É como eu sempre digo: só se vão os bons! Morreu ontem, aos 84 anos o poeta e jornalista Reynaldo Jardim Silveira. Ele estava internado no Hospital do Coração, em Brasília, devido a um aneurisma na artéria aorta. O funeral será às 15h, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
Paulistano, morava em Brasília desde o fim da década de 80. Como jornalista, Reynaldo Jardim foi foi redator das revistas O Cruzeiro e Manchete; Exerceu cargos de chefia na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mauá, na Rádio Globo e na Rádio Nacional no Rio de Janeiro e na Rádio Excelsior de São Paulo.Realizou reformas gráficas em jornais como A Crítica (Manaus), O Liberal (Belém), Gazeta do Povo (Curitiba), Jornal de Brasília (Brasília) e Diário da Manhã (Goiânia). Em Brasília, foi editor do caderno Aparte, do Correio Braziliense e diretor executivo da Fundação Cultural do Distrito Federal. Participou, nos anos 50, da Reforma do Jornal do Brasil - onde criou o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, o Caderno de Domingo e o Caderno B. O SDJB tornou-se o mais importante suplemento literário de poesia concreta do Brasil, por onde passaram Oliveira Bastos e Mário Faustino. Ao ser obrigado a deixar o JB, em 1964, devido à repressão militar, Reynaldo Jardim foi diretor da revista Senhor e diretor de telejornalismo da recém-inaugurada TV Globo. Em 1967, criou o jornal-escola “O Sol” com textos criativos e projeto gráfico inovador.
Viúvo do primeiro casamento, no qual teve dois filhos: Teresa e o filho falecido Joaquim, casou-se com a jornalista Elaina Maria Daher que mesmo trabalhando fora e cuidando da casa dava todo apoio à arte do marido. Elaina gosta de dizer: "Eu me preocupo com as coisas sem importância, como pagar as contas e fazer supermercado, enquanto o Reynaldo se preocupa com o que é importante, como física quântica, poesia moderna e o cosmos". Reynaldo Jardim manteve coluna diária de poesia de 2004 a 2006 no Caderno B do Jornal do Brasil Em 1968, havia tido a mesma experiência, de um poema por dia, no Jornal de Vanguarda, exibido pela TV Rio quando, ao vivo, comentava em versos o acontecimento mais importante do dia. Escreveu alguns livros de poemas, entre eles: Paixão segundo Barrabas, Maria Bethânia Guerreira Guerrilha, Joana em flor, Viva o Dia, Cantares Prazeres, Lagartixa Escorregante na Parede de Domingo e Sangradas Escrituras.
Reynaldo Jardim era pai de um grande amigo meu, o saudoso Joaquim Jardim, radialista da Rádio Nacional de Brasília onde manteve por quase dez anos o programa “Beatles Revolution”, no qual eu colaborava com muitas raridades dos Beatles. Foi o Joaquim quem me apresentou Badfinger em 1987. Ele faleceu no início de 2007 com câncer no cérebro. Em novembro de 2009, tive o privilégio de ser convidado para fazer a capa do livro “Sangradas Escrituras”, o mais ambicioso projeto do velho Reynaldo até então, um livro enorme com mais de 800 páginas de poesias e lustrações. Valeu, Rey!
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5 comentários:
VAI SE O AMOR E FICA A SAUDADE!
Pura tolice essa frase! Fica a saudade, o amor verdadeiro não passa nunca! De qualquer forma, obrigado pelo comentário e por estar aqui.
Obrigado, Marina. Volte sempre!
Edu, estava contando pro meu filho que tinha que estar em casa aos sabados as 4 da tarde para ouvir o Beatles Revolution. Isso aos 18/19 anos. Complicado, mas valia a pena cada tarde ali, colado no radio. Ele esta agora com 18, fazendo jornalismo em Juiz de Fora. Disse que o favorito e Rubber Soul. Dificil dizer qual o melhor. So alimento o amor pelos caras, e nisso o Jardim era imbativel. The world is treating me baddddddd!! Inicio do programa....
Abs, parabens pelo blog.
Valeu Marcello BSB. Obrigado por participar. :)
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