“Only a Northern Song” é uma canção dos Beatles que aparece no filme e no álbum Yellow Submarine de 1969, escrita e cantada por George Harrison. A base da faixa foi gravada em 13 de fevereiro de 1967, com overdubs adicionados posteriormente. Originalmente, a faixa deveria aparecer no álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, mas foi rejeitada. De acordo com o engenheiro de som dos Beatles, Geoff Emerick, a música foi deixada de fora do álbum porque o grupo achou que ela não combinava com as outras músicas. Tendo uma letra que faz referência ao próprio autor, uma forma musical não convencional e instrumentação pouco usual, incluindo trompetes distorcidos, um órgão com reverb, sinos e guitarras distorcidíssimas, esta é uma das músicas mais psicodélicas dos Beatles.
Ao longo da música, Paul McCartney toca trompete, assim como os outros membros tocam instrumentos de percussão tais como sinos e tímpanos. Um mellotron também pode ser ouvido em algumas partes. Uma versão editada e ligeiramente acelerada sem os overdubs (apenas órgão, bateria, baixo e vocal) foi lançada no Anthology 2 em 1996, com uma tomada vocal diferente contendo alguma variação na letra. Como a música foi feita com duas tomadas separadas tocando em sincronia, a mixagem original, monofônica, só foi lançada em 1999, quando uma versão remixada da faixa foi lançada no álbum Yellow Submarine Songtrack.
A letra mostra o descrédito de Harrison com a própria música, concluindo cada verso com a frase "It's only a Northern song" ('É apenas uma canção do Norte'), que ele explicou se referir tanto à cidade natal dos Beatles, Liverpool, que fica no norte da Inglaterra, como à companhia de publicações Northern Songs. A música às vezes é interpretada como uma zombaria à Lennon/McCartney, fazendo referência às letras e músicas psicodélicas que os dois faziam na época, e como uma reação às atitudes de menosprezo de Lennon e McCartney com as composições de Harrison, com ele cantando indiferentemente "It doesn't really matter what chords I play / What words I say or time of day it is / As it's only a Northern song" ('Não importa realmente que acordes eu toque / Que palavras eu diga ou que hora do dia é / Já que é apenas uma canção do norte').
Em seu livro "The Beatles - Gravações Comentadas & Discografia Completa", Jeff Russel diz o seguinte: "Esta faixa parece refletir o descontentamento de George Harrison com o projeto. A letra se compõe de comentários breves, ligados ao que pode ser considerado livremente como uma canção, e o título é uma cutucada sarcástica na editora musical Northern Songs - que detinha os direitos das músicas dos Beatles. O fundo instrumental é formado por uma cacofonia que remete a "Tomorrow Never Knows" e "Revolution 9", e a bateria de Ringo e o baixo de Paul são quase que seus únicos elementos musicais. O órgão da introdução é harmônico, mas se perde em meio às contínuas intervenções e interrupções de instrumentos fora de tom".
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