quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

THE BEATLES - RUBBER SOUL - O ÁLBUM

Unânimidade entre fãs e críticos, o primeiro dos registros dos Beatles da chamada fase da "pós inocência" é "Rubber Soul" lançado em dezembro de 1965. McCartney nomeou o álbum após ouvir da crítica que JAGGER cantava com "alma de plástico". Com a psicodelia estampada no título e na capa (cuja lenda afirma tratar-se de um efeito acidental que chamou a atenção da banda), "Rubber Soul"- sarcasticamente apelidado por LENNON como o "disco da maconha"- abriria alas tanto para os experimentalismos orientais de "Revolver"(1966) quanto para o surrealismo de "Sgt. Pepper´s" (1967) ou a maturidade lírica do "Álbum Branco" (1968). Abrindo com a testosterona de "Drive My Car", o disco segue por terrenos tão arenosos quanto surpreendentes para os ouvidos ainda despreparados dos anos 60. Sem sombra de dúvidas, um dos melhores álbuns gravados pelos Beatles naqueles loucos anos.

O sexto álbum dos Beatles sinalizou uma nova direção musical. Nele, a banda se distancia ainda mais da técnica dos cinco discos anteriores e inicia o segundo estágio de sua carreira. Rubber Soul contém alguns dos maiores clássicos dos Beatles, como “Norwegian Wood” e “GIRL”, que soam tão atuais hoje quanto em 1965. Depois do lançamento deste disco, e da constatação de que não conseguiriam reproduzir seu conteúdo ao vivo, os Beatles decidiram não mais se apresentar para o público, para se concentrar nos discos de estúdio. Agora, os Beatles já estavam consolidados com o status de maiores pop-stars do planeta e mandavam e desmandavam no estúdio. Os melhores horários de gravação eram reservados à eles, opinavam e aprovavam as capas e se davam o luxo de escolher o nome dos discos.

A própria capa é um caso a parte. Mostra os Beatles numa foto levemente deformada, com caras nada felizes, prova de que naquela época eles começavam um pouco a se preocupar com a imagem bem comportada feita por encomenda por Brian Epstein. A foto dos Beatles na capa do Rubber Soul parece distorcida. McCartney relata a história por trás disso no capítulo 5 do documentário Anthology. Bob Freeman havia feito algumas fotos dos Beatles na casa de Lennon. Freeman mostrou as fotos a eles, projetando-as em uma folha de cartolina para simular como eles apareceriam na capa do álbum. A folha escorregou e eles apareceram distorcidos. Animados pelo efeito, todos eles gritaram: "Queremos assim! Podemos ter isso? Você pode fazer isso assim?" Freeman respondeu que podia. O logotipo foi desenhado por Charles Front.

Rubber Soul começou a ser gravado em Outubro, para estar nas lojas em Dezembro, e mais uma vez os Beatles lutavam contra o tempo, no meio de turnês e tudo mais, mesmo assim, o álbum é brilhante do início ao fim, como uma coletânea de singles. Além das 14 músicas gravadas para o disco, eles ainda se deram tempo de de escolher duas para o próximo compacto: 'Day Tripper / We Can Work it Out', não incluídas no LP.

As experimentações no estúdio começavam a aparecer, intrumentos exóticos foram usados, e as letras tornaram-se mais coesas e abrangentes. John Lennon, deu um pulo como letrista. A faixa que seria a primeira instrumental dos Beatles - a música "12-Bar Original" foi excluída.

Foi a primeira vez que um álbum dos Beatles teve capa e nome semelhantes na Inglaterra e nos EUA. Porém o Rubber Soul americano continha uma seleção de músicas um pouco diferente da versão britânica. Trazia duas músicas do álbum anterior (Help!) e não trazia quatro músicas do Rubber Soul britânico. As músicas que não foram incluídas no Rubber Soul americano foram mais tarde lançadas no álbum Yesterday...And Today. Nos Estados Unidos, o álbum vendeu 1,2 milhões de cópias em nove dias após seu lançamento.
 
Na mesma época do lançamento do álbum, foi lançado o compacto com"We Can Work It Out" e "Day Tripper". "We Can Work It Out" foi composta por John e Paul e tornou-se na época a que mais tempo levou para ser gravada (12 horas). Este compacto se tornou o que mais rapidamente vendeu, superando “Can't Buy Me Love" que tinha o recorde anteriormente.

2 comentários:

João Carlos disse...

Dois textos absurdos. Estils diferentes para o mesmo conteúdo. Rubber Soul ainda é fodásdico!

Valdir Junior disse...

post matador de bom.