quarta-feira, 1 de junho de 2022

THE BEATLES - SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND - 55 ANOS😀✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶✶


Há 54 anos, no dia 1º de junho de 1967, o mundo começou a mudar radicalmente. Novamente, por causa dos Beatles. Depois da explosão da Beatlemania em todo o planeta, depois de toda a exaustão das intermináveis turnês, depois da imprensa anunciar precipitadamente seu fim, depois de meses incessantes de gravação, os Beatles se reinventaram e apareceram novamente de forma espetacular, lançando SGT. PEPPER’S LONELY HEARTS CLUB BAND. O álbum mais revolucionário e inovador da história da música popular em todos os tempos.

No filme “Help!” há uma cena em que os Beatles estão disfarçados com barbas e bigodes, assim livrando-se da perseguição das fãs e dos fanáticos em um aeroporto. Todos se divertiram muito com a experiência que os fez perceber o poder da maquiagem. Paul, particularmente, pediu à equipe de maquiagem para lhe confeccionar um bigode postiço. Depois das excursões em 1966, ele resolveu fazer uma experiência; foi sozinho à França passar duas semanas, e, ainda no aeroporto, após passar pela alfândega, colocou o bigode postiço, penteou o cabelo para trás, passou vaselina, e colocou óculos com lentes de vidro sem grau.

Em Bordeaux, Paul encontrou-se com Mal Evans, que mal lhe reconheceu. Seguiram para a Espanha e depois para o Kenya, onde fizeram de um safári. Voltando de Nairobi para Londres, no dia 19 de novembro, Paul vai mentalmente se preparando para voltar à vida de ser caça de fãs e da imprensa. Imerso nestes pensamentos, imaginou os Beatles como outra banda, podendo assim distanciar-se da imagem dos meninos de Liverpool, que o mundo ainda tinha deles. Pondera sobre as vantagens que haveria, estando livres para poderem experimentar e explorar estilos fora daquelas ligadas à imagem pública dos Beatles. Durante o exercício de se enxergar com uma visão externa, este poderia ser o primeiro passo em direção a uma nova imagem. Não mais de meninos engraçadinhos, mas de homens e artistas já maduros. Este é o princípio original e embrionário, que evoluiria para o álbum que completa hoje 54 anos.

McCartney precisava de um nome que, de cara, convencesse os outros. Então passou a brincar com nomes, geralmente com Mal Evans e em certa ocasião, almoçando juntos, no lugar de saleiros o local oferecia pequenos pacotinhos de sal e pimenta, apropriadamente identificados respectivamente de "S" e "P". Evans teria brincado, dizendo algo como "O que são estas coisinhas? Ah! Salt and Pepper (Sal e Pimenta)". Paul, brincando com o sotaque de sua terra, repete de primeira: "Sgt. Pepper". Segundo o próprio McCartney, imediatamente associou Sgt. Pepper como um nome que poderia ser usado como um pseudônimo para os Beatles. Todo o resto do nome e concepção inicial do projeto começaram a partir deste instante.

SGT. PEPPER’S LONELY HEARTS CLUB BAND foi eleito o maior disco de todos os tempos pela revista "Rolling Stone" em 2003. Com arranjos inovadores, técnicas de gravação e concepção gráfica inéditas, o disco mudou os rumos do rock e fez com que os álbuns passassem a ser definitivamente o principal formato da produção musical, papel antes ocupado pelos singles. A relevância musical de "Sgt. Pepper's" ofusca sua importância comercial. Ele simbolizou uma nova era da indústria fonográfica. O ano de 1967 foi o primeiro em que os álbuns deram mais dinheiro às gravadoras britânicas do que os compactos. Começou ali a supremacia do LP que nortearia o mercado durante décadas. E "Sgt. Pepper's" foi o primeiro e único álbum dos Beatles que não teve nenhuma música lançada em single.

O disco foi um divisor de águas. Inovador em inúmeros aspectos e que se mostra influente até os dias de hoje. "Sgt. Pepper", foi o oitavo álbum de estúdio dos Beatles e é considerado por muitos como o melhor de todos os tempos. Produzido e mixado por George Martin, o disco psicodélico de John, Paul, George e Ringo trouxe ao público sucessos como "Lucy In The Sky With Diamonds" e "A Day In The Life" e mantém-se entre os mais vendidos de toda a história. O álbum representava o ápice das experiências sonoras da banda, e foi um sucesso estrondoso de público e crítica: 27 semanas no primeiro lugar da parada britânica e 15 semanas em primeiro lugar nos Estados Unidos. Até então, o rock nunca tinha visto algo tão ambicioso. Foram mais de quatro meses de gravações, algo até então inédito na música pop. Também pela primeira vez, um disco trazia as letras impressas no encarte. E o som era inclassificável: rock com sons indianos e música tradicional britânica; guitarras com cordas, sopros e técnicas inovadoras de gravação. A importância cultural de "Sgt. Pepper's" pode ser medida até pelo número de vezes que sua capa foi parodiada.
A fase frutífera que trouxe "Penny Lane" e "Strawberry Fields Forever", além do álbum Sgt. Pepper's, foi a primeira em que os Beatles puderam se dedicar inteiramente ao estúdio porque estavam livres de compromissos de shows. Eles levaram 105 horas para gravar ambos os lados do single, uma marca inédita até então, e mais cinco meses para completar o álbum. Paul criou o conceito do disco pensando em um show de uma banda de metais, eduardiana e fictícia, transportada para a era psicodélica e, obviamente, conduzida pelos Beatles. Lançado em 1º de junho de 1967, Sgt. Pepper's foi o álbum daquele que ficou conhecido como “O Verão do Amor” — uma breve temporada em que a ética hippie cultivada em São Francisco pareceu se espalhar por todo o ocidente. Para qualquer um que foi jovem nessa época, a música automaticamente evoca imagens de miçangas e túnicas, o som de sinos tilintando e o cheiro de maconha encoberto por incenso. Apesar disso, apenas quatro faixas em Sgt. Pepper's - “Lucy In The Sky With Diamonds”, “She’s Leaving Home”, “Within You Without You” e “A Day In The Life” - aludiam ao levante social causado pela mudança da cultura jovem. As outras eram canções pop bastante britânicas que tratavam de uma série de questões locais, de sociabilidade (“A Little Help From My Friends”) e autoaperfeiçoamento (“Getting Better”), passando pela vida nos subúrbios ingleses (“Good Morning, Good Morning”) e por decoração (“Fixing A Hole”), até o entretenimento vitoriano ("Being For The Benefit Of Mr Kite”). Muitas vezes, as letras das músicas tinham linguagem deliberadamente antiquada para ajudar a ambientar uma verdadeira produção eduardiana com o bom e velho Sargento Pepper e seus homens do Clube de Corações Solitários. Ainda assim, o espírito de 1967 tomou o álbum de modo significativo. Foi fruto da crença de que limites para a imaginação eram impostos culturalmente e, assim sendo, deveriam ser desafiados. Tentava-se tudo o que parecesse tecnicamente possível: do frenesi orquestral de “A Day In The Life” até a inclusão no disco de notas de frequências tão altas que só um cachorro poderia perceber. Sgt. Pepper's foi um dos primeiros álbuns com capa dupla e foi pioneiro em trazer as letras das músicas, embalagem interna decorada e por ter a capa feita por um artista famoso. Sua reputação de primeiro “álbum conceitual”, porém, não é merecida. “Folk Songs From the Hills” (1947), de Merle Travis, era um álbum conceitual, assim como “In TheWee Small Hours” (1955), de Frank Sinatra, e, mais próximo da época de Sgt. Pepper's, “Blood Sweat and Tears” (1963) e “BitterTears” (1963), de Johnny Cash. Aliás, é discutível se o disco dos Beatles de fato era um álbum conceitual. O único tema que o unifica é a canção “Sgt Pepper's”.

A importância de Sgt. Pepper's 54 anos depois, é indiscutível. Essa obra-prima lidera 99,9% das listas de melhores álbuns da história. Com 5,1 milhões de cópias certificadas, Sgt. Pepper's é o terceiro álbum mais vendido da história das paradas britânicas. É também um dos LPs mais bem sucedidos comercialmente nos Estados Unidos, com 11 milhões de cópias certificadas pela RIAA. Em todo o mundo, o trabalho carrega a marca de 30 milhões de cópias vendidas, sendo um dos maiores sucessos comerciais de todos os tempos. Em uma resenha de 1987 para a revista Q, o jornalista de música e autor Charles Shaar Murray afirmou que o trabalho "permanece como um pilar central da mitologia e da iconografia dos anos 1960". Anthony DeCurtis, da Rolling Stone, descreve-o como uma "enorme façanha" que "revolucionou a história da música". Em 1994, Sgt. Pepper's estava ranqueado em primeiro lugar no livro All Time Top 1000 Albums, de Colin Larkin. Em 2003, Sgt. Pepper's figurou entre os cinquenta trabalhos escolhidos pela Livraria do Congresso dos Estados Unidos para serem adicionados ao National Recording Registry, em honra ao trabalho enquanto "cultural, histórica, ou esteticamente significante". Em 2003, a Rolling Stone o colocou no primeiro lugar de sua lista de quinhentos melhores álbuns de sempre, descrevendo-o como "o auge dos oito anos de discos dos Beatles". A Encyclopedia of Popular Music escreveu: "ocorreu que [o trabalho] não foi somente um mero álbum pop, mas sim um ícone cultural, abraçando os elementos constitutivos da década de 1960: pop art, moda extravagante, drogas, misticismo instantâneo e liberdade contra o controle parental". Em 2006, Sgt. Pepper's foi escolhido pela revista Time como um dos cem melhores álbuns de todos os tempos. O acadêmico especializado em música David Scott Kastan define Sgt. Pepper's como "o mais importante e influente trabalho de rock and roll de todos os tempos".

Um comentário:

Dani disse...

Pode passar mais 55 anos, não envelhecerá nunca. Atemporal. O álbum mais inovador e influente de todos os tempos.