terça-feira, 8 de dezembro de 2009

JOHN LENNON - HOMENAGENS

O DIA EM QUE O MUNDO FICOU MAIS TRISTE
Marco Miranda

Não me lembro de todos os detalhes, afinal quase trinta anos se passaram. Tenho certeza de que muitos sabem exatamente onde estavam naquele 8 de dezembro de 1980. Na época eu tinha dezessete anos, cabelos longos, calça jeans, camiseta branca. Embaixo do braço carregava uma coleção completa do Led Zeppelin. Peguei emprestada de um amigo e iria gravar tudo em cassete no meu três em um. Ao chegar em casa minha irmã chorava. Deu-me a notícia. Comentei algo, fiquei em silêncio e fui para o quarto. Não gravei os discos, não acendi a luz e dormi. Na manhã seguinte acordo com o pensamento no Lennon. Fui para a rua e percebi um silêncio diferente. Havia no ar aquela névoa fina que nos situa entre a perplexidade da morte e a paz que ela traz. A cada passou e ia me conscientizando do que havia acontecido. John Lennon estava morto. O sonho de ouvir um dia os Beatles juntos estava definitivamente enterrado. Não seríamos mais acordados pelos seus pensamentos, não nos alimentaríamos da sua ira. Na rua passava por pessoas seguindo seu dia. De uma casa distante ou outra chegavam os acordes e a voz do Lennon que seguiam com o vento. Um grupo de meninas chorava, outros passavam alheios ao fato. Um garoto de uns doze anos perguntava ao amigo: _ Quem era John Lennon? _Não sei, só sei que meu irmão não pára de ouvir os Beatles e sempre fala “Lennon é demais, cara! Você tem que conhecer!”. Continuo a caminhar. Um barbudo passa por mim. Ele veste a camisa preta com a capa do Let It Be. Percebo sua tristeza. Noutros percebo revolta. Em muitos vejo lágrimas. Ouço ecos dos noticiários nas rádios. Fragmentos de músicas. Grupos de jovens nas esquinas. Pessoas, pessoas e mais pessoas. O dia está quente, o céu azul, o ar cortante. A garganta está seca, presa por um nó. Um nó apertado, forte, querendo desatar. Saio correndo, rápido, muito rápido. O nó está solto. A lágrima vem aos olhos. Na velocidade me vem a certeza: John está morto. O mito acaba de nascer. Life is very short and there's no time. Chego na casa do meu amigo Mário, que me empresta tudo que tem do Lennon. Volto para casa, tranco a porta do quarto, coloco o disco no prato. Vorro atrás do tempo perdido. Daquele dia em dia diante, Lennon sempre esteve vivo.

DANIELLE STARKEY

Lennon. Prefiro fazer essas coisas para comemorar o dia em que ele nasceu, e não para relembrar a sua morte, mas já que não fiz isso dia 09/10/09, fiz esse...




ANTONIO ESTEVAM
Badfinger, essa versão é da Brandi Carlile. Tem uma música dela que classifico como uma das melhores baladas pop que já ouvi, chamada THE STORY. É uma cantora meio country, e muito popular em parte dos USA. Aproveitando, a única coisa que estou lamentando, é se esse tal de Arruda sair do GDF e a possibilidade de não acontecer o show do Paul, but, c'est la vie. Abração. Saudações vascaínas. VIVA JOHN LENNON! VIVA O VASCO! VIVA O P.I.!!!




LARA SELEM

Qualquer palavra é pouco para homenagear o John. Então prefiro imaginar que ele ainda está por aí, falando o que pensa, compondo suas verdades, fazendo a gente não parar de pensar e sonhar.

JOHN LENNON - JEALOUS GUY




KATJA HASSIN
JOHN LENNON FOREVER!!!

LUDOVICO

Hoje, no caderno 2 do Estado de São Paulo, tem a seguinte matéria:
NOVA BEATLEMANIA. Enxurrada de livros traz letras de canções, biografias e entrevista inédita de Lennon. Acho que vale a pena.

RITA PIMENTA

Adoro John Lennon e meu álbum preferido é Double Fantasy!

MAGIC ALEXXX

Caro Edu e amigos do Baú. Encontrei essa foto que é do colar que Lennon usava em 68 e 69. O tal colar foi dado a Lennon pelo meu xará, o louco “Magic” Alex. Quem sabe um dia não podemos fazer um especial sobre Alexis Mardas. Abração a todos! Obrigado, John!


ADRIANNA STEWART

Eu não era nem projeto de gente quando John Lennon tombou! Só conheci os Beatles no ANTHOLOGY, e me apaixonei de cara por todos eles! Gostaria de ver a homenagem que George fez para o John, chamando Paul e Ringo para participarem. ALL THOSE YEARS AGO! Ano que nasci. Acho você o máximo John Lennon!
ALL THOSE YEARS AGO




LUCY DIAMOND
Eu fico puta! Indignada! Tem gente burra que não “imagina” o valor desse cara! Querido Eduardo (you are not!). Uma vez, você colocou um vídeo-montagem com “The Beatles” tocando FREE AS BIRD. É possível colocar novamente. Para John, só queria dizer que adoro tudo o que ele fez!




EDU
Em dezembro de 1980, eu tinha 18 anos, vivia o auge da minha Beatlemania e a expectativa pelo lançamento do novo disco de John, depois de 5 anos de silêncio. Na manhã do dia 9 (quarta-feira), me preparava para enfrentar o dia quando fui surpreendido (sempre!) pelo meu irmão Adelmar, que apareceu perguntando se eu já sabia. Não, eu não sabia! Então, ele soltou a bomba: O JOHN LENNON FOI ASSASSINADO COM 5 TIROS! Naquele momento, quem foi assassinado fui eu! Achei que fosse brincadeira. Mas sabia que não era! Até então era apenas um jovem Beatllemaníaco fora do seu tempo que não suportava as bobagens da tal new wave que surgia nessa época. Achava que os Beatles não eram desse mundo. Eram como deuses astronautas que vieram para melhorar esse planeta sujo! Os tiros que entraram nele, me mostraram que a coisa não era brincadeira. Infelizmente, em mim, foi a morte de John que me abriu os olhos e mostrou o caminho que eu seguiria. Sem ele, apareceram muitos problemas e minha ficha rapidamentre caiu. Minha vida se divide exatamente antes e depois de John Lennon. Era diifícil para mim compreender que ali começava minha vida de verdade e que a partir dali, com o meu John Lennon morto começava a me tornar o homem e o profissional que sou hoje. Obrigado, meu amigo! Também quero pedir um vídeo e uma música: “HELP!” com você e os outros Beatles! Abração!

THE BEATLES - HELP!



LUIZ CLEMENTINO
Incoerente, meigo, terno, agressivo, sensível, irônico, amigo, criativo, excêntrico, sincero, inseguro, provocador, fissurado por rock and roll, fã de carteirinha de Chuck Berry, drogado, inovador, um cara legal. Artista brilhante, o mais ousado e sensível dos quatro, sua produção musical é original e única. Nenhum outro roqueiro compôs arranjos como nas canções: Strawberry fields forever, I am walrus, Happyness is a arm gun, All you need is love, I am so tired, Being for the benefit of Mr. Kite, Dear Prudence etc, sons não compreendidos na época por muitos e hoje cultuados e tocados em todos ambientes do planeta, como aeroportos, festas de todos os tipos, restaurantes e bares, além de reproduzidos por orquestras sinfônicas e filarmônicas, bandas militares, vários conjuntos musicais, e cantores e cantoras de toda ordem. Day tripper, Come together, A hard days night, Help, Revolution, Yeah Blues, e várias outras fazem parte de obras primas do rock internacional. Assim como baladas afetuosas que trazem versos como “sou apenas um cara ciumento”; “em minha vida existe lugares e pessoas que nunca esquecerei” ou “Imagine um mundo sem religião”. Suas respostas a repórteres são famosas. “Se usamos perucas, são as únicas com caspas verdadeiras” ou “Somos mais populares do que Cristo”, como também, “Quando cheguei lá e olhei pra cara dele, vi que era um picareta”, na época em que Lennon teve que desmascarar o guru da moda, Maharishi Mahesh Yogi, com quem os Beatles estiveram no Himalaia para fazer estágio meditativo de técnicas transcendentais e deu um bode danado. Quando se apresentaram para a realeza britânica, incentivou o público a bater palmas e a burguesia a balançar as jóias. Expôs toda dor, sua carência afetiva, devido à rejeição materna, que o marcou por toda a vida. Por meio do “grito primal” foi tudo escancarado na sincera, angustiante e desesperada canção Mother, com versos como “mãe você me teve, mas eu nunca tive você, mãe não vá embora, papai volte para casa”. O abandono materno somente foi amenizado com a ajuda de tia Mimi que o criou, e de Yoko Ono, sua mulher, para quem dedicou o belo poema Woman, expressando toda a sua gratidão. No Álbum Branco, nos presenteou com a belíssima balada Julia outra referência a sua mãe distante. No seu último trabalho, Double Fantasy, outra ternura, a canção de ninar para o filhinho Beautiful boy, e por aí vão muitas outras jóias. Na noite de 8 de dezembro de 1980, um grandíssimo filho de uma puta com um papo estranho, descarregou impiedosamente um revolver calibre 38 nas costas de John quando entrava em sua residência, no Dakota Building em Nova York. Por quê? O babaca tá preso até hoje. O mundo entristeceu, houve vigília e luto em todas as grandes cidades. As imagens no Central Park de multidões abatidas segurando fotos e velas, todos cantando canções de John Lennon em grande comoção. Quase 30 anos depois ainda sentimos a sua falta. Foi uma grande perda, deixou um vazio melancólico, um vácuo não preenchido até hoje. Na ocasião de sua morte, o tremendão Erasmo Carlos, ao dar entrevista na TV, não conseguia falar, chorava copiosamente; Rita Lee soluçava e dizia que se sentia viúva; Elis Regina estava inconformada e Frank Sinatra declarou com a fisionomia triste e assustada: “Estou chocadíssimo, estou chocadíssimo” e
também chorou. Vamos dar uma chance à paz!
YER BLUES, JOHN... YER BLUES, JOHN!


7 comentários:

Anônimo disse...

o dia que o mundo ficou mais triste....

Unknown disse...

Belíssima homenagem Edu...e lá se vão 29 anos sem esta grande figura. Faz falta...muita falta.
Parabéns a todos os outros que deixaram aqui suas mensagens de carinho.

Abraço

Anônimo disse...

Eu me lembro desse dia... tinha 15 anos e já conhecia os Beatles, pois ouvia bastante de carona por meio do meu irmão Nicolas.
Lembro-me que fiquei muito triste, pois Lennon era um ícone da luta pela esperança de se ter um mundo melhor...

Pintei uma camisa com o rosto dele, (aquela foto famosa de óculos escuros), usando um molde de radiografia cortado a mão com estilete, e a vestia com orgulho.
Foi minha maneira de fazer uma homenagem a ele.

Quando as idéias sobrevivem, o autor não morre.

Valeu Edu!
Abração

Henrique Behr

Marco disse...

Parabéns, Edu. Você e seu Baú conseguiram juntar pessoas que realmente amam o mundo Beatle.
Só mesmo um cara como Lennon para extrair tantas emoções de tantas pessoas diferentes. Não imagino o mundo sem Beatles, não haveria Beatles sem Lennon.

Unknown disse...

dudu:
em 08.12.94, tbem passou para o andar de cima o maestro,arranjador, compositor e poeta ANTONIO CARLOS BRASILEIRO JOBIM, de complicações pós-operatórias em um hospital em Nova York. Sua música foi interpretada e cantada pelos gdes do jazz como tbem por cantoras e cantores famosos e músicos eruditos de todo o mundo. Admirado e cultuado pelo seu trabalho, muitos o chamavam de pianista de um dedo só, pela simplicidade e beleza de suas interpretações.


luiz c

PS. a foto do isqueiro tá pronta. abração

Marco disse...

Caros seguidores do Baú, peço desculpas pelos erros no meu texto. Escrevi no impulso da emoção, não revisei e enviei para o Edu. Mas acho que deu para sentir um pouco daquele dia. Abraços a todos.

Cacá Bonfim disse...

Caro Edu e amigos do Baú,
Não tenho muito o que dizer sobre Lennon e nem uma foto ou poesia. Tenho lágrimas por sua ausência e gratidão por suas canções, mas essas não sei como postar aqui. Portanto, fica o braço, o carinho e saudade.
Valeu Edu.
Um beijão de sua irmã,
Cacá