantava com uma “pegada” desconcertante (confesso que ao ouvi-la demorei a perceber que era de uma mulher aquela voz forte). Logo chamou a atenção do produtor sueco Martin Serefe e depois trabalhou com o celebrado Steve Osbourne (U2, Happy Mondays e New Order).
Seu primeiro disco, EYE TO TELESCOPE (2004) está mais para o pop e o rock e chegou alcançando o 3º lugar na Europa. A consagração definitiva veio quando foi chamada de última hora para se apresentar no programa do JOOLS HOLLAND, substituindo a atração principal. Ela passou a véspera ensaiando e roubou o show. E o álbum foi logo lançado nos EUA com sucesso. Inquieta, em 2006, mudou de itinerário ao lançar o CD “KT TUNSTALL’S ACUSTIC EXTRAVAGANZA”, uma pérola imperdível, que só poderia ser adquirido via “site oficial”, depois, em outros endereços e só bem adiante, em lojas especializadas. No ano seguinte, a garota conheceu sua mãe natural e descobriu suas ascendências chinesa e irlandesa. Lançou mais um CD ótimo e indicado a diversos prêmios, “DRASTIC FANTASTIC”. Seguiram-se “TIGER SUIT” (2010) e “INVISIBLE EMPIRE/CRESCENT MOON” (2013).
A verdade é que KT TUNSTALL vem acumulando prêmios conceituados de fato (embora menos “extravagantes”) e pelo que tenho acompanhado virei fã de carteirinha. Adoro música real, verdadeira. Seus “hits” mais visíveis são “HOLD ON”, “BLACK HORSE AND THE CHERRY THREE”, “SUDDENLY I SEE”, “OTHER SIDE OF THE WORLD” e “(STILL A) WEIRDO”. Se esta bela garota vai chegar bem mais longe ou vai ficar pelo caminho, não dá prá arriscar. Mas pelo show que assisti, pela reação da plateia e pela postura de palco da artista, ousaria afirmar que KT TUNSTALL foi a melhor coisa que ouvi desde o surgimento de Sheryl Crow nos anos 90. Pois é... “de repente eu vi”. Por João Carlos Mendonça.
5 comentários:
Sempre muito bacana o Sábado Som. Acompanhem pelo facebook.
Gostei João Carlos, já tinha ouvido falar da Kate , mas não fui atrás para conhecer melhor , seu texto me deixou com essa vontade !!
Parabéns !!
Valeu Edu! Uma honra está aqui!
Quase esqueço da generosidade do Valdir!
Já conhecia a música, mas nem imaginava a história da moça.
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