sexta-feira, 21 de julho de 2023

ELVIS & NIXON - UM ENCONTRO INUSITADO ⭐


Elvis & Nixon é um filme biográfico de comédia dramática de 2016 dirigido por Liza Johnson. É estrelado por Michael Shannon (Zod) como Elvis Presley e Kevin Spacey como o presidente Richard Nixon, e se concentra no encontro entre os dois em 21 de dezembro de 1970 na Casa Branca.

"Elvis & Nixon" narra um dos episódios mais bizarros da vida de Elvis Presley. A história é a seguinte: era dezembro de 1970. Elvis ocupava novamente o posto de grande atração do showbusiness dos EUA, realizando shows em Las Vegas cujos ingressos se esgotavam em minutos. O dinheiro entrava como água e o Rei gastava como um sultão. Mesmo com tanta prosperidade, a esposa Priscilla e o pai Vernon reclamavam que Elvis tinha gasto uma fortuna em presentes de Natal - ele tinha comprado 10 Mercedes-Benz e mais de 30 armas de fogo para dar aos amigos. Elvis reagiu: reclamou que o dinheiro era dele e assim fazia o que desse na telha. Então, aparentemente por puro impulso, saiu de casa e pegou o primeiro avião disponível. Foi parar em Washington D.C. Ficou em um hotel e rumou para o Texas. Em Dallas, entrou em contato com o amigo Jerry Schilling, que no momento trabalhava como editor de filmes na Paramount Pictures. Elvis tinha uma missão. Contou ao amigo que iria voltar para Washington com o intuito de encontrar o presidente Richard M. Nixon. O problema é que ninguém sabia disso, muito menos o presidente e seus assessores. O motivo era que Elvis queria desesperadamente receber uma carteira de Agente Federal de Narcóticos e, ainda por cima, se tornar agente do FBIEssa era maior aventura da vida adulta de Elvis. Ele nunca tinha saído por conta própria ou circulado sozinho sem um exército de guarda-costas ou auxiliares. Mesmo com todos os riscos possíveis, Elvis parecia estar se divertindo. Nos aviões e nos aeroportos, alegremente interagiu com os fãs, que não acreditavam estar cara a cara com o maior astro de rock de todos os tempos.

Elvis, então, foi para Los Angeles para se encontrar com Schilling e mandou que este fosse chamar o guarda-costas Sonny West. Pediu para que ele fosse encontrá-los em Washington. No voo, Elvis escreveu uma carta a ser endereçada ao presidente. Nela, atacava a cultura das drogas, reclamava do antiamericanismo que tomava conta do país e dizia a Nixon que poderia ajudar nessa cruzada. Chegou aos portões da Casa Branca e entregou pessoalmente a carta para os seguranças, que não acreditavam na cena. Depois de muitas idas e vindas, confusões burocráticas, negociações e conversas com assessores, o cantor finalmente foi recebido por Richard Nixon no salão Oval, no dia 21 de dezembro de 1970. Ele, Schilling e West, com seus cabelos compridos e trajes berrantes, contrastavam com a sisudez de Nixon e com o ar formal da Casa Branca. Mas houve empatia entre os dois seres tão diferentes. Elvis e Nixon se identificaram um com o outro. Ambos vinham de família humilde, serviram o exército e eram conservadores. Depois de troca de presentes, posaram para uma foto oficial.
Esta é até hoje a imagem mais requisitada do Arquivo Nacional do governo norte-americano. Elvis ganhou uma carteira de agente para a coleção, mas, claro, nunca trabalhou para o governo. Para alguns, o encontro Elvis/Nixon foi um ato de irresponsabilidade e auto-indulgência por parte do cantor. Mas ninguém poderia negar o poder de fogo de Elvis. Se ele quisesse, por mero capricho, poderia simplesmente encontrar o presidente dos Estados Unidos. O incrível é que a história ficou secreta até 1972, quando foi revelada pelo jornal The Washington Post.

Em Elvis & Nixon, a diretora Liza Johnson também optou por um caminho cômico, apesar do longa também ter alguns momentos mais sérios. O roteiro é baseado nos relatos de Schilling. Mas o que vale aqui é o embate entre os dois talentosos atores principais. Michael Shannon, naturalmente, não tem a beleza e jovialidade de Elvis, que na época do acontecimento estava com 35 anos e ainda se parecia com um deus grego. Shannon, porém, respeita a essência de Elvis. Ele não o interpreta como um caipira deslumbrado - o Elvis de Shannon é um herói folclórico que sabe de seu papel na história e na cultura popular. Ele dispara aforismos, exala carisma e charme e não tem medo de nada. Já Kevin Spacey não se leva muito a sério na pele de Nixon. Escondido atrás de uma pesada maquiagem para se parecer com o antigo presidente norte-americano, o ator apela para o burlesco. A atuação cômica dele aqui está a milhas de distância do cinismo pragmático de Frank Underwood, o político que interpreta na série House ofCards. No bom elenco de apoio, destaque para Alex Pettyfer como Jerry Schilling, Johnny Knoxville (de Jackass) como Sonny West e Colin Hanks como Egil “Bud'’ Krogh, o assessor presidencial que era fã de Elvis e foi fundamental para o êxito do encontro.
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