quinta-feira, 19 de setembro de 2019

THE BEATLES - POLYTHENE PAM - SENSACIONAL!!!*****


"Você devia ver a Polythene Pam. É bonitinha, mas se parece com um homem. Você devia vê-la travestida, usando uma bolsa de plástico. É, você devia ver a Polythene Pam. Yeah, yeah, yeah". Uma das curiosidades mais bacanas de "
Polythene Pam" é que os Beatles voltam a se utilizar dos famosos "yeah, yeah, yeahs" como nos bons tempos.
“Polythene Pam” é a 6ª música do lado 2 do LP E 12ª do CD. Foi composta por John Lennon, é creditada a Lennon e McCartney, e é a quarta música da seqüencia do medley que vai até o fim de Abbey Road. Os Beatles a gravaram em julho de 1969 como uma peça contínua com "She Came In Through the Bathroom Window", a seguinte. Tal e qual “Mr. Mustard”, Lennon compôs "Polythene Pam" durante a temporada dos Beatles na Índia em 1968  e também foi gravada por eles como uma demo em Kinfauns, Esher, na casa de George Harrison. Essa gravação foi lançada mais tarde no Anthology 3 e na edição super deluxe de 2018 do Álbum Branco. Em The Beatles Anthology, Lennon também descartou a música, junto com Mean Mr. Mustard - "um pouco de porcaria que escrevi na Índia".
Apesar que John Lennon inicialmente tenha insistido que “Polythene Pam” era sobre “uma vadia mítica de Liverpool vestida com botas de cano alto e kilt”, na verdade a canção se baseou em duas pessoas que ele conheceu. O nome veio de uma garota - Pat Hodgetts (posteriormente Dawson), parte do círculo original de fãs que conheciam bem o grupo na época do Cavern Club. Ela tinha o estranho hábito de mascar polietileno e, assim, tomou-se conhecida entre eles como Polythene Pat. “Eu comecei a ir ver os Beatles em 1961, com 14 anos, e fiquei bem amiga deles”, lembra ela. “Quando tocavam fora da cidade, me davam carona de volta na van. Foi nessa época que começaram a me chamar de Polythene Pat. É meio constrangedor. É que eu comia plástico o tempo todo. Eu dava uns nós e comia. E depois arrumei um amigo que trabalhava numa fábrica de bolsas de plástico, o que era maravilhoso porque assim eu tinha suprimento constante”. Mas Polythene Pat nunca se vestiu com um saco plástico, como dizia a canção. Essa pequena excentricidade veio de outro incidente envolvendo uma moça chamada Stephanie, que John conhecera nas Ilhas do Canal durante uma turnê em agosto de 1963. E sobre essa história, a gente confere um pedacinho do livro de Steve Turner – A História por Trás de Todas as Canções”.

Embora não a tenha identificado pelo nome na entrevista da Playboy em 1980, Lennon deu algumas pistas. “‘Polythene Pam” era eu me lembrando de uma situação com uma mulher em Jersey, e de um homem que era a resposta inglesa a Allen Ginsberg, que nos apresentou a certas coisas”.
A tal resposta inglesa ao poeta beat americano Ginsberg era Royston Ellis, que havia conhecido os Beatles em junho de 1960 ao ser convidado para recitar poesia em um festival das artes na Universidade de Liverpool, e a coisa a que ele apresentou a banda foi benzedrina, a primeira droga de que tomaram conhecimento. A “situação com uma mulher”, como John a descrevera, não aconteceu em Jersey, mas em Guernsey, quando ele se encontrou com Ellis, que nessa época trabalhava na ilha durante o verão como engenheiro da balsa.
Após o show dos Beatles em 8 de agosto no Auditorium de Guernsey, Ellis e sua namorada, Stephanie, levaram John para o apartamento no sótão que o poeta alugava. Foi ali que o plástico entrou na história. “Ellis disse que Miss X, a garota que ele queria que eu conhecesse, vestia sacos plásticos”, lembraria John mais tarde. “Vestia mesmo. Ela não usava botas de cano alto nem kilt. Eu meio que inventei. Sexo pervertido num saco plástico! Eu estava só procurando algo sobre o que falar”.

Ellis, que vive hoje no Sri Lanka e escreve guias de viagem, não se recorda de nenhum “sexo pervertido”, mas se lembra da noite passada na cama com John e Stephanie. “Líamos essas coisas todas sobre couro e nenhum de nós estava usando couro, mas eu estava com a minha roupa de oleado e nós tínhamos uns sacos plásticos de algum lugar. Nós todos nos vestimos com eles e os usamos na cama. John passou a noite conosco, na mesma cama. Eu acho que não aconteceu nada de muito excitante e todos ficamos pensando qual era a graça de ser safados’. Isso provavelmente foi mais ideia minha que do John”, diz ele. Pouco depois de apresentar John às delícias do plástico, Ellis foi embora da Inglaterra e, desde então, passa a maior pane do tempo viajando. Tomou-se tão afastado da cena pop britânica que nunca tinha sequer escurado "Polythene Pam”. Ele se lembra com algum orgulho, no entanto, de que, em 1973, John escreveu ao jornal alternativo International Times para corrigj-locs sobre as circunstâncias da primeira experiência dos Beatles com drogas. "O primeiro barato, por meio de um inalador de benzedrina, foi dado aos Beatles (John, George, Paul e Stu) pela versão inglesa de Allen Giiuberg — um certo Royston Ellis, conhecido como ‘poeta beat’, Portanto vamos dar nome ao santo", disse John Lennon.
A faixa básica de "Polythene Pam" e "She Came in Through the Bathroom Window" foi gravada no Estuido 2 da EMI em Abbey Road, no dia 25 de julho de 1969. A formação era Lennon no violão de 12 cordas, Harrison no violão, Paul McCartney no baixo e Ringo Starr na bateria. Lennon cantou um vocal de guia fora do microfone em sua música, enquanto McCartney fez o mesmo em "She Came In Through the Bathroom Window". Durante o solo de guitarra em "Polythene Pam", Lennon gritou palavras de encorajamento "Fab! That's great! Real good, that. Real good ..." ("Fab! Isso é ótimo! Muito bom, isso. Muito bom"), algumas das quais apareceram na edição final. Na postagem de "Sun King", na parte do texto do livro de Geoff Emerick, em certo ponto eu disse que a partir dali já era outra parte da história e que a gente ia conferir quando fosse a hora certa. Essa hora é agora:
John estava realmente de bom humor durante toda a sessão de “Sun King”, eu podia ver que ele estava um pouco mais solto, um pouco mais recuperado de seus feri­mentos, e muito menos preocupado com Yoko, que já não estiva deitada na cama. O clima era tão bom que, dessa vez, Paul foi convidado por John para par­ticipar de ambas as músicas, o que pareceu levantar muito o ânimo dele. Eles ainda desapareceram um tempo por trás dos abafadores em certo ponto para fumar um baseado, apenas os dois, e quando voltaram estavam tendo um ataque de riso enquanto cantavam a baboseira pseudo espanhola; na verdade, eles descobriram que era impossível fazer um take sequer sem cair na gargalhada. As coisas não foram assim tão agradáveis quando voltamos na semana se­guinte para enfrentar “Polythene Pam”, de John, que se juntou com “She came in through the bathroom window”, de Paul, uma depois da outra. John estava descontente com a bateria de Ringo e comentou acidamente que ela “soava como Dave Clark”, o que claramente não era um elogio. Ele estava tão impa­ciente com a inabilidade de Ringo de conseguir uma execução adequada que ele finalmente disse: “Deixa para lá, vamos gravar assim mesmo”. Mas Ringo ficou tão chateado por John estar descontente com sua bateria que ele passou boa parte do tempo trabalhando nela com Paul, mesmo após a base ter sido feito. Finalmente, ele disse a John: “Por que não gravamos a base de novo? Acho que tenho algo que você vai gostar agora”, mas Lennon se recusou. “Eu não vou tocar a droga da música de novo, Ringo. Se você quiser refa­zer a bateria, vá em frente e faça um overdub!”. Naquela noite, Ringo fez exatamente isso. Felizmente estávamos trabalhan­do em oito canais, então eu pude gravar a nova faixa sem apagar a antiga. Foram necessárias muitas horas para fazer, mas Ringo finalmente conseguiu, tocando a nova parte da bateria do início ao fim, sem perder o ritmo... e naquele tempo não tínhamos faixas de clique, então sua única referência era a faixa de bateria original, que nós mandamos para ele através dos fones de ouvido. Apesar de todo o tumulto, aquelas eram faixas divertidas de se gravar, e no conjunto ficou excelente. Sentado na sala de controle do Studio Two, comentei com George Martin que o som parecia dos velhos Beatles, com os quatro to­cando juntos como a banda de 1963.“Você está certo”, disse George sarcastica­mente. “Não dá nem para perceber que um não suporta o outro”.
Os Beatles fizeram overdubs na faixa em 28 de julho, embora muitas dessas contribuições, como piano e piano elétrico, tenham sido cortadas mais tarde. A gravação foi concluída em 30 de julho, quando foram gravados os overdubs finais de vocal, violão e percussão. Isso incluiu uma segunda parte de guitarra de Harrison, tocando as notas descendentes (acompanhando o falado de Lennon "Oh, Look out!” (Ô, atenção!), no início de "She Came In Through the Bathroom Window". "Polythene Pam" foi produzida por George Martin, com os engenheiros Geoff Emerick e Phil McDonald. John Lennon faz os vocais, toca violão de 12 cordas, guitarra rítmica e bate palmas; Paul McCartney faz backing vocals, toca baixo, guitarra, piano e piano elétrico. George Harrison faz backing vocals e toca guitarra e Ringo Starr toca bateria, pandeiro e percussão.
Esse corte seco nesse último vídeo aí de cima, é de lascar o cano!!! Assim, como foi dito em "Mean Mr. Mustard", é impossível separar as músicas do medley, então novamente nesta e nas seguintes, a gente confere também o medley completo a partir de "You Never Give Your Money", da forma como foi planejado inicialmente - com "Her Majesty" entre "Mean Mr. Mustard" e "Polythene Pam" até terminar com "The End".

A próxima é "She Came In Through the Bathroom Window". Fique de olho para não perder e deixe seus comentários. Valeu, até lá!

Um comentário:

Enzo McLaren disse...

O mais legal dessa faixa são os backing vocals, muito bem executados e que dão um ar bem legal.