Como uma ponte entre o absurdo intencional de I Am The Walrus e as músicas confessionais de sua carreira inicial inicial, Everybody's Got Something To Hide foi escrita por John Lennon sobre sua relação com Yoko Ono. Começou a ser gravada no dia 26 de junho de 1968. Foi produzida por George Martin e teve Geoff Emerick e Ken Scott como engenheiros. Foi lançada em novembro daquele ano no Álbum Branco.Inicialmente batizada “Come On, Come On”, “Everybody’s Got Something to Hide Except Me And My Monkey” foi construída a.partir do título. John afirmou que era uma clara referência à sua relação com Yoko Ono: “Era só um belo verso que transformei em canção. Todos pareciam estar paranóicos, com exceção de nós dois, que estávamos loucos de amor... todos à nossa volta pareciam meio tensos”. Foi só após a volta da índia que a amizade se transformou em um affair, e Cynthia soube do que estava acontecendo. Yoko começou a ir às gravações do novo álbum, o que incomodou muito os demais Beatles. A imprensa britânica também achou difícil aceitar Yoko e essa versão blasé de John. Isso acabaria influenciando em sua mudança para os EUA. “Na Inglaterra, eles acham que eu sou alguém que ganhou o jogo e fugiu com uma princesa japonesa”, ele afirmou uma vez. “Nos EUA, eles a tratam com respeito. Eles a tratam como a artista séria que ela é.” O rápido “come on, come on, come on...” do refrão é parecido com o que ficou conhecido como “refrão gorgolejado” da faixa “Virgin Forest”, do Fugs, lançada em The Fugs’ Second Álbum (1966). Barry Miles, na época à frente da Indica Bookshop, fornecia aos Beatles os últimos lançamentos alternativos dos EUA, incluindo o trabalho de The Fugs.
Embora Lennon tenha negado isso, o macaco do título foi amplamente considerado como uma referência clara à heroína, assim como as palavras "Quanto mais fundo você for, mais você voa". 'A monkey on the back' – ‘Um macaco nas costas’ - era um termo de jazz para o vício em heroína que se pensava ter-se originado na década de 1940. Lennon e Yoko Ono começaram a tomar heroína em 1968; Eles alegaram que usaram isso para escapar do interesse da imprensa em seu relacionamento.No livro “Many Years From Now” de Barry Miles, Paul McCartney diz: “Ele estava entrando em drogas mais difíceis do que nós e então suas músicas estavam tomando mais referências à heroína. Até esse ponto, fazíamos referências bastante suaves e oblíquas à maconha ou ao LSD. Agora, John começou a falar sobre consertos e macacos... ele estava em uma que o resto de nós não estava. Ficamos desapontados com o fato de ele estar entrando na heroína porque não vimos realmente como pudéssemos ajudá-lo. Apenas esperávamos que não fosse tão longe. Na verdade, ele acabou limpo, mas esse foi o período em que ele estava nisso. Foi um período difícil para John, mas muitas vezes essa adversidade e essa loucura podem levar a uma boa arte, como eu acho que aconteceu neste caso.”
Os Beatles ensaiaram várias vezes a música antes de gravá-la. Uma versão demo foi gravada na casa de George Harrison em Esher em maio de 1968 e mostra como ela começou como uma suave música baseada em blues, com pouca sugestão do rockão que se tornaria. Na gravação do álbum, John Lennon faz o vocal, toca guitarra, percussão e bate palmas; Paul McCartney faz backing vocals, toca o baixo, percussão e bate palmas; George Harrison : faz backing vocals, guitarra solo, percussão e bate palmas e Ringo toca sua bateria, percussão e bate palmas.
7 comentários:
Apesar das referências eu não tenho como negar que eu gosto dessa música poderosa
Essa música é pra fazer a cabeça mesmo.
Que coisa mais babaca esse povo naquela época julgado a Yoko por conta do relacionamento dela com o John e discutindo como isso influenciou o fim da banda, poxa, a vida era deles e se ela foi ou não, problema dos integrantes. Até hoje o Sean parece mais ''solto'' na entrevistas do Japão do que as que ele e a Yoko fizeram no EUA.
Um rock alucinado do John, começando do som ensandecido da guitarra e as reviravoltas do andamento. Nas demos de Kinfauns ela parece bem mais calma.
Um dos melhores rocks dessa fase, fantástico trabalho das guitarras e das viradas na bateria do Ringo. O vocal do Lennon, lembra os rocks das antigas.
Rockão!!! Uma das melhores músicas do álbum branco.
Uma das músicas mais viscerais de John. Lembro-me de quando ganhei o Álbum Branco do meu irmão mais velho. Mudou minha concepção sobre os Beatles. Good times, Old times.
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