quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

ROY ORBISON AND K.D. LANG - CRYING - SENSACIONAL!


K. D. Lang (Kathryn Dawn Lang) é uma cantora canadense vencedora de vários prêmios Grammy. Embora tenha tido considerável êxito ao longo da carreira com temas como "Constant Craving" ou "Miss Chatelaine", foi o dueto com Roy Orbison, "Crying", que tornou a sua voz conhecida mundialmente. "Crying" foi escrita por Roy Orbison e Joe Melson para o terceiro álbum de estúdio de Orbison com o mesmo nome (1962). Lançado em 1961, como single, foi um hit número 2 nos Estados Unidos para Orbison e foi regravado em 1980 por Don McLean, cuja versão alcançou o número 1 no Reino Unido. Em 1987, Orbison regravou a música em dueto com K.D. Lang como parte da trilha sonora do filme "Hiding Out". Essa colaboração ganhou o  Grammy de "Melhor Colaboração Country com Vocais".
Esse pequeno texto sobre Roy Orbison que a gente confere a seguir foi escrito por K.D. Lang e publicado na edição original da revista Rolling Stone com a lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos em 2012.
"Sempre comparei Roy Orbison a uma árvore: passiva e bela, mas extremamente sólida. Ele manteve um senso de humildade, sensibilidade e gentileza incomum para sua idade. Ele não era efeminado, mas extremamente gentil. Ele era alguém com quem você se sentia totalmente segura, quer estivesse ouvindo seus discos ou estando perto dele. Não era como Elvis: não era como se suas partes baixas estivessem pegando fogo ou algo assim. É mais como se Roy fosse um lugar privado para ir - um consolo ou um refúgio. Ele quebrou o molde do cara durão dos anos 50, e até mesmo o estilo de sua música era uma forma de arte para alguém que veio de Wink, Texas. Era cosmopolita de uma forma misteriosamente suave e romântica. Roy Orbison era como um cantor de ópera folk. Acho que ele foi influenciado pela ópera espanhola na estrutura e no sentimento. Ele também adorava expressar sua voz nessa faixa superior, em falsete. Ele era vulnerável e forte ao mesmo tempo. Ele era extremamente sincero em sua voz e em sua aparência, e ainda assim tinha esse véu de mistério para ele. Em 1987, Roy e eu gravamos uma versão de "Crying" para um filme chamado "Fugindo da Máfia". Acabamos gravando "Crying" em Vancouver, onde eu morava. Entrei no estúdio e foi como olhar para a enorme imagem do Marlboro Man na Sunset Boulevard - tão imediatamente presente e imponente. Estávamos ensaiando a música no estúdio com a banda, e Roy e eu estávamos dividindo o microfone. Quando chegamos a uma parte em que estávamos cantando ao mesmo tempo, nós dois nos inclinamos para o microfone e nossas bochechas se tocaram. Sua bochecha era tão macia, e a energia era tão incrível. Não sexual, mas totalmente explosiva, como a química de algum tipo de parentesco. Eu nunca vou esquecer o que senti. Eu posso ouvir aquela voz bem no meu ouvido. Seu vibrato era meio rápido e tinha uma pequena oscilação dentro dele, e foi isso que deu a ele o som vulnerável. Aquela voz".

Aqui, a gente confere a apresentação de Roy Orbison no programa "Late Show" de David Letterman em 1988. Orbison estava lançando o álbum “A Black And White Night (Roy Orbison and Friends)”. Orbison toca "Mean Woman Blues" e fala sobre a excursão que fez com The Beatles em 1963.