Somewhere in England foi o nono álbum de estúdio de George Harrison, lançado em 1º de junho de 1981 pela Dark Horse Records. Foi gravado enquanto Harrison estava ficando cada vez mais frustrado com a indústria da música. A produção foi longa, durante a qual surgiram conflitos com a Warner Bros Records. 'Em algum lugar da Inglaterra' foi o primeiro álbum de Harrison a ser lançado após o assassinato de John Lennon e a letra de seu primeiro single, "All Those Years Ago", é uma homenagem a ele. Somewhere in England foi um álbum árduo e frustrante de produzir para George Harrison, levando mais de um ano para ser lançado. O álbum foi criticado porque o material é um pouco irregular, variando de temas de frustração e pânico a divindade e felicidade. No entanto, é um farol claro na história, pois foi gravado pouco antes e na sequência do trágico assassinato de Lennon, e reuniu brevemente os membros sobreviventes dos Beatles.
Depois da separação da melhor banda de todos os tempos, Harrison teve grande sucesso solo com o lançamento do álbum triplo All Things Must Pass e seu sucessor, Living In the Material World de 1973. No entanto, sua produção durante a metade até o final da década de 1970 recebeu relativamente menos aclamação da crítica e sucesso comercial. Harrison começou um recuo gradual do mundo da música no final da década. Ele começou a gravar Somewhere in England em março de 1980 e continuou esporadicamente, finalmente entregando o álbum à Warner Bros Records, a distribuidora de sua gravadora Dark Horse, no final de setembro daquele ano. No entanto, os executivos da Warner rejeitaram o álbum, sentindo que era "muito descontraído" e não suficientemente comercial. Harrison concordou em retrabalhar o álbum e gravar novo material. A arte da capa original de Harrison, apresentando seu perfil contra um mapa da Grã-Bretanha, também foi vetada pela Warner. Esta capa apareceu na versão remasterizada do álbum em 2004.
Retornando ao projeto em novembro, Harrison foi acompanhado em seu estúdio Friar Park em Henley-on-Thames por Ringo Starr, que veio especificamente para que Harrison produzisse algumas canções para ele. Eles gravaram dois originais de Harrison - "Wrack My Brain" e "All Those Years Ago" - além de uma cover de "You Belong to Me" para o álbum de Ringo, Can't Fight Lightning (mais tarde lançado como Stop and Smell the Roses). As duas outras canções foram concluídas, mas "All Those Years Ago" ficou inacabada. Ringo admitiu mais tarde que o tom era muito alto para ele cantar.
Em 8 de dezembro de 1980, John Lennon foi assassinado. Após o choque e a devastação da morte de Lennon, Harrison decidiu utilizar a gravação inacabada de "All Those Years Ago". Ele mudou a letra da música para refletir a tragédia de Lennon. Com a faixa de bateria pré-gravada por Ringo, Harrison convidou Paul e Linda McCartney, e seu colega de banda do Wings, Denny Laine, para gravar os vocais de apoio no início de 1981.
Junto com "All Those Years Ago", mais três canções foram adicionadas ao álbum: "Blood from a Clone" (uma crítica aos executivos da WB que rejeitaram seu álbum original), "Teardrops" e "That Which I Have Lost". Para abrir espaço para as novas canções, Harrison decidiu lançar quatro faixas da formação original "Tears of the World", "Sat Singing", "Lay His Head" e "Flying Hour" separadamente. Uma nova capa foi então feita na Tate Gallery em Londres, e Somewhere in England foi reenviado e aceito. A foto da capa e contracapa são de Caroline Irwin.
A frustração de Harrison é clara nas duas primeiras faixas do álbum, a rítmica e com sabor caribenho "Blood from a Clone", que critica a falta de alma da indústria musical e o jazz otimista de "Unconsciousness Rules", que apresenta um riff de guitarra exclusivo e proeminente por toda a música. “Life Itself” segue e é semelhante ao gospel, mas com a guitarra que é a assinatura de Harrison no topo. As letras espirituais oferecem louvor a Cristo, Vishnu, Jeová e Buda. Harrison gravou duas canções da década de 1940 do compositor Hoagy Carmichael: A bonita “Baltimore Oriole” apresenta um sax principal de Tom Scott, contrabalançado pelo belo violão slide de Harrison, enquanto “Hong Kong Blues” é curta, mas divertida. Ambas foram originalmente apresentadas no filme de 1944 To Have and Have Not.
O segundo lado de Somewhere in England apresenta diversas formas de estilos, começando com o puro pop dos anos 80 de “Teardrops”, que foi lançado como o segundo single do álbum. Seguem-se duas faixas também interessantes, com “That Which I Have Lost” apresentando acústica country enraizada com riffs elétricos deslizantes e baixo fino sem trastes e “Writing's on the Wall” com um leve órgão de sintetizador com um rico arranjo musical. O final caprichoso e otimista de "Save the World" é cortado por guitarras de slide temperamentais e muita moralização lírica em toda esta agradável audição musical. Enquanto Somewhere in England alcançou o Top 20 no Reino Unido e nos EUA, sua corrida nas paradas foi relativamente breve. Após o álbum seguinte de 1982, Gone Troppo que se saiu ainda pior, Harrison retirou-se da indústria da música por meia década.
Em 2004, Somewhere in England foi remasterizado e reeditado, tanto separadamente quanto como parte do box set The Dark Horse Years 1976–1992 , pela Dark Horse Records com nova distribuição pela EMI. A reedição incluiu a mixagem original de "Unconsciousness Rules" e, como faixa bônus, a demo de Harrison de "Save the World", gravada no início de 1980. Além disso, a arte rejeitada foi reintegrada, substituindo a usada no lançamento de 1981.
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