No final dos anos 60 e início dos 70, pipocavam novas bandas por todos os cantos do planeta. Aqui, no Brasil, não foi diferente. Além dos Mutantes, O Terço, Secos & Molhados e tantas outras bandas que não dá para enumerar aqui, haviam duas que pelo seu padrão técnico, qualidade e puro rock and roll, poderiam ser consideradas as melhores dessa terra descoberta por Cabral: o MADE IN BRAZIL e o CASA DAS MÁQUINAS.
MADE IN BRAZIL
O "Made in Brazil" é uma das bandas de rock mais antigas em atividade no Brasil. Formada em 1967 no bairro da Pompeia, na cidade de São Paulo pelos irmãos Oswaldo Vecchione e Celso Vecchione.
O primeiro disco do "Made in Brazil" de 1974, conhecido como o "Disco da Banana", cultuado até hoje como um dos melhores discos de rock da década de 70, trazia um rock vigoroso e com vocais muito bem elaborados por Cornelius ("Cornélius Lucifer"). Esse disco conta ainda com o baterista Rolando Castello Junior que logo depois formaria a Patrulha do Espaço.
Em 1975 foi lançado "Jack o Estripador", disco já com Percy Weiss nos vocais e Ezequiel Neves na produção, e muitas músicas que fizeram sucesso durante muito tempo, embalando a trilha sonora de muitos jovens na época como Jack o Estripador, Quando a Primavera Chegar, Batatinhas etc... "Minha Vida é o Rock'n Roll", outro disco do final da década de 70, já traz o próprio Oswaldo como vocalista principal além de baixista, função essa que exerce até hoje. Logo depois lançam um disco ao vivo com o nome de "Pirata".
O Made in Brazil tem uma particularidade que o colocou no "Guinness" o Livro dos Recordes: é a banda em atividade que teve o maior número de formações do mundo (são mais de 200). Hoje, com a formação contando com Oswaldo (vocal e baixo), Celso (Guitarra), Tony Babalu (Guitarra) e Hommer (Bateria), eles ainda incendeiam as casas de shows onde se apresentam e lançam discos como "Massacre", lançado em 2005 e muito esperado pelos fãs. "Massacre" foi gravado originalmente em 1977, mas o disco todo foi censurado na época e acabou só vindo a público em 2005.
Debora Vecchione (Deborah Carvalho) (28 de agosto de 1962 — 7 de janeiro de 2009). Foi vocalista da banda. Participou do programa Troca de Família, da TV Record, em dezembro de 2008. No mês seguinte, suicidou-se (enforcou-se no ventilador de teto no quarto do casal).
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Visite o site oficial do Made In Brazil: http://www.bandamadeinbrazil.com.br/
CASA DAS MÁQUINAS
Fundada a partir do fim da também clássica banda "Os Incríveis", Netinho junta em 1973: Pisca (guitarra, órgão, baixo, violão), Aroldo (violão, guitarra e vocal), Carlos Geraldo (baixo, vocal), Pique (piano, órgão, sax, flauta) e gravam seu primeiro LP, intitulado somente "Casa das Máquinas". Com um som que oscilava entre hard/pop ao hard/rock. Desse primeiro disco destacam-se as faixas "A Natureza", "Domingo a Tarde". Em 1975, Pique resolve abandonar o grupo e entram em seu lugar os músicos Marinho (irmão de Netinho – na bateria, percussão e vocais) e Marinho II (órgão, clavinete, moog, melotron, pianos). Ainda em 1975 lançam o disco "Lar de Maravilhas" clássico absoluto do Rock Progressivo Brasileiro o qual destacam-se as faixas: "Cilindro Cônico", "Vale Verde" e "Vou Morar no Ar", nessa época o Casa das Máquinas começou a contar com um jovem talento que estava sempre junto com a galera da banda e ajudou muito nas composições. O garoto era conhecido como Catalau. Ele é autor do clássico Casa de Rock e muitas outras músicas do Casa das Máquinas.
Em 1976 o Casa das Máquinas passa por uma das mais significativas mudanças: Carlos Geraldo e Aroldo saíram e o grupo passou a procurar por um vocalista e um baixista. Foi a vez de Simbas assumir os vocais principais que trouxe para o grupo sua voz e seu estilo andrógino no palco. juntamente com Simbas o Casa das Máquinas grava Casa de Rock, sem baixista; Pisca fez as linhas de baixo e só depois foi convidado João Alberto para assumir o posto de baixista. Casa de Rock mostra um a banda muito mais roqueira com músicas como "Casa de Rock", "Stress" e " Jogue tudo pra Cabeça". Nessa mesma época o Casa conseguiu uma apresentação na TV Tupi, que não foi ao ar por causa da censura: Simbas teria vestido roupas chamativas e feito movimentos exóticos, e este teria sido o principal motivo. Mais tarde o vídeo estaria disponibilizado na internet.
Agora seria a vez de Marinho Testoni deixar a banda; seu contrato acabou na época e ele recebeu uma boa proposta para integrar o grupo Pholhas. Entraram em estúdio e gravaram o videoclipe da música "Casa de Rock" que continha um cenário com máquinas e andaimes, lembrando mesmo o nome da banda, e publicado mais tarde no Fantástico, da TV Globo. Quase no fim da carreira fizeram um show em Santos em 1978 que foi gravado em uma fita cassete e depois pirateado para CD, uma das últimas apresentações do grupo, que depois ficaria parado até dezembro de 2003. Netinho remontou a banda para uma apresentação única em Matão, interior de São Paulo, e a resposta do publico foi melhor que a banda esperava. Nessa formação contaram com Netinho, Marinho Testoni e Marinho Thomaz, e foram chamados Nando Fernandes vocais, Andria Busic (Dr. Sin) no baixo e Sandro Haick (filho de Netinho) na guitarra.
O retorno concretizou-se no final de 2007, em janeiro de 2008 foram convidados para tocarem no Festival Psicodália de Carnaval, na Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, com um público de 3000 pessoas e um repertório totalmente inédito. A formação que se apresentou no festival em 3 de fevereiro de 2008 contou com Netinho seu irmão Marinho Thomaz, Marinho Testoni, Andria Busic e Faíska.
Voltando ao Hard Rock, depois de um álbum dominado pelo Rock Progressivo, esse é o terceiro álbum do "Casa das Máquinas". O disco conta com a chegada do excêntrico e excelente Simbas nos vocais, com Pisca nas seis cordas, Testoni nas teclas, Marinho e Netinho na bateria (isso mesmo, a banda tinha dois bateristas!) e João Alberto no baixo. Detalhe que João entrou na banda após a gravação do álbum. Antes disso, as linhas foram escritas e gravadas pelo Pisca. "Casa de Rock" conta com bastante peso, grandes riffs e um potente vocal. Guardadas as devidas proporções, a sonoridade deles lembra o "Deep Purple". A principal diferença é que algumas músicas ainda contam com certa influência da fase mais progressiva e psicodélica pela qual a banda passou. A primeira faixa, "Casa de Rock", além de ter dado o título ao álbum, se tornou um dos hinos nacionais do Rock & Roll. É certamente a música mais conhecida da banda. "Pra Cabeça" e "Stress" mantêm a pegada Hard Rock e merecem citação. A quinta faixa, "Londres", provavelmente foi inspirada na viagem que Simbas fez antes de ingressar à banda (ele recebeu o convite para cantar pelo 'Casa' assim que retornou dessa viagem). Depois, a próxima música é a boa "Dr. Medo". "Mania de Ser" quebra o ritmo frenético do álbum. A música é bastante tranqüila, sendo mais parecida com as músicas do álbum anterior. Possui uma bela letra. Por fim, o álbum retorna ao Hard Rock e é encerrado com "Essa é a Vida" e "Eu Queria Ser". Duas grandes músicas. Destaque para o arranjo da última.
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3 comentários:
Edu,confesso que tive pouco acesso às 2 bandas mas tinha um pé atrás com o Made in Brazil,e tive um "insight": o motivo era o Ezequiel Neves.Que Deus o tenha mas o cara não conseguia disfarçar sua antipatia pelos Beatles.
Casa das Máquinas é puro Rock nas veias. Valeu Edu tava esperando você falar deles, curto muito o som deles.
Ótima matéria ! Escrevi sobre o show Massacre de 1977, se tiver tempo da uma olhada !! Abraços !!
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