Especialmente para minhas amigas Dayse Amaral e Mônica Maragno. Beijão!
Desde quando ouvi falar a primeira vez que iriam fazer esse filme, e vi os primeiros trailers, tive certeza que seria um filme extraordinário, impressionante. "Loving Vincent" (Com Amor, Van Gogh) é um filme biográfico de animação, o primeiro totalmente pintado, que conta a história do genial artista Vincent van Gogh e foi escrito e dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman. A ideia de um filme ilustrado sobre o mestre Van Gogh surgiu de Dorota Kobiela, que também é pintora, após se aprofundar nas técnicas e história do artista através das suas cartas durante um período de crise pessoal. Inicialmente seria um curta metragem de 17 minutos com telas feitas por Dorota. Cada um dos 65.000 frames do filme, é uma pintura a óleo sobre tela, usando a mesma técnica de Van Gogh, tudo feito por uma equipe de 115 artistas. A maioria dos críticos elogiou o filme. Tim Robey do jornal The Telegraph escreveu: "Nunca experimentei nada assim" e considerou o roteiro realista, como uma sensação ocasional de uma caminhada por um museu. Escreve que os flashbacks das amizades que Vincent experimentou são compartilhadas academicamente embora não possuam muitas surpresas para os já familiarizados com sua biografia. O jornal The Independent afirmou: "...é uma tela sempre transformadora que brilha na frente de seus olhos. "Os diretores não queriam fazer as pinturas de Van Gogh, eles queriam que toda a ação aconteça nas pinturas que ele pintou. Imagine 'Starry Night' ou 'The Night Cafe' ganhando vida... É tão revolucionário e notável como assistir, digamos, seu primeiro filme da Pixar, porém relevante". "Uma obra-prima animada! Eu nunca vi nada na vida da tela antes" - Deadline Hollywood.
Confira aqui a crítica do filme publicada em oglobo.globo.com/rioshow e assinada por Marcelo Janot.
"Talvez não esteja longe o dia em que será possível selecionar cenas de um filme com atores e, com um simples clique no smartphone, transformá-las instantaneamente em uma animação no estilo de seu pintor favorito. Enquanto a tecnologia não chega lá, a equipe dos diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman, composta por 100 pintores, pintou em estúdios poloneses, utilizando as mesmas técnicas do artista holandês, cada um dos 65 mil frames do filme “Com amor, Van Gogh”, depois da filmagem com atores de verdade. O resultado de seis anos de trabalho insano pode ser visto nos cinemas a partir de hoje. É algo parecido com o que Richard Linklater fez na animação “Waking Life”, em 2001: reconhece-se a feição e os movimentos dos atores, só que aqui eles parecem imersos em quadros de Van Gogh. Uma fascinante viagem pelo universo do mestre pós-impressionista que não se esgota em si mesmo, ou seja, a técnica é o meio para contar uma história e transmitir algo que vai além da experiência sensorial.
Vincent Van Gogh foi um dos mais notórios artistas a não ter o reconhecimento de sua genialidade em vida. Ele só começou a pintar em 1881, aos 28 anos de idade, e sua personalidade conturbada fez com que fosse encarado como louco, o que não o impediu de ter uma produção prolífica, especialmente as célebres pinturas a óleo que realizou pouco antes de morrer, aos 37 anos. Sua biografia já foi parar nas telas de cinema em diversas ocasiões. A mais famosa talvez seja “Sede de viver” (1956), de Vincente Minnelli, em que era interpretado por Kirk Douglas. Robert Altman direcionou seu foco para a relação entre Van Gogh e o irmão Theo no filme “Vincent & Theo” (1990). Mas a versão mais ambiciosa artisticamente ainda é “Van Gogh” (1991), escrita e dirigida pelo francês Maurice Pialat.
No caso de “Com amor, Van Gogh”, a trama se inicia um ano após a morte do pintor. O protagonista é Armand Roulin (Douglas Booth), filho do carteiro Joseph Roulin (Chris O’Dowd), de quem Van Gogh se tornou grande amigo ao se mudar para Arles, no sul da França. Os retratos que ele pintou de Joseph e de toda a família Roulin estão entre os mais conhecidos de sua obra. No filme, Armand é visto usando o mesmo figurino, composto por jaqueta amarela e chapéu, do retratado por Van Gogh, e isso vai se repetir com diversos outros personagens e cenários contemplados pelo artista, deixando no espectador a sensação de que sua obra ganha vida e movimento.
O resultado disso é tão incrível que pouco importa que a estrutura do roteiro seja um pouco engessada. Usando como pretexto a incumbência que seu pai lhe deu de entregar uma carta deixada por Van Gogh para o irmão, após descobrir que Theo está morto Armand vira uma espécie de detetive, indo atrás das pessoas que conviveram com o pintor em seus últimos dias. Praticamente cada conversa rende um flashback em que a trajetória de Van Gogh (Robert Gulaczyk) é relembrada de forma bem didática, até o momento em que Armand decide investigar o que teria levado o pintor a se suicidar numa fase em que ele teoricamente se encontrava feliz. Acaba questionando se de fato ele se suicidou com um tiro na barriga ou foi morto e teria dito, antes de morrer, que foi ele mesmo quem deu o tiro, com o intuito de acobertar o assassino. O principal “suspeito” é o seu médico, Paul Gachet (Jerome Flynn), ele mesmo um artista frustrado. A reconstituição ficcional não oferece conclusões, apenas a certeza de que este é um filme que merece ser visto no cinema.
Desde quando ouvi falar a primeira vez que iriam fazer esse filme, e vi os primeiros trailers, tive certeza que seria um filme extraordinário, impressionante. "Loving Vincent" (Com Amor, Van Gogh) é um filme biográfico de animação, o primeiro totalmente pintado, que conta a história do genial artista Vincent van Gogh e foi escrito e dirigido por Dorota Kobiela e Hugh Welchman. A ideia de um filme ilustrado sobre o mestre Van Gogh surgiu de Dorota Kobiela, que também é pintora, após se aprofundar nas técnicas e história do artista através das suas cartas durante um período de crise pessoal. Inicialmente seria um curta metragem de 17 minutos com telas feitas por Dorota. Cada um dos 65.000 frames do filme, é uma pintura a óleo sobre tela, usando a mesma técnica de Van Gogh, tudo feito por uma equipe de 115 artistas. A maioria dos críticos elogiou o filme. Tim Robey do jornal The Telegraph escreveu: "Nunca experimentei nada assim" e considerou o roteiro realista, como uma sensação ocasional de uma caminhada por um museu. Escreve que os flashbacks das amizades que Vincent experimentou são compartilhadas academicamente embora não possuam muitas surpresas para os já familiarizados com sua biografia. O jornal The Independent afirmou: "...é uma tela sempre transformadora que brilha na frente de seus olhos. "Os diretores não queriam fazer as pinturas de Van Gogh, eles queriam que toda a ação aconteça nas pinturas que ele pintou. Imagine 'Starry Night' ou 'The Night Cafe' ganhando vida... É tão revolucionário e notável como assistir, digamos, seu primeiro filme da Pixar, porém relevante". "Uma obra-prima animada! Eu nunca vi nada na vida da tela antes" - Deadline Hollywood.
Confira aqui a crítica do filme publicada em oglobo.globo.com/rioshow e assinada por Marcelo Janot.
"Talvez não esteja longe o dia em que será possível selecionar cenas de um filme com atores e, com um simples clique no smartphone, transformá-las instantaneamente em uma animação no estilo de seu pintor favorito. Enquanto a tecnologia não chega lá, a equipe dos diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman, composta por 100 pintores, pintou em estúdios poloneses, utilizando as mesmas técnicas do artista holandês, cada um dos 65 mil frames do filme “Com amor, Van Gogh”, depois da filmagem com atores de verdade. O resultado de seis anos de trabalho insano pode ser visto nos cinemas a partir de hoje. É algo parecido com o que Richard Linklater fez na animação “Waking Life”, em 2001: reconhece-se a feição e os movimentos dos atores, só que aqui eles parecem imersos em quadros de Van Gogh. Uma fascinante viagem pelo universo do mestre pós-impressionista que não se esgota em si mesmo, ou seja, a técnica é o meio para contar uma história e transmitir algo que vai além da experiência sensorial.
Vincent Van Gogh foi um dos mais notórios artistas a não ter o reconhecimento de sua genialidade em vida. Ele só começou a pintar em 1881, aos 28 anos de idade, e sua personalidade conturbada fez com que fosse encarado como louco, o que não o impediu de ter uma produção prolífica, especialmente as célebres pinturas a óleo que realizou pouco antes de morrer, aos 37 anos. Sua biografia já foi parar nas telas de cinema em diversas ocasiões. A mais famosa talvez seja “Sede de viver” (1956), de Vincente Minnelli, em que era interpretado por Kirk Douglas. Robert Altman direcionou seu foco para a relação entre Van Gogh e o irmão Theo no filme “Vincent & Theo” (1990). Mas a versão mais ambiciosa artisticamente ainda é “Van Gogh” (1991), escrita e dirigida pelo francês Maurice Pialat.
No caso de “Com amor, Van Gogh”, a trama se inicia um ano após a morte do pintor. O protagonista é Armand Roulin (Douglas Booth), filho do carteiro Joseph Roulin (Chris O’Dowd), de quem Van Gogh se tornou grande amigo ao se mudar para Arles, no sul da França. Os retratos que ele pintou de Joseph e de toda a família Roulin estão entre os mais conhecidos de sua obra. No filme, Armand é visto usando o mesmo figurino, composto por jaqueta amarela e chapéu, do retratado por Van Gogh, e isso vai se repetir com diversos outros personagens e cenários contemplados pelo artista, deixando no espectador a sensação de que sua obra ganha vida e movimento.
O resultado disso é tão incrível que pouco importa que a estrutura do roteiro seja um pouco engessada. Usando como pretexto a incumbência que seu pai lhe deu de entregar uma carta deixada por Van Gogh para o irmão, após descobrir que Theo está morto Armand vira uma espécie de detetive, indo atrás das pessoas que conviveram com o pintor em seus últimos dias. Praticamente cada conversa rende um flashback em que a trajetória de Van Gogh (Robert Gulaczyk) é relembrada de forma bem didática, até o momento em que Armand decide investigar o que teria levado o pintor a se suicidar numa fase em que ele teoricamente se encontrava feliz. Acaba questionando se de fato ele se suicidou com um tiro na barriga ou foi morto e teria dito, antes de morrer, que foi ele mesmo quem deu o tiro, com o intuito de acobertar o assassino. O principal “suspeito” é o seu médico, Paul Gachet (Jerome Flynn), ele mesmo um artista frustrado. A reconstituição ficcional não oferece conclusões, apenas a certeza de que este é um filme que merece ser visto no cinema.
O filme é realmente tudo isso e muito mais! Absolutamente imperdível, não deixe de conferir! Nesse link - "Com Amor, Van Gogh" - você assiste o filme inteirinho, na íntegra, dublado em português e alta resolução. Absolutamente imperdível!
2 comentários:
Dudu lindeza!!!! 🌻
Desde que vi uma reportagem sobre a produção desse filme fiquei bem curiosa sabia que ia ser interessante. Quem assistiu me falou que é extraordinário. Já estava na minha lista.
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