sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

THE BEATLES - RUBBER SOUL - O ÁLBUM

Unânimidade entre fãs e críticos, o primeiro dos registros dos Beatles da chamada fase da "pós inocência" é "Rubber Soul" lançado em dezembro de 1965. McCartney nomeou o álbum após ouvir da crítica que JAGGER cantava com "alma de plástico". Com a psicodelia estampada no título e na capa (cuja lenda afirma tratar-se de um efeito acidental que chamou a atenção da banda), "Rubber Soul"- sarcasticamente apelidado por LENNON como o "disco da maconha"- abriria alas tanto para os experimentalismos orientais de "Revolver"(1966) quanto para o surrealismo de "Sgt. Pepper´s" (1967) ou a maturidade lírica do "Álbum Branco" (1968). Abrindo com a testosterona de "Drive My Car", o disco segue por terrenos tão arenosos quanto surpreendentes para os ouvidos ainda despreparados dos anos 60. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores álbuns gravados pelos Beatles naqueles loucos anos.

O sexto álbum dos Beatles sinalizou uma nova direção musical. Nele, a banda se distancia ainda mais da técnica dos cinco discos anteriores e inicia o segundo estágio de sua carreira. Rubber Soul contém alguns dos maiores clássicos dos Beatles, como “Norwegian Wood” e “GIRL”, que soam tão atuais hoje quanto em 1965. Depois do lançamento deste disco, e da constatação de que não conseguiriam reproduzir seu conteúdo ao vivo, os Beatles decidiram não mais se apresentar para o público, para se concentrar nos discos de estúdio. Agora, os Beatles já estavam consolidados com o status de maiores pop-stars do planeta e mandavam e desmandavam no estúdio. Os melhores horários de gravação eram reservados à eles, opinavam e aprovavam as capas e se davam o luxo de escolher o nome dos discos.

A própria capa é um caso a parte. Mostra os Beatles numa foto levemente deformada, com caras nada felizes, prova de que naquela época eles começavam um pouco a se preocupar com a imagem bem comportada feita por encomenda por Brian Epstein. A foto dos Beatles na capa do Rubber Soul parece distorcida. McCartney relata a história por trás disso no capítulo 5 do documentário Anthology. Bob Freeman havia feito algumas fotos dos Beatles na casa de Lennon. Freeman mostrou as fotos a eles, projetando-as em uma folha de cartolina para simular como eles apareceriam na capa do álbum. A folha escorregou e eles apareceram distorcidos. Animados pelo efeito, todos eles gritaram: "Queremos assim! Podemos ter isso? Você pode fazer isso assim?" Freeman respondeu que podia. O logotipo foi desenhado por Charles Front.

Rubber Soul começou a ser gravado em Outubro, para estar nas lojas em Dezembro, e mais uma vez os Beatles lutavam contra o tempo, no meio de turnês e tudo mais, mesmo assim, o álbum é brilhante do início ao fim, como uma coletânea de singles. Além das 14 músicas gravadas para o disco, eles ainda se deram tempo de de escolher duas para o próximo compacto: 'Day Tripper / We Can Work it Out', não incluídas no LP.

As experimentações no estúdio começavam a aparecer, intrumentos exóticos foram usados, e as letras tornaram-se mais coesas e abrangentes. John Lennon, deu um pulo como letrista. A faixa que seria a primeira instrumental dos Beatles - a música "12-Bar Original" foi excluída.

Foi a primeira vez que um álbum dos Beatles teve capa e nome semelhantes na Inglaterra e nos EUA. Porém o Rubber Soul americano continha uma seleção de músicas um pouco diferente da versão britânica. Trazia duas músicas do álbum anterior (Help!) e não trazia quatro músicas do Rubber Soul britânico. As músicas que não foram incluídas no Rubber Soul americano foram mais tarde lançadas no álbum Yesterday...And Today. Nos Estados Unidos, o álbum vendeu 1,2 milhões de cópias em nove dias após seu lançamento.
 
Na mesma época do lançamento do álbum, foi lançado o compacto com"We Can Work It Out" e "Day Tripper". "We Can Work It Out" foi composta por John e Paul e tornou-se na época a que mais tempo levou para ser gravada (12 horas). Este compacto se tornou o que mais rapidamente vendeu, superando “Can't Buy Me Love" que tinha o recorde anteriormente.

10 comentários:

João Carlos disse...

Nada a acrescentar. Mas o logo não parece uma gota?

Leah T. Fonseca - Rio disse...

Como alguem já disse, parece um Greatest Hits. Os Beatles são foda demais! Qual o melhor disco? Pra mim, é o que eu gosto de todas as músicas. Vou ser 'Membra' também. Parabéns!

Edu disse...

Ok. não sei nem como se fala nem seu nome. Não importa. Léa? Obrigado por ter passado aqui. Welcome LEAH...(?). John Lennon já disse certa vez que cada um vê o que quer ver. Será que existiriam mensagens subliminares se fosse realmente uma gota? Qual seria? ácido? Heroína? Eles ainda eram bestinhas nessas coisas. Como o chefe disse: "Rubber Soul = o disco da maconha". Sem mais. Ou mas.

Edu disse...

Só para completar, quem disse que parece um 'Greatest Hits', foi o amigo JC. Aquele abração!

Ana Lima Ribeiro disse...

Só agora captei o significado do top do blog. É maconha, não é Edu?

Valdir Junior disse...

Post perfeito !!!
Um dos favoritos aqui da casa e na minha opinião talvez o disco mais importante dos Beatles !!

Marcelennon disse...

Pra mim (e pra sempre!), simplesmente O MELHOR ÁLBUM DOS BEATLES! Só por nos presentear com "In My Life" e "Nowhere Man" já vale tudo! Perfeito da primeira à última canção! Sem dúvida, uma coletânea de singles!

Anônimo disse...

Muito legal seu blog. Rubber Soul mostrou que os Beatles eram artístas completos, é realmente lindo do começo ao fim.

Edu disse...

Deixe de ser anônimo, cadastre-se e concorra às superpromoções!

Barão Ricardo Lhkz disse...

Os Beatles estarão sempre acima de seus "concorrentes". São atemporais, como suas músicas! The Word é simplesmente fantástica, com uma letra que profetiza a era hippie "flower power", que teve seu auge 2 anos depois, Norwegian Wood simboliza o pioneirismo do grupo introduzindo a cítara oriental na música pop. Com Revolver, de 66 e Sgt Pepper, de 67, faz a brilhante trilogia de álbuns de suas carreiras.