No dia 8 de abril de 1967, John Lennon fez um passeio até Surrey (condado situado no sudeste da Inglaterra, que fronteira com Kent, East Sussex, West Sussex, Hampshire, Berkshire e com a área metropolitana de Londres) para saber se haveria a possibilidade de pintar seu Rolls Royce com cores psicodélicas. No dia 25 de maio de 1967, Lennon recebeu seu Rolls Royce com a nova e excêntrica pintura psicodélica realizada pelo “The Fool”. Uma estranha pintura que lembrava um parque de diversões ou uma caravana de ciganos. A empresa Rolls Royce publicou um comunicado oficial contra a atitude de John Lennon.
É conhecido o gosto das estrelas do showbiz pelos carros potentes e luxuosos. Como não podia deixar de ser, a marca Rolls Royce é uma das mais procuradas, não só por possuir exclusivas características, mas também pelo fato de poder personalizar os seus modelos de acordo com os caprichos dos clientes. Entre os músicos de Pop/Rock, por exemplo, não têm faltado felizes possuidores destes carros, como Elvis Presley, Stevie Wonder, Freddy Mercury ou o rapper 50 cent. Todos estes veículos têm em comum a sobriedade, a distinção e o estatuto que a marca lhes confere. No entanto houve um que foi tudo, menos sóbrio: "O fabuloso Rolls Royce de John Lennon".
O veículo em questão era um magnífico Phantom V com a placa FJB111C que lhe foi entregue em 1965. Os Beatles já estavam no auge da fama quando Lennon decidiu acrescentar uma impressionante limusine Rolls Royce à sua coleção de carros. Com um comprimento de 5,7 metros e 3 toneladas, foi um dos carros mais luxuosos da Grã-Bretanha da época. Lennon pediu um monte de equipamentos especiais opcionais, como sistema de áudio Hi-Fi, uma televisão, um telefone móvel, uma pequena geladeira, e o banco traseiro podia ser transformado em uma cama de casal. Nessa época, o carro era ainda sóbrio mas Lennon não se deu por satisfeito enquanto não o "personalizou".
Lennon não estava feliz com à pintura tão sóbria do seu automóvel, contrastante com a sua personalidade extrovertida e megalômana. Encomendou então uma pintura psicodélica a um grupo de artistas holandeses - The Fool, que encheu a carroceria do Rolls de todo o tipo de florais e arrebiques multicoloridos sobre um fundo amarelo. Lennon ficou embevecido e pagou cerca de 2.000 libras pela brincadeira.
É claro que o veículo chocou imensamente a mentalidade careta britânica da época, para quem a Rolls Royce era motivo de orgulho nacional. Dizem até que houve uma senhora de idade que, indignada, chegou a desferir golpes de chapéu de chuva sobre o automóvel. Apesar desses percalços, que obviamente divertiam muito Lennon, tornou-se o meio de transporte quase exclusivo dos Beatles até à sua separação, em 1970.
Quando Lennon e Yoko Ono se mudaram para os EUA o carro seguiu com eles. Já em território americano foi "emprestado" a outros músicos, como os Rolling Stones e Bob Dylan, até que foi posto na garagem e, posteriormente, "doado" ao Cooper-Hewitt Museum de Nova Iorque, onde permaneceu de 1978 até 1985, data em que foi leiloado. A licitação mais alta atingiu $2.299.000 e permitiu a Jim Pattison, um milionário canadense, tornar-se o novo proprietário do famoso automóvel. Atualmente, o excêntrico veículo encontra-se exposto ao público no Royal British Columbia Museum.
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