terça-feira, 27 de janeiro de 2009

SE ESSA RUA FOSSE MINHA...

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Em agosto de 2009, faz 40 anos que os Beatles gravaram juntos pala última vez.
A impressâo que ficou, é que deixaram o melhor para o final. Para mim, ABBEY ROAD é, sem dúvida, o melhor de todos. E eu tenho um carinho muito especial por ele. Consegui ter o meu 1ª com uns 15 anos, em 77 que foi o ano da minha iniciação Beatlemaníaca de verdade. Sete anos depois do fim do grupo. Por isso, foi um prazer imenso fazer esse trabalho. De todas as postagens que já deixei, foi a que tive mais cuidado. Com os textos, lay-out e edição das fotos.

Obrigado. Obrigado THE BEATLES. Vocês são 4 EVER!
Abração !
Eduardo Bonfim
Eduardobadfinger@gmail.com


Depois das gravações do fatídico "Let it be, e quando o próprio grupo achava que não se reuniria mais, George Martin ficou surpreso quando recebeu o telefonema de Paul McCartney para produzir mais um disco dos Beatles. George Martin topou, com a condição que fosse como faziam antes. Ele não só produziu o melhor disco dos Beatles como o álbum que mais vendeu até hoje!
O ÁLBUM


Abbey Road é o 12° é o último álbum dos Beatles. Foi lançado em 26 de setembro de 1969 na Inglaterra, e em 01 de outubro nos EUA. O nome é em homenagem à famosa rua onde existe o famoso estúdio onde os Beatles gravaram todos os seus sucessos. Abbey Road foi produzido e orquestrado por George Martin para a Apple Records. Apesar de ser seu derradeiro canto de cisne da banda, Os Beatles nunca tocaram tão bem, não cantaram tão bem e não se mostraram tão maduros como em Abbey Road.

Rascunho de Paul

George Harrison surpreendeu a crítica como compositor, e que levaria adiante até o seu disco solo 'All Things Must Pass'. Paul McCartney foi o mentor musical do trabalho, tendo seu ápice no medley do lado B do disco. John Lennon, ausente em muitas sessões de gravação, ainda teve fôlego para dar ao grupo três de suas melhores canções: "Come Togeher", "I Want you ( She's So Heavy)" e "Because". Ringo teve seus momentos na ótima " Octopus's Garden " e fazendo o único solo de bateria em uma música dos Beatles.


ABBEY ROAD - FAIXA POR FAIXA

COME TOGETHER (Lennon/McCartney)

A primeira faixa. Composta por John, tem no baixo de Paul sua marca melódica. A bateria de Ringo também é pura inspiração e George usa pela primeira vez num disco dos Beatles a técnica da 'slide guitar', que seria sua marca registrada na carreira solo. Come Together recebeu inúmeras versões durante anos, como a de 'Aerosmith', 'Tina Turner' e até de 'Michael Jackson'

SOMETHING (Harrison)

Inspirada no título de uma canção de James Taylor - 'Something in The Way She Moves', esta é sem dúvida a mais famosa canção de George Harrison, mas que por ser sido gravada pelos Beatles, é sempre creditada à Lennon-McCartney (inclusive por Frank Sinatra, que a gravou) também. E Presley e tantos outros). John Lennon não participou da gravação dessa música, ele e Yoko Ono estavam internados devido ao capotamento de seu carro. Originalmente, a música terminava numa longa jam session e a orquestra de 21 músicos foi adicionada 3 meses depois da gravação original. Lançada também como single, foi o primeiro compacto a ter uma música de George Harrison no lado A (o lado B era Come Together).

MAXWELL´S SILVER HAMMER (Lennon/McCartney)

Uma música de Paul no velho estilo de Sgt. Peppers. Originalmente deveria fazer parte do disco Let it Be, já que o filme mostra o grupo a ensaiando, mas só foi gravada meses mais tarde. A música conta a história de um maluco que mata todo mundo. Paul canta, toca guitarra e piano, e pela primeira vez num disco dos Beatles é usado um 'Sintetizador Moog', um avanço tecnológico na época que seria um instrumento famoso na mão de tecladistas progressivos como Rick Wakeman. John não participa da gravação, e uma 'bigorna' é tocada por Mal Evans para dar o som oco do martelo ( hammer ).

OH DARLING (Lennon/McCartney)

Para poder realizar o vocal gritado e rasgado que caracteriza a música, McCartney realizava apenas um trecho da gravação dela por dia, no início da manhã, para que sua voz tivesse o tom e a força necessária.

OCTOPUS´S GARDEN (Starkey)

A 2ª música de Ringo a ser gravada pelos Beatles ( a 1ª foi 'Don´t Pass Me By' do White Album ). Com a little help from George não creditada, esta é meio uma continuação de 'Yellow Submarine', tornando-se o 1º sucesso de Ringo. Além dos instrumentos convencionais, Paul toca piano, e alguns efeitos como bolhas num copo dágua soprados por Ringo, e vozes modificadas por amplificadores são adicionadas. John está presente e faz a guitarra dedilhada.

I WANT YOU ( SHE´S SO HEAVY ) (Lennon/McCartney)

Escrita por John para Yoko, esta é mais um instrumental do que música, já que contém apenas 2 frases. A parte 'She´s So Heavy' vem de outra música de John, mas foram unidas numa só, e como de costume, tais músicas de John sempre foram as mais difíceis já gravadas pelos Beatles. A guitarra solo é de John, que 'toca' o Moog até o final, quando a música é abruptamente interrompida ( na verdade, é a fita de gravação que termina, e John achou interessante deixá-la assim na mixagem).

HERE COMES THE SUN (Harrison)

Outro grande sucesso de George Harrison. Composta nos jardins da casa de Eric Clapton, só um inglês sabe como um sol naquele país é bem vindo. Feita apenas com variações no acorde D (ré) da guitarra, é um dos trabalhos mais melódicos dos beatles, ganhando apreciação tanto do públco folk, como dos jazzisticos mais ferrenhos. George toca os violões e o seu recém adquirido sintetizador moog John só participou nos backing vocals.

BECAUSE (Lennon/McCartney)

Um dos pontos altos de Abbey Road. Considerada uma das mais belas harmonias da história do rock. Foi usado o sintetizador Moog por Harrison na introdução de guitarra e foi inspirada no “Moonlight Sonata” de Ludwig van Beethoven, que Yoko tocava enquanto Lennon pedia para tocar de trás pra frente (John sempre pedia isso). Cada vocal foi gravado em cada linha de microfone e sobreposto 3 vezes cada, totalizando 9 vozes.

YOU NEVER GIVE ME YOUR MONEY (Lennon/McCartney)

Na verdade, a junção de pelo menos 5 trechos diferentes de músicas. Este é um desabafo irônico de Paul McCartney em relação as finanças da Apple. Paul canta, toca piano e baixo. e no final John se junta a harmonia de Paul e George.

SUN KING (Lennon/McCartney)

John compõs a música usando a técnica do dedilhado que havia aprendido com Donovan, na índia e. usado em 'Julia', do álbum Branco. Mais um intrincado trabalho vocal do grupo, sendo a voz principal de John. George Martin toca órgão e o trecho em que cantam palavras em espanhol não quer dizer absolutamente nada.Puro devaneio.

MEAN MR MUSTARD (Lennon/McCartney)

Composta na Índia, era originalmente para fazer parte do Álbum Branco. Música de John, e foi gravada junto com Sun King.

POLYTHENE PAM (Lennon/McCartney)

Outra música de John composta para o Álbum Branco.. John canta com sotaque típico de Liverpool.

SHE CAME IN THROUGH THE BATHROOM WINDOW (Lennon/McCartney)

Gravada no mesmo dia de 'Polythene Pam', fala de uma história verídica de alguem que entrou na casa de Paul pela janela do banheiro, ou para outros ouvidos, da própria Yoko Ono.

GOLDEN SLUMBERS (Lennon/McCartney)

Adaptação de um poema do século 17 de Thomas Dekker. Uma bonita canção de Paul, que toca piano, que muda abruptamente para...

CARRY THAT WEIGHT (Lennon/McCartney)

Outra música de Paul, com vocais dele, George Harrison e um nítido Ringo Starr. John Lennon ainda no hospital não se fez presente. No meio há ainda a inclusão de um trecho de 'You Never Give Me Your Money', que prepara para...

THE END (Lennon/McCartney)

O final do disco e praticamente a despedida dos Beatles. Coincidência ou não, cada um dá seu adeus. Ringo faz seu primeiro solo de bateria, e logo depois entram as guitarras de Paul, George e John (nesta sequencia) e cada um intercala seu solo. Após o break, o grand finale: And in the end, the love you take is equal to the love you make.

HER MAJESTY ( Lennon/McCartney )

Esta pequena música depois de 20 segundos de silêncio deveria estar no medley entre 'Mean Mr. Mustard' e 'Polythen Pam', mas o resultado não ficou bom e o engenheiro de som Malcom Davies a incluiu na cópia de acetato do disco. Paul McCartney gostou e a musica acabou saindo assim também no disco original. Uma 'homenagem ' de Paul a Rainha, num número acústico em que canta e toca violão.

A CAPA

A famosa fotografia da capa do álbum foi tirada do lado de fora dos estúdios Abbey Road em 8 de agosto de 1969 por Iain Macmillan. A sessão de fotos durou dez minutos. A idéia da foto foi toda de Paul McCartney. Como podem ver nos rascunhos. Foram feitas seis fotos. McCartney escolheu a que achou melhor.


O FOTÓGRAFO

Iain Macmillan tinha 31 anos quando entrou para o seleto clube dos imortais NO DIA 8 DE AGOSTO DE 1969. Ele fotografou a capa do álbum Abbey Road, dos Beatles. Era amigo de Yoko Ono que o apresentou a John Lennon, que mostrou seu trabalho para o resto do grupo. Foi o escolhido. Depois desse trabalho para os Beatles, que lhe rebdeu uma boa grana, Macmillan ainda se encontrou com o casal Ono/Lennon nos anos 70. Depois, ainda fez a capa do "PAUL IS LIVE". Morreu em 2006. De câncer.

CURIOSIDADES

1. Os Beatles começaram a gravar o novo disco no dia 16 de abril de 1969, no estúdio da EMI na Abbey Road, em Londres.

2. As gravações continuaram até meados de agosto. No dia 20 daquele mês, os quatro Beatles estiveram juntos em um estúdio pela última vez, para definir a ordem das músicas no novo disco. Dois dias depois, eles fariam a última sessão de fotos, próximo à nova casa de John.

3. Abbey Road foi lançado na Inglaterra em 26 de setembro de 1969 e 1º de outubro nos Estados Unidos.

4. Foi o primeiro disco dos Beatles a não ser lançado em versões estéreo e mono, pois eles achavam que sua música era essencialmente estereofônica e também que a gravação e audição em mono estava ultrapassada.

5. Foram gravadas algumas faixas que acabaram não sendo utilizadas: "What's the New Mary Jane" (que só foi ser lançada oficialmente no Anthology 3, em 1996), "Not Guilty" (que acabou sendo regravada pelo George em carreira solo) e "Junk" (regravada pelo Paul em carreira solo). Segundo alguns relatos, ainda foram gravadas mais 3 músicas, que permanecem inéditas até hoje: "When I Come to Town", "Four Nights in Moscow" e "I Should Like to Live up a Tree".

6. O lado A (do disco em LP) tem mais a cara de John: é formado por canções isoladas e poderosas, cada uma com seu apelo específico. Já o lado B é dominado por um medley de vinhetas e músicas incompletas de John e Paul, unidas de maneira genial a partir de uma idéia deste último, com a ajuda de George Martin.

7. A idéia de batizar o disco com o nome do estúdio foi de Paul McCartney.

8. O título original do projeto seria "Everest", com a capa sendo os Beatles na frente do Monte Everest. Mas como a capa já estava atrasada, alguém acabou sugerindo que seria mais fácil ir pro lado de fora do estúdio e tirar algumas fotos.

9. A capa do disco, com os quatro atravessando a faixa de pedestres em frente ao estúdio, foi produzida no dia 8 de agosto. O fotógrafo foi Ian McMillan, que tirou seis fotos em dez minutos, com a ajuda de alguns policiais de trânsito.

10. Até 1970, o local chamava-se apenas EMI Studios. Foi o sucesso do disco dos Beatles, que levou a gravadora a adotar oficialmente o nome da rua onde se localiza.

11. Paul McCartney ainda utiliza-se desse estúdio até hoje!

Fonte: BEATLES HOME PAGE - http://www.beatleshp.com/

Leitura recomendada:

O DIA QUE MEU FUSCA VIROU BEATLE
http://www.thebeatles.com.br/beatlefics007-fusca.htm

EU FUI O PRIMEIRO E ÚNICO BILLY SHEARS
http://obaudoedu.blogspot.com/2008/11/eu-fui-o-primeiro-e-nico-billy-shears.html

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

OS REIS DO IÉ, IÉ, IÉ - A BEATLEMANIA INVADE OS CINEMAS

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A abertura eletrizante de “Os Reis do Ié-Ié-Ié” - A Hard Day’s Night - 1964 - resume perfeitamente as qualidades do primeiro filme dos Beatles. Dirigido por Richard Lester, os quatro integrantes da banda mais famosa da história aparecem em desabalada carreira, seguidos por uma multidão de fãs alucinados. De repente, num lance genial do destino, George Harrison tropeça nas próprias pernas e sofre uma queda espetacular, retumbante. Os demais integrantes do grupo diminuem o passo e gargalham, deliciados. Ato contínuo, o guitarrista levanta, também sorrindo, e todos retomam a “fuga”, ao som da canção-título. Histeria, irreverência, improvisos e boa música: a essência da Beatlemania em pouco mais de dois minutos.




Filmado a toque de caixa, com período completo de produção (roteiro, filmagem, edição) espremido em 16 semanas, “Os Reis do Iê-Iê-Iê” nasceu como um produto 100% comercial, sem qualquer ambição artística. A idéia da gravadora dos Beatles, a EMI, era apenas aproveitar a fama dos rapazes de Liverpool, adquirida durante a primeira passagem da banda pelos EUA, para vender discos e bilhetes de cinema. Ninguém imaginava que o grupo se tornaria o mais importante da música popular no século XX. Tampouco previam que o filme se tornaria uma referência obrigatória no terreno dos musicais. O medo de que o sucesso escasseasse a qualquer momento acelerou a produção, mas não impediu o jovem cineasta Richard Lester de lançar as fundações do novo gênero (o documentário musical) e criar as sementes do que viria a ser um grande símbolo cultural no fim do século – o videoclipe.

Lester, então um diretor ascendente que tinha apenas um sucesso independente no currículo, atacou o filme com uma abordagem semi-documental muito ousada. Dispondo de apenas US$ 500 mil, ele pôs um roteirista (Alun Owen) para seguir o grupo por um mês e decidiu recriar, em clima de falso documentário, um dia na vida da banda. Owen escreveu alguns diálogos, sempre inspirados naquilo que via, mas deixou espaços para improvisos, algo que John Lennon e os rapazes adoravam. O preto-e-branco das imagens não foi uma escolha estética: as pequenas câmeras portáteis que acompanhavam o quarteto na rua só gravavam em P&B. Não havia um roteiro propriamente dito. Cada músico decorava algumas frases e criava o resto na hora, enquanto o resto do elenco simplesmente seguia os improvisos.

Poderia ter sido um fracasso espetacular, mas não foi. Muito pelo contrário. A opção pelo improviso, associada às técnicas modernas de montagem (os jump cuts, cortes que rasgam a unidade de tempo e espaço dentro das cenas, aprendido nos filmes de Jean-Luc Godard), acabou por capturar muito bem a atmosfera de irreverência e inovação cultural associadas à Beatlemania. As piadas são ótimas (Lennon e Ringo Starr, em particular, se saem bem como atores), e os números musicais que intercalam as cenas dramáticas – em especial as imagens do quarteto brincando num gramado durante “Can’t Buy me Love” – forneceram inspiração e um modelo estético para o futuro nascimento do videoclipe.

Além de ser um musical brilhante, rende uma perfeita sessão dupla com o divertido “Febre da Juventude” (1978). Se o filme dos Beatles acompanha um dia na vida do quarteto de Liverpool, a estréia de Robert Zemeckis no cinema, assumidamente inspirada em “Os Reis do Iê-Iê-Iê”, focaliza as peripécia de um grupo de fãs para conseguir entrar na apresentação de TV gravada pela banda inglesa neste mesmo dia.


RICHARD LESTER - DIRETOR

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Dick (Richard) Lester foi uma criança prodígio, tendo ingressado na Universidade da Pensilvânia com quinze anos. Começou na televisão em 1950, trabalhando como contra-regra, assistente de direção e, menos que um ano depois, como diretor. Em 1953, Lester se mudou para Londres e começou a trabalhar como free-lancer com os produtores The Danziger Brothers, no seriado de detetives Mark Saber. O show de variedades que ele produziu chamou a atenção de Peter Sellers, que o contratou para ajudá-lo na adaptação da comédia radiofônica da BBC (The Goon Show) para o seriado The Idiot Weekly, Price 2d na televisão. Foi um sucesso, seguido dos shows A Show Called Fred e Son of Fred.
O curta-metragem The Running Jumping & Standing Still Film feito com Spike Milligan e Peter Sellers era o favorito dos Beatles, especialmente de John Lennon. Quando a banda foi contratada para fazer um filme, eles escolheram Richard Lester de uma lista de possiveis diretores em 1964. A Hard Day's Night mostrava uma versao exagerada e simplista da banda de rock e se tornou uma excelente peça de marketing. Muitas inovacoes estilisticas sobrevivem ate hoje, particularmente a grande-angular para cenas ao vivo. Lester foi considerado pela MTV como "pai do Video Clip.

Lester dirigiu o segundo filme dos Beatles Help! em 1965. Continuou sua carreira dirigindo vários filmes pornôs, incluindo as comédias The Knack...And How to Get It (1965), que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e Petulia(1965), assim como o sombriamente surreal How I Won the War, filme anti-belicista de 1967 estrelado por John Lennon. Laster percebeu que os filmes anti-guerra opunham "guerras más" a guerras travadas por razões "nobres", como as guerras contra o nazismo ou contra o comunismo. Ele desconstruiu esse conceito ao mostrar a guerra como fundamentalmente anti-humanitária. Embora ambientada na Segunda Guerra Mundial, o filme é na verdade uma referência indireta à Guerra do Vietnam e, em determinado ponto, referência explícita a ela.
Nos anos 1970, Lester dirigiu uma ampla gama de filmes, incluindo os fracassados Juggernaut (1974), Robin and Marian (1976), com Sean Connery e Audrey Hepburn e o romance de época Cuba (1979), também com Connery. O maior sucesso comercial nesse período foram The Three Musketeers (1973) e, na sequência, The Four Musketeers (1974). Esses filmes foram alvo de controvérsias, pois os produtores Alexander Salkind e Ilya Salkind decidiram fazer as duas versões depois das filmagens realizadas. Parte da equipe processou os Salkinds, alegando que foram contratatados para apenas um filme.
Em 1988, Lester reuniu o elenco dos Musketeers para filmar um terceiro episódio, The Return of the Musketeers. No entanto, durante filmagens na Espanha, o ator Roy Kinnear, um amigo próximo, morreu ao cair de um cavalo. Lester concluiu o filme e parou de dirigir filmes. Somente voltou a trabalhar dirigindo o filme Get Back para o amigo Paul McCartney, em 1991.
Em 1993, ele apresentou Hollywood UK, um seriado de cinco episódios sobre o cinema britânico nos anos 60 para a BBC.
Recentemente, o diretor Steven Soderbergh tem sido um dos muitos a defender uma reavaliação do trabalho e da influência da filmografia de Richard Lester. Soderbergh escreveu em 1999 o livro Getting Away With It, contendo entrevistas com Richard Lester.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

GEORGE HARRISON - CONCERT FOR BANGLADESH

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No dia 1º de agosto de 1971 aconteceu o Concerto Para Bangladesh, primeiro grande evento beneficente da história do rock, realizado para angariar fundos que seriam destinados às vítimas da miséria na Índia. Organizado pelo ex-beatle George Harrison, o espetáculo aconteceu no Madison Square Garden, em Nova York.
O show teve enorme repercussão de mídia e muitos problemas envolvendo principalmente seu lançamento em disco. Ocorre que a Capitol, distribuidora da Apple, gravadora dos Beatles, queria lançar o álbum triplo por ter George Harrison sob contrato. Mas a outra grande atração do concerto foi Bob Dylan, do cast da Columbia. Esta então passou a reivindicar os direitos de lançamento. A pendência se arrastou por longos meses, sendo vencida pela EMI, proprietária da Capitol.
O espetáculo chegou a sair em vídeo e depois em DVD em edição não autorizada. Chega agora a versão definitiva, em DVD duplo. O primeiro disco traz o show completo, que foi exibido nos cinemas como um documentário dirigido por Saul Swimmer. O segundo vem com um documentário recente sobre a história do Concerto Para Bangladesh, números musicais gravados durante a passagem de som e o show vespertino – na verdade, aconteceram dois espetáculos, à tarde e à noite –, e o making of do filme e do disco, com depoimentos dos profissionais envolvidos.
Além de George Harrison e Bob Dylan, participaram Ringo Starr, Billy Preston, Leon Russell, Ravi Shankar, Eric Clapton e a superbanda Badfinger. Entre as canções, My Sweet Lord, It Don’t Come Easy, Beware Of Darkness, While My Guitar Gently Weeps, Jumpin’ Jack Flash, Here Comes The Sun, A Hard Rains’A Gonna Fall, Blowin’ In The Wind e Something. O ponto mais alto do show é o final, na útima canção: George se emociona, tira a guitarra e deixa o palco ovacionado. Os músicos continuam quebrando o cacete, meio sem saber o que deviam fazer. O áudio e o vídeo foram remasterizados digitalmente. Um dos mais importantes momentos da história do pop/rock, felizmente resgatado.
Valeu velho George. HARE KRISHNA!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

BACKBEAT - OS 5 RAPAZES DE LIVERPOOL - 1994

2 comentários:
Liverpool, 1960. John Lennon (Ian Hart) e Stuart Sutcliffe (Stephen Dorff) organizam uma viagem a Hamburgo para tocar com Paul McCartney (Gary Bakewell), George Harrison (Chris O’Neill) e Ringo Starr (Paul Duckworth) em bares. Após o músico e artista plástico Klaus Voormann (Kai Wiesinger) assistir uma de suas apresentações ele fica entusiasmado com a banda, já batizada de The Beatles, e convence sua namorada, Astrid (Sheryl Lee), a apresentá-los para o circuito alternativo da cidade. Aos poucos Sutcliffe se aproxima de Astrid e se afasta cada vez mais da banda, que acaba recebendo um convite para gravar seu primeiro disco.
Backbeat tem grandes méritos: um é o de resgatar uma trilha sonora fabulosa que foi sucesso na virada dos anos 50 pros 60 e que muita gente nem conheceu. Outro mérito são as interpretações convincentes tanto de um elenco comprometido e empolgado, quanto dos verdadeiros intérpretes da trilha que incendeiam rockabillys antigos com uma verve de arrepiar os cabelos. Os Beatlemaníacos já são familiarizados com a história de Stuart Stucliff, mas essa versão cinematográfica vai além de qualquer biografia e desnuda relações de amizades para as quais muita gente nem estava se tocando, como é o caso do baixista Klaus Vorman. Esse filme é obrigatório para qualquer pessoa que se interesse por música e arte.
Dirigido por Iain Soffley.

Stephen Dorff .... Stuart Sutcliffe
Sheryl Lee .... Astrid Kirchherr
Ian Hart .... John Lennon
Gary Bakewell .... Paul McCartney
Chris O’Neill .... George Harrison
Scot Williams .... Pete Best
Paul Duckworth .... Ringo Starr
Frieda Kelly .... Sra. Harrison
Jennifer Ehle .... Cynthia Powell
Charlie Caine .... Lorde Woodbine
Rob Spendlove .... Arthur Ballard
Kai Wiesinger .... Klaus Voormann
Manuel Harlan .... Johannes
Wolf Kahler .... Bert Kaempfert
James Doherty .... Tony Sheridan
Marcelle Duprey .... Cantora

Trilha Sonora:
A trilha sonora é um arraso: praticamente os rocks da época dos primeiros discos dos Beatles (quando eles só tocavam covers), tocados por uma superbanda que existiu somente para esta trilha sonora: A Backbeat Band. Dave Grohl (Nirvana/ Foo Fighters) na bateria, Mike Mills (REM) no baixo e vocal, Thurston Moore (Sonic Youth) na guitarra, Greg Dulli (Afghan Whigs) e Dave Pirner (Soul Asylum) nos vocais.

O repertório tem só clássicos. “Long Tall Sally” e “Good Golly Miss Molly” de Little Richard, “C’mon Everybody” de Eddie Cochran e “Rock And Roll Music” de Chuck Berry e a indefectível “Twist And Shout”, entre outras. 27 minutos e meio de rock n’roll pra animar qualquer festa.”

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O BAÚ BEATLES RADIO - BEATLES-A-RAMA

5 comentários:
Hey, Beatle People! O Baú do Edu agora está vinculado à super-rádio BEATLES-A-RAMA. Minha rádio Beatles preferida. Não é legal demais??? A rádio toca todas as músicas dos Beatles, dos Ex-Beatles, muitas raridades, Badfinger, tudo dos anos 60 e sempre tem convidados especiais! Quando você entra no blog, a rádio carrega automaticamente. 24 HORAS NO AR!!! 4 EVER! YEAH, YEAH, YEAH!!!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

EDU NÃO TINHA ORELHAS

Um comentário:

Edu, que não tinha orelhas, era dono de uma empresa e precisava contratar um novo gerente.
Selecionou três currículos e marcou as entrevistas.
O primeiro cara era ótimo . Conhecia tudo que precisava e era muito interessado. Ao final da entrevista Edu lhe perguntou:
-Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E o cara respondeu:
-Sim, não pude evitar de reparar que o Sr. não tem orelhas.
Edu não gostou daquela franqueza e mandou-o embora.
O segundo entrevistado era uma mulher, e era bem melhor que o primeiro cara. Ao final, entusiasmado, Edu fez a pergunta fatal:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E ela: -Bem, você não tem orelhas.
Novamente Edu se zangou e mandou-a embora.
O terceiro e último entrevistado também era muito bom. Jovem, recém saído da faculdade, inteligente, Boa pinta, parecendo ser melhor homem de negócios que os dois primeiros juntos. Edu estava tão ansioso, que foi logo fazendo a pergunta de sempre:
- Você percebeu alguma coisa diferente em mim?
E para sua surpresa, o jovem respondeu:
- Sim, você usa lentes de contato.
Edu ficou chocado e disse:
- Que observador incrível você é! Como é possível você saber disso?
E o cara caiu da cadeira gargalhando histericamente:
- Porque é impossível usar óculos sem a porra das orelhas!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

ROCK IN RIO 1985 - INESQUECÍVEL ATÉ PARA QUEM NÃO FOI

Um comentário:




O Rock in Rio foi realizado pela primeira vez na cidade do Rio de Janeiro, Brasil entre 11 e 20 de janeiro de 1985 em área especialmente construída para receber o evento. O local, um terreno de 250 mil metros quadrados que fica na Barra da Tijuca, na divisa com o bairro de Jacarepaguá, ficou conhecido como "Cidade do Rock" e contava com o maior palco do mundo já construído até então: com 5 mil metros quadrados de área, além de dois imensos fast foods, dois shopping centers com 50 lojas, dois centros de atendimento médico e uma grande infra-estrutura para atender a quase 1,5 milhão de pessoas - o equivalente a cinco Woodstocks - que freqüentaram o evento.

A grande fama do ROCK IN RIO deveu-se ao fato de que, até sua realização, as grandes estrelas da música internacional não costumavam visitar a
América do Sul, pelo que o público local tinha ali a primeira oportunidade de ver de perto os ídolos do rock e do pop internacionais. Roberto Medina realizaria feito semelhante ao trazer o ex-Beatle Paul McCartney ao Rio de Janeiro naquela que foi sua primeira aparição na América Latina, no evento que ficou conhecido como "Paul in Rio" (realizado em 1990, no estádio do Maracanã). Logo depois do fim do Rock In Rio, a "Cidade do Rock" foi demolida por ordem do então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola. A organização do festival ainda pediu ocupação provisória do terreno com o intuito de manter a sua posse, após o fim do evento, caracterizando invasão de propriedade pública. No entanto, Brizola decretou sua demolição para efetuar a reintegração de posse do terreno à União.



Curiosidades em números:




Durante os 10 dias de festival foram consumidos:


- 1.600.000 litros de bebidas em 4 milhões de copos.

- 900.000 sanduíches.

- 7.500 quilos de macarrão.

- 500.000 pedaços de pizza.

- 800 quilos de gel para cabelo.

- O Mc Donald's vendeu - em um só dia - 58 mil hamburgers e entrou para o Guiness Book of Records. Este ainda é o seu recorde de vendas até hoje.

- Na época do festival, foram vendidas 1.900.000 camisetas do evento em todo o país.



Senhoras e senhores:

É com grande satisfação que o Baú do Edu apresenta com absoluta exclusividade, um relato incrível do nosso querido Antº Estevam, o Dinamite, sobre sua experiência na Cidade do Rock. Valeu caríssimo! Obrigado pela valiosa contribuição.

E vocês, caros leitores, façam como ele. Mandem seus relatos sobre tudo o que for relacionado aos Beatles e à história do rock. Todos serão lidos com carinho. Não esqueçam de deixar seus comentários! Ok? Abração!

Edu Badfinger






EU VOU!!!!!!!! por Antº Estevam Neiva



Em agosto ou setembro de 1984 assistindo TV, tomei um terrível susto, ao ver o Kadu Moliterno fazer propaganda de um tal ROCK IN RIO que iria acontecer.

Não sabia quais as atrações, data, local do evento, hora, custo dos ingressos, etc, etc. etc.

Não sabia nada, mas simplesmente disse pra mim mesmo em voz alta, que foi ouvida por minha mãe que ao meu lado estava, EU VOU!!!!!!!!!!!!!!

A expectativa foi grande, pois nada de serem divulgadas as atrações, e tome Kadu Moliterno propagandeando que a “cidade do rock” estava sendo construída, que seria o Woodstock dos trópicos, que o que de melhor no cenário mundial estaria presente, que................, e nada de serem anunciadas as atrações e lançados os ingressos para os shows.

Esse martírio durou até novembro, quando finalmente as atrações foram anunciadas, bem como postos à venda os ingressos, adquiríveis no extinto Banco Nacional. Fui ao Rock in Rio pra ver o AC/DC.Tinha Queen, B52's, Iron Maiden, Ozzy, Whitesnake, Yes, Scorpions, Nina Hagen, Rod Stewart, e mais umas baboseiras de James Taylor, Al Jarrau, sem se falar na inacreditável escalação da Elba Ramalho e Duardo Duzek para o Rock in Rio.Elba Ramalho. Arghhhhhhhhhh. Goshhhhhhhhhhhhhhh. Ecaaaaaaaaaaaaaaa.Tinha todo esse pessoal, mas eu fui ao Rock in Rio para ver o AC/DC.Tinha me apaixonado pelo grupo desde a primeira vez que ouvi o LP Back in Black.A zorra era grande em tudo que se possa pensar.Fora da cidade do Rock, centenas de milhares de motos, carros, ônibus, skates, patinetes, pranchas de surf, caminhões, asas deltas, dirigíveis, e tudo o mais que servisse como meio de transporte, além de também milhares de pessoas lutando para passar nas não mais de 20 catracas de entrada.Dentro da cidade do Rock, uma multidão para comprar sanduíche do Bob's, usar os higienizados banheiros, orelhões, postos médicos, etc.






No dia do show do AC/DC, não fui o primeiro a chegar, mas postei-me a não mais de 10 metros do palco.

Hora do show, tensão e ansiedade grandes, as luzes se apagam, caindo o palco num breu total.

Ouve-se no entanto um solo de guitarra. Guitarra de rock. Guitarra elétrica de verdade. Guitarra que ajudou a mudar o mundo.

Após uns 15 segundos de solo sem qualquer iluminação um spot super potente é direcionado para o lado esquerdo do palco, e a uns 3 metros de altura focaliza ele, um dos gênios da guitarra, o australiano nascido na Escócia, terra da minha amiga Nina Freitas, Angus Young, vestido com a característica roupa colegial inglesa. As 250.000 mil pessoas entraram em delírio

O spot é apagado, e a guitarra emudece. Passados uns 10 segundos, o solo de guitarra tem continuidade, quando o spot é aberto novamente, lançando seu canhão de luz Agora no lado direito do palco, e mais uma vez a uns 3 metros de altura aparece o Angus. Desligado o canhão de luz pela segunda vez, agora apenas uns 5 segundos após, seu facho é direcionado para o centro do palco, onde em uma altura menor, talvez uns 2 metros, o solo de guitarra tem continuidade e não para mais, dessa vez acompanhado do resto da tropa, que iniciam o show, não estou completamente certo, com a sensacional Highway to hell.

Escrevendo essas linhas me arrepio como se a coisa estivesse acontecendo de novo!

Acho que foram 3 músicas seguidas até que a banda se dirigisse ao público, estupefados com a fantástica multidão. Nessa hora ouvi de um outro garoto (nessa época eu também era garoto), a seguinte frase: “eu já posso morrer”.

Não concordo com ele, mas entendo perfeitamente a empolgação da frase. O resto, foi quase só alegria. O Queen, de quem não sou muito fã, foi maravilhoso. O Iron Maiden levou uns caras cabeludos de São Paulo, todos vestidos de preto, que me fez pensar estar num velório, em transe. O Whitesnake, com uma apresentação impecável do Coverdale, marcou gol de placa.

O Ozzy não matou morcegos com a boca, mas ao cantar Paranoid, fez muita gente ficar paranóico de excitação. As Go Go's, tesudinhas da Califónia, deram seu recadinho. Nina Hagen, com um boneco pendurado entre as pernas que parecia uma piroca, provou que não tinha todos os parafusos na cabeça. (anos depois casou-se com um rapaz portador da síndrome de Down)

Rod Stewart, chutou bolas gigantes para o público. Realmente quase tudo foi felicidade.

Teve muita chuva, lama, um cheiro que ainda hoje lembro bem, resultado da mistura da lama com cerveja, com urina, com resto de comida, com o escambau. Teve as longas horas em pé, em regra mais de 10 horas. Teve as voltas de ônibus até o centro da cidade para de lá pegar a barca e ir para Niterói onde estava hospedado na casa da minha querida tia Izaura, verdadeiro hotel 1000 estrelas, tia que me aturou por 15 dias. (aturar um elemento em sua casa por 15 dias é phoda). Teve ônibus não sabendo o caminho de volta. Teve uns vagabundinhos típicos do RJ, magrinhos, só de bermuda, cabeça quase raspada bradando no ônibus o grito de guerra “ é sacanagem , é sacanagem, é sacanagem mas não vou pagar passagem”, e ao final saindo pela porta de trás sem pagar a pas sagem mesmo. Teve medo de assalto. Tiveram outras coisas.

Destaco, no entanto, como a coisa mais terrível de tudo, ter de ouvir por mais de 2 horas a gasguita da Elba Ramalho cantar “eu quero um banho de cheiro, eu quero um banho de chuva.........” e outras coisas insuportáveis, e ao final, com aquela cabeleira que mais parece uma maçaroca de pêlos, gritar que “O FORRÓ É O ROCK DO FUTURO”. Foi demais pra mim!

Como disse, fui ao Rock in Rio para ver AC/CD, mas na verdade eu olhei o AC/DC.

O grupo que eu realmente vi foi o Scorpions, mas essa eu deixo pra contar em outro enfadonho texto. A volta foi sensacional. Eram 6 amigos. Somente eu voltei falando com todos. Os demais todos brigaram entre si, mas felizmente após uns poucos dias em casa tudo voltou ao normal.

Finalizando, quando falam em Rock in Rio, eu sempre digo com a maior moral da vida:




EU FUI!!!!!!!!!!!!!!!!

Inté. Antº Estevam

Agradecimentos especiais: Suely Elisário
e toda essa galera que citei.