terça-feira, 8 de outubro de 2019

McCARTNEY - 1970 - O 1º ÁLBUM DE PAUL McCARTNEY


Antes de qualquer coisa sobre o primeiro álbum solo da carreira de Paul McCartney, acho que vale a pena a gente dar uma rápida olhada para trás nesta pequena (?) lista com todos os lançamentos dos Beatles (e ex-Beatles) em 1969 e 1970. Vamos conferir? Se por acaso eu tiver esquecido algum ou me enganado com qualquer data, por favor me corrijam – a casa agradece.
1969 começou bem, com o álbum “Yellow Submarine” lançado em 17 de janeiro. No dia 11 de abril foi a vez do single “Get Back / Don’t Let Me Down”. Em maio, no dia 9, foi lançado o álbum “Unfinished Music No.2 - Life With The Lions” de John Lennon (Unfinished Music No.1 - Two Virgins tinha saído em novembro de 1968). No dia 9 de maio de 1969, foi a vez de George Harrison lançar seu “Electronic Sound” e no dia 10, foi lançado o single dos Beatles com “Ballad Of John And Yoko / Old Brown Shoe”. O single "Give Peace A Chance" de Lennon foi lançado em 4 de julho. Em setembro, no dia 26, foi a vez de “Abbey Road”, o incrível álbum dos Beatles chegar às lojas e menos de 1 mês depois, era a vez do single “Cold Turkey” de John Lennon. No dia 6 de outubro, saiu o single com “Something / Come Together”, e no dia 7 de novembro foi lançado o “Wedding Album” de John Lennon. Um mês depois, em 12 de dezembro, Lennon soltava o álbum “Live Peace in Toronto”. No dia 19, foi a vez do penúltimo disco de natal dos Beatles – “The Beatles Seventh Christmas Record”. Fim de 1969. “Instant Karma”, o single de John Lennon, foi lançado em 6 de fevereiro de 1970 e um mês depois, em 6 de março de 1970, foi a vez do single dos Beatles “Let It Be / You Know My Name (Look Up The Number). No dia 27 de março, foi lançado o primeiro álbum solo de Ringo Starr “Sentimental Journey”. No dia 17 de abril, foi lançado “McCARTNEY”, o primeiro álbum de Paul McCartney, e finalmente “Let It Be” foi lançado em 8 de maio. 1970 ainda veria nascer “All Things Must Pass”, o aclamado álbum triplo de George Harrison – em 30 de novembro; o álbum “Plastic Ono Band” de John Lennon em 11 de dezembro; e o último disco de natal dos Beatles “From Then To You”, no dia 18 de dezembro. Fim de 1970.
“Ele começou com “Lovely Linda". Era um dos fragmentos que produzira na Escócia. Nada demais, apenas uma única frase sobre sua mulher e as belas flores em seu cabelo. Alguns acordes no violão acústico, uma linha de baixo o mais simples possível, percussão na caixa do violão e um vocal que se dissolvia num risinho autoconsciente. Era a primeira faixa. Depois ficou fácil. Como um exercício no músculo da memória. Ele chegou com um refrão de blues, tocou-o algumas vezes e esperou que um pequeno número de palavras se apresentasse. Aquilo podia ser alguma coisa, de fato, podia ser alguma coisa... Acrescentou algumas gui­tarras, um pouco de bateria, e então “That Would Be Something” se tomou outra faixa. Ele estava testando o Studer de quatro canais que havia instalado na sala de música de Cavendish, e testando a si mesmo também. Um instrumental rudimentar aqui (“Valentine's Day”); uma melodia sintonizada de anos atrás, que ele recordou (“Hot as Sun"); em seguida, algumas tentativas rejeitadas pelos Beatles (“Junk” e “Teddy Boy"). Uma versão múltipla da brincadeira de encher os copos de vinho na festa (“Glasses”) saiu de seu celeiro avant-garde. Era tudo coisa simples, gravada com facilidade pela banda de um homem só, com equipamento caseiro. Então, ele se sentou ao piano e criou “Maybe I'm Amazed", um tributo apaixonadamente concebido e lindamente realizado para a mulher que o havia tirado de seus momentos mais sombrios. You help me sing my song/ You right me when I’m wrong... Paul reservou horário na EMI para gravá-la, entrando lá sorrateiramente e tocando todos os instrumentos sozinho. Outra canção composta de modo cuidadoso, “Every Night" também ganhou força no estúdio. John Kurlander, que havia servido como engenheiro em inúmeras sessões de gravação dos Beatles, nos últimos anos, ficou na mesa de som nessas primeiras gravações solo. Linda também estava lá, é claro, assim como as crian­ças, tomando suco de uva e procurando brinquedos no chão da sala de controle. Se a ausência dos outros Beatles o consumia, Paul olhava para cima e via sua família, sentindo-se revigorado. "Paul estava re­laxado, barbado, animado", rememora Kurlander. Linda não cantou nem se apresentou, mas deu opinião sobre o que estava escutando, e Paul certamente prestava atenção ao que ela dizia. "Definitivamente, agora era negócio de família." Paul agendou suas sessões na EMI sob um nome fictício, a fim de evitar o alarde da imprensa sobre seu novo projeto. O que Paul mais desejava era que tudo acontecesse de forma se­rena. Ele não estava competindo com os Beatles, não estava tentando superar Abbey Road. Aquele seria seu disco feito em casa, o primeiro passo em direção a um futuro independente. Agora, pelo menos, ele teria o controle sobre todos os aspectos de sua carreira. Ou era o que ele supunha”. Peter Am,es Carlin – “Paul McCARTNEY – Uma Vida”.
“McCartney”, apenas “McCartney”. Este foi o nome que Paul escolheu para seu álbum de estreia. Lançado pela Apple Records em 17 de abril de 1970, depois que McCartney resistiu às tentativas de seus companheiros de adiar o lançamento para permitir os títulos previamente agendados pela Apple, principalmente o álbum Let It Be dos Beatles. McCartney gravou seu álbum durante um período de depressão e confusão após o anúncio particular de John Lennon, em setembro de 1969, de que ele estava deixando os Beatles, e o conflito por causa do lançamento afastou McCartney de seus colegas de banda. Um comunicado de imprensa na forma de uma auto-entrevista, fornecido com cópias promocionais do Reino Unido de “McCartney” levou ao anúncio do rompimento do grupo em 10 de abril de 1970.
Paul McCartney gravou o álbum em segredo, principalmente usando equipamento básico de gravação instalado em sua casa em St John's Wood. A mixagem e algumas gravações posteriores ocorreram em estúdios profissionais em Londres, que McCartney contratou sob um pseudônimo para manter o anonimato. Além de contribuições ocasionais de sua esposa, Linda, ele tocou o álbum inteiro sozinho, todos os instrumentos por meio de dublagem em fitas de quatro faixas. Em sua preferência pelo desempenho pouco organizado sobre a produção polida, McCartney evitou a sofisticação do trabalho dos Beatles com George Martin em favor de um estilo de volta ao básico que sugeria parcialmente o conceito original de Paul McCartney para o projeto Let It Be dos Beatles (Get Back) em 1969. Em seu lançamento, “McCartney” foi detonado pela maioria dos críticos de música, em parte como resultado do papel de McCartney em encerrar oficialmente a carreira dos Beatles. Muitos críticos apontaram a inclusão de músicas semi (e mal) acabadas e a confiança de Paul McCartney em peças instrumentais, embora a canção "Maybe I'm Amazed" tenha sido constantemente floreada de elogios. Comercialmente, Paul McCartney se beneficiou da publicidade em torno do rompimento; manteve a posição número 1 por três semanas na parada americana compilada pela revista Billboard e alcançou o número 2 na Grã-Bretanha. Em junho de 2011, o álbum foi reeditado como parte da coleção de arquivos de Paul McCartney.
Assim como "Abbey Road", na capa frontal nenhuma palavra. Nem nome do artista nem nome do álbum. Só que em "Abbey Road" eram os BEATLES que apareciam! Para a capa do álbum de estreia de Paul McCartney, o artista Gordon House e o designer Roger Huggett trabalharam em um conceito de design de McCartney. Fotos de Linda McCartney apareceram em toda a capa, incluindo uma colagem de 21 fotos de família na parte interna da capa dupla. As imagens mostravam Paul, Linda, Heather, de sete anos (filha de Linda do seu primeiro casamento adotada por Paul), Mary recém-nascida e o cão pastor dos McCartneys. A capa do álbum “McCartney” foi a primeira de dezenas de álbuns de seu marido a apresentar uma fotografia de Linda McCartney. Contra um fundo preto, a imagem consistia em uma tigela com um suco vermelhão de cereja colocada sobre uma superfície clara e cercada por cerejas vermelhas soltas, como se estivessem “fugindo” da tigela.
Na contracapa, uma foto tirada por Linda na Escócia mostra o marido com a pequena Mary dentro do casaco de couro forrado de pele. Essa foto se tornou icônica, retrato de uma época.
Paul McCartney passou a tentar "boicotar" os escritórios da Apple desde a chegada de Klein em 1969. Seu isolamento contínuo em 1970 levou Lennon, Harrison e Ringo a tomar decisões de negócios sem sua contribuição. Uma dessas dizia respeito ao lançamento de “Let It Be”, uma necessidade para cumprir as obrigações contratuais dos Beatles com a companhia de cinema United Artists. McCartney havia concordado em particular com uma data de lançamento para “McCartney” em meados de abril com o executivo da Apple Records, Neil Aspinall, uma das poucas pessoas associadas aos Beatles que estavam cientes do projeto. Sua adição tardia à agenda da Apple colidiu com o iminente lançamento do álbum Let It Be e com a estreia álbum de estreia solo de Ringo Starr, Sentimental Journey, que seria lançado em 27 de março. Em 25 de março, depois de descobrir que Klein já havia planejado adiar o lançamento de McCartney, Paul teria recebido uma garantia de George Harrison, como diretor da Apple Records, de que seu álbum solo seria lançado em 17 de abril, conforme planejado.
A situação mudou quando Phil Spector relatou que o trabalho no álbum Let It Be estava quase completo, o que significava que ele poderia ser lançado para coincidir com a estreia mundial do filme, que estava marcada para 28 de abril, em Nova York. Para Peter Doggett, autor de "A Batalha Pela Alma dos Beatles", a solução era óbvia, uma vez que Let It Be era "um pacote multimídia" e, como um empreendimento de banda em vez de um álbum solo, "deveria ter precedência automaticamente". Harrison e Lennon, portanto, escreveram a McCartney em 31 de março para dizer que haviam instruído a EMI, a gravadora-mãe da Apple, a adiar seu álbum até 4 de junho; eles também explicaram a necessidade de escalonar os vários novos lançamentos, particularmente na América, onde a compilação Hey Jude havia sido lançada em 26 de fevereiro. Em vez de um funcionário entregar a carta a McCartney na Cavendish Avenue, Ringo Starr foi instruído de levá-la pessoalmente.
Paul McCartney ficou descontrolado. De acordo com o próprio Ringo, McCartney "enlouqueceu", agarrando-o pelo colarinho e ameaçando: "Eu vou acabar com você agora. Você pagará”! Embora os outros Beatles tenham recuado com o lançamento de McCartney, o confronto iniciou uma guerra sem volta de três contra um.
No dia 9 de abril, Paul McCartney lançou um pacote de perguntas e respostas à imprensa, no qual explicou suas razões para fazer seu álbum solo e descreveu seu tema geral como "Lar, Família, Amor". Compilada com a ajuda dos executivos da Apple, Derek Taylor e Peter Brown, a auto-entrevista também continha perguntas que McCartney imaginou que ele seria perguntado sobre a possibilidade de os Beatles se separarem. Embora não tenha dito com todas as letras que a banda havia terminado, McCartney afirmou que não sabia se seu rompimento com os Beatles seria temporário ou permanente e se baseava em diferenças comerciais, pessoais e musicais. Também disse que não sentia falta da bateria de Ringo Starr, nem as contribuições de seus colegas de banda ao fazer o álbum, e não conseguia imaginar algum momento em que ele e Lennon voltassem a colaborar. Quando perguntado se Klein e sua empresa ABKCO estariam "envolvidos de alguma maneira com a produção, fabricação, distribuição ou promoção deste novo álbum", McCartney disse: "Não se eu puder evitar". Naquele mesmo dia, McCartney ligou para Lennon na clínica onde ele estava na terapia do grito primal com Yoko Ono. McCartney disse a ele que estava seguindo seu exemplo e deixando os Beatles, mas não fez nenhuma menção de anunciar isto.
“Talvez a intenção de McCartney não fosse necessariamente separar a banda”. Ray Connolly, tenta jogar panos quentes, dizendo que McCartney estava "arrasado" pela interpretação da mídia sobre sua auto-entrevista. Aham! A primeira reação da imprensa foi uma peça de Don Short, do Daily Mirror, em 10 de abril, intitulada "PAUL ESTÁ ABANDONANDO OS BEATLES". A partir daí, as manchetes dos jornais em todo o mundo reduziram a história a variações gritantes de "PAUL ACABA COM OS BEATLES".
“McCartney” foi lançado na Grã-Bretanha em 17 de abril de 1970 e três dias depois na América. Embora a posição de McCartney entre os fãs dos Beatles tenha despencado como resultado de seu anúncio, as notícias do fim da banda garantiram que o álbum fosse muito divulgado. Adicionando a essa exposição nos EUA, Paul McCartney encomendou um segundo conjunto de anúncios impressos para o álbum, para combater como uma "declaração de fato incendiária" de Klein de que a Apple era "uma empresa gerenciada pela ABKCO".
No Reino Unido, McCartney estreou no número 2, onde permaneceu por três semanas atrás do álbum mais vendido de 1970, Bridge over Troubled Water, de Simon e Garfunkel. Em 15 de maio, McCartney havia vendido mais de 1 milhão de cópias nos EUA e, a partir de 23 de maio, começou uma estada de três semanas no número 1 na parada de álbuns da Billboard, eventualmente ficando com dupla platina. Apesar de "Maybe I'm Amazed" ter recebido uma execução considerável nas rádios dos EUA, McCartney se recusou a emitir a música ou qualquer outra música do álbum como single.
Os ex-colegas de banda de Paul viram seu anúncio de separação como uma traição, à luz de como Lennon havia concordado com os interesses do grupo, mantendo-se em silêncio sobre sua partida no ano anterior, e como McCartney usando o fim dos Beatles como uma forma de promover seu álbum solo.Quando perguntado sobre sua opinião sobre o álbum logo após seu lançamento, Harrison descreveu "Maybe I’m Amazed" e "That Would Be Something" como "boas", mas o resto, ele disse, "simplesmente não faz muito sentido para mim”. Harrison acrescentou que, ao contrário de Lennon, Ringo Starr e ele próprio, McCartney provavelmente estava "isolado" demais de outros músicos, de modo que: "A única pessoa que ele tem para lhe dizer se a música é boa ou ruim é Linda".

John Lennon descartou “McCartney” como "lixo". Lennon rejeitou a interpretação de Jann Wenner do retrato da contracapa como uma possível referência ao recente aborto sofrido por Yoko Ono; em vez disso, ele viu como um exemplo dos McCartneys seguindo servilmente a liderança dele e de Ono, lançando um álbum voltado para a família. Nota do blogger: Apesar dessa foto de John Lennon com a máscara  japonesa ter aparecido bastante na época do lançamento de “McCartney”, tenho certeza que é da época que os Beatles estiveram no Japão, em 1966. A de George Harrison com o anão de jardim dentro da blusa, não tem desculpa não!

Desde o lançamento do álbum, Paul McCartney foi massacrado por terríveis críticas por ter sub-produzido o álbum e usado nele, músicas inacabadas. Além disso, "a tentativa de McCartney de usar o rompimento dos Beatles para promover seu álbum solo, enquanto se apresentava como um homem de família feliz, aparentemente saiu pela culatra". O sentimento geral entre os críticos foi algo como “Ele acabou com os Beatles por isso?". O Melody Maker sugeriu que "com esse registro, a dívida de McCartney com George Martin se torna cada vez mais clara". Para outros ainda, o disco era "pura banalidade em todos os aspectos”. Em uma ava8liação favorável, a NME, escreveu que, ao ouvir pela primeira vez, considerou McCartney "moderadamente inofensivo", sua visão mudou com o tempo, de modo que: "Ouvir é como ouvir o contentamento pessoal de um homem comprometido com o som da música. A maioria dos sons, efeitos e ideias são de puro brilho; grande parte da aura é de canções tranquilas em uma noite quente de verão; e praticamente todas as faixas refletem uma espécie de redondeza intangível. 'Excitação' não é uma palavra para se usar neste álbum ... 'calor' e 'felicidade' são”. O The Guardian, o descartou como um álbum "Sem substância. Paul se revela como um homem preocupado consigo mesmo e com sua própria situação. A música é arrogantemente casual ... Ele parece acreditar que tudo o que lhe vem à cabeça vale a pena gravar, e ele está errado”. E por aí seguem as avaliações, em sua maioria, quase sempre muito duras.

"McCartney" foi lançado em CD em 7 de junho de 1993, junto com outros seis álbuns de estúdio que Paul McCartney produziu nos anos 70, incluindo Ram (com Linda) e Band on the Run (com o Wings). Em 13 de junho de 2011, o álbum e o segundo trabalho solo oficial de McCartney, McCartney II, foram reeditados pelo Hear Music / Concord Music Group como parte da coleção Paul McCartney Archives. O álbum entrou novamente nas paradas no Reino Unido, Holanda, França e Japão. Em 17 de novembro de 2017, "McCartney" foi relançado pelo selo Capitol / UMe sem faixas bônus, como parte do retorno de McCartney em 2016 à Capitol Records e um contrato de serviço de catálogo que substituia a Concord Records e a Hear Music.
“Então, ‘McCartney’ foi lançado e chegou facilmente ao topo das paradas norte-americanas, se não ao cume das listas de mais vendidos na Grâ-Bretanha, onde ficou entre o segundo e o terceiro lugar, dependendo da parada consultada. Dado o ímpeto de quase oito anos de fama dos Beatles, junto com as notícias trágicas sobre a ruptura do grupo, podia ter sido muito pior. Na realidade, trata-se de um disco charmoso, um retomo ao básico sem afetação, que serve ao mesmo propósito da­quelas tardes passadas no inverno de 1957. quando a guitarra de Paul exprimia sua dor pela perda da mãe. Agora, a perda era dos Beatles — sua juventude, sua identidade, seu primeiro e mais apaixonado ca­samento —, e a dor tem a mesma profundidade. Ele não está se desa­fiando ou se vestindo para buscar companhia; o que você ouve é o que você entende. “Man We Was Lonely" começa com um jato bruxuleante de acordes que levam somente ao estilo coloquial concernente aos prazeres do lar. “Oo You" conduz uma guitarra flamejante e um ritmo não convencional a lugar nenhum em particular. “Kreen-Akore” com todos os seus efeitos sonoros tropicais e zabumbas florestais, soa co­mo uma trilha sonora. Somente “Junk”, “Teddy Boy”, “Every Night” e “Maybe I'm Amazed” parecem ter requerido algum tempo a mais de composição, e as duas primeiras são recauchutagens dos Beatles. Com todo o seu charme despreocupado, McCartney é um ato de provocação; ele está matando aula outra vez deliberadamente e não se importa que o vejam”. Peter Ames Carlin – “Paul McCARTNEY – Uma Vida”.
Ok. Para mim, esses críticos são todos uns loucos, uns imbecis! Acho que um disco que vendeu mais de 1 milhão de cópias e ficou por semanas em 1º lugar (e não foi só pela beleza de Paul), é impossível ser assim tão ruim. A grande verdade é que eles nunca, de fato, engoliram os Beatles, e quando tiveram que engolir na marra a partir de 1967, os Beatles em pouco tempo se separariam. Quando isso aconteceu, todos os dedos apontaram para Paul como “O CULPADO” e resolveram tentar acabar com ele achando que suas duras críticas teriam esse efeito. Tsc, tsc, mal sabiam eles que em pouquíssimo tempo, estariam se curvando novamente diante do maior popstar do planeta. “McCartney” pode até não ser assim, nenhuma Brastemp. Mas é um grande disco. Um álbum corajoso e honesto. Depois de tantos anos, estou ouvindo novamente, todos os dias, todas as músicas, procurando um grande defeito que não encontro, a não ser a pouca produção. Mas era assim que era. Era assim que era para ser. E talvez, esteja exatamente aí, o grande charme de “McCartney”. Claro, óbvio e evidente que “Maybe I’m Amazed” e “Every Night” se tornaram grandes clássicos de Paul McCartney, mas “McCartney” vai além delas e jamais deve ser subestimado. “Junk” é belíssima e “Man We Was Lonely" é de longe, minha preferida de todo o álbum. Uma peça absolutamente indispensável em qualquer discoteca de rock básico!

8 comentários:

Eliana Valette disse...

Vida inteligente depois de Abbey Road.

Roberto Moreno disse...

Paul só estava marcando o território.

Valdeci disse...

Na minha opinião, todo esse mal comportamento de Lennon no fim dos Beatles, era medo e insegurança! Sabia melhor que ninguém o que o aguardava. Todos os discos de Paul, mesmo os mais fracos, são melhores que os dele...

easepol disse...

Vc se esqueceu do álbum do Ringo Starr Beaucoups of Blues e do compacto americano do George Harrison, My sweet lord, lançamento americano ainda em 1970.

Edu disse...

Ok, easepol.

roque22 disse...

Postagem magnifica. Adorei. Macca eh Gênio!

roque22 disse...

Inicio dos Anos 70's. Escutava muito no Radio "Maybe I'm Amazed" e "Every Night". Meu primeiro contato com "Ex Beatles" solo.

Ivan Silva disse...

Sempre trazendo muita informação! Obrigado meu amigo!