Caros amigos: o Baú do Edu tem o prazer de receber pela primeira vez uma crônica do meu amigo Junior Brown, um dos maiores conhecedores de cinema de Brasília. É isso aí, Brown! Espero que volte mais vezes!SOBRE AVATARES
José de Campos/Brown
Na adolescência, tinha muitas dúvidas e apenas uma certeza. A de que eu não era deste mundo! Em algum momento, os da minha espécie viriam me buscar e não mais me sentiria um estranho em relação as outras pessoas. Acredito ser essa, uma sensação inerente ao ser humano. E é na adolescência que se intensifica essa vontade. Esta é a grande “pegada” do filme “Avatar”. Em algum lugar no universo, existe uma civilização e uma cultura que vai te acolher do jeito que você precisa ser acolhido.
A história não surpreende. “O Álamo”, “O Último dos Moicanos”, “300 de Esparta”, são apenas alguns exemplos do mesmo plot de “Avatar”. Sem uma história inédita, James Cameron investe tudo — aproximadamente 500 milhões de dólares — no como contar esta história. E é ai que bate aquela sensação de que os franceses “empurraram” ao resto do mundo que cinema é arte. E só adquirindo esse status, é que o resto da humanidade teria alguma chance de contar suas histórias, perpetuando sua cultura e se livrando da sensação de que, comparado aos americanos, ainda estamos contando as nossas bravatas ao redor de fogueiras.
Agora, fazendo um exercício de imaginação me pergunto: se cinema não é arte; é o que? Apostaria todas as minhas fichas na politica. Os americanos, em toda sua arrogância, nunca assumiram cinema como arte. Nem tampouco como politica. Mas a minha percepção é a de que a politica fala mais alto em sua estratégia de domínio cultural. Além dos seus heróis, eles também possuem Super Heróis. Nós, aqui do sul, continuamos confundindo bem e mau, bom e mal. Para eles, está completamente claro. “Nós somos os mocinhos e todos aqueles que se oponham são os bandidos”.
Em um outro exercício de imaginação — não tão grande assim — já vejo mais um daqueles telefilmes — que considero os peões na guerra de dominação cultural — passando na sessão da tarde. Este filme contaria a história de luta de um pai amoroso, tentando resgatar seu filho dos “bandidos” brasileiros que o sequestraram. Nesta ficção, o menino poderia se chamar Sean. E porque não: Sean Goldman? Ele seria acolhido pela cultura do pai, do jeito que ele precisasse ser acolhido. Com um final meloso capaz de fazer até o Dr. House chorar, ficaria claro quem estava certo nessa pendenga.
É... Acho que vou parar por aqui, antes que eu realmente acredite que cinema é politica e não arte. Confesso que o mundo era mais simples quando assistia aos pequenos seres azuis na televisão. E por falar nisso, alguém ai sabia que os Smurfs são personagens belgas e não americanos?
E agora, você confere o trailler de AVATAR - THE MOVIE
3 comentários:
Valeu, Brown! You"re welcome to our party!
Falou, Junior Brown. A gente passa um tempo sem ver o cara e de repente ele aparece mais sabido ainda. Isso que é cultura pop com opopinião. Um grande abraço.
Hey, Subas! aBRAÇÃO!
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