terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SE ESSA RUA FOSSE MINHA...



Em agosto de 2009, faz 40 anos que os Beatles gravaram juntos pala última vez.
A impressâo que ficou, é que deixaram o melhor para o final. Para mim, ABBEY ROAD é, sem dúvida, o melhor de todos. E eu tenho um carinho muito especial por ele. Consegui ter o meu 1ª com uns 15 anos, em 77 que foi o ano da minha iniciação Beatlemaníaca de verdade. Sete anos depois do fim do grupo. Por isso, foi um prazer imenso fazer esse trabalho. De todas as postagens que já deixei, foi a que tive mais cuidado. Com os textos, lay-out e edição das fotos.

Obrigado. Obrigado THE BEATLES. Vocês são 4 EVER!
Abração !
Eduardo Bonfim
Eduardobadfinger@gmail.com


Depois das gravações do fatídico "Let it be, e quando o próprio grupo achava que não se reuniria mais, George Martin ficou surpreso quando recebeu o telefonema de Paul McCartney para produzir mais um disco dos Beatles. George Martin topou, com a condição que fosse como faziam antes. Ele não só produziu o melhor disco dos Beatles como o álbum que mais vendeu até hoje!
O ÁLBUM


Abbey Road é o 12° é o último álbum dos Beatles. Foi lançado em 26 de setembro de 1969 na Inglaterra, e em 01 de outubro nos EUA. O nome é em homenagem à famosa rua onde existe o famoso estúdio onde os Beatles gravaram todos os seus sucessos. Abbey Road foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Apesar de ser seu derradeiro canto de cisne da banda, Os Beatles nunca tocaram tão bem, não cantaram tão bem e não se mostraram tão maduros como em Abbey Road.

Rascunho de Paul

George Harrison surpreendeu a crítica como compositor, e que levaria adiante até o seu disco solo 'All Things Must Pass'. Paul McCartney foi o mentor musical do trabalho, tendo seu ápice no medley do lado B do disco. John Lennon, ausente em muitas sessões de gravação, ainda teve fôlego para dar ao grupo três de suas melhores canções: "Come Togeher", "I Want you ( She's So Heavy)" e "Because". Ringo teve seus momentos na ótima " Octopus's Garden " e fazendo o único solo de bateria em uma música dos Beatles.


ABBEY ROAD - FAIXA POR FAIXA

COME TOGETHER (Lennon/McCartney)

A primeira faixa. Composta por John, tem no baixo de Paul sua marca melódica. A bateria de Ringo também é pura inspiração e George usa pela primeira vez num disco dos Beatles a técnica da 'slide guitar', que seria sua marca registrada na carreira solo. Come Together recebeu inúmeras versões durante anos, como a de 'Aerosmith', 'Tina Turner' e até de 'Michael Jackson'

SOMETHING (Harrison)

Inspirada no título de uma canção de James Taylor - 'Something in The Way She Moves', esta é sem dúvida a mais famosa canção de George Harrison, mas que por ser sido gravada pelos Beatles, é sempre creditada à Lennon-McCartney (inclusive por Frank Sinatra, que a gravou) também. E Presley e tantos outros). John Lennon não participou da gravação dessa música, ele e Yoko Ono estavam internados devido ao capotamento de seu carro. Originalmente, a música terminava numa longa jam session e a orquestra de 21 músicos foi adicionada 3 meses depois da gravação original. Lançada também como single, foi o primeiro compacto a ter uma música de George Harrison no lado A (o lado B era Come Together).

MAXWELL´S SILVER HAMMER (Lennon/McCartney)

Uma música de Paul no velho estilo de Sgt. Peppers. Originalmente deveria fazer parte do disco Let it Be, já que o filme mostra o grupo a ensaiando, mas só foi gravada meses mais tarde. A música conta a história de um maluco que mata todo mundo. Paul canta, toca guitarra e piano, e pela primeira vez num disco dos Beatles é usado um 'Sintetizador Moog', um avanço tecnológico na época que seria um instrumento famoso na mão de tecladistas progressivos como Rick Wakeman. John não participa da gravação, e uma 'bigorna' é tocada por Mal Evans para dar o som oco do martelo ( hammer ).

OH DARLING (Lennon/McCartney)

Para poder realizar o vocal gritado e rasgado que caracteriza a música, McCartney realizava apenas um trecho da gravação dela por dia, no início da manhã, para que sua voz tivesse o tom e a força necessária.

OCTOPUS´S GARDEN (Starkey)

A 2ª música de Ringo a ser gravada pelos Beatles ( a 1ª foi 'Don´t Pass Me By' do White Album ). Com a little help from George não creditada, esta é meio uma continuação de 'Yellow Submarine', tornando-se o 1º sucesso de Ringo. Além dos instrumentos convencionais, Paul toca piano, e alguns efeitos como bolhas num copo dágua soprados por Ringo, e vozes modificadas por amplificadores são adicionadas. John está presente e faz a guitarra dedilhada.

I WANT YOU ( SHE´S SO HEAVY ) (Lennon/McCartney)

Escrita por John para Yoko, esta é mais um instrumental do que música, já que contém apenas 2 frases. A parte 'She´s So Heavy' vem de outra música de John, mas foram unidas numa só, e como de costume, tais músicas de John sempre foram as mais difíceis já gravadas pelos Beatles. A guitarra solo é de John, que 'toca' o Moog até o final, quando a música é abruptamente interrompida ( na verdade, é a fita de gravação que termina, e John achou interessante deixá-la assim na mixagem).

HERE COMES THE SUN (Harrison)

Outro grande sucesso de George Harrison. Composta nos jardins da casa de Eric Clapton, só um inglês sabe como um sol naquele país é bem vindo. Feita apenas com variações no acorde D (ré) da guitarra, é um dos trabalhos mais melódicos dos beatles, ganhando apreciação tanto do públco folk, como dos jazzisticos mais ferrenhos. George toca os violões e o seu recém adquirido sintetizador moog John só participou nos backing vocals.

BECAUSE (Lennon/McCartney)

Um dos pontos altos de Abbey Road. Considerada uma das mais belas harmonias da história do rock. Foi usado o sintetizador Moog por Harrison na introdução de guitarra e foi inspirada no “Moonlight Sonata” de Ludwig van Beethoven, que Yoko tocava enquanto Lennon pedia para tocar de trás pra frente (John sempre pedia isso). Cada vocal foi gravado em cada linha de microfone e sobreposto 3 vezes cada, totalizando 9 vozes.

YOU NEVER GIVE ME YOUR MONEY (Lennon/McCartney)

Na verdade, a junção de pelo menos 5 trechos diferentes de músicas. Este é um desabafo irônico de Paul McCartney em relação as finanças da Apple. Paul canta, toca piano e baixo. e no final John se junta a harmonia de Paul e George.

SUN KING (Lennon/McCartney)

John compõs a música usando a técnica do dedilhado que havia aprendido com Donovan, na índia e. usado em 'Julia', do álbum Branco. Mais um intrincado trabalho vocal do grupo, sendo a voz principal de John. George Martin toca órgão e o trecho em que cantam palavras em espanhol não quer dizer absolutamente nada.Puro devaneio.

MEAN MR MUSTARD (Lennon/McCartney)

Composta na Índia, era originalmente para fazer parte do Álbum Branco. Música de John, e foi gravada junto com Sun King.

POLYTHENE PAM (Lennon/McCartney)

Outra música de John composta para o Álbum Branco.. John canta com sotaque típico de Liverpool.

SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW (Lennon/McCartney)

Gravada no mesmo dia de 'Polythene Pam', fala de uma história verídica de alguem que entrou na casa de Paul pela janela do banheiro, ou para outros ouvidos, da própria Yoko Ono.

GOLDEN SLUMBERS (Lennon/McCartney)

Adaptação de um poema do século 17 de Thomas Dekker. Uma bonita canção de Paul, que toca piano, que muda abruptamente para...

CARRY THAT WEIGHT (Lennon/McCartney)

Outra música de Paul, com vocais dele, George Harrison e um nítido Ringo Starr. John Lennon ainda no hospital não se fez presente. No meio há ainda a inclusão de um trecho de 'You Never Give Me Your Money', que prepara para...

THE END (Lennon/McCartney)

O final do disco e praticamente a despedida dos Beatles. Coincidência ou não, cada um dá seu adeus. Ringo faz seu primeiro solo de bateria, e logo depois entram as guitarras de Paul, George e John (nesta sequencia) e cada um intercala seu solo. Após o break, o grand finale: And in the end, the love you take is equal to the love you make.

HER MAJESTY ( Lennon/McCartney )

Esta pequena música depois de 20 segundos de silêncio deveria estar no medley entre 'Mean Mr. Mustard' e 'Polythen Pam', mas o resultado não ficou bom e o engenheiro de som Malcom Davies a incluiu na cópia de acetato do disco. Paul McCartney gostou e a musica acabou saindo assim também no disco original. Uma 'homenagem ' de Paul a Rainha, num número acústico em que canta e toca violão.

A CAPA

A famosa fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan. A sessão de fotos durou dez minutos. A idéia da foto foi toda de Paul McCartney. Como podem ver nos rascunhos. Foram feitas seis fotos. McCartney escolheu a que achou melhor.


O FOTÓGRAFO

Iain Macmillan tinha 31 anos quando entrou para o seleto clube dos imortais NO DIA 8 DE AGOSTO DE 1969. Ele fotografou a capa do álbum Abbey Road, dos Beatles. Era amigo de Yoko Ono que o apresentou a John Lennon, que mostrou seu trabalho para o resto do grupo. Foi o escolhido. Depois desse trabalho para os Beatles, que lhe rebdeu uma boa grana, Macmillan ainda se encontrou com o casal Ono/Lennon nos anos 70. Depois, ainda fez a capa do "PAUL IS LIVE". Morreu em 2006. De câncer.

CURIOSIDADES

1. Os Beatles começaram a gravar o novo disco no dia 16 de abril de 1969, no estúdio da EMI na Abbey Road, em Londres.

2. As gravações continuaram até meados de agosto. No dia 20 daquele mês, os quatro Beatles estiveram juntos em um estúdio pela última vez, para definir a ordem das músicas no novo disco. Dois dias depois, eles fariam a última sessão de fotos, próximo à nova casa de John.

3. Abbey Road foi lançado na Inglaterra em 26 de setembro de 1969 e 1º de outubro nos Estados Unidos.

4. Foi o primeiro disco dos Beatles a não ser lançado em versões estéreo e mono, pois eles achavam que sua música era essencialmente estereofônica e também que a gravação e audição em mono estava ultrapassada.

5. Foram gravadas algumas faixas que acabaram não sendo utilizadas: "What's the New Mary Jane" (que só foi ser lançada oficialmente no Anthology 3, em 1996), "Not Guilty" (que acabou sendo regravada pelo George em carreira solo) e "Junk" (regravada pelo Paul em carreira solo). Segundo alguns relatos, ainda foram gravadas mais 3 músicas, que permanecem inéditas até hoje: "When I Come to Town", "Four Nights in Moscow" e "I Should Like to Live up a Tree".

6. O lado A (do disco em LP) tem mais a cara de John: é formado por canções isoladas e poderosas, cada uma com seu apelo específico. Já o lado B é dominado por um medley de vinhetas e músicas incompletas de John e Paul, unidas de maneira genial a partir de uma idéia deste último, com a ajuda de George Martin.

7. A idéia de batizar o disco com o nome do estúdio foi de Paul McCartney.

8. O título original do projeto seria "Everest", com a capa sendo os Beatles na frente do Monte Everest. Mas como a capa já estava atrasada, alguém acabou sugerindo que seria mais fácil ir pro lado de fora do estúdio e tirar algumas fotos.

9. A capa do disco, com os quatro atravessando a faixa de pedestres em frente ao estúdio, foi produzida no dia 8 de agosto. O fotógrafo foi Ian McMillan, que tirou seis fotos em dez minutos, com a ajuda de alguns policiais de trânsito.

10. Até 1970, o local chamava-se apenas EMI Studios. Foi o sucesso do disco dos Beatles, que levou a gravadora a adotar oficialmente o nome da rua onde se localiza.

11. Paul McCartney ainda utiliza-se desse estúdio até hoje!

Fonte: BEATLES HOME PAGE - http://www.beatleshp.com/

Leitura recomendada:

O DIA QUE MEU FUSCA VIROU BEATLE
http://www.thebeatles.com.br/beatlefics007-fusca.htm

EU FUI O PRIMEIRO E ÚNICO BILLY SHEARS
http://obaudoedu.blogspot.com/2008/11/eu-fui-o-primeiro-e-nico-billy-shears.html

2 comentários:

Anônimo disse...

Edu, sou beatlemaníaco de carteirinha, de primeira hora etc e tal - mas, "Come Together" é plágio de uma música do Chuck Berry, chamada "You Can't Catch Me":

http://www.youtube.com/watch?v=v8-NqsY46PY

Abraço,
ccm

henrique disse...

Plágio é uma palavra forte para o caso...digamos que ela é inspirada.