quarta-feira, 25 de setembro de 2019

THE BEATLES - CARRY THAT WEIGHT - SENSACIONAL!!!

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Agora estamos ainda bem mais próximos do final. Sobre esta imagem que abre a postagem: eu fiz ontem e usei a palavra "BOYS", no plural, de propósito, ao invés de "Boy" como está na letra original de Paul McCartney, porque para mim, dá ainda muito mais sentido à letra. E o Gordo e Magro? Simples, só para descontrair do clima pesadão do fim do medley. Valeu.
A letra expressa os medos de Paul a respeito dos Beatles em seus últimos dias. Ele afirmou posteriormente que as discussões sobre finanças e o gerenciamento o fizeram mergulhar nos “momentos mais sombrios” de sua vida até então". A leve atmosfera em torno dos Beatles tinha ficado pesada.
"Carry That Weight" é uma música dos Beatles composta por Paul McCartney, creditada a Lennon e McCartney, e lançada no álbum Abbey Road em 26 de setembro de 1969. É a sétima e penúltima música do medley climático que encerra o lado 2. A faixa conta com vocais uníssonos no refrão dos quatro Beatles, uma raridade em suas músicas. É precedida por "Golden Slumbers" e segue para "The End". A gravação teve início em 2 de julho de 1969, e concluída em 19 de agosto de 1969. “Carry That Weight” dura 1 minuto e 36 segundos. Apesar de estarem separadas, foi gravada com Golden Slumbers como se fossem uma única só música.
Assim com em "You Never Give Me Your Money", Paul McCartney criou a letra inspirado nos graves problemas financeiros e de relacionamento que os Beatles estavam enfrentando naqueles dias. Começa com o refrão “Boy, you’re gonna carry that weight, carry that weight, for long time” (Rapaz, você vai carregar esse peso, carregar esse peso, por muito tempo) cantado em coro pelos Beatles e em seguida retorna à mesma melodia de "Money" com versos modificados. A seguir, volta o refrão inicial.
Assim como todas as outras (ou quase), “Carry That Weight” foi produzida por George Martin auxiliado pelos engenheiros Geoff Emerick e Phil McDonald. Paul McCartney faz o vocal principal, toca piano, guitarra base e o coro; George Harrison toca baixo, guitarra solo e faz o coro; Ringo Starr toca sua bateria, percussão e faz o coro e John Lennon só participa do coro. A orquestra consiste em 12 violinos, 4 violas, 4 violoncelos, contrabaixo, 4 cornetas, 3 trombetas, trombone e trombone baixo.
McCartney, Harrison e Starr começaram a gravar "Golden Slumbers / Carry That Weight" enquanto John Lennon estava no hospital após um acidente de carro em Golspie, na Escócia. No dia 2 de julho de 1969, os três gravaram 15 tomadas das músicas. George Harrison tocava baixo e Ringo Starr estava na bateria, enquanto McCartney tocava piano e cantava um vocal guia. As melhores tomadas foram a 13 e a 15, editadas juntas em 3 de julho. Naquele dia e no dia seguinte, McCartney adicionou vocais principais e guitarra rítmica, Harrison tocou uma parte principal de guitarra e ambos se juntaram a Ringo no refrão cantado. Em 30 de julho, mais vocais foram adicionados ao refrão, desta vez com John Lennon, e novamente no dia seguinte. Eles também fizeram overdubs de tímpanos e mais bateria em 31 de julho. Enquanto isso, o arranjo orquestral foi gravado em 15 de agosto.
De forma incomum, “Carry That Weight” traz os vocais de todos os quatro Beatles - apropriadamente, enquanto o refrão antecipava a sombra que o grupo lançaria em seus anos solo subsequentes. Era como se McCartney soubesse que o que quer que viesse a seguir nunca poderia corresponder à inventividade e ao significado inovadores de seu trabalho juntos. Para o crítico musical Ian MacDonald, é exatamente isso. A letra é um reconhecimento por parte do grupo de que nada que eles fizessem daqui pra frente como artistas individuais seria igual ao que eles conseguiram juntos, e eles sempre carregariam o peso de ser um Beatle. No documentário de 1988, "Imagine: John Lennon", Lennon diz que, ao escrever a canção, McCartney estava "cantando sobre todos nós".
Uma curiosidade legal sobre a dobradinha “Golden Slumbers” / “Carry that Weight” é que foi gravada e lançada como single pelo grupo “Trash” (anteriormente conhecido como “WhiteTrash”), contratado da Apple. A produção foi de Tony Meehan, ex-baterista dos The Shadows. “Carry that Weight”, com os Beatles, só aparece em Abbey Road.

THE BEATLES - HERE COMES THE SUN - VÍDEO INÉDITO - ÔBA!!!

2 comentários:

A música "Here Comes The Sun" dos Beatles, ganhará um novíssimo vídeo clipe para celebrar o aniversário de 50 anos do lançamento do clássico Abbey Road amanhã, quinta, 26 de setembro de 2019. O vídeo - com uma nova mixagem estéreo da composição de George Harrison - apresenta um nascer do sol que ilumina o estúdio 2 de Abbey Road, onde os Beatles gravaram a maior o álbum. O registro também apresenta fotos de arquivo da Apple Corps, como filmagens de Paul McCartney, fornecidas por Linda McCartney. Aqui e agora, a gente só vai poder ver uma prévia, só para enlouquecer ainda mais os fãs. Dizem que o vídeo estará disponível às 17h42 (horário de Brasília) a partir de amanhã dia 26 de setembro, um dia antes da reedição de aniversário de Abbey Road estar à venda. Além das gravações, a nova versão apresentará novas mixagens das 17 faixas, feitas por Giles Martin - filho do falecido produtor dos Beatles, George Martin - e o engenheiro de som Sam Okell.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

PAUL McCARTNEY - GOLDEN SLUMBERS; CARRY THAT WEIGHT E THE END******

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THE BEATLES - HER MAJESTY - SENSACIONAL***********

3 comentários:

Agora quero pedir licença para antecipar “Her Majesty” da ordem que aparece no disco – última, e antecipá-la para que a próxima postagem seja “Carry That Weight” e depois encerrar com “The End” sendo a última, conforme eu já tinha planejado.
A história dos Beatles com a realeza britânica vem de longas datas. O primeiro grande momento deles com a rainha aconteceu em novembro de 1963, quando tocaram no “Queen’s Royal Variety Performance” e John mandou que a burguesia aristocrata chacoalhasse as jóias. Em 1965, a rainha Elizabeth II condecorou os quatro Beatles como Membros da Ordem do Império Britânico. Em julho de 1969, Paul McCartney gravou “Her Majesty”, última faixa de Abbey Road. Em novembro, John Lennon devolveu sua MBE em protesto pelo envolvimendo da Inglaterra nas questões da Biafra, do Vietnã e por “Cold Turkey” ter caído nas paradas. Em março de 1997, Paul McCartney recebeu, das mãos da Rainha Elizabeth II, o título de "Sir”, uma outorga que oferece grau de nobreza a quem o recebe. Em julho de 2002, a rainha Elizabeth visitou Liverpool, a terra dos Beatles, rebatizando o aeroporto da cidade em homenagem a John Lennon e mais tarde foi até a galeria de arte Walker, onde Paul McCartney fazia sua primeira exposição de pinturas. Em 2017, Ringo Starr foi condecorado pela rainha – “Cavaleiro da Coroa Britânica”. Se eu tiver esquecido alguma coisa, me lembrem, por favor.
Depois de indicar que era o fim, dos floreios de guitarra, e dos versos de Paul em “The End”, há uma longa pausa. Na capa do álbum “The End” é listada claramente como a última música, não há nada além. Com uma sequência tão extensa de músicas interligadas, certamente tudo tinha acabado. Só que não. De repente, ouve-se o dedilhado de violão de Paul - que era parte inicialmente parte do medley e havia sido cortado.
“Her Majesty” aparece como a última música do lado 2 do álbum Abbey Road dos Beatles, lançado em 26 de setembro de 1969 e dura somente 23 segundos, embora os Beatles também tenham gravado uma versão mais longa da música durante as sessões de ‘Get Back’. Composta por Paul McCartney, foi gravada somente por ele nos estúdios da EMI em Londres, no dia 2 de julho de 1969. Não programada para constar no álbum, por ter sido descartada pelo autor, foi incluída no fim da fita master pelo assistente de gravação e gravada por engano com o restante das músicas do disco. Após a audição da gravação master, Paul McCartney gostou e aprovou a sua inclusão do jeito que ficou.
A letra, irônica, fala de "Sua Majestade" (Her Majesty), a rainha Elizabeth II, da Inglaterra. Paul McCartney canta e toca um violão como acompanhamento. No LP lançado, esta música não consta dos créditos. Isto só veio a acontecer com o lançamento do disco no formato CD.
“Her Majesty” é notavelmente, uma das poucas faixas dos Beatles que fazem alguma referência diretamente à Rainha Elizabeth II, as outras são "Penny Lane" (In Penny Lane there is a fireman with an hourglass and in his pocket is a portrait of the Queen); e "Mean Mr. Mustard" (Takes him out to look at the queen), também em Abbey Road. Foi gravada em três tomadas em 2 de julho de 1969, antes do início dos trabalhos dos Beatles em "Golden Slumbers / Carry That Weight". McCartney cantou e tocou simultaneamente um acompanhamento de violão no estilo dedilhado. A decisão de excluí-la do medley de Abbey Road foi tomada em 30 de julho. E é exatamente sobre esta passagem, que a gente encerra, conferindo mais uma vez um trechinho do excelente “Minha Vida “Gravando Os Beatles” de Geoff Emerick:Naquela mesma noite, o destino do pequeno trecho de Paul, intitulado Her majesty (que ele havia gravado com Phil McDonald no início das sessões do Abbey Road) estava traçado. Originalmente, ela foi colocada entre as canções “Mean Mr. Mustard e “Polythene Pam", mas Paul nao gostou dela ali e pediu a John Kurlander para retirá-la. As habilidades de edição de John não eram lá essas coisas naquele momento, e ele acidentalmente cortou uma batida muito cedo, a última nota de “Mustard". Ele estava prestes a corrigir o problema quando Paul. cansado, disse: "Não importa, é apenas uma mixagem inicial". Kurlander sabia que a EMI tinha regras rígidas sobre nunca descartar nada, por isso ele fez a coisa certa - manteve a mixagem de “Her majesty" e colocou-a no final da edição de teste, cerca de vinte segundos depois da marca vermelha. A marca vermelha é usada por engenheiros de som para marcar o fim de uma canção, mas quando Malcolm Davies fez os vinis de testes na Apple, no dia seguinte, ou ele não percebeu a marca vermelha, ou decidiu incluir a música de qualquer maneira, porque ele não tinha certeza da nossa intenção. Paul gostou! Quando chegou a hora de sequenciar o álbum final, ele insistiu que deixássemos daquele jeito, com “Her majesty” terminando aquele lado depois de um intervalo de vinte segundos — similar aos bônus “escondidos” que às vezes são incluídos em CDs de hoje. A única coisa que Paul pediu que fizéssemos foi cortar a última nota. Acho que de pensou que já que “Her Majesty” começava com a última nota de “Mean Mr. Mustard”, ela podia muito bem ficar sem a sua última nota. 

domingo, 22 de setembro de 2019

THE BEATLES - GOLDEN SLUMBERS***********************

11 comentários:

“Certa vez, houve um jeito de voltar para casa. Durma, querida, não chore e eu lhe cantarei uma canção de ninar. Sonhos dourados tomem conta dos seus olhos. Sorrisos lhe acordem quando levantar. Durma, querida, não chore. E eu lhe cantarei uma canção de ninar”. Isso é muito bonito. Na verdade, é de arrepiar! Ainda mais com o acompanhamento do piano e a voz quase melancólica de Paul McCartney. É uma canção de ninar doce, com com uma melodia maravilhosa e fantástica que só poderia ter sido criada por ele.
É sempre bom lembrar, que as músicas do "medley" não foram gravadas na ordem que aparecem dispostas no disco. Ok? "Golden Slumbers" é a sexta parte do longo medley que aparece no lado B do último disco gravado pelo grupo. É seguida por "Carry That Weight" (as duas músicas foram gravadas juntas, como uma única peça) que emenda com o clímax de “The End”. Dura exatos 1’31”. Os arranjos de cordas e metais foram esculpidos pelo produtor George Martin com os engenheiros Geoff Emerick e Phil McDonald. Da gravação original, participaram: Paul McCartney - vocal principal e piano; George Harrison - baixo e Ringo Starr - bateria e percussão. John Lennon não participou porque, nos dias da gravação estava em convalescença do acidente de carro na Escócia. A parte orquestral é composta por 12 violinos, 4 violas, 3 trompetes, um trombone, um trombone baixo e 4 cornetas.
"Golden Slumbers" foi gravada nos dias 2, 3, 30, 31 de julho e 15 agosto. No dia 2 de julho, os três Beatles gravaram 15 tomadas das músicas (‘Slumbers’ e ‘Weight’). Os melhores foram o 13 e o 15, que foram editados juntos no dia seguinte. Nos dias 30 e 31 de julho, Paul McCartney gravou seus vocais principais, e o arranjo orquestral foi adicionado em 15 de agosto. Outros overdubs foram adicionados em “Carry That Weight” em outros dias, mas a parte de “Golden Slumbers” foi uma gravação relativamente direta.
A música criada por Paul McCartney foi baseada no poema "Cradle Song", do dramaturgo inglês Thomas Dekker*. McCartney viu partituras do poema musicado, na casa de seu pai em Heswall (uma cidade no Wirral, no condado de Merseyside, Inglaterra). Jim McCartney se mudara para lá graças à ajuda financeira de Paul, deixando a velha casa da família, do governo, em Forthlin Road. Ele tinha se casado com Angie (Angela Lucia Williams), 28 anos mais nova que ele e mãe de uma filha, Ruth, que aprendia piano e havia deixado as partituras sobre o instrumento.
Naquele tempo, ainda sem saber ler música, McCartney criou sua própria melodia. Usou a primeira estrofe do poema original, com pequenas alterações de palavras, adicionando a ela uma única linha lírica repetida com uma pequena variação. McCartney inicia a música em um tom suave apropriado para uma canção de ninar, com piano, baixo e acompanhamento de seção de cordas. Os tambores entram na parte "Golden slumbers fill your eyes", quando Paul torna a mudar a voz, dessa vez para um tom bem mais forte, grave, quase dramático.
Há poucas palavras, poucos versos em "Golden Slumbers". Alguns são de Paul - “Once there was a way to get back homeward” -, mas os seguintes são tirados quase palavra por palavra da velha canção de ninar do poema de Dekker de 1603. Não existe nenhum crédito em Abbey Roadpelos versos de Decker. E, talvez, não devesse existir mesmo. Completados quase 50 anos do lançamento da música, ninguém apareceu para reclamar por parte de um autor que morreu há mais de quatro séculos. "Golden Slumbers" só aparece em Abbey Road.
Para qualquer fã dos Beatles ou de Paul McCartney, é muito fácil identificar várias possíveis referências da criação de "Golden Slumbers" com a própria infância de Paul, em um tempo que tinha uma mãe que o beijava (assim como ao irmão Mike) e lhes desejava que tivessem lindos sonhos."Sonhem com os anjinhos". A mãe de Paul e Mike - Mary Mohin McCartneymorreu quando os garotos tinham 14 e 12 anos, no dia 31 de outubro de 1956. Valeu, "Golden slumbers fill your eyes, smiles awake you when you rise. Sleep pretty darling, do not cry... and I will sing a lullaby.


E aqui, como nas três últimas postagens, a gente confere (de novo!)o medley:
*Thomas Decker era poeta e dramaturgo. Nasceu em Londres em 1572 e morreu em Clerkenwell em 25 de agosto de 1632, e foi contemporâneo de William Shakespeare. A primeira notícia sobre o escritor data de 1598, quando apareceu no Jornal de Philip Henslowe; na tal data se achava a serviço da companhia teatral do Lord Almirante, para a qual escreveu dez dramas e colaborou em trinta entre 1598 e 1602. Apesar de sua abundante produção cênica, viveu uma existência precária e esteve na prisão por dívidas entre 1613 e 1618.

sábado, 21 de setembro de 2019

THE BEATLES - SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW - SENSACIONAL!!!**********

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Agora, já estamos bem perto do final dramático do medley. “She Came In Through The Bathroom Window” é uma música dos Beatles do álbum Abbey Road lançado em 26 de setembro de 1969. Escrita por Paul McCartney e creditada a Lennon e McCartney, é a 5ª música do medley e a 7ª do lado 2 do álbum, logo após "Polythene Pam" e antes de “Golden Slumbers”.

"SCITTBW" foi gravada nos dias 25, 28, e 30 de julho de 1969, tendo (como sempre, ou quase) George Martin como produtor e os engenheiros Geoff Emerick e Phil McDonald. Paul McCartney faz os vocais, toca baixo, guitarra, piano e piano elétrico; John Lennon faz backing vocals, toca violão de 12 cordas, guitarra rítmica e bate palmas; George Harrison faz backing vocals e toca guitarra e Ringo Starr toca sua bateria e faz percussão.
A história por trás da criação de mais esta pérola de Paul, é bem interessante e vale a pena conferir.

“She Came In Through The Bathroom Window” foi inspirada pelas atividades de uma Apple Scruff que entrou na casa de Paul, em St. Johns Wood quando ele esta­va passando um dia fora. Diane Ashley recorda: “Estávamos entediadas, ele estava fora, então decidimos fazer uma visita. Encontramos uma escada no jardim e a colocamos embaixo da janela do banheiro, que ele tinha deixado levemente aberta. Fui eu que subi e entrei”.
Uma vez dentro da casa, ela abriu a porta da frente e deixou as demais garotas entrar. Margo Bird, outra Apple Scruff, relembra: “Elas vasculharam a casa e pegaram algumas roupas. As pessoas geralmente não pegavam coisas de valor, mas acho que dessa vez um monte de fotos e negativos foram levados. Na verdade havia dois grupos de Apple Scruffs - as que invadiam as casas e as que ficavam do lado de fora com câmeras e cadernos de autógrafos. Eu costumava levar a cachorra de Paul para passear e pude conhecê-lo bem. Acabei receben­do uma proposta de emprego na Apple. Comecei preparando chá e acabei no departamento de promoções trabalhando com Tony King”.
O nome "Apple scruffs" foi cunhado pela primeira vez por George Harrison no final dos anos 1960. Embora bem conhecido por sua aversão à adoração das fãs, ele reconheceu em uma entrevista em abril de 1969 à revista Disc: "o papel delas é tão importante quanto o nosso". Sua música "Apple Scruffs" foi escrita como uma homenagem às fãs que mantinham vigília do lado de fora do estúdio, assim como na sede da Apple em Savile Row, ou mesmo nas casas dos Beatles. “Apple Scruff...Apple Scruuuuufs...how I love you!”...
Paul perguntou a Margo se ela conseguiria recuperar alguns de seus pertences. “Eu sabia quem tinha feito e descobri, que muita coisa já tinha sido mandada para os EUA. Mas eu sabia de uma foto em espe­cial que Paul queria de volta - uma foto colorida dele em uma mol­dura dos anos '1930. Eu sabia quem a tinha levado e a peguei de volta para ele”.
Paul concluiu “She Came In Through The Bathroom Window” em junho de 1968 durante uma viagem para os EUA para tratar de negó­cios com a Capitol Records. Foi lá que ele retomou seu relacionamen­to com Linda Eastman, a quem tinha sido apresentado no verão ante­rior em Londres e com quem se encontrou em Nova York depois. “Paul, Heather e eu estávamos em Nova York indo para o aeroporto para voltar para a Inglaterra”, recorda linda. “O nome do taxista que era um ex-policial e estava nos levando era Eugene Quits, então Paul escreveu o verso ‘so I quit the police department”.

De acordo com Carol Bedford, uma Apple Scruff que escreveu o livro Waiting For The Beatles, Paul disse a ela posteriormente: "Fiz uma música sobre as meninas que invadiram a minha casa. Ela se chama “She Came In Through The Bathroom Window”. Diane ficou surpresa de se tornar tema de uma canção dos Beatles. “A princípio eu não acreditei porque ele odiou tanto quando entramos na casa. Mas até aí acho que qualquer coisa pode inspirar uma música, não é? Eu sei que todos os vizinhos ligaram para ele quando viram que estávamos lá, e tenho certeza de que isso deu origem aos versos ‘Sundays on the phone to Monday/Tuesday’s‘on the phone to me”, ela conta.

Casada e mãe de quatro adolescentes, Diane Ashley mantém uma foto emoldurada dela com Paul na prateleira da cozinha e recorda seus dias de Apple Scruff afetuosamente. “Não me arrependo de nada daquilo, Eu me diverti muito, muito mesmo”. Fonte: Steve Turner.
“Polythene Pam” e “She Came In Through The Bathroom Window” foram gravadas juntas em 25 de julho de 1969. Para Hunter Davis, “She Came In Through The Bathroom Window” é a melhor música do medley. Os Beatles fizeram 39 takes da faixa básica das músicas. Durante a mesma sessão, eles adicionaram os vocais principais e regravaram as partes de bateria e baixo. Em 28 de julho, eles adicionaram uma variedade de overdubs às duas músicas, incluindo mais vocais, guitarras acústicas e elétricas, pandeiro e outras percussões, piano elétrico e acústico. A gravação foi concluída em 30 de julho com a adição de overdubs de percussão e guitarra.

Uma versão mais lenta e etérea, gravada no final de janeiro de 1969 durante as sessões Let It Be, aparece no Anthology 3, de 1996. Aliás, “She Came In Through The Bathroom Window” só está disponível em Abbey Road e no Anthology 3.

JOE COCKER - SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW - SENSACIONAL!!!*****

Um comentário:

Existe uma lenda que diz que um certo dia em 1969, depois de já ter gravado "With a Little Help From My Friends" dos Beatles, numa versão antológica com o guitarrista Jimmy Page e arrebentado em Woodstock, o jovem Joe Cocker estava em Abbey Road, e teria ouvido uma passagem de som dos Beatles de "Oh! Darling". Pediu a Paul que o deixasse gravá-la, ao que McCartney teria respondido: "Não. Essa é minha!". Cocker ainda saiu no lucro e ganhou "She Came In Through The Bathroom Window"A cover de Joe Cocker alcançou o número 30 no top 40 da Billboard em 1970.

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

IMAGEM DO DIA - THE BEATLES - ABBEY ROAD

Um comentário:
Essa imagem pra lá se superbacana, já tinha aparecido aqui na postagem A VERDADE POR TRÁS DAS CAPAS DOS ÁLBUNS - publicada em 25 de outubro de 2014. Confiram!

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

THE BEATLES - POLYTHENE PAM - SENSACIONAL!!!*****

Um comentário:

"Você devia ver a Polythene Pam. É bonitinha, mas se parece com um homem. Você devia vê-la travestida, usando uma bolsa de plástico. É, você devia ver a Polythene Pam. Yeah, yeah, yeah". Uma das curiosidades mais bacanas de "
Polythene Pam" é que os Beatles voltam a se utilizar dos famosos "yeah, yeah, yeahs" como nos bons tempos.
“Polythene Pam” é a 6ª música do lado 2 do LP E 12ª do CD. Foi composta por John Lennon, é creditada a Lennon e McCartney, e é a quarta música da seqüencia do medley que vai até o fim de Abbey Road. Os Beatles a gravaram em julho de 1969 como uma peça contínua com "She Came In Through the Bathroom Window", a seguinte. Tal e qual “Mr. Mustard”, Lennon compôs "Polythene Pam" durante a temporada dos Beatles na Índia em 1968  e também foi gravada por eles como uma demo em Kinfauns, Esher, na casa de George Harrison. Essa gravação foi lançada mais tarde no Anthology 3 e na edição super deluxe de 2018 do Álbum Branco. Em The Beatles Anthology, Lennon também descartou a música, junto com Mean Mr. Mustard - "um pouco de porcaria que escrevi na Índia".
Apesar que John Lennon inicialmente tenha insistido que “Polythene Pam” era sobre “uma vadia mítica de Liverpool vestida com botas de cano alto e kilt”, na verdade a canção se baseou em duas pessoas que ele conheceu. O nome veio de uma garota - Pat Hodgetts (posteriormente Dawson), parte do círculo original de fãs que conheciam bem o grupo na época do Cavern Club. Ela tinha o estranho hábito de mascar polietileno e, assim, tomou-se conhecida entre eles como Polythene Pat. “Eu comecei a ir ver os Beatles em 1961, com 14 anos, e fiquei bem amiga deles”, lembra ela. “Quando tocavam fora da cidade, me davam carona de volta na van. Foi nessa época que começaram a me chamar de Polythene Pat. É meio constrangedor. É que eu comia plástico o tempo todo. Eu dava uns nós e comia. E depois arrumei um amigo que trabalhava numa fábrica de bolsas de plástico, o que era maravilhoso porque assim eu tinha suprimento constante”. Mas Polythene Pat nunca se vestiu com um saco plástico, como dizia a canção. Essa pequena excentricidade veio de outro incidente envolvendo uma moça chamada Stephanie, que John conhecera nas Ilhas do Canal durante uma turnê em agosto de 1963. E sobre essa história, a gente confere um pedacinho do livro de Steve Turner – A História por Trás de Todas as Canções”.

Embora não a tenha identificado pelo nome na entrevista da Playboy em 1980, Lennon deu algumas pistas. “‘Polythene Pam” era eu me lembrando de uma situação com uma mulher em Jersey, e de um homem que era a resposta inglesa a Allen Ginsberg, que nos apresentou a certas coisas”.
A tal resposta inglesa ao poeta beat americano Ginsberg era Royston Ellis, que havia conhecido os Beatles em junho de 1960 ao ser convidado para recitar poesia em um festival das artes na Universidade de Liverpool, e a coisa a que ele apresentou a banda foi benzedrina, a primeira droga de que tomaram conhecimento. A “situação com uma mulher”, como John a descrevera, não aconteceu em Jersey, mas em Guernsey, quando ele se encontrou com Ellis, que nessa época trabalhava na ilha durante o verão como engenheiro da balsa.
Após o show dos Beatles em 8 de agosto no Auditorium de Guernsey, Ellis e sua namorada, Stephanie, levaram John para o apartamento no sótão que o poeta alugava. Foi ali que o plástico entrou na história. “Ellis disse que Miss X, a garota que ele queria que eu conhecesse, vestia sacos plásticos”, lembraria John mais tarde. “Vestia mesmo. Ela não usava botas de cano alto nem kilt. Eu meio que inventei. Sexo pervertido num saco plástico! Eu estava só procurando algo sobre o que falar”.

Ellis, que vive hoje no Sri Lanka e escreve guias de viagem, não se recorda de nenhum “sexo pervertido”, mas se lembra da noite passada na cama com John e Stephanie. “Líamos essas coisas todas sobre couro e nenhum de nós estava usando couro, mas eu estava com a minha roupa de oleado e nós tínhamos uns sacos plásticos de algum lugar. Nós todos nos vestimos com eles e os usamos na cama. John passou a noite conosco, na mesma cama. Eu acho que não aconteceu nada de muito excitante e todos ficamos pensando qual era a graça de ser safados’. Isso provavelmente foi mais ideia minha que do John”, diz ele. Pouco depois de apresentar John às delícias do plástico, Ellis foi embora da Inglaterra e, desde então, passa a maior pane do tempo viajando. Tomou-se tão afastado da cena pop britânica que nunca tinha sequer escurado "Polythene Pam”. Ele se lembra com algum orgulho, no entanto, de que, em 1973, John escreveu ao jornal alternativo International Times para corrigj-locs sobre as circunstâncias da primeira experiência dos Beatles com drogas. "O primeiro barato, por meio de um inalador de benzedrina, foi dado aos Beatles (John, George, Paul e Stu) pela versão inglesa de Allen Giiuberg — um certo Royston Ellis, conhecido como ‘poeta beat’, Portanto vamos dar nome ao santo", disse John Lennon.
A faixa básica de "Polythene Pam" e "She Came in Through the Bathroom Window" foi gravada no Estuido 2 da EMI em Abbey Road, no dia 25 de julho de 1969. A formação era Lennon no violão de 12 cordas, Harrison no violão, Paul McCartney no baixo e Ringo Starr na bateria. Lennon cantou um vocal de guia fora do microfone em sua música, enquanto McCartney fez o mesmo em "She Came In Through the Bathroom Window". Durante o solo de guitarra em "Polythene Pam", Lennon gritou palavras de encorajamento "Fab! That's great! Real good, that. Real good ..." ("Fab! Isso é ótimo! Muito bom, isso. Muito bom"), algumas das quais apareceram na edição final. Na postagem de "Sun King", na parte do texto do livro de Geoff Emerick, em certo ponto eu disse que a partir dali já era outra parte da história e que a gente ia conferir quando fosse a hora certa. Essa hora é agora:
John estava realmente de bom humor durante toda a sessão de “Sun King”, eu podia ver que ele estava um pouco mais solto, um pouco mais recuperado de seus feri­mentos, e muito menos preocupado com Yoko, que já não estiva deitada na cama. O clima era tão bom que, dessa vez, Paul foi convidado por John para par­ticipar de ambas as músicas, o que pareceu levantar muito o ânimo dele. Eles ainda desapareceram um tempo por trás dos abafadores em certo ponto para fumar um baseado, apenas os dois, e quando voltaram estavam tendo um ataque de riso enquanto cantavam a baboseira pseudo espanhola; na verdade, eles descobriram que era impossível fazer um take sequer sem cair na gargalhada. As coisas não foram assim tão agradáveis quando voltamos na semana se­guinte para enfrentar “Polythene Pam”, de John, que se juntou com “She came in through the bathroom window”, de Paul, uma depois da outra. John estava descontente com a bateria de Ringo e comentou acidamente que ela “soava como Dave Clark”, o que claramente não era um elogio. Ele estava tão impa­ciente com a inabilidade de Ringo de conseguir uma execução adequada que ele finalmente disse: “Deixa para lá, vamos gravar assim mesmo”. Mas Ringo ficou tão chateado por John estar descontente com sua bateria que ele passou boa parte do tempo trabalhando nela com Paul, mesmo após a base ter sido feito. Finalmente, ele disse a John: “Por que não gravamos a base de novo? Acho que tenho algo que você vai gostar agora”, mas Lennon se recusou. “Eu não vou tocar a droga da música de novo, Ringo. Se você quiser refa­zer a bateria, vá em frente e faça um overdub!”. Naquela noite, Ringo fez exatamente isso. Felizmente estávamos trabalhan­do em oito canais, então eu pude gravar a nova faixa sem apagar a antiga. Foram necessárias muitas horas para fazer, mas Ringo finalmente conseguiu, tocando a nova parte da bateria do início ao fim, sem perder o ritmo... e naquele tempo não tínhamos faixas de clique, então sua única referência era a faixa de bateria original, que nós mandamos para ele através dos fones de ouvido. Apesar de todo o tumulto, aquelas eram faixas divertidas de se gravar, e no conjunto ficou excelente. Sentado na sala de controle do Studio Two, comentei com George Martin que o som parecia dos velhos Beatles, com os quatro to­cando juntos como a banda de 1963.“Você está certo”, disse George sarcastica­mente. “Não dá nem para perceber que um não suporta o outro”.
Os Beatles fizeram overdubs na faixa em 28 de julho, embora muitas dessas contribuições, como piano e piano elétrico, tenham sido cortadas mais tarde. A gravação foi concluída em 30 de julho, quando foram gravados os overdubs finais de vocal, violão e percussão. Isso incluiu uma segunda parte de guitarra de Harrison, tocando as notas descendentes (acompanhando o falado de Lennon "Oh, Look out!” (Ô, atenção!), no início de "She Came In Through the Bathroom Window". "Polythene Pam" foi produzida por George Martin, com os engenheiros Geoff Emerick e Phil McDonald. John Lennon faz os vocais, toca violão de 12 cordas, guitarra rítmica e bate palmas; Paul McCartney faz backing vocals, toca baixo, guitarra, piano e piano elétrico. George Harrison faz backing vocals e toca guitarra e Ringo Starr toca bateria, pandeiro e percussão.
Esse corte seco nesse último vídeo aí de cima, é de lascar o cano!!! Assim, como foi dito em "Mean Mr. Mustard", é impossível separar as músicas do medley, então novamente nesta e nas seguintes, a gente confere também o medley completo a partir de "You Never Give Your Money", da forma como foi planejado inicialmente - com "Her Majesty" entre "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam" até terminar com "The End".

A próxima é "She Came In Through the Bathroom Window". Fique de olho para não perder e deixe seus comentários. Valeu, até lá!

"OVERDUB" - O QUE É ISSO?

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Durante todas essas postagens sobre todas as músicas de Abbey Road, a gente tem ouvido muito falar em "Overdub". Mas, afinal, o que é isso? O processo de produção em estúdio sofreu diversas modificações ao longo da história da indústria fonográfica, estando intimamente ligado ao desenvolvimento das tecnologias de produção e reprodução do som. Inicialmente, este processo consistia no mero registro de uma performance. As possibilidades de manipulação do material gravado praticamente não existiam e o resultado final dependia, em última análise, da capacidade dos músicos e cantores de realizar uma boa performance.
Com o surgimento da fita magnética, o processo de gravação foi se tornando cada vez mais dependente de operações realizadas após o registro do som. Em primeiro lugar, permitiu que se fizessem edições de gravações realizadas em diferentes momentos, selecionando os melhores trechos de cada take, para montar a versão definitiva. O próximo passo foi dado pelo surgimento do overdub – ou overdubbing –, técnica que possibilita gravar um novo material, ao mesmo tempo que se ouve (sem apagar) o material já gravado.
Em seguida vieram os gravadores multipistas, ou multitrack, que permitem que cada instrumento seja gravado independentemente. Esta técnica ofereceu uma grande flexibilidade ao processo de produção, possibilitando que várias decisões, antes tomadas durante a gravação, pudessem ser adiadas para outras fases do processo: a edição, a mixagem e a masterização. Hoje a produção em estúdio se dá através de cinco fases bem definidas: pré-produção, gravação, edição, mixagem e masterização, realizadas através do trabalho conjunto de uma equipe de profissionais – produtores, cantores, instrumentistas, arranjadores, técnicos e engenheiros de som.
A gravação em Overdub surgiu como uma conseqüência da possibilidade de se realizar gravações adicionais sobre um material já gravado. A técnica – criada por Les Paul, em torno de 1950 – revolucionou o processo de produção em estúdio, definindo suas diversas fases. Agora, não era mais necessário que os músicos estivessem juntos em um mesmo ambiente para que a música fosse gravada. Agora era possível captar múltiplos takes tocados pelos mesmos músicos. Músicos e instrumentos podiam ser gravados separadamente, em momentos diferentes e em ambientes sonoros diferentes”. O controle individual sobre cada uma das partes gravadas é muito maior e podem-se realizar edições, processamentos e adição de efeitos para cada trilha considerada individualmente, bem como substituir partes já gravadas ou adicionar novas partes ao arranjo. A gravação em overdub é a mais utilizada na indústria fonográfica, especialmente na música pop, rock e música popular em geral. Embora ao término da gravação muitas decisões referentes ao resultado final já tenham sido tomadas, é comum se gravar várias versões de um mesmo instrumento ou voz, ou mesmo versões alternativas de partes instrumentais e vocais específicas, que poderão estar ou não presentes na edição final.