terça-feira, 2 de outubro de 2018

ESPECIAL - WINGS - BACK TO THE EGG - IMPERDÍVEL!!!


Poderia ser uma dia qualquer de uma semana qualquer de novembro de 1979, mas não era! Naquele dia, eu ia comprar um disco novo dos Beatles, ou de um deles, pelo menos! Já sabia qual, porque eu era como um piolho nas lojas de discos, via os discões que eu nem sonhava chegarem e ficava imaginando quando seriam meus. Não sabia quando, mas tinha uma certeza: um dia, eu teria todos aqueles discos! Ainda lembro muito bem, como se fosse ontem, o dia certinho que comprei meu “Back To The Egg” na Discodil do Conjunto Nacional - sei porque eu era um desses que tinha a mania de colocar meu nome e a data em tudo que era meu, e cada disco dos Beatles que eu conquistava era como um troféu, tratava logo de ir deixando minha marca, afinal, tinha certeza que esses discos sempre serão meus, forever até o fim! Eu tinha 17 anos e vivia o auge da minha Beatlemania e da minha juventude. Meu dinheirinho era contado, só dava pra comprar um disco de cada vez, e na época eu ainda tinha apenas alguns poucos discos dos Beatles, de forma que minhas escolhas na loja poderiam demorar dias. Mas naquele dia, eu sabia certinho qual ia comprar: era o disco mais recente do Wings, a superbanda de Paul que eu já ouvia tanto falar há mais de uma semana. A edição do “Back To The Egg” que eu comprei, vinha lacrada com um celofane e só dava pra ver a capa e a contracapa, não dava para abrir e escutar na cabine. E nem precisava, eu ia levar o meu de qualquer jeito! Todo orgulhoso e confiante, comprei e fui embora feliz e contente. No ônibus para casa, não me contive e abri o lacre. Ahh, os Beatles e sua capacidade de sempre me surpreender... Acho que, assim como ainda é até hoje, quando chega um disco novo, devo ter ouvido umas 50 vezes seguidas para total desassossego de minha família. Um grande álbum que não correspondeu às expectativas de vendas, mas que é um discãozaço, clássico, que nunca vou me arrepender de ter comprado e que me trouxe tantos momentos inesquecíveis de absoluta felicidade!!!
Agora, a gente confere a seguir especialmente em homenagem ao "Back To The Egg"em vermelhoesse texto absolutamente sensacional e brilhante de autoria do querido Claúdio D. Dirani - jornalista e pesquisador, autor incomparável aqui no Brasil sobre a obra de Sir Macca"Paul McCartney - Todos os segredos da carreira solo" foi editado em 2006 pela editora Lira, e não sei se ainda possa ser encontrável, acho que não. Tive a sorte de ser um dos primeiros a ter o meu, amém Jesus!
A última empreitada do Wings une em estúdio os maiores astros da música pop mundial trabalhando em um novo conceito criado por Paul: a orquestra do rock.Resultado de imagem para WINGS - BACK TO THE EGG
Sempre em busca da fuga da rotina, o Wings volta a trabalhar em um estúdio especialmente instalado nas dependências de um castelo medieval localizado na bucólica região de Kent, na Inglaterra. Antes de empenharem-se na produção de seu novo (e, definitivamente, último) LP, a nova formação da banda, com Steve Holly (bateria) e Laurence Juber (guitarra), trabalharia nas canções Same Time Next Year e Did We Meet Somewhere Before?, compostas para a trilha sonora dos filmes Tudo bem no ano que vem e O céu pode esperar, respectivamente.
Embora as músicas tenham sido elogiadas pela crítica, ambas seriam rejeitadas pelos produtores cinematográficos. Após ensaiarem e gravarem as primeiras faixas de Back To The Egg — um título sugerido por Linda - no estúdio Spirit of Ranachan, na Escócia, os trabalhos continuaram no Lympne Castle, em Kent e no estúdio Abbey Road, onde o principal evento das sessões se desenrolaria nas gravações.
Back To The Egg foi inicialmente planejado como um projeto que englobasse algumas das tendências do final dos anos 70, como o punk e o som progressivo do Pink Floyd.
De fato, o LP acabaria apresentando diversas faixas vanguardistas, como Reception e The Broadcast - música que seria sugerida por David Bowie como o primeiro compacto a ser lançado para a promoção do álbum (eventualmente, uma escolha que não entraria nos planos de McCartney por razões comerciais). No dia 3 de outubro de 1978, o Wings recebeu a visita de astros pop como David Gilmour (Pink Floyd), John Boham e John Paul Jones (Led Zeppelin), Pete Townshend (The Who), Gary Brooker (Procol Harum) para a gravação de RockestraTheme — um instrumental especialmente composto para uma orquestra. Só que a orquestra em questão não traria violinistas ou músicos eruditos, mas roqueiros de categoria sendo regidos de forma "dramática" por McCartney. Após o registro de Rockestra, o supergrupo trabalharia em So Glad To See You Here. O final da canção foi registrado no estúdio Replica — uma cópia do Studio 2 de Abbey Road construída no sótão do escritório da MPL, no bairro do Soho, em Londres. Nesta locação, McCartney teve a ideia para a gravação de Goodnight, Tonight e Daytime Nighttime Suffenng, faixas incluídas em um compacto que lideraria a promoção de Back To The Egg. Após providenciar os toques finais no LP em julho de 1979, o Wings voltaria a ensaiar canções para sua próxima turnê — fadada a ser a última — iniciada em novembro. "A New Wave estava acontecendo no cenário musical, e pensamos: por que não inventamos a Permanent Wave (Onda Permanente, ao invés de Nova Onda)? A verdade é que nos influenciamos pelo estilo, e decidimos fazer algo inspirado naquilo. Sobre as vendas do álbum, o que aparentemente seria "saudável" para muitos, não foi aquilo que estávamos esperando", reflete Paul McCartney. Gravado em quatro locações diferentes, Back To The Egg teve sua produção iniciada em junho de 1978 no estúdio Spirit of Ranachan, na Escócia, onde as bases rítmicas de To You, Again, Again and Again, Arrow Through Me, Winter Rose, Spin It On, Old Siam, Sir, Maisie (instrumental composto por Laurence Juber), e uma versão diferente da incluída no LP de Love Awake. No final de julho, a banda se mudou para o castelo Lympne, em Kent, acompanhada por Chris Thomas, que cuidaria da produção do disco. Thomas, a propósito, voltaria a trabalhar com McCartney após dez anos. A última vez havia sido no Álbum Branco, em 1968.
Legal demais, né? E pra encerrar com chave de ouro, outro texto, dessa vez em azul, do jornalista Tom Doyle em seu livro "Man On The Run -  Paul McCartney nos anos 1970", editado em 2014. Espero que gostem!
 
Back To The Egg foi lançado numa coletiva de imprensa surreal rea­lizada no Estúdio 2 de Abbey Road, seu interior decorado como se fosse uma gigantesca frigideira. Jornalistas se sentaram em mesas sob guarda-sóis enormes que pareciam imensos ovos fritos. Perguntado sobre suas inten­ções futuras, Paul, como seria de se esperar, disse que estava planejando levar essa nova formação da banda para a estrada. O orçamento de marketing para o álbum, subscrito pela Columbia, era maior do que o dos discos anteriores do Wings. A banda voltou ao caste­lo Lympne para gravar vários vídeos promocionais dispendiosos, incluindo um para a balada “Winter Rose”, o qual a equipe de produção decidiu que precisava de um cenário nevado, exigindo que eles espalhassem galões de espuma branca sobre duas áreas do piso. — Eles prometeram aos Margary, os proprietários do castelo, que a espuma não danificaria a grama ou as folhagens — recorda Steve Holly.— Mas depois que a espuma foi lavada tudo ficou marrom.

Um anúncio televisivo de um minuto, exibido durante o horário no­bre, promovia Back To The Egg como “um eterno voo de rock ao longo de 12 novas músicas incrivelmente bem produzidas num álbum que é realmente a perfeição". Foi por certo um disco feito por um perfeccio­nista, mesmo que não estivesse conseguindo confiar totalmente em seus instintos criativos. No seu lançamento, em maio, “Goodnight Tonight” alcançou o respei­tável quinto lugar nas paradas de sucesso do Reino Unido e dos Estados Unidos. O disco chegou ao sexto lugar nas paradas britânicas e, de forma decepcionante, oitavo nos Estados Unidos. Back To The Egg vendeu mais de um milhão de cópias nos EUA, um número considerável em meio à re­cessão econômica de 1979, mas isso não satisfez por completo os que inves­tiram em McCartney na Columbia. Parte do problema era que — numa prá­tica que remontava aos anos 1960, quando se pensava que não colocar um single ao LP agregava valor - Paul se opôs a incluir “Goodnight Tonight” no disco. Mas os tempos eram outros e, principalmente nos Estados Unidos, todo disco precisava de um sucesso no rádio para alavancar as vendas. Ao não ter um sucesso no álbum lançado, opinou um executivo de gravadora, Paul deu um tiro no pé, particularmente quando as sequências de Back To The Egg nos Estados Unidos — a animada “Getting Closer” e a homenagem ao soul da Filadélfia feita especialmente para as rádios FM “Arrow Through Me” - não chegaram nem entre as vinte músicas mais tocadas. Reconhecendo as vendas relativamente fracas, Paul brincou que era menos um “disco conceito” e mais um “disco bomba”.
O especial “Back to the Egg” foi um programa de TV contendo vídeos de música para promover o álbum da banda em 1979. O programa foi primeiro exibido em estações de televisão norte-americanas em novembro de 1979, e no Reino Unido, na BBC1, em junho de 1981. Os locais utilizados para as filmagens incluem o Castelo Lympne e Camber Sands, ambos na costa sudeste da Inglaterra. Esse programa já esteve aqui no Baú há alguns anos, mas foi retirado do You Tube. Seja como for, a gente confere aqui alguns dos melhores momentos desse álbum incrível, outro grande sucesso do nosso velho Macca. Valeu, espero que tenha valido a pena!

Bonustrack

2 comentários:

Dani disse...

Muito Bom! Excelente matéria!

Flora Amaral disse...

Spin It On é tudo de bom!!!