sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

THE BEATLES - I FEEL FINE - SENSACIONAL!!!**********


"I Feel Fine" foi escrita por John Lennon e lançada como single pelos Beatles no final de 1964. Chegou ao topo das paradas britânicas em 12 de dezembro, desbancando "Little Red Rooster" dos Rolling Stones, e ali permaneceu por cinco semanas. Também chegou ao topo das paradas americanas onde ficou por seis semanas na Billboard Hot 100Com pedidos antecipados de 750 mil cópias, o compacto com "I Feel Fine" / "Kansas City" foi lançado em 27 de novembro de 1964, em seguida a "A Hard Day's Night". Esse foi o oitavo compacto dos Beatles, e sexto número 1 consecutivo. A gravação, concluída em nove tomadas, se inicia com uma nota de feedback que emenda com o riff que é a base da canção. Esse foi o primeiro uso do feedback em uma gravação, e isso inspirou muitos músicos (incluindo Jimi Hendrix), que depois empregaram o recurso como nota musical, e não como ruído. Entre as teorias da época para explicar esse som inicial estava a ideia de que fosse um zumbido amplificado de uma abelha, mas na verdade, os Beatles só passaram a usar sons pré-gravados a partir de 1966. O vocal é comandado por John lennon, com Paul e George juntando-se a ele nos refrões.

Aqui, a gente confere o que diz Hunter Davies sobre “I Feel Fine” em seu livro “As Letras dos Beatles”.

Lado A do single lançado em 27 de novembro de 1964, pouco antes do álbum “Beatles For Sale”. A letra é bastante convencional, o tipo do “Eu te amo” feliz que vinham cantando havia anos, sem traço de lágrimas, sofrimento, rejeição ou raiva. “I Feel Fine” é cem por cento alegre e otimista porque, hum, o próprio John se sente bem. Há uma ideia implícita de que talvez ela se sinta bem porque ele lhe compra anéis de diamantes, mas isso não é desenvolvido. O grande atrativo é a música, que começa com outra das aberturas mais identificáveis que os Beatles fizeram - a nota de guitarra longa, baixa e sustentada que ressoa e vibra por causa do retorno do som que John trabalhou na gravação. Ao usar guitarras elétricas no palco, com frequência os amplificadores captavam e devolviam ruídos indesejados, como microfonias. Eles tentavam eliminar isso, mas às vezes usaram o efeito, incorporando-o às apresentações. Segundo John, este single marcou “a primeira vez em que o retorno foi usado numa gravação”. Ao que parece, ele inclinou a guitarra contra o amplificador, ouviu um som que achou interessante e convenceu George Martin a usá-lo. Um sinal de que, depois de dois anos no estúdio, eles sentiam que dominavam sua arte e estavam ansiosos por experimentar, em vez de esperar que os mestres da técnica lhes dissessem o que podiam ou não fazer.
E aqui, um trecho do sensacional livro “Minha Vida Gravando os Beatles” de Geoff Emerick de 2013.

Quando a banda começou a ensaiar sua próxima música no estúdio, acompanhados por George Martin, aproveitei a oportunidade para me sentar na sala de controle e relaxar por alguns minutos. Eu e Norman estávamos conversando sobre coisas aleatórias quando de repente ouvi um ruído muito alto vindo dos amplificadores. “Mas o que é isso?”, perguntei, alarmado. Veio ao meu pensamento que algum cabo havia quebrado, ou um equipamento havia falhado, Norman riu. “Olhe só”, ele me disse. Colei o rosto no vidro da sala de controle e fiquei sem reação ao ver John Lennon ajoelhado em frente ao amplificador, com a guitarra na mão. Sabíamos que, quando uma guitarra ficava muito perto de um amplificador, geraria uma microfonia, mas John estava utilizando esse efeito de maneira controlada pela primeira vez. Norman me explicou mais tarde que eles haviam descoberto aquele som por acaso em uma sessão anterior, na noite em que gravaram “Eight days a week”. Foi sem querer: durante um intervalo, John aproximou a guitarra do amplificador, mas havia esquecido de abaixar o volume. Naquele momento, por acaso, Paul havia soado um “lá” em seu baixo, do outro lado do estúdio, e as ondas sonoras deram uma espécie de resposta à guitarra de John. Eles amaram o resultado, tanto que Lennon se divertia com o efeito desde então. E com sua nova música, “I Feel Fine”, ele estava determinado a imortalizar o efeito em seu disco... anos antes de Jimi Hendrix sonhar com isso. Para mim aquela era outra indicação de que os Beatles procuravam ampliar seus horizontes, indo além do som de apenas duas guitarras, baixo e bateria. Aquele era o admirável mundo novo do qual eu sempre esperei participar. Eles fizeram diversos takes de “I Feel Fine” naquele dia, e todos tinham aquela introdução. Achei a música ótima, tão boa quanto “Eight days a week”. Sentado naquela apertada sala de máquinas, eu fiquei extasiado ao pensar que eles haviam gravado dois hits em uma única tarde. Mas era a introdução de “I Feel Fine” que me excitava, por ser tão diferente. Para mim, aquele era o ponto alto da música. Eu havia entrado nesse mundo para descobrir sons únicos, e os Beatles tinham descoberto esse por eles mesmos.

Um comentário:

roque22 disse...

Desde o inicio, curto os riffs de "I Feel Fine", "Day Tripper" e "Ticket To Ride". Sensacionais.